quinta-feira, 17 de junho de 2021

Elias Santana - morfologia: 10 classes gramaticais

 MORFOLOGIA


(AS 10 CLASSES GRAMATICAIS)




1. Substantivo


Substantivos são as palavras que representam os seres em geral, quer sejam concretos (livro), quer sejam abstratos (liberdade), quer sejam comuns (rio, cidade, homem) quer sejam próprios (Jacuí, Porto Alegre, José), quer sejam termos primitivos (sapato), quer sejam derivados (sapataria), quer sejam termos simples (flor, sol), quer sejam compostos (beija-flor, girassol), quer sejam coletivos (bando, enxame).


Mas qualquer palavra pode ser substantivada, desde que exerça função de substantivo na frase. Por exemplo, "sábio" é adjetivo, porque podemos dizer "homem sábio", mas, em "O sábio estuda", passa a ser substantivo, porque exerce função (sujeito) típica de substantivo. Nessa condição, aceita até ser adjetivado: "O sábio responsável estuda". Em "Viver alegre contrapõe-se a morrer triste", "viver" e "morrer" são verbos substantivados, porque exercem, respectivamente, as funções de núcleo do sujeito e núcleo do objeto indireto.




2. Adjetivo


É a palavra que expressa uma qualidade e "encaixa diretamente" ao lado de um substantivo, quer seja primitivo (feliz), quer seja derivado (apaixonado), quer seja simples (bonito), quer seja composto (verde-escuro), quer seja pátrio (paulista), quer seja explicativo (fogo quente), quer seja restritivo (cantora baiana).


Tomemos a palavra "bondoso" para exemplo. É, com efeito, um adjetivo, porque, além de expressar uma qualidade, pode ser “encaixada diretamente” ao lado de um substantivo:


homem bondoso, moça bondosa, pessoa bondosa


Já com a palavra "bondade", embora expresse uma qualidade, não acontece o mesmo; não faz sentido dizer: homem bondade, moça bondade, pessoa bondade.


"Bondade", portanto, não é adjetivo, mas substantivo, porque admite o artigo: "a bondade". O substantivo encaixa ao lado de outro substantivo, mas não diretamente e, sim, através de uma preposição: homem de bondade, moça de bondade, pessoa de bondade.




3. Pronomes




PESSOAIS


Os pronomes pessoais, que tomam o lugar da pessoa que fala (1ª pessoa - falante), da pessoa com quem falamos (2ª pessoa - interlocutor) ou da pessoa de quem falamos (3ª pessoa - referente), podem ser:




RETOS E OBLÍQUOS


São retos os que exercem a função de sujeito, predicativo do sujeito, aposto ou vocativo, esse último com tu e vós.

São oblíquos os que exercem as demais funções sintáticas.

Quando átonos, exercem as funções de objeto direto, objeto indireto, adjunto adnominal, complemento nominal ou sujeito de infinitivo, com verbo causativo ou sensitivo.

Quando tônicos, exercem as funções de objeto indireto, objeto direto preposicionado, complemento nominal, agente da passiva ou adjunto adverbial.




PRONOMES PESSOAIS


Pessoa


Retos


Oblíquos


Gramatical




Átonos


Tônicos



singular


eu


me


mim, comigo



plural


nós


nos


conosco



singular


tu


te


ti, contigo



plural


vós


vos


convosco



singular


ele, ela


se, o, a, lhe


si, consigo



plural


eles, elas


se, os, as, lhes


si, consigo






EMPREGO (CERTO X ERRADO)




a) Eu e tu x mim e ti - Se houver preposição antes, devemos usar mim e/ou ti, e não eu e/ou tu:


Entre mim e ti não há desavenças.


Sobre Joana e ti nada se pode dizer


Devo a ti esta conquista.


Constrói esta casa para mim.




Se, todavia, acrescentarmos um verbo no infinitivo, devemos usar eu e/ou tu:


Constrói esta casa para eu morar.


Ele disse que é para eu e tu partirmos.




b) Si e consigo - Estes pronomes somente podem ser empregados, se se referirem ao sujeito da oração:


Joana só pensa em si. ("Si" refere-se a "Joana": sujeito)


O poeta gosta de ficar consigo mesmo. ("Consigo" refere-se a "poeta": sujeito.)




Estão erradas, portanto, frases como estas:


Creio muito em si, meu amigo.


Quero falar consigo.




"Si" e "consigo" estão referindo-se à pessoa com quem falamos, o não ao sujeito de "creio" e "quero", que é "eu", subentendido. Para corrigi-las, basta substituir "si" e "consigo" por "você", "senhor", "V.Sa." etc., conforme exigir a situação:


Creio muito em você, meu amigo.


Quero falar com o senhor.




c) Conosco e convosco - Se vierem seguidos de uma expressão complementar como mesmos, próprios, todos, outros, ambos, um numeral ou uma frase inteira, desdobram-se em "com nós" e "com vós":


Esta missão é com nós mesmos.


Com vós, jovens, sempre estou bem.




d) Ele(s), ela(s) x o(s), a(s) - Não raras vezes ouvimos: "Vi ela no teatro", "Não queremos eles aqui", frases em que o pronome reto, erradamente, está exercendo a função de objeto direto. O certo é: "Vi-a no teatro", "Não os queremos aqui".




b) DE TRATAMENTO


São pronomes de tratamento você, senhor, senhora, senhorita, dom, dona, madame e as expressões usadas para se referir às pessoas de modo cerimonioso e oficial, que integram o quadro seguinte:




PRONOME


ABREVIATURA SINGULAR


ABREVIATURA PLURAL


USA-SE PARA:


Vossa(s)


Excelência(s)


V. Ex.ª


V. Ex.as


1


Vossa(s) Magnificência(s)


V. Mag.ª


V. Mag.as


2


Vossa(s)


Senhoria(s)


V. S.ª


V. S.as


3


Vossa(s)


Santidade(s)


V. S.


Não existe


4


Vossa(s)


Eminência(s)


V. Em.ª


V. Em.as


5


Vossa(s)


Excelência(s)


Reverendíssima(s)


V. Ex.ª Rev.ma


V. Ex.as Rev. mas


6


Vossa(s)


Reverendíssima(s)


V. Rev.ma


V. Rev. mas


7


Vossa(s)


Reverência(s)


V. Rev.ª


V. Rev.as


8


Vossa(s)


Majestade(s)


V. M.


VV. MM.


9


Vossa(s)


Alteza(s)


V. A.


VV. AA.


10




Autoridade superior: presidente (sem abreviatura), ministro, embaixador, governador, secretário de Estado, prefeito, senador, deputado federal, estadual e distrital (no caso do Distrito Federal), desembargador, juiz, general, almirante, brigadeiro, presidente da Câmara dos Vereadores, presidente de instituição cultural e científica, estabelecimento bancário e financeiro;




Reitor de universidade e qualquer outra instituição de ensino superior para o qual também se pode usar V. Ex.ª;




Chefe de seção, comerciante em geral, funcionário graduado, presidente de empresa e diretor de escola / faculdade, secretário, diretor de autarquia, vereador, linguagem comercial;




4) Papa e Dalai Lama;




5) Cardeal;


6) Arcebispo e bispo;




7) Religioso em geral, sacerdote, bispo, padre, pastor;




8) Religioso sem graduação;




9) Rei e imperador;




10) Príncipe, arquiduque e duque.




Observações:


Todas essas expressões se apresentam também com SUA para cujas abreviaturas basta substituir o "V" por "S".


As formas de tratamento cerimonioso são mais usadas em Portugal que no Brasil. 

Vossa Excelência só se usa para o Presidente da República, ministros, governadores dos Estados e do Distrito Federal, senadores, deputados federais, estaduais e distritais, juízes, desembargadores e as mais altas patentes militares, tanto na linguagem falada quanto na escrita.

Vossa Senhoria é tratamento raro na língua falada. Na língua escrita, ainda se usa em cartas comerciais, requerimentos, ofícios etc., quando não é próprio o tratamento de Vossa Excelência.

As outras formas são protocolares e se usam especificamente para os cargos já indicados. No tratamento direto, pode-se substituí-las por outras formas também respeitosas, mas menos solenes. Por exemplo, a um sacerdote é comum tratá-lo por Senhor, em vez de Vossa Reverendíssima.


Em regra, doutor não é forma de tratamento, mas título acadêmico. Evite usá-lo indiscriminadamente. Seu uso se limita àqueles que concluíram o grau acadêmico de doutorado. Por questão histórica, é comum chamar de doutor os bacharéis, especialmente os bacharéis em Direito, em Medicina e em Odontologia, embora não tenham doutorado. Nos demais casos, o tratamento Senhor confere a desejada formalidade à comunicação.

O mesmo vale para o título de Professor. No Brasil é usado para docentes de qualquer grau de ensino, enquanto em Portugal seu uso se limita aos docentes de ensino primário e de ensino superior.


Na correspondência oficial, o vocativo deve vir com a palavra Senhor: Senhor Ministro, Senhor Senador, Senhor Juiz, Senhor Deputado, Senhor Governador, Senhor Prefeito, etc. O uso da vírgula é obrigatório.




EMPREGO


a) Vossa Excelência etc. x Sua Excelência etc. - Os pronomes de tratamento com "Vossa(s)" empregam-se em relação à pessoa com quem falamos:


Espero que V. Ex.ª, Senhor Ministro, compareça a este encontro.




Com "Sua(s)" são empregados, quando falamos a respeito da pessoa:


Todos os membros da C.P.I. afirmaram que Sua Excelência, o Senhor Presidente da República, agiu com propriedade.




b) 3ª pessoa - Os pronomes de tratamento são da 3ª pessoa; portanto, os verbos, os pronomes possessivos e os pronomes oblíquos empregados em relação a eles devem ficar na 3ª pessoa;


Basta que V. Ex.as cumpram a terça parte das suas promessas, para que seus eleitores lhes fiquem reconhecidos.




c) Uniformidade de Tratamento - Quando escrevemos ou nos dirigimos a alguém, não é permitido mudar, ao longo do texto, a pessoa do tratamento escolhida inicialmente. Assim, por exemplo, se começamos a chamar alguém de "você", não poderemos usar "te" ou "teu", o os verbos, evidentemente, vão para a 3ª pessoa. Eis um texto errado, do tipo, aliás, muito freqüente em nossa música popular:


Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos teus cabelos. Não mais permitirei que te afastes de mim.




Ou corrigimo-lo assim:


Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos seus cabelos. Não mais permitirei que se afaste de mim.


Ou assim:


Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos teus cabelos. Não mais permitirei que te afastes de mim.


Sai que é sua, Taffarel. (errado)

Saia que é sua, Taffarel. (correto)

Sai que é tua, Taffarel. (correto)

Saia da Sibéria e vem pra Net já. (errado)

Saia da Sibéria e venha pra Net já. (correto)

Sai da Sibéria e vem pra Net já. (correto)

Se você gosta de cerveja, experimenta esta. (errado)

Se você gosta de cerveja, experimente esta. (correto)

Se tu gostas de cerveja, experimenta esta. (correto)

Você quer um desconto? Faz um 21. (errado)

Você quer um desconto? Faça um 21. (correto)

Tu queres um desconto? Faz um 21. (correto)




POSSESSIVOS


Com eles indicamos a coisa possuída e a pessoa gramatical possuidora. No quadro abaixo, vemo-los relacionados aos respectivos pronomes pessoais:




PESSOAIS


POSSESSIVOS


Eu


meu, minha, meus, minhas


Tu


teu, tua, teus, tuas


Ele, você, V. Ex.ª etc.


seu, sua, seus, suas


Nós


nosso, nossa, nossos, nossas


Vós


vosso, vossa, vossos, vossas


Eles


seu, sua, seus, suas


Nossa pode ser usado como interjeição, por derivação imprópria.

Vossa e sua podem fazer parte de pronomes de tratamento.








EMPREGO




a) Ambigüidade - "Seu", "sua", "seus" e "suas" têm dado origem a frases como estas:


O policial prendeu o ladrão em sua casa.


O jovem foi com a namorada para o seu colégio.




A casa é a do policial ou a do ladrão? É o colégio é o do jovem ou o da namorada?


Corrigem-se, substituindo o pronome por outro ou aproximando a coisa possuída do possuidor:


O policial prendeu o ladrão na casa deste.


O jovem foi para o seu colégio com a namorada.




b) "Machuquei a minha mão" - Não se usam os possessivos em relação às partes do corpo, peças de vestuário ou qualidades do espírito, quando se referem ao próprio sujeito. Nesse caso, o uso do artigo já denota posse. Também a palavra casa, quando significa lar próprio, dispensa o possessivo, exceto quando se deseja dar ênfase à expressão. Devemos, pois, dizer:


Machuquei a mão. (E não "a minha mão")


Ele sujou a camisa. (E não "a sua camisa")


Perdeste a razão? (E não "a tua razão")


Estou em (minha) casa.


c) Nem sempre os pronomes possessivos indicam posse. Podem ter outros usos, como:


Meu caro amigo, sinto muitas saudades de você! (afetividade)


Minha senhora, a recepção é aqui ao lado. (respeito)


Ele deve ter seus quarenta anos. (cálculo aproximado)


Seu ingrato, não reconhece meu valor? (ofensa)


d) Os possessivos geralmente vêm antes do substantivo. Quando vêm depois dele, podem mudar o sentido.


Estou com sua foto. (a foto lhe pertence)


Tenho uma foto sua. (você está na foto)


e) Muitas vezes, a ideia de posse é representada pelos pronomes oblíquos me, te, nos, vos, lhe, lhes.


Renovaram-lhe as esperanças. (= as esperanças dele/dela)


f) A palavra seu, que antecede nomes de pessoa ou de profissão, não é pronome possessivo, mas uma alteração fonética de senhor.


Seu Pedro já vendeu sua casa.




RELATIVOS


São as palavras que, quem, qual, cujo, onde, como, quando, quanto, desde que:


a) tenham como precedente um substantivo e como conseqüente um verbo;


b) possam ser substituídos, sem quebra de sentido, por uma expressão onde aparece qual ou quais. O uso desse artifício é impossível com o pronome cujo e suas flexões, que, sem dúvida, são sempre pronomes relativos:


Os livros que li ajudaram-me.


(Os livros os quais li ajudaram-me.)


A casa onde moro tem goteiras.


(A casa na qual moro tem goteiras.)


O qual e cujo são sempre relativos.

Que, quem, onde, quanto, como e quando podem ou não ser relativos.




DEMONSTRATIVOS


São os que localizam ou identificam o substantivo.


MASCULINO


FEMININO


NEUTRO


este(s)


esta(s)


isto


esse(s)


essa(s)


isso


aquele(s)


aquela(s)


aquilo




Ainda são demonstrativos:


O, A. OS, AS, quando antecedem o QUE e podem ser substituídos por AQUELE(S), AQUELA(S), AQUILO:


Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.)


Esta rua não é a que te indiquei. (Esta rua não é aquela que te indiquei.)


SEMELHANTE, como demonstrativo de identidade:


Você foi corajoso em proferir semelhante palavra.


TAL, quando sinônimo de esse:


Tal atitude foi inesperada. (essa)


MESMO e PRÓPRIO, quando sinônimos de idêntico ou em pessoa:


Nesse mesmo lugar nos encontramos pela primeira vez. (idêntico)


A própria professora deu a notícia. (em pessoa)



EMPREGO




Este(s), esta(s), isto indicam que o ser está próximo da pessoa que fala:


Este livro que tenho aqui em minha mão esclarece o assunto.




Esse(s), essa(s), isso indicam o ser que está próximo da pessoa com quem falamos:


Essa caneta com que escreves pertence a mim.


Aquele(s), aquela(s), aquilo indicam o ser que estiver longe de ambas as pessoas:


Aquele quadro que vemos na parede é antigo.




Agora, prestemos atenção a estes exemplos:




1) "A mim só interessa isto: realizar os meu ideais." "Realizar os meus ideais: isso é o que me interessa."


Isto (ou este, ou esta) indica uma idéia que ainda não foi expressa. Isso (ou esse, ou essa) indica uma idéia que já foi expressa.


2) "As palavras afetuosas e os ditos irônicos são como as flores e os espinhos: aquelas perfumam; estes ferem.(ou estes ferem; aquelas perfumam.)"


Ao nos referirmos a duas idéias anteriormente expostas, este(s), esta(s), isto indicam a idéia mais próxima, isto é, a última; aquele(s), aquela(s), aquilo indicam a idéia mais afastada, isto é, a primeira. Se houver mais de duas idéias a serem retomadas, em vez de demonstrativos, usam-se os numerais ordinais: o primeiro, o segundo, o terceiro etc.


3) "Esta seção precisa de papel."


"Esperamos que essa seção atenda ao nosso pedido."


Este(s), esta(s), isto indicam o local (cidade, rua, repartição, estado etc.) de onde escrevemos. Esse(s), essa(s), isso indicam o local em que se encontra o nosso correspondente.


4) "Neste século XX, vimos coisas de espantar." "Naquele (ou Nesse) tempo, disse Jesus a seus discípulos..."


Em relação a tempo, este(s), esta(s) indicam o presente; esse(s), essa(s) indicam o passado ou futuro próximo; aquele(s), aquela(s) indicam o passado ou futuro muito distante.




Observação:


Os pronomes demonstrativos podem combinar-se com preposições: nesse, desse, naquele, nessa, dessa, naquela, nisso, disso, naquilo, àquele, àquela, àquilo), o que em nada modifica os empregos referidos.




INDEFINIDOS


São os que determinam o substantivo de modo vago, de maneira imprecisa.




LISTA DOS INDEFINIDOS


VARIÁVEIS




MASCULINO


FEMININO


INVARIÁVEIS


SINGULAR


PLURAL


SINGULAR


PLURAL




algum


alguns


alguma


algumas


alguém


certo


certos


certa


certas


algo


muito


muitos


muita


muitas


nada


nenhum


nenhuns


nenhuma


nenhumas


ninguém


outro


outros


outra


outras


outrem


qualquer


quaisquer


qualquer


quaisquer


cada


quanto


quantos


quanta


quantas




tanto


tantos


tanta


tantas




todo


todos


toda


todas


tudo


vário


vários


vária


várias




pouco


poucos


pouca


poucas

 

Fulano, sicrano e beltrano são substantivos, e não pronomes.

Algures, alhures e nenhures são advérbios de lugar, e não pronomes.






INTERROGATIVOS


Chamam-se interrogativos os pronomes indefinidos que, quem, qual e quanto, empregados para formular uma pergunta direta ou indireta:




Que trabalho estão fazendo?


Diga-me que trabalho estão fazendo.


Quem disse tal coisa?


Ignoramos quem disse tal coisa.


Qual dos livros preferes?


Não sei qual dos livros preferes.


Quantos passageiros desembarcaram?


Pergunte quantos passageiros desembarcaram.




DIFERENÇA ENTRE OS PRONOMES SUBSTANTIVOS E OS PRONOMES ADJETIVOS




Pronomes adjetivos são aqueles que simplesmente acompanham os substantivos:


Este moço é meu irmão.


Estes dois simpáticos e elegantes moços são meus irmãos.




Pronomes substantivos são aqueles que substituem ou representam tão bem o substantivo, que é como se ele estivesse presente:


Nem tudo está perdido.


(Nem todos os bens estão perdidos.)




Os pronomes "fanáticos" são os pessoais, os de tratamento e os relativos. Eles são sempre substantivos; por isso, dispensam essa classificação. Basta chamá-los simplesmente pronomes pessoais, pronomes de tratamento e pronomes relativos.


Os outros ora são pronomes substantivos, ora são pronomes adjetivos.


Sendo assim, nos exemplos seguintes, eles se comportam como:




A caneta é minha.


minha – pron. subst. possessivo.


Minha sogra é um anjo.


minha – pron. adj. possessivo.


Aquilo que fizeste não se faz.


aquilo – pron. subst. demonstrativo.


Aquela criança veio ao mundo por acidente.


aquela – pron. adj. demonstrativo.


Ninguém entra em fria por querer.


ninguém – pron. subst. indefinido.


Nenhum homem conseguirá convencê-la.


nenhum – pron. adj. indefinido.


Que queres comigo?


que – pron. subst. interrogativo.


Quantas moedas vais oferecer?


quantas – pron. adj. interrogativo.




4. Artigo


É artigo a palavra que, vindo (diretamente ou não) antes de um substantivo, indica se o mesmo está sendo empregado de maneira definida ou indefinida. É por isso que os artigos se subdividem em:


a) Artigos definidos - o, a, os, as - porque deixam definido, determinado o substantivo a que se referem.


Ao dizermos: "Mário, joga fora o cigarro!" estamos nos referindo a um cigarro determinado: aquele que Mário provavelmente estaria fumando.


b) Artigos indefinidos - um, uma, uns, umas - porque deixam indefinido, indeterminado, vago o substantivo a que se referem.


Quando dizemos: "Mário, dá-me um cigarro!" estamo-nos referindo a um cigarro indeterminado. Mário nos daria qualquer um dos que ele tivesse no maço. Mas eu e Mário teríamos o mau hábito (definido) de fumar




5. Numeral


É a palavra que indica uma quantidade exata ou um lugar numa série.


Os numerais podem ser:


a) Cardinais - quando indicam a quantidade exata dos seres: um, dois, três, cem mil... São invariáveis, exceto um, dois, ambos e as centenas de duzentos a novecentos, que variam em gênero, milhão, bilhão e trilhão, que variam em número.


b) Ordinais - quando indicam a ordem (posição) que o ser ocupa numa série: primeiro, segundo, terceiro, centésimo, milésimo... Variam em gênero e número.




Segue uma lista dos ordinais que mais se erram:


40º - quadragésimo 300º - trecentésimo ou tricentésimo


50º - qüinquagésimo 400º - quadringentésimo


60º - sexagésimo 500º - qüingentésimo


70º - septuagésimo ou setuagésimo 600º - seiscentésimo ou sexcentésimo


80º - octogésimo 700º - septingentésimo ou setingentésimo


90º - nonagésimo 800º - octingentésimo


100º - centésimo 900º - nongentésimo ou noningentésimo


200º - ducentésimo 1.000º - milésimo




c) Multiplicativos - quando indicam multiplicação, ou seja, quantas vezes a quantidade foi aumentada: dobro, triplo, quádruplo... São invariáveis em função substantiva, e variáveis em gênero e número em função adjetiva.


d) Fracionários - quando indicam divisão, ou seja, em quantas partes a quantidade foi dividida: meio, metade, terço, quarto... São variáveis em gênero e número, conforme o cardinal que o antecede.










6. Advérbio


É a palavra invariável que se relaciona ao verbo para atribuir-lhe uma circunstância. Segundo a nova nomenclatura gramatical brasileira, os advérbios podem ser:


a) de afirmação - sim, realmente, deveras, certamente, efetivamente, incontestavelmente etc.;


b) de dúvida - talvez, quiçá, porventura, acaso, provavelmente, possivelmente, eventualmente etc.;


c) de intensidade - muito, pouco, assaz, demais, bastante, mais, menos, tão, tanto, quão, meio etc.:




Nota: É de observar que as palavras "muito", "pouco" o "tanto" também podem ser pronomes indefinidos. A diferenciação é fácil: podendo variar em gênero ou número, serão pronomes indefinidos; quando forem invariáveis, serão advérbios.


Maurício estuda pouco.


Ele dispõe de pouco tempo.




No primeiro exemplo, qualquer que seja a modificação de gênero ou número introduzida na frase, "pouco" permanecerá invariável.


No segundo exemplo, basta substituir "tempo" por "horas", para que tenhamos:


Ele dispõe de poucas horas.


Portanto, o primeiro é advérbio e o segundo é pronome indefinido.




d) de interrogação - onde, como, quando e por que nas interrogações diretas ou indiretas:


Onde vais?


Como vais?


Quando vais?


Por que voltaste?


Quero saber onde vais.


Mandaram perguntar como vais.




Nota: Não se deve confundir advérbio interrogativo com pronome interrogativo. Alguns gramáticos propõem advérbios interrogativos de finalidade (para que), de preço e intensidade (quanto)






e) de lugar - aqui, ali, aí, lá, cá, acolá, além, aquém, acima, abaixo, atrás, dentro, junto, defronte, perto, longe etc.


f) de modo - assim, bem, mal, depressa, devagar, melhor, pior e a maior parte dos advérbios terminados em mente.


g) de negação - não, tampouco, absolutamente.


h) de tempo - agora, amanhã, já, depois, anteontem, ontem, hoje, jamais, sempre, nunca, enfim, outrora, breve, antigamente, novamente, brevemente, raramente, atualmente etc.




Observação 1:


Foi dito que o advérbio se refere ao verbo; acrescente-se, agora, que ele também pode referir-se a um adjetivo ou a outro advérbio.


Ele trabalha muito. muito Þ trabalha


Ele é muito trabalhador. muito Þ trabalhador


Ele poderia trabalhar muito mais. muito Þ mais






Observação 2:


Também existem as chamadas locuções adverbiais que vêm quase sempre introduzidas por uma preposição: sem dúvida, quem sabe, em excesso, de jeito nenhum, à tarde, à vontade, à direita.




7. Preposição




É a palavra invariável que serve de ligação entre dois termos de uma oração ou, às vezes, entre duas orações:


Ele comprou um livro de poesia.


Ele tinha medo de ficar solitário.




Como se vê, a preposição "de", no primeiro exemplo, liga termos de uma mesma oração; no segundo, liga orações.




Preposições Essenciais - Eis a lista: a, ante, até, após, com, contra, de, desde, durante, em, entre, para, per, perante, por, sem, sob, sobre, trás. São as que atuam sempre como preposição.


Preposições Acidentais - afora, como, conforme, segundo, consoante, durante, mediante, exceto, fora, menos, salvo, tirante, senão, visto, que. São palavras de outras classes gramaticais que podem funcionar como preposição.




Locuções Prepositivas




Além das preposições essenciais e acidentais, existem também as chamadas locuções prepositivas, que terminam sempre por uma preposição essencial: abaixo de, acerca de, acima de, a despeito de, adiante de, a fim de, além de, antes de, ao lado de, a par de, apesar de, a respeito de, atrás de, através de, de acordo com, debaixo de, de cima de, defronte de, dentro de, depois de, diante de, embaixo de, em cima de, em frente de(a), em lugar de, em redor de, em torno de, em vez de, graças a, junto a (de), para baixo de, para cima de, para com, perto de, por baixo de, por causa de, por cima de, por detrás de, por diante de, por entre, por trás de, não obstante.






8. Interjeições




São palavras, sem valor sintático, que exprimem estados de espírito, sensações e emoções:


"ai!", "oh!", "socorro!"




9. Conjunções




Palavras ou locuções invariáveis que ligam orações e termos de mesma função sintática estabelecendo relações entre elas.


Dividem-se em dois grupos: coordenativas e subordinativas.




COORDENATIVAS




Aditivas


Tipo: e


Relação: e, nem (= e não), também, que, mas também, mas ainda, como também (depois de não só), mais (na matemática ou em linguagem regional) etc.




Observação:


Em geral, cada categoria tem uma conjunção típica.


Assim é que, para classificar uma função ou locação conjuntiva, é preciso que ela seja substituível, sem mudar o sentido do período, pelo tipo. Por exemplo, o "que", normalmente explicativa, somente será conjunção coordenativa aditiva, se for substituível pelo tipo "e":


"Dize-me com quem andas, que eu te direi quem és".




Alternativas


Relação: ou, ou... ou, já ... já, seja... seja, quer... quer, ora... ora, agora... agora, talvez... talvez.




Observação:


As alternativas caracterizam-se pela repetição, exceto "ou" cujo primeiro elemento pode ficar subentendido.




Adversativas


Tipo: mas


Relação: mas, porém, contudo, todavia, no entanto, entretanto, senão, não obstante, inobstante.








Observação:


As adversativas, exceto "mas", podem aparecer deslocadas. Nesse caso, a substituição pelo tipo só é possível, se devolvidas ao início da oração:


Esforçou-se muito; não logrou, contudo, êxito.


Esforçou-se muito, contudo (=mas) não logrou êxito.




Conclusivas


Tipo: portanto


Relação: portanto, logo, por conseguinte, assim, pois, então, por isso, por fim, enfim, conseguintemente, conseqüentemente, dessarte, destarte.




Explicativas


Tipo: porque


Relação: porque, pois, que, porquanto, visto que, já que, uma vez que, como, na medida em que.




SUBORDINATIVAS




Causais


Idem às explicativas. A diferença é a seguinte: será causal se fizer referência a um fato, e explicativa se fizer referência a uma sugestão, ordem ou suposição.




Condicionais


Tipo: se


Relação: se, caso, contanto que, desde que, uma vez que, e, a não ser que, a menos que, salvo se, exceto se, sem que.




Concessivas


Tipo: embora


Relação: embora, conquanto, ainda que, posto que, mesmo que. em que, se bem que, por mais que, por menos que, por muito que, por melhor que, por pior que, nem que.




Conformativas


Tipo: conforme


Relação: conforme, consoante, segundo, como, de acordo com.




Consecutivas


Tipo: que

Relação: que (precedido de "tão", "tal", "tamanho" ou "tanto”), de maneira que, de modo que, de forma que, de sorte que, de jeito que.




Comparativas


Tipo: como

Relação: que, do que (precedidos de "mais", "menos", "maior", “menor", "melhor" ou "pior"), como (precedido ou não de "tão", "tal" ou "tanto”), qual (precedido de "tal"), quanto (precedido de "tanto"), quão (precedido de "tão").




Finais


Tipo: para que


Relação: a fim de que, para que, porque (= para que), que.




Integrantes

Sem valor semântico específico, apenas ligam as orações


Relação: que, se




Observação:


O "que" a o "se" serão conjunções subordinativas integrantes, se a oração por eles iniciada responder à pergunta "Qual é a coisa que ... ?”, formulada com o verbo da oração anterior.


Não sei se se morre de amor.


- Qual é a coisa que não sei?


- Se se morre de amor.




Proporcionais


Tipo: à medida que


Relação: à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto mais... mais, quanto menos... menos.




Temporais


Tipo: quando


Relação: quando, logo que, assim que, depois que, sempre que, antes que, até que, desde que, enquanto, ao tempo que, apenas, mal.




Valor das conjunções




Para lá de importante é ter domínio sobre o valor semântico (o sentido) das conjunções, ou seja, é preciso saber que circunstâncias nos trazem as orações iniciadas por elas, relativamente à idéia expressa na oração à qual estão ligadas. Tais circunstâncias inferem-se, em geral, do próprio nome das conjunções. Por exemplo, na frase: "Estamos bem preparados, portanto teremos um bom desempenho", a conjunção (portanto) é conclusiva, e a oração iniciada por ela (negrito) expressa uma conclusão, decorrente do que se diz na oração anterior, isto é, do fato de estarmos bem preparados.


Assim, as conjunções, além de ligar orações, indicam as seguintes circunstâncias:




Aditiva - adição, soma, acréscimo:


As flores embelezam e perfumam o ambiente.




Alternativa - alternância, escolha, exclusão:


"Ou troteia, ou sai da estrada."




Adversativa - adversidade, oposição, contraste, ressalva, mudança na direção argumentativa:


O Brasil é um país rico, mas os brasileiros são pobres.


Conclusiva - conclusão, conseqüência lógica:


"Penso, logo existo."




Explicativa - explicação, justificativa:


Trabalhemos, porque o trabalho dignifica.




Causal - causa, razão, motivo:


"Estou triste, porque não tenho você perto de mim."




Condicional - condição, hipótese, pré-requisito:


Se a chuva parar, iremos ao jogo.




Concessiva - concessão, quebra de expectativa.


Embora tenhamos pouco tempo, concluiremos o trabalho.




Conformativa - conformidade, concordância, adequação:


Devemos proceder conforme estabelece o regulamento.


Consecutiva - conseqüência, efeito, resultado, produto:


Tem contado tantas mentiras, que ninguém acredita nele.


Comparativa - comparação:


O perfume de jasmim é tão saliente quanto o da rosa é discreto.




Final - finalidade, objetivo, intuito, intenção:


Estudarei esse assunto, a fim de que possa compreendê-lo.




Proporcional - proporção direta ou inversa, simultaneidade, medida:


À proporção que estudava, compreendia melhor o assunto.




Temporal - tempo, momento:


Quando voltares, visita-me.


Integrante - a conjunto integrante inicia uma oração que integra o sentido (além de exercer uma função sintática) de um termo da oração anterior:


Espera-se que venças. (sujeito de "esperar")


A verdade é que vencerás. (predicativo)


Sei que vencerás. (objeto direto de "saber")


Tudo depende de que estudes. (objeto indireto de "depender”)


Tenho medo de que fracasses. (complemento nominal de "medo")




10. Verbo


É a palavra com que se expressa uma ação (cantar, vender) ou um estado (ser, estar).


Nota: Quanto à conjugação e emprego dos tempos, ver "Flexão Verbal".

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