FLEXÃO VERBAL
CONJUGAÇÃO
1) Conjugações
Em Português, há três conjugações:
1ª conjugação: Ar
2ª conjugação: Er, Or (poEr)
3ª conjugação: Ir
2) Modos
Há três modos: INDICATIVO, SUBJUNTIVO, IMPERATIVO.
3) Formas Nominais
Há três formas nominais: INFINITIVO, GERÚNDIO, PARTICÍPIO.
4) Tempos
Há, basicamente, três tempos: PRESENTE, PRETÉRITO, FUTURO.
QUADRO GERAL DOS MODOS E TEMPOS
5) Conjugação
a) Formação do Presente do Subjuntivo
BASE: 1ª pessoa do singular do presente do indicativo.
1ª conjugação
2ª conjugação
3ª conjugação
falf + E
falE
vendf + A
vendA
partf + A
partA
falEs
vendAS
partAS
falE
vendA
partA
falEmos
vendAmos
partAmos
falEis
vendAis
partAis
falEm
vendAm
partAm
Em alguns verbos, o presente do subjuntivo não usa o radical do presente do indicativo. Isso ocorre com os verbos dar, saber, haver, estar, ir, vir e querer (dou / dê, sei / saiba, hei / haja, estou / esteja, vou / vá, sou / seja, quero / queira). Verbos defectivos não possuem conjugação no presente do subjuntivo, pois não possuem a 1ª pessoa do singular do presente do indicativo.
Formação do imperativo.
Presente Indicativo
Imperativo Afirmativo
Presente Subjuntivo
Imperativo
Negativo
amo
—
ame
—
amas
®
ama
ames ®
não ames
ama
ame ¬
ame ®
não ame
amamos
amemos ¬
amemos ®
não amemos
amais
®
amai
ameis ®
não ameis
amam
amem ¬
amem ®
não amem
Exceção: Verbo SER na 2ª pessoa (singular e plural) do imperativo afirmativo, que são, respectivamente, SÊ (tu) e SEDE (vós).
Formação do Pretérito Imperfeito do Indicativo
1ª conjugação
2ª e 3ª conjugações
RADICAL + AVA
cantAVA
RADICAL + IA
corrIA
cantAVAs
corrIAs
cantAVA
corrIA
cantÁVAmos
corrÍAmos
cantÁVEis
corrÍEis
cantAVAm
corrIAm
Conjugação do Pretérito Perfeito do Indicativo
1ª conjugação
2ª conjugação
3ª conjugação
pensEI
comI
partI
pensaSTE
comeSTE
partiSTE
pensOU
comeU
partiU
pensaMOS
comeMOS
partiMOS
pensaSTES
comeSTES
partiSTES
pensaRAM
comeRAM
partiRAM
e) Derivados do Pretérito Perfeito do Indicativo
Três tempos derivam do pretérito perfeito do indicativo: o pretérito mais-que-perfeito do indicativo, o futuro do subjuntivo e o pretérito imperfeito do subjuntivo. A base para a formação desses tempos é a 3ª pessoa do plural do pretérito perfeito.
Pret. mais-que-perfeito
Futuro do
subjuntivo
Pret. imperf. do subj.
FIZERAM
fizera
FIZERAM
fizer
FIZERAM
fizeSSE
fizeras
fizerES
fizeSSEs
fizera
fizer
fizeSSE
fizéramos
fizerMOS
fizéSSEmos
fizéreis
fizerDES
fizéSSEis
fizeram
fizerEM
fizeSSEm
f) Derivados do Infinitivo Impessoal
Derivam do infinitivo impessoal o futuro do presente, o futuro do pretérito e o infinitivo pessoal.
Futuro do
presente
Futuro do
pretérito
Infinitivo Pessoal
darEI
darIA
dar
darÁS
darIAs
darES
darÁ
darIA
dar
darEMOS
darÍAmos
darMOS
darEIS
darÍEis
darDES
darÃO
darIAm
darEM
6) Classificação Quanto à Tonicidade
a) Formas rizotônicas: quando a vogal tônica está no radical.
b) Formas arrizotônicas: quando a vogal tônica está na desinência.
7) Classificação Quanto à Flexão
a) Regulares: Quando o radical não sofre variações e as desinências seguem o paradigma.
b) Irregulares: Quando sofrem variações no radical ou quando não seguem as desinências do paradigma (perder, ferir, dar etc.) ou apresentam variações nos dois elementos (trazer).
Observação:
Não são irregulares verbos que trocam letras por exigências ortográficas, como "agir" e "ficar". Alguns verbos irregulares podem apresentar formas regulares, mas não deixam de ser irregulares.
c) Anômalos: São os verbos "ser" e "ir", porque, na conjugação, trocam de radical.
d) Defectivos: Quando não têm certas formas (abolir, falir, reaver, precaver, adequar).
e) Abundantes: Quando possuem duas ou mais formas equivalentes (suspender, entregar, matar).
Observação:
Com os auxiliares TER e HAVER, usa-se o particípio regular. (O diretor tem suspendido muitos alunos.)
Com os auxiliares SER, ESTAR e FICAR, usa-se o particípio irregular. (Os alunos foram suspensos.)
8) Verbo precaver-se
É defectivo; possui apenas as formas arrizotônicas, nas quais é regular e segue a conjugação de vender (precavemos, precaveis). Não deriva de ver, nem de haver, nem de vir. Nas formas inexistentes, é suprido pelo sinônimo prevenir.
9) Verbo requerer
A 1ª pessoa do singular do presente do indicativo é "requeiro" e, por conseqüência, o presente do subjuntivo fica: requeira, requeiras etc. E assim, os outros tempos derivados.
Conjuga-se como querer no presente do indicativo, no pretérito imperfeito, no futuro do presente, no futuro do pretérito, no presente do subjuntivo, no imperativo afirmativo e no imperativo negativo.
No pretérito perfeito, no pretérito mais-que-perfeito, no imperfeito do subjuntivo, no futuro do subjuntivo e nas formas nominais, segue a conjugação de vender.
10) Verbo reaver
Conjuga-se como HAVER, mas só nas formas em que há "v" (reavemos, reaveis). Nas formas inexistentes, é suprido pelos sinônimos recuperar e resgatar.
11) Verbos terminados em EAR
Recebem um "i" eufônico nas formas rizotônicas (passeio, passeias, passeia, passeamos, passeais, passeiam).
12) Verbos terminados em IAR (Regra do "Mário")
Os verbos terminados em “iar” são regulares (adio, adias, adia, adiamos, adiais, adiam), exceto MEDIAR, ANSIAR, REMEDIAR, INTERMEDIAR, INCENDIAR e ODIAR (Mário), que se conjugam como os verbos terminados em "ear" nas formas rizotônicas (odeio, odeias, odeia, odiamos, odiais, odeiam).
13) As Vozes do Verbo
São:
a) ATIVA: Um verbo está na voz ativa, quando o sujeito da oração pratica a ação expressa pelo verbo.
O João comprou um abacaxi.
Nós plantaremos a árvore.
b) PASSIVA: Um verbo está na voz passiva, quando o sujeito da oração sofre a ação expressa pelo verbo. Ocorre apenas com VTDs e VTDIs
A árvore foi plantada por nós.
Um abacaxi foi comprado pelo João.
A voz passiva pode ser:
ANALÍTICA: formada por um dos verbos "ser", "estar", "ficar" seguido de particípio:
A casa foi alugada.
SINTÉTICA ou PRONOMINAL: formada com verbo acompanhado do pronome oblíquo "se", que se chama, no caso, pronome apassivador:
Aluga-se a casa.
Vendem-se flores.
Não se vê um amigo nestas paragens.
REFLEXIVA: Temos a voz reflexiva, quando o sujeito pratica e ao mesmo tempo sofre a ação expressa pelo verbo da oração. Esta voz se forma com o verbo e um dos pronomes: me, te, se, nos, vos. Ocorre apenas com verbos transitivos (VTD, VTI ou VTDI):
Eu me feri. Nós nos ferimos.
Tu te feriste. Vós vos feristes.
Ele se feriu. Eles se feriram.
Observação:
É preciso observar bem se o sujeito apenas pratica, apenas sofre ou se pratica e ao mesmo tempo sofre a ação. Comparem-se as seguintes orações:
Paulo nos vendeu a casa.
Paulo foi ferido.
Paulo feriu-se.
No primeiro exemplo, Paulo praticou — e apenas praticou — a ação de vender. No segundo, Paulo sofreu — e apenas sofreu — a ação de ser ferido. No terceiro, Paulo não apenas praticou a ação, como também a sofreu.
14) Mudança de Voz
a) Ativa para passiva analítica
É possível passar a voz ativa de um verbo para a passiva, desde que tenha objeto direto. Bastará, então, transformar o objeto direto em sujeito da oração:
Os cientistas conduzem o desenvolvimento.
(sujeito) (objeto direto)
O desenvolvimento é conduzido pelos cientistas.
(sujeito) (agente da passiva)
Mude a voz, mas não mude o tempo: cuidado importante que se deve dispensar verbo, no sentido de manter o tempo e o modo.
b) Passiva analítica para ativa
Evidentemente, trata-se apenas de inverter o processo anterior.
O atleta foi aplaudido pelo público.
(sujeito) (agente da passiva)
O público aplaudiu o atleta.
(sujeito) (objeto direto)
c) Passiva analítica para passiva sintética ou vice-versa:
Flores são vendidas. (passiva analítica)
Vendem-se flores. (passiva sintética)
Ouviam-se os sinos. (passiva sintética)
Os sinos eram ouvidos. (passiva analítica)
Observe-se que o sujeito não muda.
Com verbos transitivos indiretos, essa transformação é impossível, porque seu complemento tem preposição, exceto com os verbos obedecer e desobedecer, porque antigamente eram transitivos diretos. Esses aceitam apenas as vozes ativa e reflexiva.
Com verbos intransitivos idem, porque não possuem complemento.
Com verbos de ligação idem, porque são verbos de estado, não de ação.
Com verbos impessoais idem, porque não possuem sujeito.
15) Emprego do Imperativo
O imperativo serve para ordenar, estimular, suplicar, pedir favores, aconselhar, convidar, recomendar, proibir:
Menino, traga-me aqueles livros.
Vai em frente, jovem, o vencerás.
Ajudai-me, por favor!
Empreste-me uma folha.
Não te esqueças dos livros.
Nota:
Quando empregamos o imperativo, devemos atentar bem para a unidade de tratamento, isto é, o imperativo deverá corresponder à pessoa do tratamento usado e presente nos demais elementos (verbos ou pronomes) relacionados ao ser com quem falamos:
João, faz(e) o favor de baixar tua voz .
Não temais, quando procedeis com honestidade.
Fazei o que vos digo, se quiserdes acertar sempre.
Tu és um crápula. Sai daqui.
Estuda, esforça-te, luta, sê vencedor.
16) Emprego do Futuro do Subjuntivo e Infinitivo Pessoal (diferença)
Muitas ouvimos pessoas dizerem, por exemplo, "Se tu a veres, foge dela", colocando o infinito pessoal onde deveriam colocar o futuro do subjuntivo.
A correção, entretanto, é fácil de fazer.
O futuro do subjuntivo é usado em orações desenvolvidas, normalmente iniciadas por conjunção ou pronome. A conjunção será "se", "quando", "conforme" ou um sinônimo (caso, logo que, assim que, como etc.), e o pronome será "que" ou "quem".
Se tu a vires, foge dela.
Quando puderes, visita-me.
A pessoa que dispuser do tempo pode falar.
Farei conforme quiseres.
O infinito pessoal emprega-se em orações reduzidas, isto é, sem aquelas conjunções ou pronomes:
Ao veres a tentação, foge dela.
Para ser vencedor, você deve evitar as tentações.
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