quinta-feira, 17 de junho de 2021

Elias Santana - flexão nominal

 FLEXÃO NOMINAL




FORMAÇÃO DO PLURAL




1. REGRA GERAL


Em palavra terminada por vogal acrescenta-se "s":


Livro - livros, série - séries, pó - pós, café - cafés.




2. REGRAS ESPECIAIS


a) Regra do "LEÃO e do CIDADÃO ALEMÃO".


No plural, teremos: "Os leões e os CIDADÃOS ALEMÃES. Assim, as palavras terminadas em ÃO:


- trocam ÃO por ÕES (plural mais freqüente: balões, botões, canções, corações... e os aumentativos: casarões, livrões);


- acrescentam "s": cidadãos, cortesãos, cristãos, desvãos, irmãos, pagãos e as paroxítonas terminadas em "ão"(sótãos, órgãos);


- trocam ÃO por ÃES: bastiães, cães, capelães, capitães, catalães, charlatães, escrivães, guardiães, pães, sacristães, tabeliães.




Observação:


Apresentam múltiplos plurais:


alão - alões, alãos, alães;


alazão - alazões, alazães;


aldeão - aldeões, aldeãos, aldeães;


vilão - vilões, vilãos, vilães;


ancião - anciões, anciãos, anciães;


verão - verões, verãos;


castelão - castelões, castelãos;


rufião - rufiões, rufiães;


ermitão - ermitões, ermitãos, ermitães;


sultão - sultões, sultãos, sultães.






b) Regra dos AMORES às GRISES LUZES.


Às terminações R, S ou Z acrescenta-se ES.




Observação:


Paroxítonas e proparoxítonas terminadas em S são invariáveis: os pires, os atlas, os lápis, os ônibus.




c) Regra do - AL, - EL, - OL -UL.


As palavras com essas terminações formam o plural trocando o L por IS: bananais, papéis, faróis, pauis, azuis.




d) Regra do ARDIL do RÉPTIL


As palavras terminadas por IL: oxítonas trocam o L por S (funis, barris); paroxítonas trocam IL por EIS (fáceis, hábeis) .




e) Regra do FOGO nos CORPOS (metafonia)


Na passagem do singular para o plural, há palavras que trocam o timbre fechado da vogal tônica em aberto, como em:


FOGO (ô) - FOGOS (ó) e CORPO (ô) - CORPOS (ó).


É o que acontece com: abrolho, aposto, contorno, caroço, corcovo, corvo, coro, despojo, destroço, escolho, esforço, estorvo, forno, foro, fosso, imposto. jogo, miolo, olho, osso, ovo, poço, porco, posto, povo, reforço, socorro, tijolo, toco, torto, troco, troço.




f) Palavras terminadas em X são invariáveis: os tórax.




3. PLURAL DOS DIMINUTIVOS


Para formar o plural dos diminutivos terminados em ZINHO e ZITO, proceda da seguinte forma:


1º) forme o plural da palavra primitiva;


2º) retire o "s";


3º) acrescente "zinho" ou "zito";


4º) recoloque o "s":




marzinho ......... marezinhos


cãozito .........cãezitos


Assim formamos pãezinhos, florezinhas, anãezinhos, fogõezinhos, anzoizinhos etc.




4. PLURAL DOS COMPOSTOS


Quanto ao plural dos compostos, podemos formular uma regra que é de enorme valor prático. Ei-la:




Em princípio, variam as palavras do composto que forem variáveis isoladamente. São variáveis substantivos, adjetivos e numerais, e são invariáveis verbos, advérbios e prefixos.

Em regra, o verbo é uma classe gramatical variável, mas nos substantivos compostos, não varia. Diferente dos substantivos, adjetivos, artigos, numerais e pronomes, não usa a desinência S para o plural. Para eles, a forma de plural é indicada pela desinência M: compra / compram (apesar de falarmos 'aprendemos').




cartas-bilhetes, amores-perfeitos,


cabras-cegas, segundas-feiras,


guarda-chuvas, sempre-vivas,


grão-duques, bate-bocas,


os ganha-pouco, os pisa-mansinho,


os leva-e-traz, os vai-volta.




Em "guarda-civil", "guarda-noturno" etc., "guarda" é substantivo; portanto, é palavra variável, motivo pelo qual temos "guardas-civis", "guardas-noturnos" etc.


Guarde bem essa regra, mas não se esqueça destas exceções importantes e fáceis de fixar:


Quando o composto contiver preposição, varia apenas o primeiro elemento:




Com a preposição na porta, o "s" não passa.




chapéus-de-sol, pães-de-ló,


pores-de-sol, mulas-sem-cabeça,


cavalos-vapor (a vapor, de vapor), joões-de-barro.




b) Quando o segundo elemento exprime idéia de fim ou semelhança, varia igualmente o primeiro:


navios-escola, salários-família,


peixes-boi, bananas-maçã.




Observação:


Em geral, esses compostos aceitam que se pluralizem ambos os elementos:


navios-escolas, bananas-maçãs, salários-famílias, peixes-bois. (fonte: Houaiss)




c) Pluralizam apenas o último elemento os compostos de dois ou mais adjetivos e os que denotam som de coisas:


médico-cirúrgicos, sócio-político-econômicos, luso-brasileiros, reco-recos, tique-taques.


Exceção: surdos-mudos.




Observação:


Os adjetivos compostos variam somente no último elemento também quanto ao feminino:


obras sócio-poIítico-econômicas, salas médico-cirúrgicas.

FORMAÇÃO DO FEMININO




Os gêneros das palavras da Língua Portuguesa são o masculino e o feminino, conforme admitam o artigo "o" ou o artigo "a".




Masculino


Há palavras que só têm o masculino: o mar, o livro, o telefone, o papel.


Atenção para estes masculinos: o caudal, o elã o champanha, o dó, o eclipse, o formicida, o grama (unidade de peso), o lança-perfume, o milhar, o pijama, o proclama, o saca-rolhas, o telefonema.




Feminino


Há palavras que só têm o feminino: a mesa, a flor, a luz, a parede.




Atenção para estes femininos: a aguardente, a análise, a fama, a cal, a cataplasma, a coma, a dinamite, a faringe, a omoplata, a mó, a tíbia, a variante e os nomes terminados em "gem" (a ferrugem, a lavagem), exceto personagem, diabetes, usucapião e agravante, que podem ser masculinos ou femininos.




Comum de dois gêneros


Há palavras que, sem mudar a forma, tanto servem para indicar o sexo masculino como o sexo feminino, bastando mudar o artigo ou outro determinante; por isso, chamam-se COMUNS DE DOIS:


o artista - a artista, o dentista - a dentista, o jovem - a jovem, o estudante - a estudante, o doente - a doente, o camarada - a camarada, o mártir - a mártir, o selvagem - a selvagem.




Sobrecomum


As palavras que só têm uma forma e um único gênero, mas designam tanto o homem quanto a mulher, são chamadas SOBRECOMUNS:


o cônjuge, a pessoa, o algoz, a testemunha, a vítima, a criança.




Epiceno


Há palavras que, como as sobrecomuns, só têm uma forma o um único gênero, mas servem para designar animais dos dois sexos. São os EPICENOS:


o tigre, o jacaré, a cobra, a pulga.


A distinção, na prática, se necessária, far-se-á da seguinte forma:


o tigre macho, o tigre fêmeo; a cobra macha, a cobra fêmea; ou o macho do tigre, a fêmea da cobra.




Biformes


As palavras que têm uma forma para o masculino e outra para o feminino são BIFORMES. Estas, para a formação do feminino, obedecem a critérios diversos:




1) Terminação "o" - Trocam o "o" por "a":


menino - menina, moço - moça, aluno - aluna, belo - bela.




2) Terminação "ão" - Trocam "ão" por:


"ã": cidadão - cidadã, alemão - alemã, anão - anã, irmão - irmã;


"oa": leão - leoa, leitão - leitoa, patrão - patroa, hortelão - horteloa, tabelião - tabelioa;


"ona": chorão - chorona, pedinchão - pedinchona, valentão - valentona.




3) Terminação "e" - Trocam "e" por "a":


chefe - chefa, gigante - giganta, monge - monja, parente - parenta;




Mas há muitas que são comuns de dois:


o amante - a amante, o cliente - a cliente, o doente - a doente, o habitante - a habitante, o ouvinte - a ouvinte, o servente - a servente, o assistente - a assistente, o superintendente - a superintendente, o viajante - a viajante.




4) Terminação "or", "ês", "l", "z" - Acrescentam "a":


doutor - doutora, professor - professora, freguês - freguesa, inglês - inglesa, zagal - zagala, oficial - oficiala (como adjetivo é invariável), juiz - juíza.




5) Não se enquadram nos casos anteriores:




abade – abadessa ateu – atéia


avô – avó barão – baronesa


bispo – episcopisa ('bispa' é forma popular) imperador – imperatriz


jogral – jogralesa judeu – judia


ladrão – ladra maestro – maestrina


conde – condessa cônsul – consulesa


czar – czarina diácono – diaconisa


dom – dona duque – duquesa


embaixador – embaixatriz europeu – européia


felá – felaína frade – freira


galo – galinha grou – grua


guri – guria herói – heroína


ilhéu – ilhoa papa – papisa


pitón – pitonisa poeta – poetisa


príncipe – princesa profeta – profetisa


rajá – rani rapaz – rapariga


rei – rainha réu – ré


sacerdote – sacerdotisa sandeu – sandia


sultão – sultana tabaréu – tabaroa


varão – virago visconde - viscondessa




6) Casos em que o feminino é todo diferente do masculino (heterônimo):




bode – cabra boi – vaca


cão – cadela carneiro – ovelha


cavaleiro – amazona cavalheiro – dama


cavalo – égua compadre – comadre


frei – sóror genro – nora


homem – mulher javali – giranda


marido – mulher padrasto – madrasta


padre – madre pai – mãe


patriarca – matriarca veado – cerva


zangão - abelha




7) Mudam o sentido ao mudar o gênero:




o cabeça (líder) a cabeça (parte do corpo)


o caixa (seção de pagamentos) a caixa (recipiente)


o capital (dinheiro) a capital (cidade)


o cisma (separação religiosa) a cisma (suspeita)


o crisma (óleo) a crisma (sacramento)


o cura (padre) a cura (ato de curar)


o lotação (ônibus) a lotação (capacidade)


o moral (ânimo) a moral (decência, ética)


o rádio (aparelho) a rádio (emissora)


o polícia (policial) a polícia (corporação)

 

o tormento (tortura) a tormenta (temporal)


Nota: O complemento da flexão nominal é a concordância nominal. Queira ver.

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