Os nomes são vários e parecidos, por isso podem causar confusão. Para ajudar na sua compreensão, trouxemos neste post a classificação dos pronomes de maneira descomplicada. Mas, antes, vale lembrar o conceito: pronome é a palavra que substitui, retoma ou determina um substantivo na oração.
Pronome pessoal
Os pronomes pessoais são subdivididos em três tipos: pronomes pessoais do caso reto, pronomes pessoais oblíquos (incluindo os reflexivos e recíprocos) e pronomes pessoais de tratamento.
Os pronomes pessoais do caso reto substituem o substantivo e assumem principalmente a função de sujeito. Eventualmente, podem funcionar como predicativo do sujeito ou vocativo, esse último com tu e vós. São eles: eu, tu, ele/ela, nós, vós, eles/elas. Exemplos:
Nós fomos à aula.
Eu não sou ele.
Por questão de economia, o pronome pessoal pode ser omitido. Nestes casos, a pessoa do discurso (1ª, 2ª e 3ª) e o número gramatical (singular ou plural) são indicados pela desinência verbal.
Em alguns casos, é fácil confundir se deve ser usado um pronome pessoal reto ou um pronome pessoal oblíquo.
Para eu, para tu, para mim e para ti
As expressões para eu e para tu deverão ser usadas quando assumem a função de sujeito, sendo seguidas de uma ação, ou seja, de um verbo no infinitivo.
Façam silêncio para eu telefonar para este cliente.
Para eu fazer isso, vou precisar da sua ajuda.
Vê se tem algum erro para tu corrigires.
É errado dizer “Ela comprou este caderno para eu.” ou “Ela comprou este caderno para tu.”. Não se pode usar preposição com os pronomes retos eu e tu. Com preposições têm que ser usados os pronomes oblíquos correspondentes: mim e ti.
Ela comprou este caderno para mim.
Ela comprou este caderno para ti.
Vi ele, ajudei ele, encontrei ele ou vi-o, ajudei-o, encontrei-o
É comum ouvirmos, na linguagem oral, as seguintes construções frásicas: “Ajudei ele na arrumação do armário.” e “Encontrei ela na praia.”. Contudo, estas construções estão erradas, não existem! Nestas frases, os pronomes ele e ela não se referem ao sujeito da ação, por isso não podem ser utilizados pronomes pessoais do caso reto. Têm que ser usados os pronomes oblíquos correspondentes: o e a.
Ajudei-o na arrumação do armário.
Encontrei-a na praia.
Já os pronomes pessoais oblíquos são tônicos ou átonos. No primeiro caso, aparecem precedidos de preposição. Eles funcionam como objeto indireto, complemento nominal, agente da passiva ou objeto direto preposicionado. São pronomes pessoais oblíquos tônicos: mim, comigo, ti, contigo, ele/ela, si, consigo, nós, conosco, vós, convosco, eles/elas. Quando acompanhados da preposição com, esses pronomes obtém as formas comigo, contigo, consigo, conosco e convosco, que normalmente funcionam como adjunto adverbial de companhia. Por exemplo:
João gosta de mim.
Você vai conosco?
Os pronomes oblíquos átonos, por sua vez, não sucedem a preposição, podendo substituir substantivos. Exercem as funções de objeto direto, objeto indireto, adjunto adnominal e sujeito de infinitivo. São eles: me, te, o, a, lhe, se, nos, vos, os, as, lhes. Por exemplo:
Conheci-a na festa.
Homenagearam-me na festa.
Os pronomes de tratamento são uma forma de se dirigir às pessoas de modo familiar, cerimonioso ou oficial.
Uso dos pronomes de tratamento
Você (v.) - Usado em tratamentos informais, íntimos e familiares. Este pronome, em algumas regiões do Brasil, é substituído pelo pronome pessoal reto tu.
Senhor, senhora, senhorita (Sr., Sr.ª, Srta.) - Usados em tratamentos formais e respeitosos, quando existe um maior distanciamento entre os locutores. Senhor é utilizado quando o tratamento se dirige a homens, senhora é utilizado quando o tratamento se dirige a mulheres casadas e senhorita é utilizado quando o tratamento se dirige a mulheres solteiras.
Vossa Senhoria (V. S.ª) - Usado em tratamento formal a pessoas com grande prestígio, como vereadores, chefes, secretários e diretores de autarquias. Este pronome é também utilizado em textos escritos oficiais, como correspondência comercial, ofícios e requerimentos.
Vossa Excelência (V. Ex.ª) - Usado em tratamento formal a pessoas com alta autoridade, como o Presidente da República, governadores, prefeitos, juízes, ministros, senadores, deputados, embaixadores, juízes, etc., tanto do poder executivo, como do poder legislativo e do poder judiciário. No caso do Presidente da República, deverá ser usado apenas por extenso.
Vossa mercê (V.M.cê) - Antiga forma de tratamento usada em tratamento formal. Originou o você.
Vossa Eminência (V. Em.ª) - Usado em tratamento formal a cardeais, que são eclesiásticos do Sacro Colégio pontifício e participam no conclave para a eleição de um novo Papa.
Vossa Magnificência (V. Mag.ª) - Usado em tratamento formal a reitores de universidades e outras instituições de ensino superior.
Vossa Alteza (V. A) - Usado em tratamento formal a príncipes, princesas, duques e duquesas.
Vossa Majestade (V. M.) - Usado em tratamento formal a reis e rainhas.
Vossa Majestade Imperial (V. M. I.) - Usado em tratamento formal a imperadores e imperatrizes.
Vossa Santidade (V. S.) - Usado em tratamento formal ao Papa. Este pronome de tratamento é também utilizado por ocidentais em tratamentos cerimoniosos e respeitosos ao Dalai Lama, embora não seja utilizado pelos tibetanos.
Vossa Paternidade (V.P.) - Usado em tratamento formal a superiores de ordens religiosas.
Vossa Reverendíssima (V. Rev.mª) - Usado em tratamento formal a sacerdotes, bispos e religiosos em geral.
Vossa Onipotência - Usado em tratamento formal a Deus (sempre por extenso).
Exemplos de frases com pronomes de tratamento
Vossa Excelência estará presente na cerimônia de encerramento?
Vossa Eminência estará presente no conclave?
Estou ansioso pela missa que Vossa Santidade rezará no Rio de Janeiro.
Vossa Majestade cumpriu, na perfeição, o protocolo na missa de entronização do novo Papa.
Vossa Reverendíssima irá ministrar algum sacramento da igreja hoje?
Vossa Magnificência presidirá a cerimônia de encerramento do ano letivo?
Senhorita, queira fazer o favor de me desculpar, suas vontades serão realizadas imediatamente.
Concordância com os pronomes de tratamento
Embora os pronomes de tratamento se dirijam à 2.ª pessoa do singular ou do plural, a concordância verbal deverá ser feita sempre com a 3.ª pessoa do singular ou do plural:
Todos os fiéis da sua paróquia acreditam em si e seguem seus ensinamentos, Vossa Reverendíssima.
Vossa Magnificência, sua opinião e suas decisões são muito importantes para os estudantes desta universidade.
Vossa ou Sua: qual é a diferença?
Além do uso de Vossa Senhoria, Vossa Alteza, Vossa Majestade,…, também é possível o uso de Sua Senhoria, Sua Alteza, Sua Majestade,… A diferença no uso dessas duas formas é: usamos o pronome vossa quando estamos falando diretamente com a pessoa e usamos o pronome sua quando estamos falando sobre a pessoa:
Vossa Senhoria quer que eu lhe entregue os ofícios agora?
Lamento informar que Sua Senhoria, o diretor da autarquia municipal, não pode estar presente hoje neste evento.
Pronome de tratamento e a redação oficial
Na redação oficial, os pronomes de tratamento são utilizados no corpo do texto, no vocativo e no endereçamento.
Corpo do texto
O pronome de tratamento pode ser utilizado por extenso ou de forma abreviada:
Convido Vossa Excelência a participar na inauguração do edifício.
Convido V. Ex.ª a participar na inauguração do edifício.
Deverá ser feita a concordância em gênero (masculino e feminino):
Informo que Vossa Excelência será convocado para a assembleia.
Informo que Vossa Excelência será convocada para a assembleia.
Vocativo
O vocativo aparece no início do documento, sendo uma forma de se dirigir ao destinatário. Será sempre seguido de vírgula:
Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal,
Senhora Senadora,
Senhor Juiz,
Senhora Ministra,
Senhor Embaixador,
Senhora Beneficiária,
Prezado Senhor,
Endereçamento
O endereçamento é utilizado no envelope. É iniciado com o pronome de tratamento adequado, seguido do nome, do cargo e do endereço:
A Sua Excelência o Senhor
A Sua Excelência a Senhora
Ao Senhor
À Senhora
Pronome possessivo
São possessivos os pronomes que substituem ou acompanham o substantivo, indicando relações de posse (coisas possuídas e possuidores, de acordo com as pessoas do discurso). São: meu, minha, meus, minhas, teu, tua, teus, tuas, seu, sua, seus, suas, dele, dela, deles, delas, nosso, nossa, nossos, nossas, vosso, vossa, vossos, vossas.
Este carro é meu.
Guardei nossas roupas.
Os pronomes possessivos estabelecem concordância com a pessoa gramatical a que se referem, indicando se há apenas um possuidor (eu, tu, ele, ela) ou se há vários possuidores (nós, vós, eles, elas). Também varia em gênero (masculino e feminino) e número (plural e singular) de acordo com o objeto ou ser que é possuído.
No caso de o pronome possessivo determinar vários substantivos, deverá concordar em gênero e número com o substantivo que estiver mais próximo: Nós trouxemos nossas roupas, sapatos e equipamento.
Além da noção de posse, os pronomes possessivos podem transmitir uma ideia de respeito, afeto, ofensa ou cálculo aproximado:
Não se preocupe, minha senhora, nós resolveremos o assunto. (respeito)
Meu filho, por favor, tenha cuidado! (afeto)
Seu irresponsável, você podia ter morrido! (ofensa)
Aquela estátua já deve ter seus 15 anos. (cálculo aproximado)
É facultativa a utilização de um artigo definido antes dos pronomes possessivos, sendo as duas formas corretas:
Meu irmão é muito bonito.
O meu irmão é muito bonito.
O diretor não ouviu minha intervenção.
O diretor não ouviu a minha intervenção.
Algumas palavras, como próprio, mesmo e tão, podem ser usadas para reforçar a ideia de posse transmitida por um pronome possessivo:
Eu resolvo esse assunto pelas minhas próprias mãos.
Foram os teus mesmos amigos que te abandonaram.
Este sorriso tão seu me encanta.
Em algumas situações, os pronomes pessoais oblíquos podem assumir valores equivalentes aos pronomes possessivos, esse uso confere desenvoltura e elegância à frase:
A chuva molhou-te o cabelo. (Molhou o teu cabelo).
Agarrei-lhe a mão. (Agarrei a sua mão).
Atenção!
Na frase “Seu Antônio, o senhor chegará hoje ou manhã?”, a palavra seu não é um pronome possessivo, é uma alteração fonética da palavra senhor.
Pronome demonstrativo
O pronome demonstrativo substitui ou acompanha o substantivo, indicando a posição dos seres em relação às pessoas que participam do discurso, podendo ser contraídos às “em”, “de” e “a”. São pronomes demonstrativos: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), isto, isso, aquele(s), aquela(s), aquilo, mesmo(s), mesma(s), próprio(s), própria(s), semelhante(s), tal(is), o(s), a(s).
De quem é aquele lápis?
Saiba mais neste texto.
A diferença no uso dos pronomes demonstrativos é uma questão referencial, relacionada com o espaço (se próximo ou se distante) e com o tempo (se presente ou se passado).
Quando usar este?
O pronome demonstrativo este deve ser usado quando o objeto ou ser que está sendo referido está perto da pessoa que fala ou no tempo presente em relação à pessoa que fala. É usado também para referir alguma coisa que vai ser especificada no discurso.
Essas regras também se aplicam às formas contraídas com preposições e flexionadas do pronome: este, esta, estes, estas, isto, neste, nesta, nestes, nestas, deste, desta, destes, destas.
Esta caneta aqui é minha.
Este é o ano do meu casamento.
Isto que está acontecendo é horrível!
Isto será explicado mais à frente.
Neste momento não tenho para nada para fazer.
Venha aqui e coloque tudo dentro deste recipiente.
Quando usar esse?
O pronome demonstrativo esse deve ser usado quando o objeto ou ser que está sendo referido está longe da pessoa que fala e perto da pessoa a quem se fala. É usado também para indicar um tempo passado recente em relação à pessoa que fala ou alguma coisa que já foi especificada no discurso.
Essas regras também se aplicam às formas contraídas com preposições e flexionadas do pronome: esse, essa, esses, essas, isso, nesse, nessa, nesses, nessas, desse, dessa, desses, dessas.
Essa caneta aí é sua.
Esse foi ser o ano em que fui mãe.
Isso que aconteceu foi horrível!
Isso foi explicado na aula passada.
Nesse dia eu estava nervosa porque tinha visto um acidente.
Antes de se ir embora, coloque tudo dentro desse recipiente que está perto de você.
Quando usar aquele?
O pronome demonstrativo aquele deve ser usado quando o objeto ou ser que está sendo referido está longe da pessoa que fala e da pessoa a quem se fala. Também deve ser usado para indicar um passado distante ou para referir algo que foi mencionado com uma grande distância no discurso.
Essas regras também se aplicam às formas contraídas com preposições e flexionadas do pronome: aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo, naquele, naquela, naqueles, naquelas, naquilo, daquele, daquela, daqueles, daquelas, daquilo.
Aquela caneta ali é dele.
Aquele foi o melhor ano da minha infância.
Aquilo foi o melhor de tudo.
Ela partiu a perna naquele fim de semana que fomos passear ao campo.
Este livro é daquele menino da 6ª série. Você sabe quem ele é?
Nota: Os pronomes demonstrativos possuem também uma finalidade expressiva, reforçando algum termo anteriormente mencionado.
Pronomes demonstrativos contraídos com preposições
Os pronomes demonstrativos contraem-se com as preposições a, em e de:
Eu moro nesta casa.
Não gosto dessa sua maneira de ser.
Entregue seu teste àquele professor.
Preposição de + pronome demonstrativo:
de + este = deste
de + esta = desta
de + estes = destes
de + estas = destas
de + isto = disto
de + esse = desse
de + essa = dessa
de + esses = desses
de + essas = dessas
de + isso = disso
de + aquele = daquele
de + aquela = daquela
de + aqueles = daqueles
de + aquelas = daquelas
de + aquilo = daquilo
Preposição em + pronome demonstrativo:
em + este = neste
em + esta = nesta
em + estes = nestes
em + estas = nestas
em + isto = nisto
em + esse = nesse
em + essa = nessa
em + esses = nesses
em + essas = nessas
em + isso = nisso
em + aquele = naquele
em + aquela = naquela
em + aqueles = naqueles
em + aquelas = naquelas
em + aquilo = naquilo
Preposição a + pronome demonstrativo:
a + aquele = àquele
a + aquela = àquela
a + aqueles = àqueles
a + aquelas = àquelas
a + aquilo = àquilo
Outros pronomes demonstrativos
Além dos pronomes demonstrativos acima referidos, existem outras palavras que atuam como pronomes demonstrativos:
o, a, os, as;
mesmo, mesma, mesmos, mesmas;
próprio, própria, próprios, próprias;
tal, tais;
semelhante, semelhantes.
Pronome demonstrativo o
O, a, os, as são pronomes demonstrativos quando acompanharem os pronomes que e qual, podendo ser substituídos por aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo.
Não entendi o que foi dito pelo apresentador. (aquilo que foi dito).
Essa mochila não é a que eu comprei. (aquela que eu comprei).
Pronomes demonstrativos mesmo e próprio
Mesmo, mesma, mesmos, mesmas, próprio, própria, próprios, próprias são pronomes demonstrativos quando reforçam pronomes pessoais e se referem a alguma coisa citada anteriormente.
Ela mesma resolveu o assunto.
Foram os próprios responsáveis que fizeram a confusão.
Pronomes demonstrativos tal e semelhante
Tal, tais, semelhante, semelhantes são pronomes demonstrativos quando se referem a um nome anteriormente citado e transmitem um sentido completo (tal) ou incompleto (semelhante). Podem ser substituídos por aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo, esse, essa, esses, essas, isso, este, esta, estes, estas, isto. Estes dois pronomes podem ser utilizados ironicamente.
Não tenha semelhante atitude. (aquela atitude)
Em tais momentos, não devemos reagir de cabeça quente. (nesses momentos)
Pronome interrogativo
O pronome interrogativo é usado em perguntas diretas e indiretas. São eles: qual(is), quanto(s), quanta(s), que, quem.
Quanto custa?
Que horas são?
Os pronomes interrogativos que, quem, qual, e quanto se referem a seres diferentes e devem ser usados conforme a ideia que transmitem.
Pronome interrogativo QUE
O pronome interrogativo que se refere principalmente a coisas, podendo perguntar: que coisa? ou que espécie de coisa ou pessoa? Pode vir acompanhado da expressão é que, reforçando a interrogação, bem como ser utilizado para conferir maior ênfase à interrogação.
Que comeremos agora?
Que comunicado ele pretende fazer?
Que é que você fez?
O que terá acontecido?
O que você quer de mim?
Pronome interrogativo QUEM
O pronome interrogativo quem se refere principalmente a pessoas ou coisas personificadas.
Quem quer ir comigo ao cinema?
Gostaria de saber quem é o responsável da empresa.
Pronome interrogativo QUAL
O pronome interrogativo qual se refere a coisas ou a pessoas. Pode transmitir uma ideia de seleção, ou seja, de identificação de um ou vários elementos dentro de um grupo.
Qual é o departamento certo?
Quais são as orientações atuais?
Qual de vocês me ajudará nesta tarefa?
Quais os alunos que foram selecionados para o campeonato?
Pronome interrogativo QUANTO
O pronome interrogativo quanto se refere a coisas ou a pessoas. Transmite uma ideia de quantificação.
Quanto mais terei de aturar?
Quanta farinha é necessária para fazer o bolo?
Quantos problemas você conseguiu acertar?
Quantas inscrições são precisas para que a atividade se realize?
Outros usos dos pronomes interrogativos
Os pronomes interrogativos podem ainda ser usados em exclamações que simbolizem uma interrogação com admiração e espanto:
Que confusão!
Quem diria!
Quanta barbaridade!
Pronome relativo
O pronome relativo retoma um substantivo ou pronome que já foi citado anteriormente na oração. São eles: que, quem, onde, como, quando, o qual, a qual, os quais, as quais, cujo(s), cuja(s), quanto(s), quantas. Veja as frases:
A escola onde estudei era católica.
Este é o livro cuja história é emocionante.
Como usar os pronomes relativos?
Os pronomes relativos apresentam usos diferentes, devendo ser utilizados conforme a ideia que transmitem. Os antecedentes com os quais os pronomes relativos se relacionam podem ser um substantivo, um pronome, um adjetivo, um advérbio ou uma oração.
Uso do pronome relativo QUE
O pronome relativo que é o mais utilizado, sendo considerado um pronome relativo universal. Refere-se a coisas ou a pessoas e pode ser substituído por: o qual, a qual, os quais e as quais.
Emprega-se preferencialmente com preposições com uma só sílaba (a que, com que, de que, em que, por que) e pode aparecer precedido pelos pronomes demonstrativos o, a, os, as.
Acabei de lavar o vestido que estava sujo de tinta.
Ele é o candidato que foi selecionado.
Já encontramos a chave que estava desaparecida.
A funcionária que traz a documentação ainda não chegou.
Este é o sabor de que eu mais gosto.
O carro em que eu vim é o do meu marido.
Na realidade, já nem sei o que faço.
Era revisor de textos, o que requer muita atenção.
Uso do pronome relativo QUEM
O pronome relativo quem se refere somente a pessoas, nunca a coisas. Vem sempre antecedido de preposição quando tem um antecedente explícito.
Este é o garoto a quem sempre amei.
A senhora a quem cumprimentei é a minha antiga sogra.
É esta a professora de quem você falou?
Aquele é o rapaz de quem eu gosto.
Meu filho é única pessoa por quem daria a vida.
Esta é a secretária para quem eu trouxe a encomenda dos correios.
O pronome relativo quem pode ser usado sem um termo antecedente:
Quem puder ajudar será bem-vindo.
Quem chegar mais cedo conseguirá os melhores lugares.
Estas frases podem ser entendidas como:
Aquele que puder ajudar será bem-vindo.
Aquele que chegar mais cedo conseguirá os melhores lugares.
Uso do pronome relativo ONDE
O pronome relativo onde é utilizado para indicar um lugar, podendo ser substituído por: em que, no qual, na qual, nos quais e nas quais. Pode ser utilizado juntamente com preposições, formando as palavras aonde e donde para transmitir noções de movimento.
Este é o apartamento onde vivi quando pequena.
O hotel onde ficamos era cinco estrelas.
A cidade onde cresci é muito tranquila.
Não conheço o restaurante onde ela foi almoçar.
O pronome relativo onde pode ser usado sem um termo antecedente:
Fique onde você for feliz.
Estou onde combinamos.
Estas frases podem ser entendidas como:
Fique no lugar em que você for feliz.
Estou no lugar em que combinamos.
Uso do pronome relativo QUAL
O pronome relativo qual vem sempre precedido de um artigo: o qual, a qual, os quais, as quais. Emprega-se preferencialmente depois de preposições com duas ou mais sílabas ou depois de locuções prepositivas (sobre o qual, durante a qual, ao lado dos quais).
Li um livro sobre o qual nunca tinha ouvido falar nada.
Este é o juiz perante o qual tive de defender o meu ponto de vista.
Estes são as crianças ao lado das quais passei minha infância.
Pensei nisso naquela noite de tempestade, durante a qual não consegui dormir.
O nevoeiro, através do qual não se conseguia enxergar, começou a desaparecer.
O pronome relativo qual pode substituir o pronome relativo que:
A professora que foi selecionada para acompanhar os alunos na gincana é a Priscila.
Aquela professora, a qual foi selecionada para acompanhar os alunos na gincana, é a Priscila.
Uso do pronome relativo QUANTO
O pronome relativo quanto aparece maioritariamente depois dos pronomes indefinidos tudo, tanto e todo, que servem de antecedente. Podem, contudo, ser omitidos.
Compre tanto quanto for preciso.
Ele não fez tudo quanto havia prometido.
Tire tantas folhas quantas quiser.
Ninguém tem tudo quanto quer.
Aquela professora, de tantas quantas tive, sempre foi a minha preferida.
Nenhum tecido, de tantos quantos comprei, agradou o estilista.
Uso do pronome relativo CUJO
O pronome relativo cujo aparece entre dois substantivos e transmite uma ideia de posse, sendo equivalente a: do qual, da qual, dos quais, das quais, de que e de quem. Deve concordar em gênero e número com a coisa possuída: cujo, cuja, cujos, cujas.
Preferem atletas cujo condicionamento físico está excelente.
Escolheram os alunos cujas notas foram exemplares.
Não simpatizo com pessoas cuja atitude é preconceituosa.
Este é o colaborador cujo desempenho foi premiado.
Aquele é o meu vizinho cuja esposa faleceu recentemente.
Pronomes relativos indefinidos (sem antecedente)
Os pronomes quem e onde podem ser utilizados numa frase sem um antecedente, apresentando um valor absoluto. Nessas situações, são chamados de pronomes relativos indefinidos ou de pronomes relativos sem antecedentes.
Quem copiou na prova, foi reprovado. (aquele que)
More onde você quiser. (no lugar em que)
Pronomes relativos e preposições
Os pronomes relativos podem ser ou não precedidos de uma preposição, conforme a regência verbal dos verbos da oração em que estão inseridos.
A rua pela qual passei estava vazia. (passar por)
A situação em que me encontro é complicada. (encontrar-se em)
A pessoa a quem pedi o favor ainda não me respondeu. (pedir a)
Aquela é a menina de quem meu filho gosta. (gostar de)
Este é o livro de que você pode precisar. (precisar de)
Visitei a minha avó materna, em cuja casa passava as férias. (passar em)
Pronome indefinido
O pronome indefinido aplica-se à terceira pessoa, substituindo ou acompanhando o substantivo de maneira vaga, imprecisa ou expressando uma quantidade indefinida. São exemplos de pronomes indefinidos: alguém, ninguém, outrem, tudo, nada, cada, algo, quem, mais, menos, demais, fulano, sicrano, beltrano, algum(ns), alguma(s), nenhum(ns), nenhuma(s), todo(s), toda(s), outro(s), outra(s), muito(s), muita(s), pouco(s), pouca(s), certo(s), certa(s), tanto(s), tanto(s), quanto(s), quanta(s), vário(s), vário(s), bastante(s), qualquer, quaisquer.
Ninguém quer fazer a atividade.
Vimos alguém entrar na sala.
Os pronomes indefinidos apresentam diferentes valores, conforme o contexto frásico em que ocorrem.
Nenhum e algum
O pronome indefinido nenhum assume sempre um sentido negativo. Já o pronome indefinido algum assume um sentido afirmativo quando anteposto ao substantivo e um sentido negativo quando posposto ao substantivo.
Nenhum motivo foi apresentado para a desistência da candidatura. (sentido negativo)
Algum motivo foi apresentado para a desistência da candidatura? (sentido afirmativo)
Motivo algum foi apresentado para a desistência da candidatura. (sentido negativo)
Ninguém e alguém
O pronome indefinido ninguém assume sempre um sentido negativo, enquanto o pronome indefinido alguém assume um sentido afirmativo. Ambos se referem a pessoas.
Com certeza, ninguém seguiu este caminho. (sentido negativo)
Com certeza, alguém seguiu este caminho. (sentido afirmativo)
Nada e algo
O pronome indefinido nada assume sempre um sentido negativo, enquanto o pronome indefinido algo assume um sentido afirmativo. Ambos se referem a coisas.
Não pretendia nada, além de uma vida descansada. (sentido negativo)
Queria sempre algo novo. (sentido afirmativo)
O pronome indefinido nada significa principalmente coisa nenhuma, mas pode significar alguma coisa em frases interrogativas negativas. Pode ainda assumir a função de advérbio quando acompanhado de um substantivo.
Não quero nada, obrigado! (coisa nenhuma)
Você não viu nada de estranho ontem? (alguma coisa)
Não fiquei nada feliz com meu resultado na prova. (advérbio)
Certo
O pronome certo apenas atua como pronome indefinido quando anteposto ao substantivo, particularizando alguma coisa. Quando posposto ao substantivo assume a função de um adjetivo, sinônimo de correto, certeiro, garantido, combinado, apropriado, entre outros.
Certos alunos ficam para sempre na memória dos professores. (pronome indefinido)
O diretor tomou decisões certas. (adjetivo)
Qualquer
O pronome indefinido qualquer tem como principal função generalizar uma situação. Contudo, assume um valor depreciativo quando posposto a um artigo indefinido ou a um substantivo próprio.
Qualquer ajuda será bem-vinda. (sentido generalizador)
Ele é apenas um qualquer. Nem me vou preocupar com suas opiniões. (sentido depreciativo)
Todo e tudo
Os pronomes indefinidos todo e tudo indicam totalidades afirmativas. O pronome todo, no singular, indica a totalidade das partes. No plural, indica uma totalidade numérica. O pronome tudo representa, normalmente, um termo absoluto.
Ele comeu o bolo todo. (totalidade das partes)
Todos os alunos realizaram a prova. (totalidade numérica)
Já fizemos tudo. (termo absoluto)
Outro
O pronome indefinido outro pode indicar um momento passado ou um momento futuro, como nas expressões outro dia (passado) e no outro dia (futuro).
Outro dia fui ver a exposição de pintura de minha tia.
No outro dia, depois de regressar de viagem, irei ver a exposição de pintura de minha tia.
Pronome adjetivo e pronome substantivo
O pronome liga-se ao substantivo de duas maneiras: acompanhando-o ou substituindo-o.
Os pronomes adjetivos acompanham substantivos, fazendo papel de adjetivo e modificando o substantivo. Por exemplo:
Meu carro é vermelho.
Aquela criança é órfã.
Já os pronomes substantivos são aqueles que substituem os substantivos na frase. Por exemplo:
Poucos conhecem o artista.
Muitos foram selecionados para a vaga.
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