1) Definição e classificação. Substantivo é a classe de palavras com as quais os seres são nomeados: Brasil, pai, homem, cidade, doença, ira, Paulo, Campina Grande, por exemplo. Se a designação for específica, ele é próprio e se escreve com letra inicial maiúscula. Se for genérica, ele é comum e a inicial é minúscula. Substantivo coletivo é o que, no singular, refere-se a um conjunto de seres da mesma espécie. Há coletivos que se referem a grupos acidentais ( grupo, multidão, bando); a partes organizadas de um todo (regimento, batalhão e companhia, que são subconjuntos do exército); ou a grupos de elementos da mesma espécie (boiada, ramaria, alcatéia, cáfila). Instituições sociais, culturais e religiosas (assembléia, congresso, concílio, conclave e consistório, etc.), que se reúnem para determinado fim, não são coletivos verdadeiros, apesar de serem incluídos nas listas de coletivos das gramáticas. Quando o coletivo não é específico ( cacho, caravana, junta, turma, etc.), o ser a que ele se refere deve ser nomeado (ex.: cacho de uvas). O substantivo concreto (casa, boneca) tem existência própria, já o abstrato (dor, beleza) depende da existência de outro, pois se não houver um substantivo concreto para sentir a dor e ter beleza, estes não existirão. Normalmente são ações, qualidades ou sentimentos. O substantivo simples (água) é formado por apenas um elemento; o composto, por mais dois ou mais elementos (aguardente, embora).
2) Flexão em gênero. O substantivo pode ser masculino ou feminino (categoria gramatical que só coincide com sexo quando se refere a animais). “Casa” é do gênero feminino (vaca é do gênero ou sexo feminino). Sapato e sapo, idem o mesmo raciocínio. A regra é o masculino e o feminino serem marcados pela desinência A e O, respectivamente. Mas, têm substantivos dotados de apenas um gênero e ele é conhecido pelo artigo, possessivo ou adjetivo com que concordam: Livro, óculos, máquina, papel, tesoura. Quando são biformes, o gênero pode ser indicado pela terminação da palavra: Operador/operadora, hóspedE/ hóspedA, mongE/ monjA, presidente/presidenta (em muitos casos, os substantivos terminados em E, a oposição de gênero é feita pelo artigo ou outro determinante: o paciente, a paciente). Os masculinos terminados em ÃO, fazem o feminino em OA (leOA, leitOA, patrOA ); em ONA (comilONA, pobretONA, folgazONA) ou em à (irmÃ, anÃ, anciÃ). Os que terminarem ES, L, Z, fazem o feminino com o A (freguesA, juízA, bacharelA). Outros femininos são feitos com os sufixos ISA, ESA, ESSA ( PoetISA, consulESA, condESSA). Há substantivos que, por serem destituídos de marcação interna de gênero, tem essa marcação feita por artigos ou outros determinantes (os comuns-de-dois: o/a acrobata, o/a consorte, o/a rival, o/a líder. Nota: referem-se a pessoas) ou pelos adjetivos macho e fêmea (são os epicenos: o jacaré macho/fêmea; a cobra macho/fêmea. Notar: referem-se a animais). Os substantivos heterônimos têm radicais diferentes para o masculino e para o feminino: Touro/vaca, genro/nora/, pai/mãe. Os sobrecomuns não têm marca alguma de distinção (nem interna nem externa): O cônjuge, o apóstolo, o carrasco. Há os substantivos oscilantes (prova de que a categoria “gênero gramatical” só tem a ver com “sexo” quando se trata de animais), ora são usados no masculino, ora são usados no feminino, e ainda existem os que mudam o sentido ao mudar de gênero: a/o cisma, o/a cura, o/a capital, o/a guia, o/a rádio, o/a crisma, o/a moral, o/a grama, o/a cabeça. Sexo é questão biológica, gênero é classificação gramatical.
3) Número do substantivo. Regra geral: O plural é feito com a adição da desinência S. Se terminado em ÃO, faz-se o plural: a) Em ÕES ( canções, corações, opiniões; bobalhões, casarões, moleirões); b) Em ÃES ( alemães, cães, pães); c) ou apenas se acrescenta S: Todos os monossílabos e paroxítonos (grãos, vãos, chãos, mãos, acórdãos, órfãos, órgãos, sótãos) e alguns oxítonos (cidadãos, cortesãos, desvãos, pagãos). Há palavras que, ao irem para o plural, sua vogal tônica (fechada no singular) passa a ter timbre aberto: Caroços, corpos, destroços, fogos, tijolos, povos. Os substantivos terminados em R, Z e N, faz-se o plural com ES (mares, rapazes, abdômenes, líquenes, cânones). Obs.: As palavras caráter, júpiter, lúcifer, espécimen ficam com a tonicidade deslocada ao irem para o plural: Caracteres, jupíteres, lucíferes, especímenes. Os paroxítonos terminados em S e X, ficam invariáveis: o/os atlas, o/os pires, o/os lápis, o/os tórax, o/os ônix, mas os oxítonos levam o S no plural: ananases, reveses, países. Os oxítonos terminados IL , ao ir para o plural, troca-se o L por S: Ardis, barris, civis, mas os paroxítonos, troca-se por EIS: Fósseis, répteis. Os diminutivos em -ZINHO ou, eventualmente, –ZITO, vão para o plural o substantivo primitivo (perdem o S) e o sufixo: Balãozinho: balõezinhos; papelzinho: papeizinhos; colarzinho/ colarezinhos; cãozito: cãezitos. Há substantivos só usados no plural, tais como: Alvíssaras, cãs, esponsais, primícias, fezes, víveres, anais, óculos, pêsames, parabéns, afazeres, finanças, reticências, assim como alguns que mudam de sentido: féria (remuneração) e férias (descanso), costa (litoral) e costas (parte do corpo), bem (virtude) e bens (riqueza), vencimento (fim) e vencimentos (salário), letra (sinal gráfico) e letras (literatura). Plural do substantivo composto: a) Não havendo hífen, o plural é como se fosse de nome simples: Pontapés, aguardentes, malmequeres, clarabóias; b) Com hífen: Se o primeiro termo for advérbio, prefixo ou verbo e o outro for substantivo ou adjetivo, estes é que vão para o plural: Guarda-chuvas, bate-bocas, sempre-vivas, vice-prefeitos; c) Quando a ligação for feita com preposição, só o primeiro termo varia: Chapéus-de-sol, pães-de-ló, mulas-sem-cabeças, pés-de-cobra; d) se o segundo termo funcionar como substantivo determinante específico, ele é invariável: Navios-escola, salários-família, bananas-prata, mangas-espada; e) Compostos formado só por substantivos ou destes com adjetivos, ambos os termos vão para o plural: Cartas-bilhetes, tenentes-coronéis, gentis-homens, águas-marinhas.
Há gramáticos e dicionaristas que aceitam o plural de ambos os elementos quando o segundo indica finalidade ou semelhança do primeiro.
4) Grau do substantivo. Pode-se apresentar o substantivo na sua significação normal ( telefone, carro, casa), aumentada (grau aumentativo) depreciativamente ( bocarra, chapelão, casarão, pratarraz, copázio, barcaça), ou atenuada (grau diminutivo), às vezes, valorizada ou desvalorizada afetivamente ( riacho, casebre, lugarejo, chuvisco, homenzinho, chapeuzinho, Paulinho). Além da forma sintética, pode-se mudar o grau de um substantivo pelo processo analítico: Casa grande/ casa pequena, homem alto/ homem baixo. Observação: É mais comum alterar o grau de um substantivo de forma analítica. Quando se faz sinteticamente, na maioria dos casos, o que se tem em mente é expressar disformidade e grosseria (bocarra, narigão, beiçorra, porcalhão): É um aumentativo pejorativo. Já o diminutivo pode transmitir uma impressão negativa (uma troça, uma ofensa, um desprezo), mas também pode exprimir carinho e afeto: amorzinho, Luizinho;
Alguns aumentativos e diminutivos são obtidos pelo uso de prefixos (supermercado, hipermercado, megaevento, minidicionário, microempresário).
5) Emprego do substantivo (funções sintáticas). O substantivo pode desempenhar na oração a função de: a) Sujeito: A casa está transformada; b) Predicativo do sujeito: Emanuel é um estudante; c) Predicativo do objeto direto: Julgo-o um trapaceiro; d) Predicativo do objeto indireto: Chamavam-te de professor; e) Objeto direto: Vi um acidente; f) Objeto indireto: Ele obedeceu às leis; g) Objeto direto preposicionado: Ninguém engana a Deus; h) Complemento nominal: Sou desfavorável a Dimas neste caso; i) Adjunto adverbial: Venho de Campina Grande; j) Agente da Passiva: A grama foi aparada por Dantas; L) Aposto: Aprecio três frutas: Laranja, manga e abacaxi; m) Vocativo: Quero te falar algo, mana. Exerce todas as funções, exceto a de núcleo de predicado verbal, que só pode ser exercida pelo verbo.
6) Substantivo como adjunto adnominal. Precedido de preposição (locução adjetiva) ou não, o substantivo pode funcionar como adjunto adnominal: Stalin foi um ditador SEM ENTRANHAS (perverso), um portão DE FERRO, um evento MONSTRO, uma reunião RELÂMPAGO.
7) Substantivo caracterizador de adjetivo. Para precisar o matiz de uma cor, é comum usar um substantivo (o tom ) com um adjetivo (a cor): Azul-piscina, verde-oliva, verde-bandeira.
8) Substantivo caracterizado por um nome. Um nome acompanhado de uma preposição pode ser caracterizado por um substantivo.O cachorro DO HOMEM! O raio DO MENINO (foi e veio num segundo). A pobre DA CRIANÇA.... Tal expressão é carregada de intensidade afetiva, seja pelo realce da ligação íntima através da preposição, seja porque vem anteposta ao substantivo que caracteriza.
9) Substantivo como núcleo de frases nominais: Que dia belo! Parabéns, Luana!
1) Com o numeral, indicamos com exatidão a quantidade e a ordem (numa série) dos seres. Seus tipos são: a) Cardinal. Indica, com números naturais, a contagem dos seres (dez pessoas); b) Ordinal. Indica, numa série, a posição relativa de um ser (primeiro, quinto); c) Coletivo. Designa um conjunto com quantidade exata de seres, como quantidades, meses, dias, anos e versos (dúzia, dezena, lustro, par); d) Multiplicativo. Indica quantas vezes certa quantidade é multiplicada (duplo, triplo); e) Partitivos (não confundir com fracionários). São os que passam a ideia de partir algo: Meio, metade de (dividir uma quantidade 2), a terça parte de, a quarta parte de, quinta parte de, a sexta parte de; f) Fracionários são os que passam a ideia de fração. Dizem em quantas partes algo foi dividido; g) Romanos. Com eles, entre outras coisas (papa, reis, etc.), marcam-se o século, capítulos de livros e até números em relógios. São sete símbolos: I (1), V (5), X (10), L(50), C (100), D (500), M(1000). Faz-se o número romano em combinações em ordem decrescente: Vamos passar estes numerais arábicos para os numerais romanos: 1525: MDXXV. 1524: MDXXIV. 1523: MDXXIII. 1526: MDXXVI. 1547: MDXLVII. 1459: MCDLIX. 1555: MDLV. 1444: MCDXLIV. Quando se coloca um tracinho sobre uma letra-numeral romano, o valor dessa “letra” é multiplicado por mil. Exemplo: LL é cem, mas para cem existe C... A possibilidade dos tracinhos, assim como outras combinações, tornam os números romanos também infinitos. Claro, isso só vale para os números naturais, e qualquer um destes pode ser escrito em romano.
Não devemos abusar dos algarismos romanos. Nomes de logradouros públicos devem ser usados com algarismos arábicos.
2) Cardinal (algo definido) Como Indefinido. Isso ocorre frequentemente. Ex.: Alegrias MIL. Chuvas MIL, em abril. Dificuldades MIL.
3) A conjunção "E" Com Os Cardinais: É intercalada entre centenas, dezenas e unidades ( Vinte E dois. Cento E trinta E cinco), mas é proibida entre milhares e centenas (2. 492: Dois mil quatrocentos E noventa E dois). Mas, se o número terminar em centena com dois zeros (3.800: Três mil E oitocentos) a conjunção é necessária.
4) Casos em que o cardinal é usado em vez do ordinal: Quando o substantivo é anteposto ao numeral (para papas, reis, séculos, capítulos), usa-se o ordinal até o DÉCIMO; de onze em diante, usa-se o cardinal, ou quando o ordinal for muito extenso, pode-se usar o cardinal (também posposto ao substantivo): O rei Pedro Primeiro: O rei Pedro onze. O papa Bento sexto (VI): O papa Bento dezesseis (XVI). Século oitavo: Século vinte e um. 3 222: A matrícula três milésima ducentésima vigésima segunda= a matrícula três mil duzentos e vinte e dois (no caso, o numeral fica invariável). Obs.: Se o substantivo estiver posposto ao numeral, só se usa o ordinal (sec. XXI: vigésimo primeiro século). Na linguagem jurídica, o ordinal é usado até nove, de dez em diante, usam-se os cardinais: artigo SEGUNDO, artigo DOZE. Para os dias, salvo o primeiro, os anos e horas, usa-se o cardinal: Cheguei às cinco horas do dia PRIMEIRO de maio (ou DOIS de maio) de dois mil e doze.
5) Casas, quartos, apartamentos, cabines, poltronas, folhas de livro, desde que o substantivo esteja anteposto ao numeral, usa-se o cardinal. Do contrário, usa-se o ordinal: Página três= terceira página. Quarto 32= trigésimo segundo quarto.
6) Flexão do Numeral: Exceto UM, DOIS, as CENTENAS a partir de DUZENTOS, que flexionam em gênero e número (um, dois, uma, duas, duzentas), o CARDINAL é invariável. Já os ORDINAIS variam em gênero e número (segundo, segunda, segundo(s,a). Os multiplicativos são invariáveis quando tem valor substantivo e variam (gênero, número) quando tem valor adjetivo ( ações triplas, duplas; testes duplos). Os fracionários podem variar em número, de acordo com os cardinais: UM quarto do povo. DOIS quartos do povo.
7) Observações:
A) Alguns cardinais e ordinais têm formas variantes: Quatorze e catorze, dezesseis e dezasseis, dezessete e dezassete, dezenove e dezanove, bilião e bilhão, trilhão e trilião, septuagésimo e setuagésimo, tricentésimo e trecentésimo, sexcentésimo e seiscentésimo, septingentésimo e setingentésimo, nongentésimo e noningentésimo. Porém: Não há HUM nem CINCOENTA registrados na NGB, essas formas só devem ser usadas no preenchimento de cheques. Hum é apenas interjeição;
B) Exceto DOBRO, DUPLO e TRIPLO, os demais multiplicativos (Ex: óctuplo, undécuplo) são de uso erudito. Em vez deles, costuma-se usar o cardinal antes da palavra vezes: Cinco (seis, oito, doze, setenta) vezes: Aquele prédio é OITO VEZES mais alto do que este. E não (por ser mais difícil de dizer e não por ser errado): Aquele prédio é ÓCTUPLO em altura deste.
C) Alguns gramáticos não “adotam” os numerais partitivos. Aceitam todos como fracionários. Destes, somente três possuem formas próprias (meio, metade e terço). Os demais são expressos pelo ordinal correspondente (quarto, quinto, sexto, sétimo) ou pelo cardinal seguido da palavra AVOS. Uma fração cujo denominador é um número a partir de 11, 4/15, por exemplo, é mais fácil ler QUATRO QUINZE AVOS, do que ler QUATRO DÉCIMO QUINTO.
D) Curiosidade sobre a etimologia da palavra AVO. É um sufixo vindo da abreviação de oitavo. Na palavra centavo, tal sufixo existe por significar uma fração da moeda. Vejamos o que diz o Professor Alaúzo (blogueiro). “É mais fácil dividir uma pizza em 7 ou 8 fatias? A DIvisão passou a se aplicar a outros divisores, mas foi inventada para 2. Ainda hoje usamos frações binárias, como na polegada, taxas de juros… Partir (a olho, de modo que a divisão seja consensualmente aceitável) em metades é mais fácil do que em terços. Já [re]partir em quartos (metades de metade) volta a ser mais fácil, depois é dureza em quintos ou sextos ou sétimos. Até para reconhecer as fases da Lua (ainda que os quartos designem meias-luas…). Para os oitavos, metades de quartos. Quando se precisou de uma divisão mais fina, passamos para 1/16; chamaram a isso de dezesseis-avos por analogia com os oitavos (pela aversão aos ordinais acima de décimo, na linguagem simples – tampouco dizemos Bento décimo-sexto). Provavelmente só depois o sufixo foi estendido aos outros denominadores”. O importante mesmo é saber que AVO é um nome masculino que serve para ler frações, e indica cada parte em que o todo foi dividido. Se o numerador for UM (1), fica no singular; se for DOIS ou mais, dica AVOS.
A forma DUODÉCIMO é frequente na linguagem administrativa, quando a distribuição orçamentária se processa por parcelas mensais.
O numeral MEIA substituiu o cardinal SEIS em números de telefones e documentos.
UM MIL é invenção. A escrita correta do cardinal 1000 por extenso é MIL.
E) Os cardinais terminados em ÃO, sofrem flexões (milhão, milhões, bilhão ou bilião, bilhões e biliões). UM milhão é pouco, mas três milhões são suficientes para a construção da ponte.
Para o conjunto de três coisas ou pessoas, pode se usar TRINCA, TRÍADE, TERNO, TRILOGIA, TRIO ou TRINDADE.
A palavra QUARENTENA é usada para indicar o isolamento de pessoas ou animais por um determinado intervalo de tempo, não necessariamente de quarenta dias. O médico recomendou que ele ficasse de quarentena por duas semanas.
F) Zero é um cardinal, geralmente usado em aposição: Grau zero, desinência zero. Ele é o primeiro número natural: 0,1,2,3,4,5,6... É o cardinal dos conjuntos vazios.
G) CEM, na sua forma não reduzida CENTO, é muito usado substantivadamente: Comprei um cento de pinhas.
H) Ao lado do ordinal PRIMEIRO, nosso idioma usa o latinismo PRIMO: Para designar parentesco (primo, prima), em expressões como obra-prima, matéria-prima, números primos. Em artigo de primeira (superior) e de segunda (inferior) categorias, usados como adjetivos, casos em que os ordinais passam a ter um matiz semântico diferente da noção de número. Ás, que é a primeira carta de baralho, que também passou a dar nome aos campeões das competições esportivas e às pessoas que se tornaram referência naquilo que fazem. Em segundas intenções, o numeral segundo significa intenções falsas, ocultas;
O sábado está relacionado ao shabat - dia de descanso para os judeus e adventistas, e o domingo à tradição cristã - dia do Senhor.
I) O cardinal AMBOS varia em número: Ambos os braços, ambas as pernas;
L) Distinção entre NUMERAL, NÚMERO E ALGARISMO. Número se refere à quantidade. Quando contamos (laranjas), ordenamos (em 1º, 2º e 3º lugares) ou medimos (um terreno, um nível d’água dum açude, a altura de alguém) é a idéia de número que temos na cabeça. Numeral é a representação do número (10, dez, 2º, segundo) na escrita ou fala. Algarismo é o símbolo numérico para escrever os números. Uma ilustração: Num saco há doze peras. Você tirou dele cinco frutas. Você lidou aí com quantidades ou números. Então, você deseja representar esses números. Agora você já vai lidar com numerais, que podem ser escritos com algarismo (as "letras" dos números): 12 e 5. O “1”, e o “2” não são números, mas sim algarismos. O 12 é um numeral que representa um número, uma quantidades: Um dúzia de seres. O 5 é algarismo e numeral ao mesmo tempo, que representa uma quantidade, que também pode ser representada pelo numeral CINCO. Em CINCO, você usa letras e não algarismos. No numeral 46567, temos aí quatro algarismos (e não 4 números, muito menos 5). O 6, na posição (ordem) de milhar, e o 6, na posição das dezenas, é um único algarismo. Aquele numeral poderia ser escrito também com letras e palavras, mas daria muito trabalho.
J) Há controvérsia em considerar numerais coletivos como tais, por se referir a uma quantidade exata de seres. Incluimos por questão didática.
L) Falamos acima que os algarismos romanos (sim! As “letras” do numerais romanos se chamam algarismos e não letras; estas formam as palavras e não os numerais) só se referem a números naturais. Estes é o primeiro conjunto numérico que estudamos na Matemática, e também antes mesmo de estudarmos qualquer outra coisa. O simples fato de convivermos, a idéia desses números já nos familiariza com eles. Os números naturais começa assim: 0,1,2,3,4,5,6,7,8,9...”Até” o infinito. Nele não há números negativos (nem fracionários, nem reais e muito menos complexos). As quatro operações aritméticas básicas, nem elas, os algarismos romanos possibilitavam fazer. Para isso, eles usavam o "abacus".
M) PAR: São duas coisas que aparecem juntas. CASAL: Conjunto de macho e fêmea ou de marido e mulher: Um casal de pombos (ou de filhos, ou de pássaros). Dois homos podem formar um par, jamais um casal ou contrair casamento. No máximo, um par homo.
N) Palavras do gramático Napoleão M. de Almeida (Gram. Met. da Ling. Port) sobre artigo UM e UM numeral: "Um, quando cardinal, indica realmente número e tem por plural DOIS". Dica, admite as palavras só e único. "Quando indefinido admite, um tem plural UNS e admite, por contraposição, o adjetivo outro: Fiquei conhecendo hoje um homem, de que há muito ouvi falar. Um (só) homem é bastante para erguer isso".
O) O cifrão só tem uma traço $ (e não dois). MIL é plural; UM é singular; portanto, escrever UM MIL é coisa de quem não sabe o que escreve. MEIO é numeral singular. Portanto, o certo é AO 0,5% e não AOS 0,5% ao mês. Atualmente (2012), por decisão dilmocrática, a poupança vai pagar aos humildes investidores só 0,5% ao mês. Em textos dissertativos, deve-se escrever palavras e não algarismos. Estes ficam reservados a datas, horas, idades, unidades de medidas, porcentagens, endereços, resultados esportivos, resultados de votação e operações matemáticas. Não se usa 4 mangas, a 10 bandeiras, a 5 reais, que devem ser escritos quatro, dez e cinco. Também pode se mudar o número de lugar: em vez de 40 pessoas ficaram feridas no acidente, use 'o acidente deixou 40 pessoas feridas'.
P) Com noção hiperbólica, MIL, MILHÃO e BILHÃO são frequentemente usados para trasmitir quntidade ilimitada e exagerada;
Q) Leitura de Números. Para melhor leitura dos números, agrupamos, a contar sa direita para esquerda, em centenas, dezenas e unidades:
8.236.223: oito milhões duzentos e trinta e seis e duzentos e vinte e três. Para os anos, não há esses agrupamentos. Pode-se resumir as datas completas:05-06-2012, com o zero antes no número do dia e do mês. Com isso,escrevemos menos e se pode evitar fraudes. Mas, é vedado o uso em textos dissertativos. Para leitura das horas:1h2mim1s,
2h15min20s, 6h56mim4s. Muitos usam a forma inglesa, burramente!
Para quem deseja escrever bem, estilística e conscientemente, conhecer o artigo é de suma importância.
Primeiro, pergunto: Estas palavras O, A, OS, AS são artigos? Absolutamente! Mas, elas podem, sim, tornarem-se artigos, contanto que sejam antepostas a substantivos, ou a outras vocábulos, que, devido à presença delas, tornam-se substantivos (palavras substantivadas). Cuidado para não supor que, toda vez que tiver algumas delas antes de uma palavra, esta necessariamente se torna substantivo. Pode se tratar de outra classe gramatical. Exemplos: a) Os que se arrependerem de seus pecados, ganharão a salvação. “OS” aqui é pronome demonstrativo (= aqueles). b) O “que” é uma palavra que tem gerado muitas polêmicas no Recanto das Letras. Aqui a palavra “que” é substantivo, pois O é artigo (“o que” é sujeito desta oração: “O que é uma palavra...”).
A função do artigo é determinar (o, a, os, as) ou indeterminar (um, uma, uns, umas) os substantivos. Morfologicamente, ele pode ser flexionado conforme o núcleo do sintagma (a vaca, as vacas).
Quando o substantivo já é conhecido, usa-se o artigo definido; quando é desconhecido, o indefinido. Vejamos esta oração: UM transeunte achou UM relógio na rua. O transeunte entregou O relógio a UM mendigo.
O artigo definido, portanto, particulariza um ser entre tantos de determinada espécie.
Um substantivo usado sem artigo fica em sentido indeterminado e generalizado: Cachorro ataca criança. Vejam a diferença: O cachorro ataca a criança.
O artigo pode tornar comum um substantivo próprio: Lula banalizou a corrupção no Brasil. E há muitos lulas na política brasileira.
O artigo pode ter valor intensificador: Ela me direcionou um olhar, que me enervou.
Pode determinar o gênero e número dos substantivos: O estudante e a estudante foram assaltados. O Amazonas é um rio grande. As amazonas foram derrotas por Hércules. O pires caiu. Os pires caíram. O médico acha difícil a cura do cura. O lente deixou de ler depois que perdeu as lentes. O cabeça da rebelião perdeu a cabeça ao ser preso.
Os artigos podem se combinar com algumas preposições. Alguns casos: Com EM: No, na, nos, nas, num, numa, nuns, numas. Com DE: Do, da, dos, das , dum, duma, duns, dumas . Com A: ao, à, aos, às.
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Vejam este texto do gramático Evanildo Bechara sobre o artigo:
“Leitor assíduo desta coluna pergunta-nos se está certa sua crítica aos dizeres de placas de sinalização que lê na Via Dutra, no trajeto Rio-São Paulo: REDUZA VELOCIDADE. “No meu entendimento, ela pede à velocidade que reduza, certo? Não seria REDUZA A VELOCIDADE a mensagem correta?”
A primeira mensagem que a placa assim escrita comunica aos motoristas que trafegam pela Via Dutra é que, naquele trecho, têm de diminuir a velocidade para evitar acidentes. Se houver consciência de todos, serão evitados vítimas e prejuízos materiais. Não resta dúvida de que a interpretação da placa proposta pelo leitor exigiria maneira especial de entoar a frase e até de pontuá-la, interpretação que parece não ser a natural dos usuários da estrada. É mais natural, conforme propôs corretamente o leitor, interpretar REDUZA VELOCIDADE como equivalente a REDUZA A VELOCIDADE, isto é, como se nela estivesse escrito o artigo definido A.
E agora cabe a pergunta: estará correta a frase sem o artigo? É claro que sim. A língua permite uma série de frases que se constroem com verbo e substantivo sem a presença de artigo. Em linhas atrás empregamos “não resta dúvida”, e entre o verbo [resta] e o substantivo [dúvida], desacompanhado de um modificador, não há o concurso do artigo. Citar exemplos do tipo “ter razão”, “ficar a ver navios”, “sentir dúvida”, “criar encrenca” seria enfastiar o leitor pela grande quantidade deste uso. O emprego do artigo definido não fica apenas restrito à oposição “conhecido” (definido) e “desconhecido” (ausência do artigo definido ou emprego do indefinido). Há sutis situações de que o falante tira partido com admiráveis resultados expressivos.
Por acaso, outro dia, relíamos substancioso comentário de um excelente conhecedor de nosso idioma, o professor cearense Martinz de Aguiar, que, no livro “Notas de português de Filinto e Odorico” (Organização Simões, Rio de Janeiro, 1955), lembrava os versos de Gonçalves Dias do poema “Harmonias”:
Ao par amante, que inocente vaga,
Sou eu quem prendo em derretido enleio:
– Secura ou fogo, ardente devaneio
Que dá morte a paixão, que sempre afaga.
O clássico maranhense deixou na edição dos “Segundos Cantos” (Tipografia Clássica de José Ferreira Monteiro, Rio de Janeiro, 1848) o objeto indireto ‘a paixão’ com a respectiva preposição ‘a’, mas o substantivo ‘paixão’ sem artigo, utilizando o mesmo recurso de ter o substantivo não precedido do artigo definido feminino ‘a’. Desconhecendo esta possibilidade do idioma, ou passando por cima de uma sutil – mas correta – intenção estilística do poeta, seus editores modernos resolveram optar por introduzir o artigo ‘a’ que o poeta não usou, e fundir por crase ‘a’ preposição com o ‘a’ artigo (‘à’), alterando a gramática do verso para “Que dá morte à paixão, que sempre afaga”, destruindo o paralelismo sintático desprovido de artigo em ‘morte’ e ‘paixão’. Por consciência editorial anotaram os editores modernos “Está a paixão”, como fez Manuel Bandeira, na sua prestimosa “Obras poéticas de Gonçalves Dias”, 2 vols., Companhia Editora Nacional, São Paulo, 1944.
Sutilezas do emprego e do não emprego do artigo definido fazem parte da riqueza do nosso idioma e, por isso mesmo, devem merecer a atenção daqueles que desejam enriquecer-se com esses tesouros expressivos. Concluindo, nada há para mexer na placa da rodovia.”
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Artigo antes de nomes de cidades: Só se esta vier determinada: Estou EM Roma. Estou NA antiga Roma. Isso tem implicações no uso da crase: Vou A Roma (venho de Roma). Vou À antiga Roma (venho da Roma antiga).
Com o numeral AMBOS, o artigo é usado entre ele e o substantivo: Ambos os réus foram condenados.
Usado com a palavra TODO, significa inteireza, totalidade: Toda A cidade sabe do ocorrido. Sem o artigo, significa cada, qualquer: Toda cidade sabe do ocorrido. (NOTA: Verificar este ponto nos comentários do amigo correcantista, o ilustre AMÉRICO Paz, profundo conhecedor da "Úlima Flor do Lácio").
Antes de possessivos, é facultativo, exceto se o substantivo vier subentendido: Elogiaram ( ) teu desempenho. Elogiaram TEU desempenho, mas não O meu (aqui o artigo O é obrigatório). Esse fato torna facultativa a crase antes de pronomes possessivos: Dei à minha namorada um brinco de ouro. Dei a minha namorada um brinco de ouro.
Se o artigo indefinido estiver anteposto a um numeral, indica quantidade aproximada: Chutei umas 200 vezes. Ele há uns 30 anos não vai ao teatro. Comprei uns quarenta ingressos.
Não se repete o artigo antes e depois do substantivo, ao se usar o superlativo MAIS: Fiz obras AS mais importantes. Fiz AS obras mais importantes. Errado: Fiz AS obras AS mais importantes.
Antes de um infinitivo, não se pode combinar DE+ARTIGO: Chegou o momento de a minoria protestar. Explicação: DE se relaciona com O MOMENTO e não com MINORIA. Além disso, “A MINORIA”é sujeito de PROTESTAR, e o sujeito jamais pode se introduzido por uma preposição. Se não for sujeito, pode ser contraído: Chegou a hora do protesto.
O artigo anteposto a obras cujos nomes se iniciam com artigos: Ou não se faz a contração, ou a fazemos com o uso do apóstrofo: A Paraíba é dona de A União (ou: d’A União). A reportagem saiu em O Globo (ou: n’O Globo).
Há gramáticos que aceitam o uso do artigo em maiúsculas: Li essa frase nOs Lusíadas. A notícia foi publicada nO Estado de S. Paulo.
Usa-se o artigo e não o possessivo antes de nomes de partes do corpo, peças de uso pessoal e qualidades do espírito : Caí e quebrei a mão. Quando pulei, a calça se rasgou. Viajei e esqueci a escova. Ele perdeu a confiança.
O artigo definido não se usa antes da palavra CASA (lar) se esta não tiver qualificada, mas usa-se se ela significar “prédio” ou estabelecimento: Estou em casa, pensando na casa que meu amigo constrói.
Numa série de substantivos, se o primeiro tiver um artigo, este deve se repetir com o demais: Trabalha para a mãe, a filha, o pai, a irmã, o irmão e o sobrinho. Também se repete o artigo se dois adjetivos unidos por E e OU qualificam opostamente o mesmo substantivo: A boa ou a má safra dependem do tempo. Li o novo e o velho testamento. Ou quando os adjetivos não vierem unidos por aquelas partículas: Era o exigente, o carrancudo, o pernóstico diretor. Era o feio, o magro, o horroroso pato. Ainda se repete o artigo se o mesmo substantivo vier qualificado por uma série de superlativos relativos: Ela é a mais amada, a mais elegante, a mais séria da escola.
Por ter o artigo definido uma função limitadora do substantivo, normalmente seu uso é evitado quando o gênero e o número de um substantivo já estão determinados por outras classes de palavras: ( ) Dois novos fatos vieram à tona. Quando se deseja usar um substantivo na sua plena significação: Não se vive sem ( ) água.
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