Figuras de Linguagem
São recursos especiais que o falante ou escritor usa para transmitir sua comunicação com mais intensidade e beleza.
Podemos classificá-las em três grupos:
1) Figuras de palavras (ou tropos)
2) Figuras de construção (ou de sintaxe)
3) Figuras de pensamento
Figuras de palavras
a) Metáfora: É uma espécie de comparação. Consiste em usar uma palavra com sentido diferente do que lhe é próprio. É uma comparação implícita sem o conectivo.
Ex: Nero era um monstro.
Doces crianças.
Com o conectivo expresso, não temos metáfora e sim comparação.
b) Metonímia: É o uso de uma palavra por outra na qual existe uma relação através de uma circunstância.
Ex: Nas horas de folga consultava Herculano. (o autor pela obra)
Tomou uma taça de vinho. (o continente pelo conteúdo)
c) Sinédoque: Consiste em aumentar ou diminuir a significação própria de um vocábulo.
Ex: Ele não tinha teto. (= lar, casa)
d) Catacrese: É o uso de um termo por empréstimo pela falta de outro específico.
Ex: Os pés da cadeira.
A boca do forno.
e) Perífrase: É uma palavra ou expressão que designa os seres por algum de seus predicados, atributos. Referindo-se a uma pessoa, o termo adequado é antonomásia.
Ex: O príncipe dos poetas. (Olavo Bilac)
Cidade Sorriso. (Porto Alegre)
O Rio da Unidade Nacional. (São Francisco)
Figuras de Construção:
a) Elipse: É quando um dos termos da oração está omisso, mas facilmente podemos identificá-lo.
Ex: Fomos ao cinema ontem. (elipse do sujeito nós)
Os homens fazem as leis, as mulheres os costumes. (elipse do verbo fazer)
b) Pleonasmo: É o emprego de palavras redundantes para reforçar a expressão.
Ex: Vi claramente visto.
Desci para baixo.
c) Polissíndeto: É a repetição do conectivo intencionalmente.
Ex: Corre, e brinca, e canta alegremente.
d) Anacoluto: É a interrupção do fio da frase, ficando termos sintaticamente desligados do resto do período.
Ex: “Eu não me importa a desonra do mundo.” (Camilo)
e) Onomatopeia: São palavras que imitam o som ou a voz dos seres.
Ex: “Tíbios flautins finíssimos gritavam.” (Olavo Bilac)
f) Hipérbato: Consiste em alterar a ordem natural dos termos da oração.
Ex: “Vamos dormir dos astros sob o manto.” (Salvador Mendonça)
g) Reticência: Consiste em interromper o pensamento.
Ex: Jovens todos vocês são... são... não sei se devo dizer.
h) Silepse: É a concordância que fazemos não com os termos expressos mas sim com a ideia que eles associam em nossa mente.
1 – Silepse de gênero:
Ex: Vossa Majestade será notificado de tudo. (a palavra destacada concorda com o sexo da pessoa e não com a palavra Majestade, que é feminina).
2 – Silepse de número:
Ex: Corria gente de todos os lados, e gritavam. (Mário Barreto)
(O sujeito, gente, não concordou com o verbo, pois o verbo concorda com a ideia de mais de uma pessoa).
3 – Silepse de pessoa:
Ex: Dizem que os gaúchos somos exigentes. (há inclusão do autor da frase entre os gaúchos, por este motivo o verbo está na 1ª pessoa do plural e não na 3ª pessoa).
Figuras de pensamento
a) Eufemismo: É a suavização de palavras e expressões ofensivas.
Ex: Sofria do Mal do Século. (tuberculose)
O malandro abotoou o paletó. (morreu)
b) Hipérbole: É uma afirmação exagerada.
Ex: Chorou rios de lágrimas.
Decorou dez mil versos.
c) Antítese: É a aproximação de palavras de sentido contrário.
Ex: O ódio e o amor são duas virtudes.
Enquanto uns nascem outros morrem de fome.
d) Ironia: É quando dizemos o contrário do que estamos pensando ou acreditando.
Ex: Fizeste um ótimo trabalho! (para não dizer péssimo)
e) Apóstrofe: É quando nos dirigimos a pessoas ou coisas ausentes ou presentes. Sintaticamente equivale ao vocativo e pode ser usada no discurso direto.
Ex: Nossa! Como você chegou tão rápido!
f) Prosopopeia ou Personificação: É quando emprestamos vida aos seres inanimados, atribuindo qualidades e ações típicas dos seres humanos, como fala, movimento, raciocínio etc.
Ex: Lá fora no jardim a flor que o luar acaricia.
Gemia a flor branca de terror.
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