d. - Abreviatura de dom: A independência do Brasil foi proclamada por d. Pedro 1º.
dar verba - Evite a expressão. A autoridade pública não dá verba a nenhum projeto, município, Estado ou órgão público. Ninguém pode dar o que não lhe pertence. A autoridade libera, destina verba. Não escreva O ministro Liberal d'Assotto deu Cr$ 10 milhões ao Estado de Pernambuco e sim O ministro Liberal d'Assotto liberou Cr$ 10 milhões ao Estado de Pernambuco.
data - Para designar datas, use algarismos arábicos para o dia, minúscula para o mês e algarismos arábicos para o ano sem ponto de separação do milhar: 31 de outubro de 1952. Apenas o dia primeiro de cada mês é grafado com ordinal. Em crédito de fotografia, o mês deve ser abreviado por suas três primeiras letras e o ano por seus dois últimos algarismos: 6.jul.60.
Nomes de datas, feriados, eventos históricos importantes ou festas religiosas e populares são grafados pela Folha com maiúsculas: Primeiro de Maio (ou 1º de Maio), Dia do Trabalho, Sete de Setembro (ou 7 de Setembro), Natal, Carnaval, Revolução Francesa, Dia D, Ramadã, Yom Kippur, Dia da Bandeira.
d.C. - Depois de Cristo.
debutante / debutar - use apenas no sentido de adolescente que completa 15 anos. Nos outros casos, use estreante e estrear.
década - Quando se escreve década de 20, por exemplo, subentende-se o período de dez anos entre 1921 e o final de 1930. Para evitar confusão, pode-se usar o termo anos 20, que engloba o período entre 1920 e 1929. Quando usar essas expressões para outros séculos, especifique: anos 20 do século 19.
decimais - Veja numerais.
declaração textual - Quanto menos usado o recurso da declaração textual, mais valor ele adquire. Reserve-o para afirmações de grande impacto, por seu conteúdo ou pelo caráter inusitado que possam ter: "Cunhado não é parente", disse o governador; "Graças a Deus chegamos a um acordo", afirmou Gorbatchov. Veja lide.
Reproduzir declarações textuais confere credibilidade à informação, dá vivacidade à reportagem e ajuda o leitor a conhecer melhor o personagem da notícia. Reproduza apenas as frases mais importantes, expressivas e espontâneas: O jogo terminou às 15h45, em vez de Segundo o juiz, "o jogo terminou às 15h45". Informações de caráter universal ou de fácil averiguação não devem ser atribuídas a alguém, mas assumidas pelo jornalista: A água ferve a 100ºC e não "A água ferve a 100ºC", informou o químico.
Na reprodução de declaração textual, seja fiel ao que foi dito, mas, se não for de relevância jornalística, elimine repetições de palavras ou expressões da linguagem oral: um, é, ah, né, tá, sabe?, entende?, viu? Para facilitar a leitura, pode-se suprimir trecho ou alterar a ordem do que foi dito -desde que respeitado o conteúdo.
A Folha não usa o travessão para substituir ou reforçar aspas. A declaração deve estar entre aspas, ainda que se trate de diálogo. Veja aspas.
Na necessidade de chamar a atenção do leitor para algo de errado ou estranho em declaração, admite-se o uso da expressão latina sic (assim mesmo) entre parênteses. Restrinja o uso desse recurso.
Cuidado com os sujeitos e os verbos ao reproduzir declarações textuais. Nunca escreva Agripino Viso declarou que "vi com meus próprios olhos" nem Agripino Viso declarou que "viu com seus próprios olhos". Use: "Vi com meus próprios olhos", disse Agripino Viso; ou Agripino Viso disse ter visto com seus "próprios olhos"; ou ainda Agripino Viso disse: "Vi com meus próprios olhos".
déficit - Palavra aportuguesada do latim; quer dizer falta. O contrário de superávit. Em economia, designa a diferença a menos entre a receita e a despesa. Em sentido mais geral, entre o que está disponível e o que é necessário: O déficit habitacional no Brasil continua aumentando.
dengue - Use o feminino para referir-se à virose hemorrágica e o masculino para faceirice, dengo.
dente- - dente de coelho, dente-de-leão, dente de leite (primeira dentição), dente-de-leite (categoria do futebol), dente do siso.
denunciar - Significa fazer denúncia. Não use este verbo para se referir a reportagens. Prefira, segundo o caso, revelar, divulgar, apontar, constatar, apurar. Veja ouvir o outro lado (nos caps. Produção ou Edição); verbos declarativos.
desapercebido/despercebido - Desapercebido significa desprevenido, desprovido, sem dinheiro: João Penne não foi à feira porque estava desapercebido. Não confunda com despercebido, que significa não-percebido, distraído, desatento: O fato passou despercebido para a maioria dos deputados; O PMpassou despercebido pelo ladrão.
descarrilar/descarrilhar - As duas formas estão corretas. Descarrilar está mais de acordo com a etimologia e a norma culta, entretanto, no Brasil, a tendência é pronunciar e escrever descarrilhar, por influência da palavra trilho. Esta forma já pode até ser considerada clássica. Foi usada por Machado de Assis: "Não percebeu que o espírito do homem ia talvez descarrilhar" (Quincas Borba).
desmistificar/desmitificar - Desmistificar significa desfazer engano, ilusão, mistificação: O episódio de corrupção nas estatais desmistificou o governo para os eleitores. Desmitificar significa desfazer um mito: Os escândalos na vida pessoal e a derrota para James "Buster" Douglas acabaram por desmitificar a imagem de Mike Tyson.
despacho - Use apenas no sentido jurídico. Não use em texto noticioso esse jargão para designar reportagem ou artigo remetido por correspondente, enviado especial ou agência de notícias. Em referência às religiões afro-brasileiras, prefira oferenda.
despender - Não existe dispender, embora o substantivo correspondente seja dispêndio e o adjetivo seja dispendioso: O governo despendeu 70% do orçamento para pagar o funcionalismo; O dispêndio do governo com o funcionalismo chega a 70%.
despensa/dispensa - Não confunda despensa, onde se guardam mantimentos, com dispensa de um funcionário ou de uma obrigação, por exemplo.
deus- - deus-dará, deus-me-livre, deus-nos-acuda.
Deus/deus - Escreva com maiúscula apenas quando designar o ser transcendente, único e perfeito das religiões monoteístas: "Tudo no mundo emana de Deus", disse o religioso.
Evite construções em que Deus é substituído por um pronome, o que obrigaria a grafar a letra inicial do pronome com maiúscula: Implorou-Lhe perdão. Evite também a palavra Senhor, exceto em reprodução de falas ou entrevistas. Nos dois casos, mantenha a maiúscula caso se trate de texto ou fala de religioso.
Use minúscula quando designar deuses de mitologias, em sentido figurado ou concreto: Os egípcios reverenciavam inúmeros deuses; Jogou como um deus; A palavra deus é masculina.
dia- - dia a dia (dia após dia), dia-a-dia (o substantivo).
dias da semana - Sempre com minúscula: domingo, segunda, terça; em títulos, admitem-se as formas reduzidas 2ª, 3ª, 4ª, 5ª, 6ª. Veja maiúsculas/minúsculas.
dias do mês - Sempre com numeral cardinal, exceto o dia 1º, com ordinal: 1º de outubro, 25 de março.
didatismo - Qualidade essencial do jornalismo e um dos objetivos básicos do Projeto Folha . Todo texto deve ser redigido a partir do princípio de que o leitor não está familiarizado com o assunto. Explique tudo de forma simples, concisa, exata e contextualizada.
Texto didático deve ter título também didático: Quem foi Benito Mussolini; O que foi a Revolução Russa, em vez de títulos pretensamente noticiosos como Ditador morreu em 1945; Revolução foi marco neste século. Veja contextualizar (nos caps. Produção ou Edição); exatidão.
difamação - Veja calúnia/difamação/injúria. Consulte também o anexo Jurídico.
diferentemente - Veja ao contrário/diferentemente.
dilema - Ocorre apenas quando alguém só pode escolher uma de duas possibilidades penosas: Morrer ou ser escravizado era o dilema de muitos negros no século 18. Se houver mais de duas ou pelo menos uma delas for positiva, não há dilema.
dimensão - Forneça sempre com exatidão as dimensões de objetos e estruturas noticiadas com destaque na reportagem. Evite adjetivos imprecisos. A ponte tinha 75 cm de largura, em vez de a ponte era estreita; o prédio tem 32 andares, em vez de o prédio é alto.
Quando um número não for suficiente para o leitor compreender a dimensão, use um termo de comparação capaz de dar uma noção que possa ser melhor visualizada pelo leitor: O jardim da casa do armador grego Pluto Safrós tem 36.502 m2, o equivalente à área de quatro campos de futebol.
Quando for impossível apurar a dimensão exata, é melhor oferecer uma estimativa aproximada: cerca de 80 cm; quase 120 m; pouco mais de 90 kg. Nunca use estimativas para número que possa ser contado com facilidade (havia cerca de 11 bailarinos no palco) nem para número que não seja redondo (morreram cerca de 123 pessoas). Veja exatidão; numerais.
direita/esquerda - Conceitos políticos que variam em função da época e do lugar. Em geral, esquerda remete às idéias de mudança da estrutura social, e direita às idéias de conservação dessa estrutura. Por serem conceitos vagos, seu uso requer consulta ao editor ou editor-assistente. São úteis para indicar ao leitor tendências ideológicas de políticos, mas seu emprego deve ser o menos arbitrário e o mais padronizado possíveis. Veja conservador/progressista.
disciplinas - Escreva seus nomes sempre com minúscula: direito, medicina, educação física, ciências sociais, filosofia, português, matemática. Veja maiúsculas/minúsculas.
discrição - Não existe discreção, embora o adjetivo correspondente seja discreto: A ministra não usou de discrição em sua festa de aniversário; A ministra não foi nada discreta em sua festa de aniversário.
discriminação - Veja preconceito; racismo (no cap. Projeto Folha).
discurso - Use apenas no sentido literal (exposição ou modo de expressar). Evite o uso como sinônimo de programa ou posição na esfera da política. Não escreva: Líderes de seis partidos se reuniram para unificar o discurso da oposição; O discurso peemedebista não empolga mais os eleitores. É melhor: Líderes de seis partidos se reuniram para unificar o programa da oposição; A plataforma peemedebista não empolga mais os eleitores. Reserve a palavra para ser usada em seu sentido próprio: O discurso do deputado entusiasmou os participantes do comício. No sentido de situação em que exista comunicação entre o emissor e o receptor, prefira texto ou enunciado.
distância - Veja localização.
ditadura - Use com critério este termo para designar a dominação de uma sociedade por uma pessoa ou um pequeno grupo. É melhor qualificar regimes autoritários de forma objetiva: governo militar; regime cujo presidente está no poder há 25 anos; regime de partido único.
Não use a expressão ditadura militar nem Revolução de 64 para designar o movimento militar ocorrido no Brasil naquele ano, prefira regime militar.
dom - Admite-se a abreviatura d. Veja tratamento de pessoa.
dona - Não use como forma de tratamento: O presidente John Kennedy e sua mulher, dona Jacqueline. Já que a Folha não usa qualquer forma de tratamento além de cargo e função para homens, também não deve fazê-lo para mulheres: O presidente John Kennedy estava com a primeira-dama, Jacqueline. Use apenas no sentido real (proprietária).
dona-de-casa - Evite esta palavra, exceto quando a pessoa assim se definir. Ela é preferível a suas equivalentes do lar ou prendas domésticas.
doutor - A Folha não usa títulos como forma de tratamento do personagem da notícia: O dr. João dos Passos atendeu o jogador. Use o nome da profissão do personagem: O médico João dos Passos atendeu o jogador.
Use apenas se a pessoa tiver o grau acadêmico de doutorado: O médico John Steps, doutor pela Universidade Harvard, será o conferencista de hoje.
dublê - Use apenas no sentido cinematográfico. Não use para pessoas que exercem dupla função.
"dumping" - Em inglês, lançamento de grande quantidade de produtos a preços abaixo do custo para conquistar mercado. Explique sempre o significado da expressão, deixando claro que se trata de um tipo de concorrência desleal.
e - Evite começar frase com a conjunção e: O ministro anunciou o novo plano econômico. E prometeu para hoje... O e no início da frase trunca a leitura, sem acrescentar informação. Veja conjunção.
ecologia - Não existe crime contra a ecologia, apenas contra a natureza ou o ambiente. O termo, originado das palavras gregas oîkos (casa) e lógos (estudo), designa apenas o ramo da biologia que estuda relações entre seres vivos e seu ambiente. Ecologia -uma ciência- e ambientalismo -um movimento- não são sinônimos. É errado referir-se ao ambientalista Chico Mendes, por exemplo, como ecologista.
economês - A Folha combate o economês, vício de estilo comum em jornalismo econômico: A autoridade monetária está praticando uma política contracionista de elevação de juros reais com o objetivo de tentar conter o crescimento dos índices inflacionários significa apenas O governo está aumentando os juros para tentar segurar a inflação. Todos os termos técnicos e jargões devem ser evitados ou explicados em linguagem compreensível para qualquer leitor.
editorial - Texto que expressa a opinião de um jornal. Na Folha , seu estilo deve ser ao mesmo tempo enfático e equilibrado. Deve evitar a ironia exagerada, a interrogação e a exclamação. Deve apresentar com concisão a questão de que vai tratar, desenvolver os argumentos que o jornal defende, refutar as opiniões opostas e concluir condensando a posição adotada pela Folha .
Nada impede que o jornal mude de opinião sobre determinado assunto. Neste caso, deve dizê-lo com clareza.
Os editoriais são publicados na segunda página do jornal e, em casos excepcionais, na primeira. Não são assinados.
Os editoriais não dirigem o noticiário, mas temas que neles aparecem com frequência devem ser explorados pela reportagem. A Folha procura publicar artigos assinados que discordem das posições dos seus editoriais.
"Efe" - Não é sigla, mas sim o nome da agência de notícias espanhola. Escreva entre aspas e com maiúscula apenas a primeira letra.
elemento - Não use este jargão policial para designar pessoa.
elemento químico - Substância simples composta de átomos de um mesmo número atômico. Não deve ser confundido com substância. Exemplo: A água é uma substância cujas moléculas são formadas por dois átomos do elemento hidrogênio e um átomo do elemento oxigênio.
eletrocussão - Use apenas se a pessoa receber uma descarga elétrica propositalmente. No caso de acidentes, use eletroplessão. A pessoa é eletrocutada se foi morta ou executada por um choque elétrico - se a descarga é induzida, e eletroplessada se a morte for acidental.
elipse - Além de ser termo da geometria, é figura de linguagem que consiste na omissão de palavras subentendidas pelo contexto. Pode ser usada em nome da concisão do texto, desde que não prejudique a compreensão: O congressista Walker Hodith chegou ao Recife ontem. [Ele] Desembarcou [do avião] às 7h.
elucubração - Não existe elocubração. Possui lucubração como forma variante.
embaixadora/embaixatriz - Embaixadora é a mulher que desempenha cargo de representante diplomático. Embaixatriz é a mulher de um embaixador.
embaixo/em cima - Atenção para a separação, no segundo caso.
e-mail - É estrangeirismo: mensagem eletrônica / correio eletrônico.
em cores - A TV é em cores e não a cores.
em nível de - Veja a nível de/em nível de.
embora - Use apenas com subjuntivo. Se quiser usar o gerúndio, substitua por mesmo.
emoção - A emoção pode ser importante em alguns textos jornalísticos. Mas atenção: evite o tom melodramático, triunfalista ou piegas. O registro deve ser o mais descritivo possível. Preste atenção em detalhes que podem caracterizar de forma objetiva essa emoção: O réu fumou 45 cigarros em quatro horas de julgamento é melhor que O réu estava visivelmente nervoso. Não especule sobre o estado emocional, os pensamentos ou intenções do personagem da notícia. Veja distanciamento (no cap. Produção); objetividade (no cap. Projeto Folha).
empreendedorismo - Prefira espírito empreendedor.
em vez de - Veja ao invés de/em vez de.
"enclave" - Esta palavra não existe em português. Use território encravado ou simplesmente encrave.
e nem - A conjunção nem já significa e não, por isso rejeita o e. Não confunda nem com Enem, que é uma sigla.
endemia - Ocorrência habitual de uma doença ou de um agente infeccioso em área geográfica restrita. Veja epidemia; pandemia; surto.
endereço - A Folha procura fornecer em suas reportagens todo endereço que possa ser útil para o leitor. Não deixe de checar qualquer endereço ou telefone antes de publicar. Observe as seguintes regras de padronização de grafia:
a) As palavras rua, avenida, alameda, praça e similares são escritas em minúscula e podem ser abreviadas;
b) Nomes de vias públicas são escritos com iniciais em maiúscula, inclusive quando precedidos de título, que podem ser abreviados: av. Dom Pedro 1º, r. Dr. Rafael de Barros, rua Dep. Lacerda Franco;
c) Os números são precedidos de vírgula e sempre grafados em algarismos: pça. da Árvore, 2; r. da Consolação, 1.573;
d) Os números de complementos como apartamento, andar, sala, casa, conjunto e similares são sempre grafados em algarismos: av. Paulista, 900, 3º andar, sala 315; r. das Palmeiras, 1.350, apto. 26; av. das Nações, 250, conjunto 30;
e) O código de endereçamento postal deve ser precedido da sigla CEP e vir antes do nome da cidade e da sigla da unidade da Federação, sem ponto de milhar: CEP 05454, São Paulo, SP;
f) Número de telefone ou telefax é precedido do código de área entre parênteses, inclusive quando for da cidade de São Paulo: tel. (011) 285-3940. Se se tratar de endereço fora do Brasil, informe o código internacional completo: fax (001-212) 348-9577.
enfarte - Use infarto.
enquete - Palavra de origem francesa, que significa pesquisa de opinião. No Brasil, é empregada erroneamente como agrupamento de testemunhos ou opiniões pessoais sem rigor metodológico. Veja pesquisa de opinião (nos caps. Produção ou Edição).
ensaio - A Folha publica textos de caráter ensaístico sobre temas atuais e polêmicos em seções especializadas e em geral nas edições de fim-de-semana.
então - A palavra pode ser usada para evitar o emprego do adjetivo antigo: O então presidente em vez de o antigo presidente. Mas cuidado: deve haver antes referência ao período em que a pessoa ocupava o cargo. Veja antigo; ex.
epidemia - Rápida disseminação de uma doença em determinada área geográfica. Diz-se que há estado epidêmico apenas quando o número de casos confirmados da doença ultrapassa o limite estatístico esperado. Usa-se apenas para seres humanos. Para animais, usa-se epizootia.
Use apenas quando se trata de área extensa. No caso de rua, bairro, povoado etc., use surto.
É comum autoridades da área de saúde negarem a existência ou protelarem a divulgação de epidemias, sob o argumento de não criar pânico. A Folha considera que noticiar uma epidemia é a melhor forma de combatê-la. Veja endemia; pandemia; surto.
era/Era - Escreva com maiúsculas quando se referir a período histórico bem definido: Era Cristã, mas era nuclear. Veja idade/Idade.
Erramos - A Folha retifica, sem eufemismos, os erros que comete. A retificação deve ser publicada assim que a falha for constatada, mesmo que não haja pedido externo à Redação. As correções são feitas na seção Erramos ou, em casos de gravidade excepcional, na Primeira Página (aí também acompanhadas do título Erramos).
A publicação de um "Erramos" depende de consulta prévia à Direção de Redação. Ao redigi-lo, procure acrescentar novas informações e não apenas corrigir as que foram publicadas com erro. Identifique claramente data, editoria, página e texto, citando seu título. Certifique-se de que, ao redigir um "Erramos", nenhum novo erro tenha sido introduzido. Veja ao contrário/diferentemente.
escolas artísticas - Escreva sempre com minúsculas: romantismo, barroco, surrealismo, neoclassicismo, impressionismo, dadaísmo. Veja maiúsculas/minúsculas.
escuro - Nunca use para designar pessoa mulata ou negra. Veja preconceito.
escanear - É adaptação do verbo inglês scan. Use digitalizar.
esperar - Use apenas para coisas positivas. Para coisas negativas, use prever.
espécie - Veja nomes científicos.
espetáculo - Veja título de obras.
esposa/esposo - Use apenas para pessoas ilustres. Qualifique casais como marido e mulher, mesmo que o casamento não esteja formalizado.
esquerda - Veja direita/esquerda.
estado/Estado - Com maiúscula quando designar conceito político ou unidade da Federação: golpe de Estado, o Estado da Paraíba. Quando for sinônimo de situação, disposição, empregue minúscula: estado de espírito. Veja maiúsculas/minúsculas.
este/esse - A confusão entre estes dois pronomes demonstrativos e seus correlatos, sobretudo na linguagem oral, contribui para apagar uma distinção importante da língua. A nuance fica evidente quando se recorre à fórmula este aqui, esse aí, aquele lá. O emprego dos demonstrativos ocorre em três níveis:
a) Em relação à pessoa que fala - Este, esta, isto são os pronomes que se relacionam com a pessoa que fala: Este livro é meu. Esse, essa, isso são os pronomes da pessoa a quem é dirigido o enunciado: Esse livro é teu. Para a 3ª pessoa usam-se os pronomes aquele, aquela, aquilo: Aquele livro é dele;
b) Em relação a espaço e tempo - Este, esta, isto indicam o que está perto da pessoa que fala: Estou lendo este jornal. Por derivação, indica o aqui e agora: Neste país, nesta cidade, nesta página, neste dia, neste mês, neste ano, neste século, neste governo.
Esse, essa, isso têm emprego mais amplo. Indicam tudo o que está a certa distância da pessoa que fala: Pegue essa cadeira e traga-a para cá, por favor; Quando eu estiver com você em Paris, visitaremos essas livrarias de que você tanto fala. Ligado à idéia de tempo, esse, essa, isso indicam geralmente o passado: Karl Marx é um autor do século passado. Nesse período, as pessoas passaram a acreditar em revoluções. Pode indicar o futuro se houver a idéia de afastamento: No ano 2061 haverá grande acúmulo de progresso tecnológico, mas nada garante que esse tempo será menos turbulento que o atual.
Aquele, aquela, aquilo se referem a afastamento: Naqueles tempos, naquela cidade. Seu uso se confunde muitas vezes com o de esse, essa, isso; para evitar ambiguidade, prefira aquele, aquela, aquilo;
c) Em relação ao próprio texto - Este, esta, isto referem-se a algo que acaba de ser mencionado ou será em seguida: O novo prefeito convidou a prima e o cunhado para participar do governo. Este recusou; Disse-lhe isto: "Você não presta".
Esse, essa, isso retomam passagem anterior do texto, como na expressão além disso.
Aquele, aquela, aquilo indicam o termo que se opõe a este, esta, isto: Guarujá e Campos do Jordão são cidades muito visitadas por turistas. Esta, pelo ar puro da montanha; aquela, pelas praias.
Como regra geral, o texto de jornal deve evitar essas construções quando forem muito complexas. Porém, não é erro gramatical. Às vezes é melhor repetir termos para não truncar a leitura.
estória - Use história em qualquer acepção (narrativa de fatos, narrativa de ficção ou disciplina).
estrangeirismo - Palavras ou expressões estrangeiras são usadas quando não existe equivalente em português ou foram consagradas pelo uso corrente: rock, show, pop, punk, réveillon, status, blitz, kitsch, overnight, outdoor, know-how, lobby, software etc. Nesses casos são grafadas sem aspas.
O uso gratuito ou excessivo de estrangeirismo torna o texto pedante. Palavra ou expressão estrangeira menos conhecida e de difícil tradução, ainda que em noticiário especializado, deve ser acompanhada de explicação: "spread", taxa de risco nos empréstimos internacionais. Nesse caso, a expressão é grafada entre aspas.
Não levam aspas nomes ou marcas de companhias estrangeiras (Boeing, TWA, Levi's, Sears), modalidades esportivas (squash, skate), denominações de naves e satélites espaciais (Vega, Challenger) e nomes de pessoas, instituições e lugares.
Nomes de órgãos e entidades estrangeiras devem ser traduzidos. Quando a tradução literal for insuficiente para a compreensão do que faz o órgão ou entidade, use a sigla estrangeira sem aspas, traduza seu significado e cite um equivalente brasileiro: FBI (Birô Federal de Investigações, a polícia federal norte-americana).
Quando se tratar de palavra ou nome pouco conhecido, informe entre parênteses a maneira aproximada de pronunciá-lo. Veja nomes estrangeiros. Consulte o anexo Principais Estrangeirismos e a forma de grafá-los.
estupro - Crime de violação sexual contra mulher. A palavra não deve ser usada quando a vítima for do sexo masculino. Neste caso, use violentar.
etc. - Abreviatura da expressão latina et cetera, que significa e as demais coisas. Por ser literária, evite em texto jornalístico porque sugere incompletude, imprecisão. Nunca use em relação a pessoas (João, Maria etc.). Não deve ser antecedida por e ou vírgula. No caso de encerrar frase, não use ponto duas vezes: Evite a expressão etc. em títulos, legendas, olhos etc. Neste caso, use 'entre outros'.
eufemismo - Tem uso eminentemente literário, por isso não compete ao jornalista suavizar informação com palavras que lhe pareçam mais agradáveis. Sua função não é poupar o leitor e sim informá-lo.
evidência - Use apenas no sentido de qualidade daquilo que é evidente, que não deixa dúvida, ou de coisa / pessoa que se destaca. Não use como sinônimo de prova.
evento - Use apenas para acontecimento ou fato importante. Nos demais casos, use reunião, promoção, congresso, simpósio, show, concerto, seminário, conferência, convenção, festa, debate, fórum, festival, feira, leilão, mesa-redonda, sarau, workshop, treinamento, curso, palestra, etc.
exceção feita - Não existe essa expressão. Substitua por com exceção de ou apenas exceto.
extrapolar - Use apenas no sentido matemático. Nos outros casos, use exceder, exorbitar, ultrapassar ou ir além.
extrema direita / extrema esquerda - Sem hífen, nomeiam tendências políticas. Com hífen, designam a posição do jogador no campo de futebol.
ex- - No sentido de estado anterior, sempre com hífen: ex-governador, ex-marido, ex-prefeito, ex-presidente, ex-voto.
ex - O prefixo indica que pessoa ou coisa não têm mais o cargo ou condição que um dia tiveram. Não use no caso de pessoas mortas. Luís 14 não é ex-rei da França, assim como John Kennedy não é ex-presidente dos Estados Unidos: O presidente norte-americano John Kennedy foi assassinado em 1963. Em alguns poucos casos cabe a expressão então ex-: Em 1914, o então ex-presidente norte-americano Theodore Roosevelt (1858-1919) participou de uma expedição ao rio da Dúvida, na Amazônia (não era mais presidente).
exatidão - Qualidade essencial do jornalismo. A credibilidade de um jornal depende da exatidão das informações que publica e da fiel transcrição de declarações. Para escrever reportagens exatas, não menospreze os detalhes. Seja obsessivamente rigoroso. O jornal tem obrigação de publicar apenas informações corretas e completas. Cifras, números, grafia de nomes de pessoas, horários, datas e locais exigem o maior cuidado. Veja declaração textual; transcrição.
executar - No sentido de matar, use apenas em dois casos: morte determinada e praticada legalmente por poder público ou morte praticada por comando militar contra combatente sob sua autoridade em tempo de guerra. Veja assassinar; matar.
existir - Este verbo concorda com o sujeito, ao contrário do verbo haver que, quando usado no mesmo sentido, tem construção impessoal: Existem complicações, existirão ressalvas; Há complicações, haverá ressalvas.
extensão de texto - Veja tamanho de texto.
exterior - Escreva sempre com minúscula, a não ser que integre nome próprio: Ministério das Relações Exteriores. Veja maiúsculas/minúsculas.
extremista - Pessoa ou organização que defende ação política violenta. Veja terrorista/guerrilheiro.
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