quinta-feira, 17 de junho de 2021

Elias Santana - colocação pronominal

 COLOCAÇÃO DOS

PRONOMES OBLÍQUOS

ÁTONOS



Lista:


me, te, se, o, a, os, as, lhe, lhes, nos, vos.


Estes pronomes são clíticos, isto é, não possuem acento próprio.


Posições:




PRÓCLISE: antes do verbo - proclítico.


Nada se perdeu.


MESÓCLISE: no meio do verbo - mesoclítico.


Dirigir-lhe-emos a palavra.


ÊNCLISE: depois do verbo - enclítico.


Fugiram-nos as palavras.


Formas verbais e posições permitidas:


Particípio - próclise: permite / ênclise: não permite / mesóclise: não permite

Futuro do presente - próclise: permite / ênclise: não permite / mesóclise: permite

Futuro do pretérito - próclise: permite / ênclise: não permite / mesóclise: permite

Futuro do subjuntivo - próclise: permite / ênclise: não permite / mesóclise: não permite

Demais formas - próclise: permite / ênclise: permite / mesóclise: não permite

Todas as conjugações verbais permitem próclise e, com exceção do particípio, do futuro do presente, futuro do pretérito e do futuro do subjuntivo, permitem também ênclise. Somente os tempos futuro do presente e futuro do pretérito permitem mesóclise.






I - REGRAS DE COLOCAÇÃO NAS FORMAS FINITAS




Nota: Formas finitas do verbo são todos os seis tempos simples (presente, pretérito perfeito, pretérito imperfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro do presente e futuro do pretérito) e os quatro tempos compostos (pretérito perfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro do presente e futuro do pretérito) do MODO INDICATIVO, os três tempos simples (presente, pretérito imperfeito, futuro) e os três tempos compostos do MODO SUBJUNTIVO (pretérito perfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro), e as duas formas do MODO IMPERATIVO (afirmativo, negativo).


As formas infinitas são o GERÚNDIO, PARTICÍPIO (regular e irregular) e INFINITIVO (pessoal e impessoal).




PRÓCLISE




1. Estamos obrigados a colocar o pronome oblíquo em posição de próclise quando, antes e na mesma oração do verbo em que ele (o pronome) se apóia, existir qualquer uma das seis classes gramaticais seguintes:


a) conjunção subordinativa integrante ou adverbial;


Exemplo: Se me for útil, comprarei o relógio.


b) pronome relativo;


Exemplo: Foi ele que me mostrou tudo.


c) pronome ou advérbio interrogativo;


Exemplo: Quem nos ajudará no concurso?


d) pronome indefinido;


Exemplo: No fim das contas, tudo se esclarece como deveria.


e) pronome demonstrativo;


Exemplo: Esse me deixou feliz.


f) advérbio ou locução adverbial (não seguido de vírgula).


Exemplo: Sempre te contei tudo.


Novo exemplo:


O homem produz pouco, quando se alimenta mal.



Próclise, porque, antes do verbo alimentar, está a conjunção subordinativa quando que a exige. Observe-se que esse quando está na mesma oração do verbo em que se apóia o pronome se.


1ª Oração: o homem produz pouco


2ª Oração: quando se alimenta mal


Veja-se, agora, este outro exemplo:


O homem produz pouco, quando, pela ausência de diversidade de culturas agrícolas e pela falta de orientação, se alimenta mal.




A palavra quando, embora não esteja imediatamente antes do verbo, continua a exigir próclise, porque está na mesma oração do verbo alimentar.


1ª Oração: O homem produz pouco


2º Oração: quando, pela ausência de diversidade de culturas agrícolas e pela falta de orientação, se alimenta mal.


Tomemos, finalmente, o seguinte exemplo:


O homem que trabalha realiza-se.


Não deve ser próclise? Não! O pronome relativo que, embora esteja antes do verbo realizar, está em uma oração diferente deste:


1ª Oração: O homem realiza-se


2ª Oração: que trabalha


Concluímos, pois, que não basta a palavra de força atrativa estar antes do verbo em que se apóia o pronome oblíquo; é necessário também que pertença à mesma oração do verbo.


Se, antes do verbo, existir advérbio, este exigirá próclise, quando não estiver seguido de vírgula:


'Aqui vos trago provisões' (Gonçalves Dias')


Mas:


Talvez, digam-lhe a verdade.




Resulta disso que as palavras e expressões negativas se constroem, quase sempre, com próclise:


Nunca se sabe no que vai dar.




2. Se o sujeito estiver logo antes do verbo, a próclise será facultativa, com pronomes pessoais e possessivos, pronomes de tratamento, conjunções coordenativas, substantivos e numerais:




Ele se feriu. ou Ele feriu-se.


O homem se supera. ou O homem supera-se.


Os três te avisarão. ou Os três avisar-te-ão.


Vossa Excelência se impressionou. ou Vossa Excelência impressionou-se.


Pensou, mas arrependeu-se. ou Pensou, mas se arrependeu.


Os seus te lembraram. ou Os seus lembraram-se.


Nota: Essa faculdade não pode contrariar a REGRA 1. Se o sujeito for um pronome indefinido, a próclise será obrigatória:


Ninguém me convencerá.


Tudo se fez em prol da causa.




3. Faz-se próclise também nas orações interrogativas iniciadas por pronomes ou advérbios interrogativos, orações exclamativas iniciadas por palavra exclamativa e orações optativas (orações que exprimem desejo) e com as formas verbais proparoxítonas e com as orações sindéticas alternativas:


Quem te disse que ele não viria?


Quanto me custa dizer a verdade!


Deus te guie!


Nós a encontráramos antes de ele chegar.


Ou me apresenta o trabalho, ou te reprovarei.




MESÓCLISE




Respeitadas as regras estabelecidas para a próclise, far-se-á mesóclise, caso o verbo esteja no FUTURO DO PRESENTE (cantarei, procuraremos, direis, amará etc.) ou no FUTURO DO PRETÉRITO (cantaria, procuraríamos, diríeis, amaria etc.). É uma colocação restrita à linguagem formal, culta e literária, não ocorrendo na fala espontânea de nenhum falante do português do Brasil, a menos que seja intencional. Geralmente é substituída por uma locução verbal formada pelo verbo auxiliar ir. Deve ser evitada em textos argumentativos, por conferir um tom cerimonioso ao discurso.




Procurar-te-emos no escritório.


Diante de uma platéia educada, cantar-se-ia melhor.


Os amigos sinceros lembrar-nos-ão um dia.




Ênclise


Nos demais casos.


Arrependeu-se do que fez.


Digam-me a verdade.






II - REGRAS DE COLOCAÇÃO NAS FORMAS INFINITAS




GERÚNDIO


¾ precedido em “EM” ou de advérbio não-virgulado: PRÓCLISE


¾ demais casos: ÊNCLISE




Em se tratando de internet, eu sou um especialista.


Usaremos essa técnica, pouco nos interessando o que a crítica possa dizer.


Ele falou francamente, revelando-nos a verdade.




INFINITIVO IMPESSOAL


¾ negativo ou precedido de qualquer preposição: PRÓCLISE OU ÊNCLISE


¾ demais casos: ÊNCLISE




Para te dizer a verdade, não sei se ele virá. ou


Para dizer-te a verdade, não sei se ele virá.


Sua intenção era não se contrariar. ou


Sua intenção era não contrariar-se.


Convém contar-lhe tudo.


Ofender-te não era minha intenção.




INFINITIVO PESSOAL ou FUTURO DO SUBJUNTIVO


- sempre PRÓCLISE




Para nos realizarmos, devemos seguir nosso ideal.


Quando nos formarmos, teremos um plano novo.


PARTICÍPIO


jamais aceita ÊNCLISE.

Em 'é importante superá-la', parece futuro do subjuntivo, mas na verdade o verbo está no infinitivo.

Basta substituir o verbo 'superar', que é regular, por um irregular, como 'fazer', por exemplo. Teremos o seguinte: 'é importante fazê-la'.




III - ÊNCLISE DOS PRONOMES “O”, “A”, “OS” e “AS”




1. Se a forma verbal termina por R, S ou Z, suprime-se esse R, S ou Z e antepõe-se L ao pronome oblíquo:




procurar + o = procurá - lo


dissestes + o = disseste - lo


diz + o = di - lo




2. Se o verbo termina por um ditongo nasal (ão, õe) ou por m, antepõe-se n ao pronome oblíquo:




dão + o = dão-no


repõe + o = repõe-no


dizem + o = dizem-no




3. Nos demais casos, nada varia.




Observação:


Ao colocar o pronome nos após as formas verbais terminadas em –mos, suprime-se o s:


dirigimos-nos = dirigimo-nos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Anvisa discute regulamentação de cigarro eletrônico, nesta sexta-feira

A diretoria colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária vai se reunir nesta sexta-feira (1º), para avaliar se coloca em consulta p...