quarta-feira, 29 de junho de 2022

Folha Online - Círculo Folha (1)

 d. - Abreviatura de dom: A independência do Brasil foi proclamada por d. Pedro 1º.


dar verba - Evite a expressão. A autoridade pública não dá verba a nenhum projeto, município, Estado ou órgão público. Ninguém pode dar o que não lhe pertence. A autoridade libera, destina verba. Não escreva O ministro Liberal d'Assotto deu Cr$ 10 milhões ao Estado de Pernambuco e sim O ministro Liberal d'Assotto liberou Cr$ 10 milhões ao Estado de Pernambuco.


data - Para designar datas, use algarismos arábicos para o dia, minúscula para o mês e algarismos arábicos para o ano sem ponto de separação do milhar: 31 de outubro de 1952. Apenas o dia primeiro de cada mês é grafado com ordinal. Em crédito de fotografia, o mês deve ser abreviado por suas três primeiras letras e o ano por seus dois últimos algarismos: 6.jul.60.


Nomes de datas, feriados, eventos históricos importantes ou festas religiosas e populares são grafados pela Folha com maiúsculas: Primeiro de Maio (ou 1º de Maio), Dia do Trabalho, Sete de Setembro (ou 7 de Setembro), Natal, Carnaval, Revolução Francesa, Dia D, Ramadã, Yom Kippur, Dia da Bandeira.   


d.C. - Depois de Cristo.

 

debutante / debutar - use apenas no sentido de adolescente que completa 15 anos. Nos outros casos, use estreante e estrear.


década - Quando se escreve década de 20, por exemplo, subentende-se o período de dez anos entre 1921 e o final de 1930. Para evitar confusão, pode-se usar o termo anos 20, que engloba o período entre 1920 e 1929. Quando usar essas expressões para outros séculos, especifique: anos 20 do século 19.


decimais - Veja numerais.

declaração textual - Quanto menos usado o recurso da declaração textual, mais valor ele adquire. Reserve-o para afirmações de grande impacto, por seu conteúdo ou pelo caráter inusitado que possam ter: "Cunhado não é parente", disse o governador; "Graças a Deus chegamos a um acordo", afirmou Gorbatchov. Veja lide.


Reproduzir declarações textuais confere credibilidade à informação, dá vivacidade à reportagem e ajuda o leitor a conhecer melhor o personagem da notícia. Reproduza apenas as frases mais importantes, expressivas e espontâneas: O jogo terminou às 15h45, em vez de Segundo o juiz, "o jogo terminou às 15h45". Informações de caráter universal ou de fácil averiguação não devem ser atribuídas a alguém, mas assumidas pelo jornalista: A água ferve a 100ºC e não "A água ferve a 100ºC", informou o químico.


Na reprodução de declaração textual, seja fiel ao que foi dito, mas, se não for de relevância jornalística, elimine repetições de palavras ou expressões da linguagem oral: um, é, ah, né, tá, sabe?, entende?, viu? Para facilitar a leitura, pode-se suprimir trecho ou alterar a ordem do que foi dito -desde que respeitado o conteúdo.


A Folha não usa o travessão para substituir ou reforçar aspas. A declaração deve estar entre aspas, ainda que se trate de diálogo. Veja aspas.


Na necessidade de chamar a atenção do leitor para algo de errado ou estranho em declaração, admite-se o uso da expressão latina sic (assim mesmo) entre parênteses. Restrinja o uso desse recurso.


Cuidado com os sujeitos e os verbos ao reproduzir declarações textuais. Nunca escreva Agripino Viso declarou que "vi com meus próprios olhos" nem Agripino Viso declarou que "viu com seus próprios olhos". Use: "Vi com meus próprios olhos", disse Agripino Viso; ou Agripino Viso disse ter visto com seus "próprios olhos"; ou ainda Agripino Viso disse: "Vi com meus próprios olhos".


déficit - Palavra aportuguesada do latim; quer dizer falta. O contrário de superávit. Em economia, designa a diferença a menos entre a receita e a despesa. Em sentido mais geral, entre o que está disponível e o que é necessário: O déficit habitacional no Brasil continua aumentando.


dengue - Use o feminino para referir-se à virose hemorrágica e o masculino para faceirice, dengo.


dente- - dente de coelho, dente-de-leão, dente de leite (primeira dentição), dente-de-leite (categoria do futebol), dente do siso.


denunciar - Significa fazer denúncia. Não use este verbo para se referir a reportagens. Prefira, segundo o caso, revelar, divulgar, apontar, constatar, apurar. Veja ouvir o outro lado (nos caps. Produção ou Edição); verbos declarativos.


desapercebido/despercebido - Desapercebido significa desprevenido, desprovido, sem dinheiro: João Penne não foi à feira porque estava desapercebido. Não confunda com despercebido, que significa não-percebido, distraído, desatento: O fato passou despercebido para a maioria dos deputados; O PMpassou despercebido pelo ladrão.


descarrilar/descarrilhar - As duas formas estão corretas. Descarrilar está mais de acordo com a etimologia e a norma culta, entretanto, no Brasil, a tendência é pronunciar e escrever descarrilhar, por influência da palavra trilho. Esta forma já pode até ser considerada clássica. Foi usada por Machado de Assis: "Não percebeu que o espírito do homem ia talvez descarrilhar" (Quincas Borba).


desmistificar/desmitificar - Desmistificar significa desfazer engano, ilusão, mistificação: O episódio de corrupção nas estatais desmistificou o governo para os eleitores. Desmitificar significa desfazer um mito: Os escândalos na vida pessoal e a derrota para James "Buster" Douglas acabaram por desmitificar a imagem de Mike Tyson.

despacho - Use apenas no sentido jurídico. Não use em texto noticioso esse jargão para designar reportagem ou artigo remetido por correspondente, enviado especial ou agência de notícias. Em referência às religiões afro-brasileiras, prefira oferenda.


despender - Não existe dispender, embora o substantivo correspondente seja dispêndio e o adjetivo seja dispendioso: O governo despendeu 70% do orçamento para pagar o funcionalismo; O dispêndio do governo com o funcionalismo chega a 70%.


despensa/dispensa - Não confunda despensa, onde se guardam mantimentos, com dispensa de um funcionário ou de uma obrigação, por exemplo.

deus- - deus-dará, deus-me-livre, deus-nos-acuda.

Deus/deus - Escreva com maiúscula apenas quando designar o ser transcendente, único e perfeito das religiões monoteístas: "Tudo no mundo emana de Deus", disse o religioso.


Evite construções em que Deus é substituído por um pronome, o que obrigaria a grafar a letra inicial do pronome com maiúscula: Implorou-Lhe perdão. Evite também a palavra Senhor, exceto em reprodução de falas ou entrevistas. Nos dois casos, mantenha a maiúscula caso se trate de texto ou fala de religioso.


Use minúscula quando designar deuses de mitologias, em sentido figurado ou concreto: Os egípcios reverenciavam inúmeros deuses; Jogou como um deus; A palavra deus é masculina.


dia- - dia a dia (dia após dia), dia-a-dia (o substantivo).

dias da semana - Sempre com minúscula: domingo, segunda, terça; em títulos, admitem-se as formas reduzidas 2ª, 3ª, 4ª, 5ª, 6ª. Veja maiúsculas/minúsculas.


dias do mês - Sempre com numeral cardinal, exceto o dia 1º, com ordinal: 1º de outubro, 25 de março.

didatismo - Qualidade essencial do jornalismo e um dos objetivos básicos do Projeto Folha . Todo texto deve ser redigido a partir do princípio de que o leitor não está familiarizado com o assunto. Explique tudo de forma simples, concisa, exata e contextualizada.


Texto didático deve ter título também didático: Quem foi Benito Mussolini; O que foi a Revolução Russa, em vez de títulos pretensamente noticiosos como Ditador morreu em 1945; Revolução foi marco neste século. Veja contextualizar (nos caps. Produção ou Edição); exatidão.


difamação - Veja calúnia/difamação/injúria. Consulte também o anexo Jurídico.


diferentemente - Veja ao contrário/diferentemente.


dilema - Ocorre apenas quando alguém só pode escolher uma de duas possibilidades penosas: Morrer ou ser escravizado era o dilema de muitos negros no século 18. Se houver mais de duas ou pelo menos uma delas for positiva, não há dilema.


dimensão - Forneça sempre com exatidão as dimensões de objetos e estruturas noticiadas com destaque na reportagem. Evite adjetivos imprecisos. A ponte tinha 75 cm de largura, em vez de a ponte era estreita; o prédio tem 32 andares, em vez de o prédio é alto.


Quando um número não for suficiente para o leitor compreender a dimensão, use um termo de comparação capaz de dar uma noção que possa ser melhor visualizada pelo leitor: O jardim da casa do armador grego Pluto Safrós tem 36.502 m2, o equivalente à área de quatro campos de futebol.


Quando for impossível apurar a dimensão exata, é melhor oferecer uma estimativa aproximada: cerca de 80 cm; quase 120 m; pouco mais de 90 kg. Nunca use estimativas para número que possa ser contado com facilidade (havia cerca de 11 bailarinos no palco) nem para número que não seja redondo (morreram cerca de 123 pessoas). Veja exatidão; numerais.


direita/esquerda - Conceitos políticos que variam em função da época e do lugar. Em geral, esquerda remete às idéias de mudança da estrutura social, e direita às idéias de conservação dessa estrutura. Por serem conceitos vagos, seu uso requer consulta ao editor ou editor-assistente. São úteis para indicar ao leitor tendências ideológicas de políticos, mas seu emprego deve ser o menos arbitrário e o mais padronizado possíveis. Veja conservador/progressista.


disciplinas - Escreva seus nomes sempre com minúscula: direito, medicina, educação física, ciências sociais, filosofia, português, matemática. Veja maiúsculas/minúsculas.


discrição - Não existe discreção, embora o adjetivo correspondente seja discreto: A ministra não usou de discrição em sua festa de aniversário; A ministra não foi nada discreta em sua festa de aniversário.


discriminação - Veja preconceito; racismo (no cap. Projeto Folha).


discurso - Use apenas no sentido literal (exposição ou modo de expressar). Evite o uso como sinônimo de programa ou posição na esfera da política. Não escreva: Líderes de seis partidos se reuniram para unificar o discurso da oposição; O discurso peemedebista não empolga mais os eleitores. É melhor: Líderes de seis partidos se reuniram para unificar o programa da oposição; A plataforma peemedebista não empolga mais os eleitores. Reserve a palavra para ser usada em seu sentido próprio: O discurso do deputado entusiasmou os participantes do comício. No sentido de situação em que exista comunicação entre o emissor e o receptor, prefira texto ou enunciado.


distância - Veja localização.

ditadura - Use com critério este termo para designar a dominação de uma sociedade por uma pessoa ou um pequeno grupo. É melhor qualificar regimes autoritários de forma objetiva: governo militar; regime cujo presidente está no poder há 25 anos; regime de partido único.


Não use a expressão ditadura militar nem Revolução de 64 para designar o movimento militar ocorrido no Brasil naquele ano, prefira regime militar.

dom - Admite-se a abreviatura d. Veja tratamento de pessoa.


dona - Não use como forma de tratamento: O presidente John Kennedy e sua mulher, dona Jacqueline. Já que a Folha não usa qualquer forma de tratamento além de cargo e função para homens, também não deve fazê-lo para mulheres: O presidente John Kennedy estava com a primeira-dama, Jacqueline. Use apenas no sentido real (proprietária).


dona-de-casa - Evite esta palavra, exceto quando a pessoa assim se definir. Ela é preferível a suas equivalentes do lar ou prendas domésticas.


doutor - A Folha não usa títulos como forma de tratamento do personagem da notícia: O dr. João dos Passos atendeu o jogador. Use o nome da profissão do personagem: O médico João dos Passos atendeu o jogador.


Use apenas se a pessoa tiver o grau acadêmico de doutorado: O médico John Steps, doutor pela Universidade Harvard, será o conferencista de hoje.

 

dublê - Use apenas no sentido cinematográfico. Não use para pessoas que exercem dupla função.

"dumping" - Em inglês, lançamento de grande quantidade de produtos a preços abaixo do custo para conquistar mercado. Explique sempre o significado da expressão, deixando claro que se trata de um tipo de concorrência desleal.

e - Evite começar frase com a conjunção e: O ministro anunciou o novo plano econômico. E prometeu para hoje... O e no início da frase trunca a leitura, sem acrescentar informação. Veja conjunção.


ecologia - Não existe crime contra a ecologia, apenas contra a natureza ou o ambiente. O termo, originado das palavras gregas oîkos (casa) e lógos (estudo), designa apenas o ramo da biologia que estuda relações entre seres vivos e seu ambiente. Ecologia -uma ciência- e ambientalismo -um movimento- não são sinônimos. É errado referir-se ao ambientalista Chico Mendes, por exemplo, como ecologista. 


economês - A Folha combate o economês, vício de estilo comum em jornalismo econômico: A autoridade monetária está praticando uma política contracionista de elevação de juros reais com o objetivo de tentar conter o crescimento dos índices inflacionários significa apenas O governo está aumentando os juros para tentar segurar a inflação. Todos os termos técnicos e jargões devem ser evitados ou explicados em linguagem compreensível para qualquer leitor.


editorial - Texto que expressa a opinião de um jornal. Na Folha , seu estilo deve ser ao mesmo tempo enfático e equilibrado. Deve evitar a ironia exagerada, a interrogação e a exclamação. Deve apresentar com concisão a questão de que vai tratar, desenvolver os argumentos que o jornal defende, refutar as opiniões opostas e concluir condensando a posição adotada pela Folha .


Nada impede que o jornal mude de opinião sobre determinado assunto. Neste caso, deve dizê-lo com clareza.


Os editoriais são publicados na segunda página do jornal e, em casos excepcionais, na primeira. Não são assinados.


Os editoriais não dirigem o noticiário, mas temas que neles aparecem com frequência devem ser explorados pela reportagem. A Folha procura publicar artigos assinados que discordem das posições dos seus editoriais.


"Efe" - Não é sigla, mas sim o nome da agência de notícias espanhola. Escreva entre aspas e com maiúscula apenas a primeira letra.


elemento - Não use este jargão policial para designar pessoa.

elemento químico - Substância simples composta de átomos de um mesmo número atômico. Não deve ser confundido com substância. Exemplo: A água é uma substância cujas moléculas são formadas por dois átomos do elemento hidrogênio e um átomo do elemento oxigênio.


eletrocussão - Use apenas se a pessoa receber uma descarga elétrica propositalmente. No caso de acidentes, use eletroplessão. A pessoa é eletrocutada se foi morta ou executada por um choque elétrico - se a descarga é induzida, e eletroplessada se a morte for acidental.


elipse - Além de ser termo da geometria, é figura de linguagem que consiste na omissão de palavras subentendidas pelo contexto. Pode ser usada em nome da concisão do texto, desde que não prejudique a compreensão: O congressista Walker Hodith chegou ao Recife ontem. [Ele] Desembarcou [do avião] às 7h.


elucubração - Não existe elocubração. Possui lucubração como forma variante.

embaixadora/embaixatriz - Embaixadora é a mulher que desempenha cargo de representante diplomático. Embaixatriz é a mulher de um embaixador.


embaixo/em cima - Atenção para a separação, no segundo caso.

 

e-mail - É estrangeirismo: mensagem eletrônica / correio eletrônico.


em cores - A TV é em cores e não a cores.


em nível de - Veja a nível de/em nível de.

 

embora - Use apenas com subjuntivo. Se quiser usar o gerúndio, substitua por mesmo.


emoção - A emoção pode ser importante em alguns textos jornalísticos. Mas atenção: evite o tom melodramático, triunfalista ou piegas. O registro deve ser o mais descritivo possível. Preste atenção em detalhes que podem caracterizar de forma objetiva essa emoção: O réu fumou 45 cigarros em quatro horas de julgamento é melhor que O réu estava visivelmente nervoso. Não especule sobre o estado emocional, os pensamentos ou intenções do personagem da notícia. Veja distanciamento (no cap. Produção); objetividade (no cap. Projeto Folha).

 

empreendedorismo - Prefira espírito empreendedor.


em vez de - Veja ao invés de/em vez de.


"enclave" - Esta palavra não existe em português. Use território encravado ou simplesmente encrave.

 

e nem - A conjunção nem já significa e não, por isso rejeita o e. Não confunda nem com Enem, que é uma sigla.

endemia - Ocorrência habitual de uma doença ou de um agente infeccioso em área geográfica restrita. Veja epidemia; pandemia; surto.


endereço - A Folha procura fornecer em suas reportagens todo endereço que possa ser útil para o leitor. Não deixe de checar qualquer endereço ou telefone antes de publicar. Observe as seguintes regras de padronização de grafia:


a) As palavras rua, avenida, alameda, praça e similares são escritas em minúscula e podem ser abreviadas;


b) Nomes de vias públicas são escritos com iniciais em maiúscula, inclusive quando precedidos de título, que podem ser abreviados: av. Dom Pedro 1º, r. Dr. Rafael de Barros, rua Dep. Lacerda Franco;


c) Os números são precedidos de vírgula e sempre grafados em algarismos: pça. da Árvore, 2; r. da Consolação, 1.573;


d) Os números de complementos como apartamento, andar, sala, casa, conjunto e similares são sempre grafados em algarismos: av. Paulista, 900, 3º andar, sala 315; r. das Palmeiras, 1.350, apto. 26; av. das Nações, 250, conjunto 30;


e) O código de endereçamento postal deve ser precedido da sigla CEP e vir antes do nome da cidade e da sigla da unidade da Federação, sem ponto de milhar: CEP 05454, São Paulo, SP;


f) Número de telefone ou telefax é precedido do código de área entre parênteses, inclusive quando for da cidade de São Paulo: tel. (011) 285-3940. Se se tratar de endereço fora do Brasil, informe o código internacional completo: fax (001-212) 348-9577.


enfarte - Use infarto.


enquete - Palavra de origem francesa, que significa pesquisa de opinião. No Brasil, é empregada erroneamente como agrupamento de testemunhos ou opiniões pessoais sem rigor metodológico. Veja pesquisa de opinião (nos caps. Produção ou Edição).


ensaio - A Folha publica textos de caráter ensaístico sobre temas atuais e polêmicos em seções especializadas e em geral nas edições de fim-de-semana.


então - A palavra pode ser usada para evitar o emprego do adjetivo antigo: O então presidente em vez de o antigo presidente. Mas cuidado: deve haver antes referência ao período em que a pessoa ocupava o cargo. Veja antigo; ex.


epidemia - Rápida disseminação de uma doença em determinada área geográfica. Diz-se que há estado epidêmico apenas quando o número de casos confirmados da doença ultrapassa o limite estatístico esperado. Usa-se apenas para seres humanos. Para animais, usa-se epizootia.

Use apenas quando se trata de área extensa. No caso de rua, bairro, povoado etc., use surto.


É comum autoridades da área de saúde negarem a existência ou protelarem a divulgação de epidemias, sob o argumento de não criar pânico. A Folha considera que noticiar uma epidemia é a melhor forma de combatê-la. Veja endemia; pandemia; surto.


era/Era - Escreva com maiúsculas quando se referir a período histórico bem definido: Era Cristã, mas era nuclear. Veja idade/Idade.


Erramos - A Folha retifica, sem eufemismos, os erros que comete. A retificação deve ser publicada assim que a falha for constatada, mesmo que não haja pedido externo à Redação. As correções são feitas na seção Erramos ou, em casos de gravidade excepcional, na Primeira Página (aí também acompanhadas do título Erramos).


A publicação de um "Erramos" depende de consulta prévia à Direção de Redação. Ao redigi-lo, procure acrescentar novas informações e não apenas corrigir as que foram publicadas com erro. Identifique claramente data, editoria, página e texto, citando seu título. Certifique-se de que, ao redigir um "Erramos", nenhum novo erro tenha sido introduzido. Veja ao contrário/diferentemente.

escolas artísticas - Escreva sempre com minúsculas: romantismo, barroco, surrealismo, neoclassicismo, impressionismo, dadaísmo. Veja maiúsculas/minúsculas.


escuro - Nunca use para designar pessoa mulata ou negra. Veja preconceito.

 

escanear - É adaptação do verbo inglês scan. Use digitalizar.

 

esperar - Use apenas para coisas positivas. Para coisas negativas, use prever.


espécie - Veja nomes científicos.


espetáculo - Veja título de obras.


esposa/esposo - Use apenas para pessoas ilustres. Qualifique casais como marido e mulher, mesmo que o casamento não esteja formalizado.


esquerda - Veja direita/esquerda.

estado/Estado - Com maiúscula quando designar conceito político ou unidade da Federação: golpe de Estado, o Estado da Paraíba. Quando for sinônimo de situação, disposição, empregue minúscula: estado de espírito. Veja maiúsculas/minúsculas.


este/esse - A confusão entre estes dois pronomes demonstrativos e seus correlatos, sobretudo na linguagem oral, contribui para apagar uma distinção importante da língua. A nuance fica evidente quando se recorre à fórmula este aqui, esse aí, aquele lá. O emprego dos demonstrativos ocorre em três níveis:


a) Em relação à pessoa que fala - Este, esta, isto são os pronomes que se relacionam com a pessoa que fala: Este livro é meu. Esse, essa, isso são os pronomes da pessoa a quem é dirigido o enunciado: Esse livro é teu. Para a 3ª pessoa usam-se os pronomes aquele, aquela, aquilo: Aquele livro é dele;


b) Em relação a espaço e tempo - Este, esta, isto indicam o que está perto da pessoa que fala: Estou lendo este jornal. Por derivação, indica o aqui e agora: Neste país, nesta cidade, nesta página, neste dia, neste mês, neste ano, neste século, neste governo.


Esse, essa, isso têm emprego mais amplo. Indicam tudo o que está a certa distância da pessoa que fala: Pegue essa cadeira e traga-a para cá, por favor; Quando eu estiver com você em Paris, visitaremos essas livrarias de que você tanto fala. Ligado à idéia de tempo, esse, essa, isso indicam geralmente o passado: Karl Marx é um autor do século passado. Nesse período, as pessoas passaram a acreditar em revoluções. Pode indicar o futuro se houver a idéia de afastamento: No ano 2061 haverá grande acúmulo de progresso tecnológico, mas nada garante que esse tempo será menos turbulento que o atual.


Aquele, aquela, aquilo se referem a afastamento: Naqueles tempos, naquela cidade. Seu uso se confunde muitas vezes com o de esse, essa, isso; para evitar ambiguidade, prefira aquele, aquela, aquilo;


c) Em relação ao próprio texto - Este, esta, isto referem-se a algo que acaba de ser mencionado ou será em seguida: O novo prefeito convidou a prima e o cunhado para participar do governo. Este recusou; Disse-lhe isto: "Você não presta".


Esse, essa, isso retomam passagem anterior do texto, como na expressão além disso.


Aquele, aquela, aquilo indicam o termo que se opõe a este, esta, isto: Guarujá e Campos do Jordão são cidades muito visitadas por turistas. Esta, pelo ar puro da montanha; aquela, pelas praias.


Como regra geral, o texto de jornal deve evitar essas construções quando forem muito complexas. Porém, não é erro gramatical. Às vezes é melhor repetir termos para não truncar a leitura.

estória - Use história em qualquer acepção (narrativa de fatos, narrativa de ficção ou disciplina).

estrangeirismo - Palavras ou expressões estrangeiras são usadas quando não existe equivalente em português ou foram consagradas pelo uso corrente: rock, show, pop, punk, réveillon, status, blitz, kitsch, overnight, outdoor, know-how, lobby, software etc. Nesses casos são grafadas sem aspas.


O uso gratuito ou excessivo de estrangeirismo torna o texto pedante. Palavra ou expressão estrangeira menos conhecida e de difícil tradução, ainda que em noticiário especializado, deve ser acompanhada de explicação: "spread", taxa de risco nos empréstimos internacionais. Nesse caso, a expressão é grafada entre aspas.


Não levam aspas nomes ou marcas de companhias estrangeiras (Boeing, TWA, Levi's, Sears), modalidades esportivas (squash, skate), denominações de naves e satélites espaciais (Vega, Challenger) e nomes de pessoas, instituições e lugares.


Nomes de órgãos e entidades estrangeiras devem ser traduzidos. Quando a tradução literal for insuficiente para a compreensão do que faz o órgão ou entidade, use a sigla estrangeira sem aspas, traduza seu significado e cite um equivalente brasileiro: FBI (Birô Federal de Investigações, a polícia federal norte-americana).


Quando se tratar de palavra ou nome pouco conhecido, informe entre parênteses a maneira aproximada de pronunciá-lo. Veja nomes estrangeiros. Consulte o anexo Principais Estrangeirismos e a forma de grafá-los.


estupro - Crime de violação sexual contra mulher. A palavra não deve ser usada quando a vítima for do sexo masculino. Neste caso, use violentar.


etc. - Abreviatura da expressão latina et cetera, que significa e as demais coisas. Por ser literária, evite em texto jornalístico porque sugere incompletude, imprecisão. Nunca use em relação a pessoas (João, Maria etc.). Não deve ser antecedida por e ou vírgula. No caso de encerrar frase, não use ponto duas vezes: Evite a expressão etc. em títulos, legendas, olhos etc. Neste caso, use 'entre outros'.


eufemismo - Tem uso eminentemente literário, por isso não compete ao jornalista suavizar informação com palavras que lhe pareçam mais agradáveis. Sua função não é poupar o leitor e sim informá-lo.

 

evidência - Use apenas no sentido de qualidade daquilo que é evidente, que não deixa dúvida, ou de coisa / pessoa que se destaca. Não use como sinônimo de prova.


evento - Use apenas para acontecimento ou fato importante. Nos demais casos, use reunião, promoção, congresso, simpósio, show, concerto, seminário, conferência, convenção, festa, debate, fórum, festival, feira, leilão, mesa-redonda, sarau, workshop, treinamento, curso, palestra, etc.

 

exceção feita - Não existe essa expressão. Substitua por com exceção de ou apenas exceto.


extrapolar - Use apenas no sentido matemático. Nos outros casos, use exceder, exorbitar, ultrapassar ou ir além.

 

extrema direita / extrema esquerda - Sem hífen, nomeiam tendências políticas. Com hífen, designam a posição do jogador no campo de futebol.


ex- - No sentido de estado anterior, sempre com hífen: ex-governador, ex-marido, ex-prefeito, ex-presidente, ex-voto.

ex - O prefixo indica que pessoa ou coisa não têm mais o cargo ou condição que um dia tiveram. Não use no caso de pessoas mortas. Luís 14 não é ex-rei da França, assim como John Kennedy não é ex-presidente dos Estados Unidos: O presidente norte-americano John Kennedy foi assassinado em 1963. Em alguns poucos casos cabe a expressão então ex-: Em 1914, o então ex-presidente norte-americano Theodore Roosevelt (1858-1919) participou de uma expedição ao rio da Dúvida, na Amazônia (não era mais presidente).


exatidão - Qualidade essencial do jornalismo. A credibilidade de um jornal depende da exatidão das informações que publica e da fiel transcrição de declarações. Para escrever reportagens exatas, não menospreze os detalhes. Seja obsessivamente rigoroso. O jornal tem obrigação de publicar apenas informações corretas e completas. Cifras, números, grafia de nomes de pessoas, horários, datas e locais exigem o maior cuidado. Veja declaração textual; transcrição.


executar - No sentido de matar, use apenas em dois casos: morte determinada e praticada legalmente por poder público ou morte praticada por comando militar contra combatente sob sua autoridade em tempo de guerra. Veja assassinar; matar.


existir - Este verbo concorda com o sujeito, ao contrário do verbo haver que, quando usado no mesmo sentido, tem construção impessoal: Existem complicações, existirão ressalvas; Há complicações, haverá ressalvas.


extensão de texto - Veja tamanho de texto.


exterior - Escreva sempre com minúscula, a não ser que integre nome próprio: Ministério das Relações Exteriores. Veja maiúsculas/minúsculas.


extremista - Pessoa ou organização que defende ação política violenta. Veja terrorista/guerrilheiro. 

F-1 - Veja Fórmula.

falecer - Não use, exceto em obituários. Prefira morrer. É um eufemismo. Significa estar desaparecendo. Veja eufemismo.
 
falência - Use apenas para empresas. Para pessoas físicas, use insolvência.
 
familiar - Use apenas como adjetivo. Como substantivo, prefira parente.

fariseu - Evite em texto noticioso este termo carregado de preconceito. Originalmente, designava seita judaica que cumpria com máximo rigor as prescrições legais. Com o tempo, o termo passou a significar fingido, hipócrita. Também significa seguir apenas formalmente uma religião.

farol - Use apenas no sentido literal (torre). Não use este regionalismo paulista. Prefira sinal ou semáforo. Veja regionalismo.

fascista - Não use para designar regime considerado de direita ou conservador. Admite-se o uso apenas em sentido técnico, ou seja, para qualificar ideologia ou organização inspirada no fascismo histórico (movimentos surgidos na Europa entre 1919 e 1945). Designa sistema autoritário caracterizado por corporativismo social, partido único de massas, culto ao líder, recusa do individualismo liberal e oposição ao socialismo. Veja conservador/progressista; direita/ esquerda.

fazer - Verbo de construção impessoal quando usado no sentido de tempo passado: faz dois anos, deve fazer dois anos e nunca fazem dois anos ou devem fazer dois anos.

"feature" - Em inglês, traço facial. Gênero jornalístico que vai além do caráter factual e imediato da notícia. Aprofunda um assunto e busca uma dimensão mais atemporal. Pode ser um perfil, uma história de interesse humano, uma entrevista. Veja janela; "side" (ambos no cap. Edição).

Fed - Não é sigla, mas sim o nome por que é conhecido o Federal Reserve, banco central norte-americano. Escreva com maiúscula apenas a primeira letra.

Federação - Com maiúscula quando designar o conceito político: os Estados da Federação. Veja maiúsculas/minúsculas.
"feedback" - Evite o jargão jornalístico em texto noticioso. Em inglês, significa realimentação. Usa-se em geral para designar retorno. Se usar, coloque aspas.

"feeling" - Evite este estrangeirismo. Em inglês, quer dizer sentimento. Usa-se para designar intuição, pressentimento: Segundo o ministro, seu "feeling" era de que o presidente iria renunciar. Se usar, coloque aspas.

féretro - Não use. O termo significa caixão, e não enterro. Por isso é correto dizer que o féretro sairá às 10h, mas nunca o féretro ocorreu às 10h. No sentido de enterro, use funeral.

feriados e festas - Veja data.
 
festa julina - Não existe esse adjetivo. Use festa junina, independentemente de ser realizada em julho ou algum outro mês.

filisteu - Evite em texto noticioso. Originalmente, designa povo não-semita do litoral da Palestina. Os hebreus, seus inimigos, passaram a usar o termo em sentido pejorativo. Atualmente, significa pessoa, em geral de posses, de espírito vulgar e estreito.

filme - Grafe o título entre aspas e com maiúsculas no início de cada palavra (exceto artigos, preposições, conjunções e partículas átonas). A primeira palavra também tem inicial maiúscula, sem importar sua classe gramatical: "O Império Contra-Ataca". Se a tradução em português não for fiel ao título original, cite-o entre parênteses na primeira menção: "Os Brutos Também Amam" (Shane). Se o filme ainda não tiver título em português, use o original e, entre parênteses, traduza-o na primeira menção: "The Hero" (O Herói).

Em reportagens ou críticas, é recomendável publicar ficha técnica do filme. Dela devem constar, pela ordem: título em português, título original, país, ano de produção, tempo de duração, se é colorido ou não, nome do diretor, nome do roteirista, nome do fotógrafo, autor da trilha sonora, nome dos principais atores com os personagens correspondentes.

fim- - fim da picada, fim de festa, fim-de-século (quando se referir ao final do século 19), fim-de-semana, fim do mundo.

foca - Jornalista em começo de carreira. Veja jargão.

fofoca - Veja rumor/boato/fofoca

folclore - Não use com sentido de ridículo, patético: O discurso do deputado Agenor Gello entrou para o folclore do Congresso Nacional. O termo chegou ao português através do inglês folklore, que traduz o conceito alemão Volkskunde (ciência das tradições de um povo).

folha- - folha corrida, folha-de-flandres, folha de serviço, folha-morta, folha-seca.
Folha - É a forma como a Folha de S.Paulo se refere a ela mesma. Use o termo com moderação, sempre em negrito e começando com letra maiúscula. Em títulos, legendas e notas da Redação não use negrito.

O nome do jornal só deve ser grafado por extenso na transcrição de textos de terceiros, como cartas ou íntegras. Neste caso, mantenha o negrito e a abreviatura S. sem espaço antes de Paulo: Folha de S.Paulo.

força- - força bruta, força maior, força-tarefa.

Forças Armadas - As Forças Armadas brasileiras são compostas por Exército, Marinha e Aeronáutica. Não é certo classificá-las como armas -a palavra indica apenas a especialidade do oficial do Exército. Veja arma. Consulte também o anexo Forças Armadas do Brasil.

Fórmula - Fórmula 1 (abreviatura F-1), Fórmula Indy (F-Indy), Fórmula 3 (F-3), F-3.000 e Fórmula Ford (F-Ford) são as principais categorias de automobilismo, por ordem de importância jornalística que têm no Brasil .

. Há diferenças importantes nos regulamentos dessas categorias. Como a Fórmula 1 é a mais conhecida, os textos a respeito das outras categorias devem realçar essas diferenças.

Os tempos de voltas em treinos e corridas devem ser expressos em minutos, segundos e milésimos de segundo: 1min23s476.

fração - Número que representa uma ou mais partes da unidade que foi dividida em partes iguais. Pode ser representada em palavras (dois terços, um quarto, três quintos), em algarismos (2/3; 1/4; 3/5) ou pelo seu equivalente decimal ( 0,666; 0,25; 0,6). Nunca misture as formas de representação.

frase/oração/período - Frase designa qualquer enunciado capaz de comunicar alguma coisa a alguém. Pode ser desde uma simples palavra (obrigado!) ao mais complexo período proustiano. Quando a frase afirma ou nega alguma coisa, ou seja, quando apresenta estrutura sintática, pode ser chamada de oração: Deus é luz. Toda oração tem verbo ou locução verbal, mesmo que às vezes não esteja expresso. Período é o nome que se dá a frases constituídas de uma ou mais orações. É simples (uma única oração) ou composto (com várias orações): Padre Teófilo disse que Deus é luz. Em textos noticiosos, evite períodos muito longos, embora não sejam gramaticalmente errados.

free-lance - Designa tarefa realizada mediante pagamento sem relação de emprego. O profissional que a realiza é o free-lancer. Veja crédito (no cap. Edição).
frei - Use apenas com prenome: frei José, nunca frei Silva. Escreva sempre com letra minúscula, exceto quando começar frase ou fizer parte de nome próprio: rua Frei Caneca.

Frei é uma forma reduzida de freire, frade. O plural, assim, é frades: Os frades José e Paulo rezaram a tarde toda. Escreva também frade na segunda menção.

frila - O mesmo que free-lancer.

frisar - Veja verbos declarativos.

"frisson" - Evite em textos noticiosos. Em francês, arrepio: A chegada da atriz causou "frisson" no teatro. Se usar, coloque aspas.

"full-time" - Evite este estrangeirismo, que deve ser substituído pelas expressões em tempo integral ou com dedicação exclusiva.

função - Veja identificação de pessoa.

furto - Crime contra o patrimônio definido pelo Código Penal (artigo 155). É apoderar-se de coisa alheia e móvel. Distingue-se de roubo por não ser praticado com violência ou grave ameaça à pessoa. Veja roubo. Consulte também o anexo Jurídico.
fuzilar - Use apenas quando alguém é morto por pelotão de fuzilamento ou tiros de fuzil. Quando se tratar de revólver, use balear. Com metralhadora, metralhar. Cuidado: estes dois últimos verbos, ao contrário de fuzilar, não trazem implícita a idéia de morte. Veja executar.

gabinete - Escreva sempre com minúscula, mesmo quando designa um governo no regime parlamentarista: o gabinete González, o gabinete Chirac, o gabinete Tancredo Neves (primeiro-ministro de julho de 1961 a junho de 1962). Em regimes presidencialistas, o conjunto de ministros deve ser designado pela palavra ministério (com minúscula). 

garantir - Significa responsabilizar-se por, asseverar, afiançar. O verbo tem sentido positivo. Não use como sinônimo de dizer: O presidente Eufrásio Dargia garantiu que o PNB brasileiro vai superar o dos Estados Unidos ainda na década de 90 é uma formulação que dá à declaração do personagem da notícia aspecto de verdade, apesar de absurda. Veja declaração textual; verbos declarativos.

gata/gatinha - Em textos noticiosos, não use essa expressão estereotipada. O mesmo vale para gato/gatinho em relação ao sexo masculino. Veja gíria; mulheres. Consulte também o anexo As Palavras Certas.
 
Galícia - É uma região da Polônia. Para a região da Espanha, use Galiza.

gay - Não use este termo militante para designar homossexual, exceto em nome de entidade ou ao reproduzir declaração textual. Prefira homossexual. Veja gíria; homossexual; preconceito. Consulte também o anexo As Palavras Certas.

gênero - Veja nomes científicos.
gentílico - Adjetivo para pessoa ou coisa originária de determinado lugar.

Escreva esses adjetivos sempre com minúscula: brasileiro, norte-americano, carioca, ugandense, brasiliense. Consulte o anexo Gentílicos de Estados.
 
general - Para abreviar, use Gen, e não Gal.

gerar - Evite o abuso que vem se generalizando principalmente em títulos, por ser palavra pequena. O sentido primeiro de gerar (do latim generare) está ligado à reprodução e à geração de energia elétrica. A palavra pode ser usada no sentido figurado, significando causar, provocar. Os latinos já a usavam. Mas, por uma questão de equilíbrio, é importante evitar o uso excessivo. Raciocínio análogo se aplica a criar.

gerente - Comum de dois gêneros: o gerente, a gerente.

gerúndio - Evite começar frase com esta forma verbal, que geralmente tem função adverbial ou adjetiva. Pode encompridar o período e tirar a agilidade do texto sem acrescentar informação relevante: O presidente resolveu baixar o decreto por considerar a situação de emergência é melhor do que O presidente resolveu baixar o decreto considerando que a situação é de emergência. Mas pode ser conveniente para evitar o uso de conjunção: O pintor foi pego pichando o muro do cemitério é melhor do que O pintor foi pego quando pichava o muro do cemitério; O fiscal pediu impugnação da urna alegando fraude é melhor que O fiscal pediu impugnação da urna com base na alegação de que houve fraude.

gilete - Use lâmina de barbear. Veja marca registrada.

gíria - Evite ao máximo. Além de banalizar o texto, muitas vezes o significado de um determinado termo só é conhecido por parcela restrita de leitores. Em reprodução de declarações e entrevistas, a gíria deve ser mantida. Veja declaração textual; linguagem coloquial.

Globo - Rede nacional de televisão no Brasil. Escreva Rede Globo. O nome Globo também designa uma editora, um jornal e um sistema de rádio. Para as empresas com essa marca, use Organizações Globo, e para os canais por assinatura, use Globosat.

goleador - Não aplique o termo a jogador que tenha feito apenas um gol numa partida.

gordo - Evite. Só use se for relevante para a notícia. Procure indicar o peso exato do personagem. Veja exatidão.

governo - Escreva sempre com minúscula: governo federal, governo estadual. Veja maiúsculas/minúsculas.
gradação/graduação - Gradação significa aumento ou diminuição gradual: O arco-íris apresenta uma gradação de cores que vai do vermelho ao violeta. Também é a figura de linguagem que consiste na sequência de ideias em ordem crescente ou decrescente. Graduação quer dizer divisão em graus: A graduação do termômetro era ilegível. Também é um posto honorífico, posição social, curso universitário e conclusão desse curso e o nome genérico dos graus da hierarquia militar
 
grátis - Use apenas como advérbio. Como adjetivo, use gratuito.

grafia de nomes estrangeiros - Veja nomes estrangeiros. Consulte também regras de transliteração no anexo Nomes Estrangeiros.

grafia de palavras estrangeiras - Veja estrangeirismo. Consulte o anexo Principais Estrangeirismos e a forma de grafá-los.

grafia de órgãos de comunicação - Veja órgãos de comunicação.

grama - A unidade de massa é substantivo masculino. Não escreva a grama de ouro, e sim o grama de ouro.

Grande - Adjetivo que se usa antes do nome de centro urbano importante, com a primeira letra em maiúscula, para designar região metropolitana desenvolvida à sua volta: a Grande São Paulo, a Grande Nova York, o Grande Rio, o Grande Recife.

"grand prix" - Em francês, grande prêmio. Não use. Escreva grande prêmio. Em nomes próprios, com maiúsculas: Grande Prêmio de Mônaco. Em títulos, admite-se a abreviatura GP.

gringo - Não use este termo depreciativo para designar pessoa estrangeira. Indique a que país a pessoa pertence. Se quiser generalizar, use estrangeiro.

grosso modo - Não use em texto noticioso. Não anteponha a preposição a nem use aspas. Em latim, significa de modo grosseiro, ou seja, aproximadamente.

guarda- - guarda-chuva, guarda-civil (o policial), Guarda Civil (a instituição), guarda-costas, guarda-florestal, guarda-livros, guarda-mor, guarda-noturno, guarda-pó, guarda-roupa.

Guerra - Comece com maiúscula quando se referir ao nome pelo qual uma guerra ficou conhecida: Guerra dos Seis Dias, Segunda Guerra Mundial, Guerra Civil Espanhola, Guerra do Golfo.
guerrilheiro - Veja terrorista/guerrilheiro.

gueto - Não use indiscriminadamente para designar áreas urbanas habitadas por grupo social específico. A palavra designa local onde membro de minoria é forçado a viver por motivos alheios à sua vontade. Não escreva gueto intelectual ou gueto homossexual, mas sim bairro de intelectuais ou região de homossexuais.
guia - Use apenas no sentido literal (documento ou formulário). Não use este regionalismo paulista no sentido de meio-fio. Veja regionalismo. 

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