Como sabemos, os substantivos são palavras variáveis. Dessa forma, podem ser flexionados em gênero, número e grau. No post de hoje, vamos verificar, de maneira bastante objetiva, como isso ocorre. Tenho certeza de que todas as suas dúvidas a respeito do assunto serão resolvidas. Vem comigo!
FLEXÃO DE GÊNERO
Quando falamos em gênero, estamos nos referindo a masculino e feminino. Normalmente, os substantivos apresentam a desinência A e O para diferenciar um do outro: gato, gata, menino, menina, aluno, aluna, etc. É claro que nem sempre podemos considerar a flexão dessa forma, já que existe certa complexidade na definição do gênero. Há palavras que não dependem desse tipo de desinência para a distinção entre masculino ou feminino, bons exemplos disso são homem, mulher, artista, criança, entre outros.
Existem os substantivos denominados biformes e aqueles denominados uniformes. Vamos verificar agora como funciona cada caso.
Substantivo biforme
É aquele que apresenta uma forma para o masculino e outra para o feminino. Podemos citar desde os que variam por meio da desinência até aqueles cuja estrutura é completamente modificada para designar o gênero. Alguns exemplos são: garoto e garota, funcionário e funcionária, filho e filha, pai e mãe, ator e atriz, marido e esposa e assim por diante.
Alguns mudam de sentido: o capital (dinheiro) e a capital (cidade), o rádio (aparelho) e a rádio (emissora), o cabeça (líder) e a cabeça (parte do corpo), o crisma (óleo) e a crisma (sacramento), o moral (estado de espírito) e a moral (ética), o grama (medida de massa) e a grama (planta).
Substantivo uniforme
Basicamente, é aquele que apresenta uma única forma para designar tanto masculino quanto feminino. Nesse caso, há alguns tipos diferentes que funcionam das maneiras destacadas a seguir.
Substantivos comuns de dois gêneros
Apresentam a mesma forma para ambos os gêneros, apresentando distinção por meio dos artigos definidos ou indefinidos o(s), a(s), um(ns), uma(s): o/a artista, o/a repórter, o/a estudante, o/a jovem, o/a dentista, o/a terapeuta, o/a chefe, o/a cliente, o/a gerente, o/a taxista, o/a assistente, o/a agente, o/a lojista, o/a repórter, o/a imigrante, o/a patriota.
Substantivos sobrecomuns
Apresentam uma só forma para denominar ambos os gêneros e são usados para referência a pessoas: a criança, a criatura, a vítima, a pessoa, o cônjuge, o ídolo, a testemunha, o indivíduo, o modelo.
Substantivos epicenos
Apresentam um só gênero, independente da referência a masculino ou feminino. Costumam ser usados na definição de espécies animais: a aranha, a águia, a borboleta, o beija-flor, a capivara, a cobra, a formiga, o jacaré, o mosquito, a onça, o tatu, o tigre.
Dessa forma, como fazemos exatamente para distinguir o gênero? Usando as palavras macho e fêmea: jacaré fêmea, tigre macho, onça fêmea, capivara fêmea, etc.
FLEXÃO DE NÚMERO
Gramaticalmente falando, a flexão de número diz respeito a singular e plural. A forma mais básica de conferir singular e plural a um substantivo é, respectivamente, a supressão ou a inclusão da consoante S: amigo ou amigos, aluna ou alunas, bolo ou bolos, calça ou calças, etc.
É importante saber, contudo, que existem outras formas de definição de número de um substantivo. Assim, algumas diferenças quanto à formação do plural ficam bastante visíveis. Vejamos como funcionam essas “regrinhas”.
No singular termina com -r – no plural termina com -res: mulher, mulheres.
No singular termina com -s – no plural termina com -ses: freguês, fregueses.
No singular termina com -z – no plural termina com -zes: rapaz, rapazes.
No singular termina com -ão – no plural termina com -ões: calção, calções.
No singular termina com -ão – no plural termina com -ãos: órfão, órfãos.
No singular termina com -ão – no plural termina com -ães: pão, pães.
No singular termina com -m – no plural termina com -ns: som, sons.
No singular termina com -n – no plural termina com -ns: hífen, hifens.
No singular termina com -al – no plural termina com -ais: pardal, pardais.
No singular termina com -el – no plural termina com -éis: carrossel, carrosséis.
No singular termina com -ol – no plural termina com -óis: anzol, anzóis.
No singular termina com -il – no plural termina com -is: fuzil, fuzis.
No singular termina com -il – no plural termina com -eis: míssil, mísseis.
Obviamente, existem muitas maneiras de formar o plural, a língua portuguesa é cheia de exceções: o plural de cônsul, por exemplo, é cônsules. Por isso, de nada adianta ficar apenas decorando regras, é preciso aprender a forma adequada do plural também por meio da leitura e do uso.
Alguns substantivos são sempre usados em sua forma plural: os óculos, os parabéns, as férias, as núpcias, os pêsames, as trevas, as reticências, as finanças.
Existem outros que têm um sentido diferente no singular ou no plural: bem (virtude) e bens (riquezas), féria (remuneração) e férias (descanso), letra (sinal gráfico) e letras (literatura), óculo (luneta) e óculos (lente), costa (litoral) e costas (dorso ou estilo de natação), vencimento (prazo final) e vencimentos (salário).
Plural dos substantivos compostos
Vejamos algumas regras para formar o plural dos substantivos compostos, ou seja, aqueles que possuem mais de um radical ou mesmo palavra.
Quando os dois elementos forem substantivos, ambos ficam no plural ou apenas o primeiro: couve-flor, couves-flores e couves-flor; peixe-espada, peixes-espadas e peixes-espada.
Quando os dois elementos forem verbos repetidos, ambos ficam no plural: corre-corre e corres-corres; pula-pula e pulas-pulas.
Quando houver a sequência verbo + substantivo, flexiona apenas o segundo elemento: guarda-roupas.
Quando o primeiro elemento for uma palavra invariável e o segundo elemento for um adjetivo, flexiona somente o segundo elemento: vice-presidente e vice-presidentes.
Quando o substantivo composto for preposicionado, varia apenas o primeiro elemento: cana-de-açúcar e canas-de-açúcar; fim de semana e fins de semana.
FLEXÃO DE GRAU
Quanto aos substantivos, falamos em grau para fazer referência a tamanho. São, basicamente, três os graus considerados: normal, diminutivo e aumentativo. O primeiro trata de um tamanho considerado normal (casa), enquanto o segundo faz referência a uma diminuição de tamanho (casinha) e o terceiro, a um aumento (casarão).
Aumentativo
Pode ser analítico (acompanhado de um adjetivo): casa grande; homem grande; boca grande.
Pode ser sintético (cujo aumento ocorre pelo acréscimo de um sufixo): casarão; homenzarrão; bocarra.
Alguns exemplos:
Forno: fornalha, fornaça.
Lata: latão.
Rato: ratazana.
Voz: vozeirão.
Diminutivo
Pode ser analítico (acompanhado de um adjetivo): casa pequena, homem pequeno, boca pequena.
Pode ser sintético (cuja diminuição é indicada pelo acréscimo de um sufixo): casinha; homenzinho; boquinha.
Alguns exemplos:
Palácio: palacete.
Folha: folíolo, folhinha.
Ilha: ilhéu, ilhota.
Parte: partícula.
Algo curioso é o fato de que alguns diminutivos costumam ser usados para denotar certos julgamentos por parte do emissor. Vejamos dois exemplos.
É um jornaleco que publica inverdades. (jornaleco = jornal de pouca qualidade)
Que fazendinha mais mimosa! (fazendinha = pequena no sentido de bonita, graciosa)
Existem também palavras que perderam a noção de aumento e diminuição e adquiriram outros sentidos: cartão, fogão, cartilha, folhinha (calendário) e aumentativos e diminutivos formados com o uso de prefixos: supermercado, hipermercado, megaevento, minidicionário, microempresário.
Existe, na internet, uma infinidade de listas com aumentativos e diminutivos das mais variadas palavras. É sempre recomendável pesquisá-las como forma de ampliar o conhecimento a seu respeito.
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