segunda-feira, 13 de junho de 2022

O que são vícios de linguagem?

 Barbarismo: todo desvio na grafia, na flexão ou na pronúncia de uma palavra constitui um barbarismo.


 


Cacoépia - é o erro na pronúncia de uma palavra: desinteria (em vez de disenteria)

Silabada - é o deslocamento indevido da sílaba tônica: íbero (em vez de ibero)

Cacografia - é a má grafia ou flexão de uma palavra: cidadões (em vez de cidadãos), reaveu (em vez de reouve)

Deslize - é o emprego inadequado de homônimos ou parônimos: doação vultuosa (em vez de vultosa), concerto do celular (em vez de conserto)

Estrangeirismo - é o abuso de palavras estrangeiras: stress (em vez de estresse).


 


OBS: Com relação ao estrangeirismo, vale aqui destacar os tipos de estrangeirismos encontrados:


– Galicismo (do francês): menu em vez de cardápio. Em português, menu significa uma lista de opções à disposição do usuário.


– Anglicismo (do inglês): performance em vez de desempenho.


 


1abc-estrangeirismos-2


 


Solecismo: Todo desvio sintático provoca um solecismo. Existem três tipos:


De concordância - haverão eventos (em vez de haverá eventos)

Explicação: Concordância é o mecanismo pelo qual algumas palavras se ajustam para se adequar à terminação de outras. O verbo concorda com o sujeito em número e pessoa, o artigo, o numeral, o pronome, o adjetivo e o particípio concordam com o substantivo em gênero e o número.

De regência - assisti essa novela (em vez de assisti a essa novela)

Explicação: A regência é a relação de dependência entre os termos da oração e os termos que os complementam (objeto direto, objeto indireto e complemento nominal) e os que os caracterizam (adjuntos adverbiais). Se o termo regente for um verbo, ocorre a regência verbal. Se o termo regente for um substantivo, um adjetivo ou um advérbio, ocorre a regência nominal.

De colocação - darei-lhe o presente (em vez de dar-lhe-ei o presente)

Explicação: Um dos aspectos da harmonia da frase refere-se à colocação dos pronomes oblíquos átonos (me, te, se, nos, vos, o, a, os, as, lhe, lhes). Esses se situam em três posições:

antes do verbo (próclise), e dizemos que o pronome está proclítico

Ex.: Quem nos ajudará nesta questão?

no meio do verbo (mesóclise), e dizemos que o pronome está mesoclítico

Ex.: Entregar-te-ei os documentos amanhã.

depois do verbo (ênclise), e dizemos que o pronome está enclítico.

Ex.: Ofereceu-lhe um emprego.


 


linguagem


 


Cacófato: Todo som obsceno resultante da união de sílabas de palavras diferentes provoca um cacófato. Ex.: preciso ir-me já, vaca gaúcha, etc.


O cacófato só existe quando a união das sílabas forma uma palavra ridícula ou obscena. Portanto, ela tinha, boca dela, alma minha e outras uniões semelhantes não constituem cacófatos, mas simples cacofonias, de menor importância.


Ambiguidade ou anfibologia: todo duplo sentido, causado pela má construção da frase, é uma ambiguidade. Ex.: Beatriz comeu um doce e sua irmã também. (por: Beatriz comeu um doce, e sua irmã também); Mataram o porco do meu tio. (por: Mataram o porco que era de meu tio).


Pleonasmo vicioso: Toda repetição de uma ideia mediante palavras ou expressões diferentes provoca um pleonasmo vicioso, tautologia ou redundância.  Ex.: subir lá em cima, descer lá embaixo, entrar pra dentro, sair pra fora, novidade inédita, hemorragia de sangue, pomar de frutas, hepatite do fígado, demente mental, e tantas outras expressões. Quando a repetição é intencional e tem valor estilístico, chama-se pleonasmo estilístico, literário ou de reforço.


 


Redundancia


 


Arcaísmo: Consiste no emprego de palavras ou expressões que já caíram em desuso. Exemplo: asinha em vez de depressa, antanho em vez de no passado, vosmecê em vez de você, quiçá em vez de talvez, outrossim em vez de também. São também ultrapassados o futuro do presente simples (venderá), substituído por uma locução verbal (vai vender), e o pretérito mais-que-perfeito simples (comprara), substituído pela forma composta (tinha comprado).


Neologismo: Emprego de palavras novas que, apesar de formadas de acordo com o sistema da língua, ainda não foram incorporadas pelo idioma. Exemplo: As mensagens telecomunicadas foram vistas por poucas pessoas.

Pode ser:

semântico - quando a palavra já existe, mas ganha um novo sentido (estar a fim - estar interessado / dar zebra - dar errado)

lexical - quando uma nova palavra é criada, com um novo conceito (deletar - eliminar / internetês - linguagem da internet)


Eco: Ocorre quando há palavras na frase com terminações iguais ou semelhantes, provocando dissonância. Exemplo: A divulgação da promoção não causou comoção na população.


Hiato: Ocorre quando há uma sequência de vogais, provocando dissonância. Exemplo: Eu a amo; Ou eu ou a outra ganhará o concurso.


Colisão: Ocorre quando há repetição de consoantes iguais ou semelhantes, provocando dissonância. Exemplo: Sua saia sujou.


São também vícios de linguagem o plebeísmo (uso de gírias e expressões populares que demonstram falta de instrução), vulgarismo (uso de palavras e expressões que não se enquadram no padrão culto, que pode ser fonético, morfológico ou sintático), preciosismo (excesso de palavras para transmitir ideias simples, conhecido como falar difícil, comum na linguagem jurídica), gerundismo (uso excessivo e desnecessário do gerúndio, comum no telemarketing), queísmo (uso excessivo e desnecessário do pronome que), parequema (sílaba inicial e final iguais em palavras seguidas).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Anvisa discute regulamentação de cigarro eletrônico, nesta sexta-feira

A diretoria colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária vai se reunir nesta sexta-feira (1º), para avaliar se coloca em consulta p...