domingo, 10 de novembro de 2019

O glúten e a Eucaristia: O que deve fazer quem tem doença celíaca? - Como comungar, se tenho intolerância ao glúten?

REDAÇÃO CENTRAL, 12 Jul. 17 / 06:00 pm (ACI).- A Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos da Santa Sé emitiu, no dia 15 de junho deste ano, uma carta circular aos bispos reiterando as normas existentes sobre o pão e o vinho para a Eucaristia, incluída a norma de que as hóstias devem conter certa quantidade de glúten como matéria válida para a consagração.
A notícia se tornou viral e alguns meios de comunicação informaram o seguinte: “A Igreja Católica proíbe celíacos de comungar”. Inclusive o Twitter declarou o tema como “tendência”.
Entretanto, as normas sobre o pão e o vinho já existiam e não foi anunciada nenhuma nova, nem foi proibido aos celíacos receberem a Eucaristia. As hóstias sem glúten sempre foram matéria inválida para a consagração.
Diante desse panorama, a carta deixa algumas inquietações para pessoas com doença celíaca (ou aquelas com outras alergias graves ao trigo) e a Eucaristia.
O que fazer se a pessoa tem esta doença?
A Igreja reconhece que não deve excluir da comunhão os católicos com doença celíaca e se adequou para aqueles que são incapazes de consumir o trigo.
Um leigo incapaz de receber uma hóstia com baixo teor de glúten pode receber a comunhão sob a espécie do vinho somente.
Um sacerdote em uma situação semelhante, ao participar da Missa, pode, com a permissão do ordinário, receber a comunhão sob a espécie do vinho somente. Mas, tal sacerdote não pode celebrar a Eucaristia de forma individual, nem pode presidir uma concelebração.
Pe. Joseph Faulkner, sacerdote da Diocese de Lincoln, nos Estados Unidos, foi diagnosticado com a doença celíaca em 2008. Depois de ser ordenado, teve que receber uma permissão de sua diocese para usar hóstias com baixo teor de glúten para celebrar a Missa.
Em entrevista a CNA – agência em inglês do Grupo ACI – o presbítero indicou: “Vomito se como pão, mas consumo de 8 a 9 hóstias com baixo teor de glúten por semana, e tenho feito isso há 9 anos, e não passo mal”.
Pe. Faulkner recomentou que qualquer católico celíaco obtenha algumas hóstias com baixo teor de glúten sem estar consagradas e ingira pequenas partículas para ver se é capaz de consumi-las com segurança.
Para os celíacos que são incapazes de receber as hóstias com baixo teor de glúten, Pe. Faulkner disse que “o mais seguro que poderia fazer seria pedir e receber o Preciosíssimo Sangue em um cálice, mas que não seja o cálice que o sacerdote utiliza”.
Isso se deve ao fato de que o cálice usado pelo sacerdote também contém partículas de hóstias colocadas durante a oração do Cordeiro de Deus (rezada pouco antes da comunhão). Para evitar qualquer contaminação, é necessário um cálice separado.
“Essa é a forma mais segura e, quando se recebe o Preciosíssimo Sangue, recebe o corpo, o sangue, a alma e a divindade de Jesus, para que não tenha que se preocupar por receber apenas parte do sacrifício”, indicou o sacerdote.
Finalmente, Pe. Faulkner assinalou que aqueles que são capazes de receber as hóstias com baixo teor de glúten podem viajar com algumas hóstias não consagradas, de tal forma que podem se assegurar de receber a comunhão em diferentes paróquias.
“É só ir até o pároco e explicar: ‘Oi, sou celíaco, pode levar uma dessas hóstias, prepará-la, oferecê-la, consagrá-la em uma patena separada e em seguida, oferecê-la mentalmente segundo a oração do ofertório, e continuar a Missa?’ Se não há um celíaco na paróquia, é provável que não tenham esse tipo de hóstias”.

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