1 ) São palavras indicadoras da terceira pessoa do discurso, dando-lhe sentido vago (impreciso) ou quantidade indeterminada: Alguém quebrou o copo. "ALGUÉM (3ª pessoa) é um ser humano cuja identidade se desconhece ou não se deseja revelar. Ele trouxe muitos abacaxis. “MUITOS” indica uma quantidade não determinada. MUITOS são chamados, mas são POUCOS os escolhidos.
2) Indefinidos: A) Substantivos: Substituem os seres ou dão a quantidade aproximada deles na frase: ALGO me atormenta. ALGUÉM gritou. FULANO (sicrano ou beltrano) quer é uma propina! NINGUÉM assumiu o crime. Não queiras para OUTREM o que não queres para ti. QUEM quer TUDO pode ficar sem NADA. B) Adjetivos: Acompanham um ser indicando quantidade indefinida: CADA um sabe o que passa. CERTO homem caiu na rua. Certas pessoas só dizem leviandades. Cada sociedade tem suas necessidades. Certas pessoas são insensíveis.
O certo é sicrano, e não ciclano, que é da Química e corresponde a um hidrocarboneto saturado cíclico.
3) Indefinidos que podem ser substantivos ou adjetivos: ALGUM (a,s) aceitou (m) a proposta. ALGUM aluno fez isso. Bastante (s; = muito, muitos). Ele trouxe BASTANTE leite. BASTANTES pessoas participaram da festa. As DEMAIS pessoas fugiram. Ele foi embora; os DEMAIS ficaram. MENOS de 20 pessoas é POUCO, porém MAIS de 30 é MUITO! Beba MENOS cachaça e tome MAIS água. Traga MUITO leite e MUITOS pães. MUITOS saíram, POUCOS ficaram. NENHUM quis dizer a verdade. NENHUM menino deixou de brincar. OUTROS virão, mas NENHUNS serão iguais aos que se foram. OUTRAS crianças morrerão, mas NENHUMAS por negligência médica. “QUALQUER pessoa” não é o mesmo que “pessoa QUALQUER”. QUAL é seu nome? QUANTA maldade! TAL o pai tal o filho. UNS querem TODAS. OUTROS querem VÁRIAS. POUCOS se contentam com uma só.
4) Os indefinidos podem ser invariáveis (EX.: CADA, QUEM, ALGO, OUTREM,NADA, MENOS, ALGUÉM, NINGUÉM, TUDO, MAIS, CADA QUAL, QUEM QUER QUE ) e variáveis (ALGUM, POUCO. MUITO, BASTANTE, UM, QUALQUER, VÁRIO, FULANO, SEJA QUAL FOR, TODO AQUELE QUE, TAL QUAL, TAL E QUAL, TAL OU QUAL, UM OU OUTRO, etc.).
6) Indefinidos Sistemáticos: São o que têm sentidos contrários
A) Afirmativos ( Algum, alguém, algo) ou totalidade afirmativa (todo, tudo);
B) Negativos (nenhum, ninguém, nada) totalidade negativa (nada). Alguém e ninguém indicam pessoas; algo e nada, coisas. "Certo" particulariza; qualquer, generaliza. Essas oposições têm muito valor na construção frasal e na coerência. A solidez dos argumentos ou a beleza do estilo podem depender delas.
7) Uso de alguns pronomes indefinidos:
1) ALGUM. Anteposto ao substantivo é afirmativo: Algum homem pode levantar tal peso. Posposto, é negativo: Homem algum pode levantar tal peso. Também pode significar dinheiro. Você tem ALGUM aí?;
2) O indefinido DEMAIS (ele chega com os DEMAIS) não deve ser confundido com o advérbio DEMAIS (ele come DEMAIS) nem com a locução adverbial DE MAIS (ele trouxe a quantidade certa de bandeiras; não trouxe DE MAIS nem DE MENOS. Ele não fez nada DE MAIS além do dever);
3) O indefinido TODO (tomei todo o leite) pode ser também advérbio (completamente), caso em que este pode flexionar: A bala feriu-lhe o nariz; o corpo ficou TODO ensanguentado; a roupa, TODA suja).
4) CADA é distributivo (qualquer dentre alguns: Todo: todo aquele que tem fé é feliz): CADA pessoa tem o que merece. Só pode anteceder substantivo no singular, exceto se entre ele e o nome houver um numeral (CADA três dias ela vem aqui). E pode ter valor enfático: Ela arruma CADA confusão!
8) Como os artigos, os pronomes indefinidos são determinantes, isto é, apresentam um nome, mesmo que indeterminadamente. Assim, eles afugentam os artigos, e, portanto, a crase. É inadequado dizer: Um ALGUÉM deseja. A mãe sumiu; por isso, ele foi À TODA rede hospitalar. Ele(, em vez de dar as flores à esposa,) deu À OUTRA mulher (reforço:
Não pode ser usado, salvo raríssimas exceções, um pronome indefinido e um artigo antes do substantivo. Dar algo À OUTRA é exceção.
9) Os indefinidos e a colocação pronominal. Usado como sujeito, este é partícula atrativa de oblíquos. Portanto, desde que a oração esteja na ordem direta, o uso da próclise é o recomendado: Tudo me convidava a ficar. Quem me deu a caneta? Alguém me substituiu no evento.
10) Observações:
A) CERTO posposto ao substantivo é adjetivo ( e não P. Indef.): Para cada atividade, devemos procurar as pessoas CERTAS. Certa pessoa pode não ser a pessoa CERTA;
B) ALGUM (a) e NENHUM (a), antepostos ao substantivo, variam em gênero e número. Pospostos, podem variar em gênero, mas não variam em número: Quem diz: “Não sei coisas algumas de Matemática”, podem ter certeza, acertou na matemática, mas errou no português!
C) OUTRO pode significar diferente: Campina Grande está tão OUTRA!
D) TUDO O QUE significa o mesmo que TUDO QUE;
E) O indefinido VÁRIOS admite o singular VÁRIO (a): A multidão era de origem vária. Vária pode ser um substantivo, nesse caso significa breve comentário ou notícia;
G) TUDO se refere a coisas, mas podem indicar também pessoas: No que concerne à política, tudo é igual: Eleitos e eleitores;
F) TODO e TODA, seguidos de artigo, significa inteiro (todo a classe sabe do assunto); não seguido de artigo, significa qualquer (toda pessoa pode ser feliz); sempre que estiverem no plural, são seguidos de artigos e indicam a totalidade: A vaca comeu TODAS AS FOLHAS;
QUALQUER pode ter sentido pejorativo: Ele é UM QUALQUER (o artigo indefinido UM realça o sentido pejorativo)
H) QUALQUER é um indefinido composto: QUAL+ QUER (do verbo querer). Daí o plural QUAIS + QUER= QUAISQUER (a única palavra portuguesa que tem o plural no meio, e não no fim). Usa-se em orações declarativas afirmativas: Ele NÃO tinha NENHUMA (o NÃO anterior impede que se use QUALQUER) possibilidade de passar. QUALQUER um dos times vai vencer.
I) As palavras MAIS, MENOS, (OS) DEMAIS e UM são indefinidos oriundos de outras classes gramaticais.UM (assinala a indefinição do nome) aparece correlato a OUTRO: UNS gostam de café; OUTROS, de chá;
J) CERTO e QUALQUER tem significação oposta: O primeiro expressa particularização; o segundo, não: CERTOS elementos aqui são desonestos (não todos e quaisquer; só alguns); QUAISQUER elementos aqui são desonestos (no grupo de pessoas considerado, a qualquer um que for se referir, isto é, todos, sem exceção, é desonesto) ;
K) CADA é pronome adjetivo; não aparece só: O certo é: A banana custa R$ 0,20 CADA UMA (e não: custa R$ 0,20 CADA);
L) Não existe a expressão TODO MUNDO; e, sim, TODO O MUNDO; N) NENHUM tem o plural NENHUNS: Nenhuns de lá podem voltar). Anteposto ao substantivo, varia em gênero e número. Posposto, pode variar em gênero, mas não varia em número;
M) OUTRO DIA= O OUTRO DIA= um dia passado mas próximo: OUTRO DIA (O OUTRO DIA) dia visitei tal amigo e almoçamos juntos. AO OUTRO DIA= NO OUTRO DIA: No dia seguinte: NO OUTRO DIA (AO OUTRO DIA) ele foi quem veio almoçar em minha casa;
N) As locuções indicadoras de reciprocidade são usadas normalmente no masculino, ainda que referidas a pessoas de gêneros diferentes: Ele e ela olharam intensamente UM AO OUTRO (UM AO OUTRO, UM PARA O OUTRO);
O) “NADA” pode ter valor de advérbio: Foi sorte! comprei um carro NADA caro.
1) CONCEITO . Os pronomes interrogativos são um tipo de pronome indefinido. Eles são: QUE, QUEM, QUAL e QUANTO, com os quais fazemos interrogações:
a) Diretas. Um falante faz uma pergunta diretamente a seu interlocutor. Ela é marcada pelo ponto-de-interrogação (?): Quanto pagaste por esse computador? Quem te vendeu? Qual é o ano dele? Que interesse tens nele?
b) Indiretas. Aqui não há o sinal de interrogação (?), mas sim o do ponto final (.): Não sei QUE é aquilo. Não sei quem é aquele. Dizes quais são tuas intenções. Falas quanto custou tua viagem.
Nota: Por se tratar de pronomes indefinidos, a significação dos pronomes interrogativos é indeterminada, mas a resposta esclarece a pergunta.
2) FLEXÃO DOS PRONOMES INTERROGATIVOS. QUE e QUEM são invariáveis. QUAL (quais) se flexiona em número, e QUANTO, em gênero e número (quanto, quantos; quanta, quantas).
3) VALORES E EMPREGO DOS PRONOMES INTERROGATIVOS: A) QUE pode ser: Pronome substantivo, quando significa QUE COISA: Que vais comer? Ou Pronome adjetivo, quando significa QUE ESPÉCIE DE: Que peixe você prefere? Notar: QUE pr. adj.: É sempre seguido substantivo. QUE pr. subs.: É sempre seguido de verbo. QUE
deu origem a QUE É FEITO DE (onde está), expressão que “degenerou” para “cadê” ou “que dê”, que devem ser evitados na linguagem padrão. Há quem queira reforçar esse interrogativo com certos “enfeites”: “O QUE”, “QUE QUE”, “O QUE É QUE”, enfeites esses que alguns defendem ( Domingos, Heráclito Graça e Said Ali) e outros acham-nos desnecessários ( Os gramáticos Napoleão e Paz, entre outros). Como não há consenso, escrevo o que ficar melhor nas frases que construo. Porém, não apraz aos ouvidos mais sensíveis os ecos de “QUE QUE” e de “O QUE É QUE”, além de ficar mais extensa a frase. B) QUEM. Esse pronome substantivo só se usa para pessoas ou algo personificado: Quem bateu no cachorro? Quem disse? QUEM, ao ser construído com o verbo ser, pode funcionar como predicativo de um sujeito plural: QUEM são eles, colegas? C) QUAL. Para pessoas ou coisas, é seletivo e o substantivo que o acompanha pode não estar contíguo: Quais os que foram atingidos? Não sei qual foi o resultado do jogo (FOI depois de QUAL: é comum se pospor o verbo SER ao interrogativo QUAL). E) QUANTO é um quantitativo (substantivo ou adjetivo) que se flexiona (em gênero e número) e pode se referir a pessoas ou coisas: Quanto vale? Não sei quanto custa. Quantas crianças vão?
Em vez de cadê, em linguagem formal recomenda-se usar onde está.
Em 'O que são gametas?', O QUE é uma forma enfática de QUE.
4) EMPREGO EXCLAMATIVO DOS PRONOMES INTERROGATIVOS. Podem, estes, assumir uma variegada gama de tonalidades afetivas: Que vergonha! Queeeeee! Que ingenuidade! Que modos! Que figura!
QUANDO, COMO, ONDE e POR QUE não são pronomes, mas sim advérbios interrogativos.
1) PRONOME RELATIVO. CONCEITO. Observemos estas duas orações: O sistema educacional do Brasil é um engodo. O engodo empobrece a nação. Essas duas orações podem ser unidas num período mais breve: O sistema educacional do Brasil é um engodo, QUE empobrece a nação. A palavra que uniu as duas orações foi o pronome relativo QUE, uma anáfora, A QUAL retoma um elemento anterior sem repetir o nome do elemento ( a palavra “engodo”, retomada com o conectivo QUE).
Então, PRONOME RELATIVO é aquele que liga duas orações, substituindo na segunda o termo já citado na primeira. O pronome relativo introduz a segunda oração, sem repetir o nome do antecedente. A oração iniciada com o pronome QUE é uma oração subordinada adjetiva, no caso, explicativa. (Explicativa porque considera os estudantes na sua totalidade, sem restrição alguma . Claro, isso é uma afirmação exagerada, pois “apenas” 38% dos universitários do Brasil são analfabetos, literalmente!).
Vejamos agora este exemplo: Os “estudantes” do nosso país não estudam. O nosso país é muito prejudicado: Nosso país CUJOS “estudantes” não estudam é muito prejudicado. O conectivo “cujos” ligou um antecedente (nosso país, um possuidor) a um conseqüente (os “estudantes”: a coisa possuída). Então, ele serviu para antecipar um termo (o consequente, a coisa possuída: os estudantes), mantendo a mesma relação de posse, num período menor. Assim, CUJO, no discurso, no texto, cumpre função catafórica.
1) CLASSIFICAÇÃO DO PRONOME RELATIVO QUANTO À NATUREZA DO ANTECEDENTE: A) Substantivo: UM PROMOTO PÚBLICO, em início de carreira, que ganha R$19 000,00 e acha pouco, ameaça entrar em greve para reajustar esse “salário de fome”. Já OS TRABALHADORES que ganham um salário mínimo estão em júbilo por não fazerem parte da grande massa de desempregados do Brasil; B) Pronome: TU, que eras a alegria da casa, viraste a tristeza; C) Um adjetivo: Velhice, que amarga a vida, alguns experimentam ainda em tenra idade. começam D) Um advérbio: AQUI, ONDE todos gostam de festa, temos também nossos dias de velório; E) Uma oração: Para si próprios, os políticos brasileiros só levam em conta uma lei, a de Gerson, O que não pasma mais ninguém (notar: o demonstrativo “O” resume recapitulando toda a oração anterior);
2) FUNÇÃO SINTÁTICA DOS PRONOMES RELATIVOS: A) Sujeito: Estou levando o livro QUE comprei; B) Objeto Direto: Li o livro QUE você indicou; C) Objeto Indireto: A invasão A QUE você se referiu não ocorreu; D) Predicativo: Fui QUEM sou. E) Adjunto Adnominal: Um castelo CUJO aspecto funesto assusta; F) Complemento Nominal: Vou enviar os mantimentos de que eles têm necessidade; G) Sou favorável DE QUE você fique; H) Agente da Passiva: Amo POR QUEM sou amado;
3) PRONOMES RELATIVOS SEM ANTECEDENTE (RELATIVOS INDEFINIDOS): A) QUEM, ONDE: “QUEM tem amor, e tem calma, tem calma....Não tem amor... (A. Tavares: citado por Celso Cunha); moro ONDE mora a solidão (ONDE pode ser interpretado por AQUELE QUE; ONDE, por NO LUGAR DE); B) QUANTO (S): Imagino QUANTO exijo sem direitos;
4)“QUE” É O RELATIVO BÁSICO. Seu antecedente pode ser pessoa ou coisa, no singular ou plural. Exatamente por ter como antecedente quaisquer seres (pessoas ou não), no plural ou no singular, “QUE” é considerado pronome relativo universal (lembrando apenas que, quando posposto a preposições de mais de uma sílaba, ele deve ser substituído por O QUAL ou derivados deste). Pode iniciar orações adjetivas restritivas (as que não ficam isoladas por vírgulas) ou explicativas. O leite, que é branco, é um alimento completo. O leite que não for branco não presta (deve estar estragado!). Nas orações sub. adj. Explicativas, o QUE pode ser trocado por QUAL (S) ou O (A,S) QUAL
(Ex.: Peço amor, o qual só encontro em ti), substituição esta que pode ser pedida pela eufonia ou pelo ritmo, mas, às vezes, pode ser exigência do idioma)
O "QUE" pode se referir a uma oração completa. Ex.: Ela se tornou médica, que era seu sonho.
5) QUE é aconselhável: a) Quando vier depois de preposições monossilábicas (A, COM, DE, EM, POR): O bar A QUE me refiro é este. A facão COM QUE cortei o coco é aquele. O mau DE QUE padeço não foi diagnosticado. Há momentos EM QUE nos zangamos. A razão POR QUE ele ria tanto ninguém sabia.
6) COM AS DEMAIS PREPOSIÇÕES (ESSENCIAIS OU ACIDENTAIS, E AS LOCUÇÕES PREPOSITIVAS), PREFERE-SE “O QUAL” (A,S): O motivo PELO QUAL saí, não expliquei.... O colchão SOBRE O QUAL me deitei não era muito confortável. Falava com um autoritarismo PERANTE O QUAL todos se curvavam de medo. Em síntese, para preposições com mais de uma sílaba, é melhor usar O QUAL: Aqueles homens truculentos PERANTE OS QUAIS todos tremiam, hoje “vivem” em contubérnio com as bactérias sob à terra.
Também se usa com as preposições SEM e SOB.
7) O QUAL TAMBÉM É USADO COMO PARTITIVO ( posposto a INDEFINIDOS, NUMERAIS e SUPERLATIVOS): Os estudantes, ALGUNS dos quais estudam, devem ser vigiados. Pagou MIL REAIS, dos quais 50,00 é meu. Ia com TRINTA amigos, dos quais dez estavam desanimados. Tem cinco filhas, A MAIS VELHA das quais, já era moça.
8) QUAL, SIMETRICAMENTE REPETIDO, SIGNIFICA “UM...OUTRO” E É UM INDEFINIDO: O jardim com suas flores e plantas , qual mais tenra, qual mais cheirosa, a todos agradavam;
9) “QUEM”, COMO PRONOME RELATIVO, COM ANTECEDENTE EXPRESSO, SÓ SE USA PARA ‘PESSOAS’ OU ‘ALGO PERSONIFICADO’, e é antecedido da preposição A (se o verbo for TD) ou da preposição que o verbo exigir (se não for TD), Sandro A QUEM mais falei, saiu logo. A moça A QUEM me dirigi é a diretora. Aquele COM QUEM mais me dei dói Léu. Significa “O QUAL” e, quando vem repetido em fórmulas alternadas (simétricas), equivale a UM...OUTRO (um indefinido): Quem ria de alegria, quem chorava de tristeza, eis o que ocorreu depois do jogo. “QUEM” usado sem antecedente, é um pronome relativo indefinido: Quem saiu, morreu. De qualquer forma, vem sempre preposicionado.
10) CUJO é relativo (retoma um elemento anterior: Função ANAFÓRICA) e um POSSESSIVO (antecipa algo: Função CATAFÓRICA), significa DO, DE ( QUAL, QUEM, QUE), concordando em gênero/número com a coisa possuída: A mulher, cujo saia se esvoaçou, não ficou rubra nem sentiu pejo. O clube cujo dono conheço não é bom. PROIBIDO: Usar artigo depois de CUJO: Errado: O navio cujo O dono morreu foi irresponsável. CUJO pode sinteticamente substituir um pronome ou substantivo precedido de preposição: “Podaram” as vacas. O chifres delas estavam grandes: As vacas cujos chifres estavam grandes foram “podadas”. Por vezes, “o cujo” parece vir antecedido de preposição. Engano: Ele apenas “se mete” entre uma palavra e a preposição que a rege: Propuseram provas DE CUJA autenticidade se duvida: A autenticidade DAS provas se duvida. DE se liga a AUTENTICIDADE.
11) QUANTO, quando relativo, tem TODO ou TODOS(A) como antecedentes, indefinidos que podem ser omitidos: Em tudo QUANTO era lugar imperava a desolação depois da renhida batalha. Entre (todos) QUANTOS vês, enxergas bondade? Nem todos QUANTOS te pedem, precisam.
12) ONDE. Por desempenhar função adverbial (lugar), é considerado advérbio relativo com valor pronominal: ONDE ela estiver, eu fico.
13) ONDE: O LUGAR EM QUE. A ONDE: O LUGAR A QUE: O apartamento onde moro é confortável. O apartamento aonde vou morar é bom.
14) ARTIFÍCIO PARA ANALISAR O PRONOME RELATIVO: É SÓ TROCAR O RELATIVO PELO ANTECEDENTE. A FUNÇÃO QUE ESSE CUMPRIR NA ORAÇÃO, É A FUNÇÃO DO PRONOME RELATIVO. ARTIFÍCIO PARA ANALISAR O PRONOME RELATIVO: É SÓ TROCAR O RELATIVO PELO ANTECEDENTE. A FUNÇÃO QUE ESSE CUMPRIR NA ORAÇÃO, É A FUNÇÃO DO PRONOME RELATIVO. Para facilitar, desmembra-se o período com o relativo num período maior sem ele. Em havendo preposição antes dele, verifica-se a palavra que, na oração subordinada, exigiu-o. Então, fica clara a função sintática do pronome relativo. Isso significa você trocar o relativo pelo antecedente. A função que este cumprir, é a função do pronome relativo: A) Os homens QUE roubaram foram presos: Os HOMENS roubaram. Os homens foram presos: Os homens: Sujeito. QUE: Sujeito. B) Os alunos de quem Everaldo gosta passaram: Os alunos passaram. Everaldo gosta dos alunos. DE QUEM: Objeto indireto (do verbo gostar). C) Os músicos que cantarão amanhã já chegaram: Os músicos cantarão. QUE: SUJEITO. D) Veio a caneta que ele quer (veio a caneta. Ele quer a caneta: QUE: Objeto direto); E) Veio a caneta de que ele necessita: Veio a caneta. Ele necessita da caneta: (Da) caneta: Objeto indireto. DE QUE: Objeto indireto. E) Vou enviar os mantimentos de que eles têm necessidade: Vou enviar os mantimentos. Eles têm necessidade dos mantimentos. DE QUE: Complemento nominal ( note: DE é exigido por um nome: necessidade). F) És o bom maestro que todos desejariam ser: És um bom maestro. Todos desejariam SER o bom maestro. QUE: Predicativo. G) O cão por que fui agredido está solto: O cão. Fui agredido pelo cão. Por que: Agente da passiva. H) A festa aconteceu na casa em que ele morou: A festa aconteceu na casa. Ele morou na casa. Na casa Adjunto adverbial de lugar. I) O carro cuja porta quebrou foi consertado. A porta do carro quebrou. Do carro Adjunto adnominal.
Se o relativo vier anteposto de preposição, procuremos saber se ela se liga a um nome, a um verbo, ou a um advérbio (ou locução), que está na oração introduzida pelo relativo. Pela preposição, de imediato, já se sabe se o relativo é complemento nominal, objeto indireto, agente da passiva (se a preposição for POR e se ligar a um particípio da oração subordinada). Caso não haja preposição antes do relativo, este pode ser sujeito, objeto direto e outros. Não esquecer de que o pronome relativo deve estar sempre antecedido da preposição que eventualmente uma palavra da oração subordinada necessitar.
COMO e QUANDO também são pronomes relativos, no primeiro caso quando houver as palavras modo, maneira, forma e jeito, no segundo caso quando houver alguma palavra que indique tempo.
Uma ótima dica para lembrar dos pronomes relativos é o poema Quadrilha, de Drummond.
João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
QUE, QUEM, ONDE, COMO, QUANDO e QUANTO podem ou não ser relativos, CUJO e O QUAL são sempre relativos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário