FLEXÃO NOMINAL
FORMAÇÃO DO PLURAL
1. REGRA GERAL
Em palavra terminada por vogal acrescenta-se "s":
Livro - livros, série - séries, pó - pós, café - cafés.
2. REGRAS ESPECIAIS
a) Regra do "LEÃO e do CIDADÃO ALEMÃO".
No plural, teremos: "Os leões e os CIDADÃOS ALEMÃES. Assim, as palavras terminadas em ÃO:
- trocam ÃO por ÕES (plural mais freqüente: balões, botões, canções, corações... e os aumentativos: casarões, livrões);
- acrescentam "s": cidadãos, cortesãos, cristãos, desvãos, irmãos, pagãos e as paroxítonas terminadas em "ão"(sótãos, órgãos);
- trocam ÃO por ÃES: bastiães, cães, capelães, capitães, catalães, charlatães, escrivães, guardiães, pães, sacristães, tabeliães.
Observação:
Apresentam múltiplos plurais:
alão - alões, alãos, alães;
alazão - alazões, alazães;
aldeão - aldeões, aldeãos, aldeães;
vilão - vilões, vilãos, vilães;
ancião - anciões, anciãos, anciães;
verão - verões, verãos;
castelão - castelões, castelãos;
rufião - rufiões, rufiães;
ermitão - ermitões, ermitãos, ermitães;
sultão - sultões, sultãos, sultães.
b) Regra dos AMORES às GRISES LUZES.
Às terminações R, S ou Z acrescenta-se ES.
Observação:
Paroxítonas e proparoxítonas terminadas em S são invariáveis: os pires, os atlas, os lápis, os ônibus.
c) Regra do - AL, - EL, - OL -UL.
As palavras com essas terminações formam o plural trocando o L por IS: bananais, papéis, faróis, pauis, azuis.
d) Regra do ARDIL do RÉPTIL
As palavras terminadas por IL: oxítonas trocam o L por S (funis, barris); paroxítonas trocam IL por EIS (fáceis, hábeis) .
e) Regra do FOGO nos CORPOS (metafonia)
Na passagem do singular para o plural, há palavras que trocam o timbre fechado da vogal tônica em aberto, como em:
FOGO (ô) - FOGOS (ó) e CORPO (ô) - CORPOS (ó).
É o que acontece com: abrolho, aposto, contorno, caroço, corcovo, corvo, coro, despojo, destroço, escolho, esforço, estorvo, forno, foro, fosso, imposto. jogo, miolo, olho, osso, ovo, poço, porco, posto, povo, reforço, socorro, tijolo, toco, torto, troco, troço.
f) Palavras terminadas em X são invariáveis: os tórax.
3. PLURAL DOS DIMINUTIVOS
Para formar o plural dos diminutivos terminados em ZINHO e ZITO, proceda da seguinte forma:
1º) forme o plural da palavra primitiva;
2º) retire o "s";
3º) acrescente "zinho" ou "zito";
4º) recoloque o "s":
marzinho ......... marezinhos
cãozito .........cãezitos
Assim formamos pãezinhos, florezinhas, anãezinhos, fogõezinhos, anzoizinhos etc.
4. PLURAL DOS COMPOSTOS
Quanto ao plural dos compostos, podemos formular uma regra que é de enorme valor prático. Ei-la:
Em princípio, variam as palavras do composto que forem variáveis isoladamente. São variáveis substantivos, adjetivos e numerais, e são invariáveis verbos, advérbios e prefixos.
Em regra, o verbo é uma classe gramatical variável, mas nos substantivos compostos, não varia. Diferente dos substantivos, adjetivos, artigos, numerais e pronomes, não usa a desinência S para o plural. Para eles, a forma de plural é indicada pela desinência M: compra / compram (apesar de falarmos 'aprendemos').
cartas-bilhetes, amores-perfeitos,
cabras-cegas, segundas-feiras,
guarda-chuvas, sempre-vivas,
grão-duques, bate-bocas,
os ganha-pouco, os pisa-mansinho,
os leva-e-traz, os vai-volta.
Em "guarda-civil", "guarda-noturno" etc., "guarda" é substantivo; portanto, é palavra variável, motivo pelo qual temos "guardas-civis", "guardas-noturnos" etc.
Guarde bem essa regra, mas não se esqueça destas exceções importantes e fáceis de fixar:
Quando o composto contiver preposição, varia apenas o primeiro elemento:
Com a preposição na porta, o "s" não passa.
chapéus-de-sol, pães-de-ló,
pores-de-sol, mulas-sem-cabeça,
cavalos-vapor (a vapor, de vapor), joões-de-barro.
b) Quando o segundo elemento exprime idéia de fim ou semelhança, varia igualmente o primeiro:
navios-escola, salários-família,
peixes-boi, bananas-maçã.
Observação:
Em geral, esses compostos aceitam que se pluralizem ambos os elementos:
navios-escolas, bananas-maçãs, salários-famílias, peixes-bois. (fonte: Houaiss)
c) Pluralizam apenas o último elemento os compostos de dois ou mais adjetivos e os que denotam som de coisas:
médico-cirúrgicos, sócio-político-econômicos, luso-brasileiros, reco-recos, tique-taques.
Exceção: surdos-mudos.
Observação:
Os adjetivos compostos variam somente no último elemento também quanto ao feminino:
obras sócio-poIítico-econômicas, salas médico-cirúrgicas.
FORMAÇÃO DO FEMININO
Os gêneros das palavras da Língua Portuguesa são o masculino e o feminino, conforme admitam o artigo "o" ou o artigo "a".
Masculino
Há palavras que só têm o masculino: o mar, o livro, o telefone, o papel.
Atenção para estes masculinos: o caudal, o elã o champanha, o dó, o eclipse, o formicida, o grama (unidade de peso), o lança-perfume, o milhar, o pijama, o proclama, o saca-rolhas, o telefonema.
Feminino
Há palavras que só têm o feminino: a mesa, a flor, a luz, a parede.
Atenção para estes femininos: a aguardente, a análise, a fama, a cal, a cataplasma, a coma, a dinamite, a faringe, a omoplata, a mó, a tíbia, a variante e os nomes terminados em "gem" (a ferrugem, a lavagem), exceto personagem, diabetes, usucapião e agravante, que podem ser masculinos ou femininos.
Comum de dois gêneros
Há palavras que, sem mudar a forma, tanto servem para indicar o sexo masculino como o sexo feminino, bastando mudar o artigo ou outro determinante; por isso, chamam-se COMUNS DE DOIS:
o artista - a artista, o dentista - a dentista, o jovem - a jovem, o estudante - a estudante, o doente - a doente, o camarada - a camarada, o mártir - a mártir, o selvagem - a selvagem.
Sobrecomum
As palavras que só têm uma forma e um único gênero, mas designam tanto o homem quanto a mulher, são chamadas SOBRECOMUNS:
o cônjuge, a pessoa, o algoz, a testemunha, a vítima, a criança.
Epiceno
Há palavras que, como as sobrecomuns, só têm uma forma o um único gênero, mas servem para designar animais dos dois sexos. São os EPICENOS:
o tigre, o jacaré, a cobra, a pulga.
A distinção, na prática, se necessária, far-se-á da seguinte forma:
o tigre macho, o tigre fêmeo; a cobra macha, a cobra fêmea; ou o macho do tigre, a fêmea da cobra.
Biformes
As palavras que têm uma forma para o masculino e outra para o feminino são BIFORMES. Estas, para a formação do feminino, obedecem a critérios diversos:
1) Terminação "o" - Trocam o "o" por "a":
menino - menina, moço - moça, aluno - aluna, belo - bela.
2) Terminação "ão" - Trocam "ão" por:
"ã": cidadão - cidadã, alemão - alemã, anão - anã, irmão - irmã;
"oa": leão - leoa, leitão - leitoa, patrão - patroa, hortelão - horteloa, tabelião - tabelioa;
"ona": chorão - chorona, pedinchão - pedinchona, valentão - valentona.
3) Terminação "e" - Trocam "e" por "a":
chefe - chefa, gigante - giganta, monge - monja, parente - parenta;
Mas há muitas que são comuns de dois:
o amante - a amante, o cliente - a cliente, o doente - a doente, o habitante - a habitante, o ouvinte - a ouvinte, o servente - a servente, o assistente - a assistente, o superintendente - a superintendente, o viajante - a viajante.
4) Terminação "or", "ês", "l", "z" - Acrescentam "a":
doutor - doutora, professor - professora, freguês - freguesa, inglês - inglesa, zagal - zagala, oficial - oficiala (como adjetivo é invariável), juiz - juíza.
5) Não se enquadram nos casos anteriores:
abade – abadessa ateu – atéia
avô – avó barão – baronesa
bispo – episcopisa ('bispa' é forma popular) imperador – imperatriz
jogral – jogralesa judeu – judia
ladrão – ladra maestro – maestrina
conde – condessa cônsul – consulesa
czar – czarina diácono – diaconisa
dom – dona duque – duquesa
embaixador – embaixatriz europeu – européia
felá – felaína frade – freira
galo – galinha grou – grua
guri – guria herói – heroína
ilhéu – ilhoa papa – papisa
pitón – pitonisa poeta – poetisa
príncipe – princesa profeta – profetisa
rajá – rani rapaz – rapariga
rei – rainha réu – ré
sacerdote – sacerdotisa sandeu – sandia
sultão – sultana tabaréu – tabaroa
varão – virago visconde - viscondessa
6) Casos em que o feminino é todo diferente do masculino (heterônimo):
bode – cabra boi – vaca
cão – cadela carneiro – ovelha
cavaleiro – amazona cavalheiro – dama
cavalo – égua compadre – comadre
frei – sóror genro – nora
homem – mulher javali – giranda
marido – mulher padrasto – madrasta
padre – madre pai – mãe
patriarca – matriarca veado – cerva
zangão - abelha
7) Mudam o sentido ao mudar o gênero:
o cabeça (líder) a cabeça (parte do corpo)
o caixa (seção de pagamentos) a caixa (recipiente)
o capital (dinheiro) a capital (cidade)
o cisma (separação religiosa) a cisma (suspeita)
o crisma (óleo) a crisma (sacramento)
o cura (padre) a cura (ato de curar)
o lotação (ônibus) a lotação (capacidade)
o moral (ânimo) a moral (decência, ética)
o rádio (aparelho) a rádio (emissora)
o polícia (policial) a polícia (corporação)
o tormento (tortura) a tormenta (temporal)
Nota: O complemento da flexão nominal é a concordância nominal. Queira ver.
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