Oração subordinada é aquela que exerce alguma função sintática em relação a outra oração, denominada oração principal. A subordinada pode vir antes ou após a oração principal, também sendo possível que apareça no meio dela. Exemplos:
a) Antes da oração principal:
– Quando os filhos são sinceros, os pais ficam felizes.
b) Após a oração principal:
– Os filhos estavam temerosos de que os pais descobrissem a verdade.
c) No meio da oração principal:
– Os filhos que são sinceros estão tranquilos.
Juntas, oração principal e oração subordinada, formam o que chamamos de período composto por subordinação. Além disso, conforme a função que exercem, as orações subordinadas podem ser substantivas, adjetivas ou adverbiais. Vejamos cada uma.
Orações subordinadas substantivas
As orações subordinadas substantivas são aquelas que têm valor de substantivo.
Exercem, em relação à oração principal, a função de: sujeito, predicativo, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, aposto ou agente da passiva.
Conjunções integrantes que as iniciam: que e se. Podem ser introduzidas por pronomes interrogativos (que, quem, qual, quanto) ou advérbios interrogativos (quando, como, onde e por que), quando nas frases interrogativas indiretas.
Classificações:
1. Oração subordinada substantiva subjetiva: desempenha função de sujeito da oração principal, a qual não apresenta sujeito. Por essa razão, a oração subordinada substantiva subjetiva também é considerada um tipo de sujeito: sujeito oracional.
Exemplos:
– Era necessário que você regressasse.
– Tornou-se claro para a justiça que ele era inocente.
2. Oração subordinada substantiva predicativa: desempenha função de predicativo do sujeito da oração principal, a qual apresenta o verbo de ligação ser.
Exemplos:
– Meu desejo é que você se case comigo.
– Minha impressão era que ele seria campeão.
3. Oração subordinada substantiva objetiva direta: desempenha função de objeto direto da oração principal, a qual apresenta verbo transitivo direto ou verbo transitivo direto e indireto.
Exemplos:
– Quero que você volte para mim.
– Não sei se é verdade ou não.
4. Oração subordinada substantiva objetiva indireta: desempenha função de objeto indireto da oração principal, a qual apresenta verbo transitivo indireto ou verbo transitivo direto e indireto.
Exemplos:
– Informe-se do que ocorreu naquela noite.
– Ela não gosta de que eu saia demais.
5. Oração subordinada substantiva completiva nominal: desempenha função de complemento nominal da oração principal, a qual apresenta um substantivo, adjetivo ou advérbio pedindo um complemento preposicionado.
Exemplos:
– Ela tinha certeza de que você a apoiaria.
– O aviso para que permanecessem de máscara foi ignorado.
6. Oração subordinada substantiva apositiva: desempenha função de aposto da oração principal e vem separada por vírgula, dois-pontos ou travessão.
Exemplos:
– Tenho um grande sonho: que você viaje o mundo comigo.
– O meu sonho – que você viaje o mundo comigo – se realizou.
Caso especial
7. Oração subordinada substantiva agente da passiva: desempenha função de agente da passiva da oração principal, é iniciada pela preposição de ou por + pronome indefinido. Não é reconhecida pela NGB, mas existe.
– O carro foi comprado por quem pagou mais.
Orações subordinadas adjetivas
As orações subordinadas adjetivas são aquelas que têm valor de adjetivo.
Exercem, em relação à oração principal, a função de: adjunto adnominal.
Pronomes relativos que as iniciam: que, o qual, quem, cujo, quanto, onde, como, quando.
Classificações:
1. Oração subordinada adjetiva restritiva: é a que restringe (especifica) o conteúdo do termo anterior e acrescenta-lhe um elemento indispensável ao sentido. Não é possível retirá-las sem prejudicar o sentido da frase, portanto não são isoladas por vírgulas
Exemplos:
– O vírus que surgiu recentemente ainda é um grande desafio para a ciência.
– O destino para onde ele viajará é desconhecido por nós.
2. Oração subordinada adjetiva explicativa: não restringe o conteúdo do termo antecedente, mas adicionam alguma explicação sobre o antecedente. Funcionam como informação acessória, por isso podem ser retiradas sem prejudicar o sentido do período e devem ser isoladas por vírgula, travessão ou parênteses.
Exemplos:
– Minha esposa, que é muito católica, reza o terço todos os dias.
– Visitarei meu namorado (que mora em Salvador) amanhã.
Orações subordinadas adverbiais
As orações subordinadas adverbiais são aquelas que têm valor de advérbio.
Exercem, em relação à oração principal, a função de: adjunto adverbial.
Conjunções que as iniciam: todas as conjunções subordinativas, exceto as integrantes.
Classificações:
1. Oração subordinada adverbial causal: exprime a causa do fato expresso na oração principal.
Conjunções subordinadas causais: porque, pois, porquanto, como (= visto que), pois que, já que, uma vez que (com o verbo no indicativo), visto que, visto como, na medida em que…
Exemplos:
– Já que estava de folga, assistiu a todos os episódios da nova série.
– Ele foi alvo de críticas dos colegas de trabalho, pois não mudou de opinião.
2. Oração subordinada adverbial condicional: exprime uma condição para o fato expresso na oração principal.
Conjunções subordinadas condicionais: se, caso, contanto que, salvo se, sem que (= se não), desde que, a menos que, a não ser que, uma vez que (com o verbo no subjuntivo)…
Exemplos:
– Você será aprovado, desde que estude muito.
– Chegaremos hoje, a não ser que haja algum atraso no voo.
3. Oração subordinada adverbial concessiva: exprime um empecilho ao fato expresso na oração principal, mas não o impede de ocorrer.
Conjunções subordinadas concessivas: embora, conquanto, ainda que, mesmo que, posto que, se bem que, por mais que, por menos que, apesar de que, nem que…
Exemplos:
– Mesmo que chova canivete, nós realizaremos essa viagem.
– A vaga será minha ainda que haja centenas de concorrentes.
4. Oração subordinada adverbial conformativa: exprime conformidade em relação ao fato expresso na oração principal.
Conjunções subordinadas conformativas: conforme, como (= conforme), segundo, consoante…
Exemplos:
– Conforme o aviso enviado aos pais, hoje não haverá aula.
– Amanhã irá chover, segundo foi noticiado no jornal.
5. Oração subordinada adverbial consecutiva: exprime a consequência do fato expresso na oração principal.
Conjunções subordinadas consecutivas: que (precedida de tal, tão, tanto ou tamanho), de modo que, de maneira que, de forma que, de sorte que, sem que…
Exemplos:
– O produto é tão incrível que compartilhei com todos.
– Tanto gritou que ficou sem voz.
6. Oração subordinada adverbial comparativa: exprime uma comparação em relação a um termo da oração principal.
Conjunções subordinadas comparativas: como, tal qual, tal como, tão como, tanto como, assim como, mais (do) que, menos (do) que, tão... quanto/como, tão... quanto/como…
Exemplos:
– Nunca faça menos do que é solicitado.
– Ela está mais inteligente do que nunca esteve.
7. Oração subordinada adverbial final: exprime a finalidade do fato expresso na oração principal.
Conjunções subordinadas finais: para que, a fim de que, que, porque (= para que)…
Exemplos:
– Os pais sempre trabalharam para que a filha estudasse em escola particular.
– Estude ainda mais a fim de que seja aprovado de primeira.
8. Oração subordinada adverbial proporcional: exprime proporção em relação ao fato expresso na oração principal.
Conjunções subordinadas proporcionais: à medida que, ao passo que, à proporção que, enquanto, quanto mais… mais, quanto mais… tanto mais, quanto mais… menos, quanto mais… tanto menos, quanto menos… menos, quanto menos… tanto menos…
Exemplos:
– Quanto mais eu escuto essa música, mais eu gosto dela.
– À medida que a empresa cresce, aumentamos os postos de trabalho.
9. Oração subordinada adverbial temporal: exprime o momento em que ocorre o fato expresso na oração principal.
Conjunções subordinadas temporais: quando, enquanto, antes que, depois que, até que, logo que, sempre que, assim que, desde que, cada vez que, mal (= logo que)…
Exemplos:
– Ele assinará o documento quando chegar do trabalho.
– O irmão venderá a casa assim que todos os herdeiros permitirem.
Casos especiais:
Apesar de não serem reconhecidas pela NGB (Nomenclatura Gramatical Brasileira), as orações subordinadas adverbiais modais e locativas existem.
10. Oração subordinada adverbial modal: exprime a ideia de modo em relação ao fato expresso na oração principal.
Locução conjuntiva modal: sem que.
Exemplos:
– Saiu da estação de trabalho sem que fosse notada.
– O criminoso escapou sem que deixasse rastros.
11. Oração subordinada adverbial locativa: expressa ideia de lugar.
Conectivo: onde (sem antecedente expresso, se este estiver expresso, será adjetiva).
Exemplos:
Desejava ir para onde os pais moram.
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