sexta-feira, 15 de abril de 2022

SOS Língua Portuguesa - trema e uso do hífen

 O trema foi inteiramente suprimido em palavras portuguesas ou aportuguesadas. Ex.: tranquilo, sequência, ambiguidade, aguentar, cinquenta, pinguim, consequência, frequente, bilíngue, linguiça, sequestro.

Obs.: Conserva-se, no entanto, em palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros: hübneriano (de Hübner),  mülleriano (de Müller), etc.


                                                         USO  DO  HÍFEN


        a) Divisão  silábica:  im-pos-sí-vel,  cac-to,  tran-sa-tlân-ti-co,  felds-pa-to,  trans-con-ti-nen-tal...


        b) Translineação: final  de  linha  (não deixar vogais  sozinhas,  não  fazer  separações  que  gerem cacófatos,  repetir  o  hífen  se  for  palavra  que  o  requeira).


         c)Verbos  pronominais:  mandá-lo,  comprei-o,  encontraram-nos,  vendê-lo-ei...


   1-Uso  do hífen em compostos, locuções e encadeamentos vocabulares


    a) Emprega-se o hífen nas palavras compostas por justaposicão que não contêm formas de ligação e cujos elementos (substantivos, adjetivos, numerais, verbos) constituem uma unidade sintagmática e semântica e mantêm acento próprio, podendo dar-se o caso de o primeiro elemento estar reduzido: ano-Iuz,  arco-íris, decreto-Iei, médico-cirurgião,  tenente-coronel, tio-avô, amor-perfeito, guarda-noturno, mato-grossense, norte-americano, porto-alegrense, sul-africano, afro-Iuso-brasileiro, primeiro-ministro, segunda-feira, conta-gotas, guarda-chuva...


Obs.: Certos compostos, em relação aos quais se perdeu, em certa medida, a noção de composição, grafam-se aglutinadamente: girassol,  madressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas, paraquedista, etc.


    b) Emprega-se o hífen nas palavras compostas que designam espécies botânicas e zoológicas, estejam ou não ligados por preposição ou qualquer outro elemento: abóbora-menina, couve-flor, erva-doce, feijão-verde, ervilha-de-cheiro, bem-me-quer (nome de planta que também se dá à margarida e ao malmequer), andorinha-do-mar, cobra-d'água, bem-te-vi....


     c)Emprega-se o hífen nos compostos com as advérbios bem e mal, quando estes formam com o elemento seguinte uma unidade sintagmática e semântica e tal elemento começar por vogal ou h. No entanto, o advérbio bem, ao contrário de mal, pode não se aglutinar com palavras começadas por consoante. Alguns exemplos: bem-aventurado, bem-estar, bem-humorado, mal-afortunado, mal-estar, mal-humorado, bem-criado (cf. malcriado), bem-ditoso (cf. malditoso), bem-falante (cf. malfalante), bem-mandado (cf. malmandado), bem-nascido (cf. malnascido), bem-soante (cf. malsoante), bem-visto (cf. malvisto).


Obs.: Em  muitos  compostos, o advérbio bem aparece aglutinado com a segundo elemento, quer este tenha ou não vida à  parte: benfazejo, benfeito, benfeitor, benquerença, etc.


       d) Em locuções de qualquer tipo, sejam elas substantivas, adjetivas, pronominais, adverbiais, prepositivas ou conjuntivas, não se emprega em geral o hífen, exceto em algumas locuções já consagradas pelo uso, como: água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia,  ao deus-dará,  à queima-roupa...


    2-Uso  do hífen nas formações por prefixação, recomposição e sufixação

a)      Devemos usar o hífen:


              -  HIPER,  INTER, SUPER, SUB  +  R:  hiper-realismo,  inter-relação,  inter-regional,  super-super-revista, sub-região, sub-ramo...

            

              -  VOGAL  +  VOGAL  IGUAL:  anti-inflamatório,  contra-ataque,  micro-ondas,  semi-interno, tele-entrega...

                  Obs.:  Esta regra acima também se aplica com elementos não autônomos ou falsos prefixos, de origem grega e latina, como: aero, agro, arqui,auto, bio, eletro, geo,   hidro,  inter, macro, maxi, micro, mini, multi, neo, pan, pluri, proto, pseudo, retro, semi, tele, etc:

           

             -  LETRA  H:   mini-hospital, anti-horário, proto-história, sobre-humano,  super-herói...

              -  CIRCUM  e  PAN  +  VOGAL,  M,  N:  pan-americano,  circum-navegação, circum-murado, circum-escolar, pan-mágico, pan-negritude, pan-helênico...

              -  ALÉM    e  AQUÉM:   além-mar, além-túmulo, aquém-fronteiras...

              -  RECÉM  e  SEM:  recém-nascido,  recém-chegado, recém-formado,  sem-terra,  sem-fim,  sem-vergonha, sem-número, sem-cerimônia... 

              -  PRÉ,  PRÓ,  PÓS:  pré-vestibular,    pró-reitor,  pós-graduação...

              -  EX, VICE, VIZO, SOTO, SOTA:  ex-marido, vice-presidente, vizo-rei, soto-mestre, sota-piloto...                         


        b-Não  devemos  usar  o  hífen:

           

                -  VOGAL  +  VOGAL  DIFERENTE OU CONSOANTE DIFERENTE DE H:  autoaprendizagem,  autoescola,  automedicação, extraoficial,  extracurricular, extrajudicial,  infraestrutura, infravermelho, semianalfabeto,  semiopaco, semivogal...

                 Obs.:  Esta regra acima também se aplica com elementos não autônomos ou falsos prefixos, de origem grega e latina, como: aero, agro, arqui, auto, bio, eletro, geo,   hidro,  inter, macro, maxi, micro, mini, multi, neo, pan, pluri, proto, pseudo, retro, semi, tele, etc:


            -  VOGAL  +  S  e  R: antirracismo, antirreligioso,  contrarregra,  ultrassensível,  infrassom,  semirreta, contrassenha, autorreflexão, extrasseco...


          Fonte: Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, Academia Brasileira de Letras, 5ª edição, Global Editora, 2009.

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