quarta-feira, 29 de junho de 2022

Folha Online - Círculo Folha (4)

 saia- - saia de baixo, saia-balão, saia-calça.


saída- - saída-de-banho, saída-de-praia.


sal- - sal ácido, sal amoníaco, sal básico, sal de cozinha, sal grosso, sal-gema, sal marinho, salmoura, salpimenta, salpintar.

 

sale - Estrangeirismo. Prefira promoção ou liquidação.


sala- - sala de armas, sala de espera, sala de espetáculo, sala de estar, sala-e-quarto (o apartamento).


salário- - salário-base, salário-família, salário-hora, salário mínimo, salário-mínimo (quem ganha), décimo-terceiro salário.

Décimo terceiro - o numeral ordinal, não se usa com hífen. Em referência ao pagamento recebido pelos trabalhadores no fim do ano, usa-se com hífen.


salientar - Significa tornar saliente, visível ou distinto, sublinhar. Não use como sinônimo de dizer. Reserve o termo para quando o entrevistado de fato quis chamar atenção sobre a passagem. Veja verbos declarativos.


salto- - salto com vara, salto ornamental, salto-mortal.


salva- - salva de palmas, salvaguarda, salva-vidas.


samba- - samba-canção, samba de breque, samba de enredo, samba-enredo.


sangue- - sangue azul, sangue de barata, sangue frio, a sangue-frio, sangue-novo, sangue quente.


são/santo - Use são antes de nomes que comecem com consoante: são Francisco, são Paulo (exceções mais comuns: santo Tomás de Aquino e Santo Graal). Escreva santo antes de prenomes que comecem com vogal: santo André, santo Inácio de Loyola. O plural é, nos dois casos, santos. Exceções: Santo Tomás de Aquino e Santo Tirso.

Para o feminino, não há forma reduzida. Use sempre santa. Veja frei.

Para abreviar, use S., e não Sto nem Sta. O papa também é Santo Padre, mas use essa forma somente na reprodução de declaração textual ou entrevista.

São Vicente de Paulo e não de Paula, não confunda com São Francisco de Paula.


sapatão - Não use para designar mulher homossexual. Prefira lésbica. Veja homossexual; preconceito; tratamento de pessoa. Consulte o anexo As Palavras Certas.


SBT - Sistema Brasileiro de Televisão, rede nacional de TV criada em 1979 pelo empresário Silvio Santos. Também conhecida como TVS. Escreva SBT, sem aspas.


se - Muito cuidado com este termo. Em português, dependendo do gramático, o se chega a apresentar nove funções diferentes. Nenhuma delas é a de sujeito, embora muitos escrevam: Aluga-se casas; não se podia evitar os aumentos. Estas construções estão erradas, porque os sujeitos são respectivamente casas e aumentos e os verbos deveriam concordar com eles (alugam-se; não se podiam evitar). 


O se costuma causar problemas nestes dois tipos de construção: 


a) Partícula apassivadora - É uma das formas de construção da voz passiva em português: Alugam-se casas (casas são alugadas). Para não errar, converta a oração para a forma passiva com o verbo ser mais particípio passado. Não se diz nem se escreve Casas é alugada, portanto a concordância correta é no plural. Só verbos transitivos diretos admitem voz passiva;


b) Índice de indeterminação do sujeito - O se também indica a impessoalidade em verbos com sujeito indeterminado: Precisa-se de pedreiros; Aqui passeia-se muito; Trata-se de questão delicada; Não se crê em fantasmas. Observe que nesses casos os verbos são intransitivos ou transitivos indiretos, de modo que não adianta tentar converter a oração: De pedreiros são precisos não faz sentido algum. Assim, o verbo fica sempre no singular.


Além desses dois casos, existe um uso absurdo e difundido do se: É possível se dizer que a língua declina; Por se falar nisso; A confusão tornou difícil se perceber quem estava no palanque. Ele é inteiramente dispensável nesses casos. Experimente cortá-lo: É possível dizer que a língua declina; Por falar nisso; A confusão tornou difícil perceber quem estava no palanque.


seção/sessão/cessão - Seção significa parte, repartição, divisão: Seção de transportes, seção de turfe, seção de pessoal, seção eleitoral.


Sessão é o tempo de duração de alguma coisa: sessão de cinema, sessão legislativa, sessão de psicanálise, sessão espírita.


Cessão é o ato de ceder: fazer cessão de direitos.


século - Escreva com numerais ordinais até dez (inclusive) e depois cardinais: século 1º d.C., século 10º, século 16, século 20. Veja numerais.


segundo- - segundo-cadete, segundo-sargento, segundo-tenente.

Segundo Mundo - Veja Primeiro Mundo.


sem- - Leva hífen quando formar substantivo: sem-cerimônia, sem-família, sem-fim, sem-pudor, sem-pulo, sem-sal, os sem-terra, os sem-teto, os sem-vergonhas.


semi- - Com hífen antes de vogal, h, r, s: semi-automático, semibreve, semicerrado, semicírculo, semicondutor, semideus, semi-eixo, semi-especializado, semifinal, semi-internato, seminu, semi-oficial, semiprecioso, semi-racional, semi-real, semi-sólido, semivogal.

 

semi-analfabeto - É uma incoerência. Prefira semi-alfabetizado. 


seminário - Use apenas como substantivo, nos sentidos de congresso científico e cultural, instituição onde se preparam pessoas para o sacerdócio, grupo de estudos e aula dada por um grupo. Não use como adjetivo como sinônimo de seminal.

 

seu - Use apenas em reprodução de declaração textual ou entrevista (seu José, seu Antônio, seu Joaquim).


Senado Federal - Escreva sempre com maiúscula, mesmo em segunda menção: o presidente do Senado. Veja maiúsculas/minúsculas.


senador - Comece com minúscula, exceto quando integrar substantivo próprio: o senador Teotônio Vilella; Centro Cultural Senador Teotônio Vilella. O feminino é senadora.


se não/senão - Use se não quando a expressão puder ser substituída por caso não ou quando não: Se não sair, fico; O ministro vai trabalhar, se não chover. Também use se não quando o se introduzir oração como conjunção integrante: Perguntou se não era tarde demais. Perceba que nesses casos é sempre possível intercalar uma palavra: Se [eu] não sair, fico; O ministro vai trabalhar, se [hoje] não chover; Perguntou se [já] não era tarde demais.


Senão deve ser usado nos demais casos, com vários significados: Corre, senão a polícia te pega (do contrário); Não havia senão cinco pessoas (a não ser).


senhor/senhora - Use apenas em transcrição de entrevista: Folha - O que a sra. pretende fazer para evitar o problema? Veja mulheres; tratamento de pessoa.

sensualismo - Não confunda com sensualidade. Sensualismo é o nome da doutrina filosófica segundo a qual a origem de todo o conhecimento humano está baseada em sensações. Opõe-se ao racionalismo.


sentido figurado - Veja metáfora .


sepultar - Use apenas para pessoas. Para coisas, use enterrar.


sic - Em latim, significa assim. Expressão usada entre parênteses no meio ou no final de uma declaração entre aspas, ou na transcrição de um documento, para indicar que é assim mesmo, por estranho ou errado que possa ser ou parecer: "Penso de que (sic) é preciso mudar o país", disse o candidato.

siglas - Em geral, criam dificuldades para o leitor, porque exigem ser decifradas. A regra é evitar, principalmente em títulos, exceto em casos consagrados como Aids, Bradesco, Embratel, ONU, OLP, USP.


Na Folha, observe a seguinte padronização: 


a) Não use pontos: ONU e não O.N.U.;


b) Escreva por extenso seu significado de preferência logo após a primeira menção: O filme vai ser exibido no MIS (Museu da Imagem e do Som), exceto quando a sigla for muito consagrada, como Aids, Bradesco, ONU;


c) Use apenas letras maiúsculas para sigla com até três letras: UD, CIA, ONU. Mas atenção: alguns nomes, como Efe (a agência de notícias espanhola) e Fed (o banco central norte-americano), parecem siglas mas não são;


d) Use maiúscula apenas na primeira letra de siglas com mais de três letras que podem ser lidas sem dificuldade como uma palavra: Unesco, Banespa, Petrobrás, Sudene, Sesc.


e) Use apenas letras maiúsculas para sigla que exija leitura letra por letra: FGTS, SBPC, DNDDC, DNER;


f) Há algumas exceções consagradas como CNPq, UnB;


g) Se precisar formar plural, acrescente s minúsculo: TVs, BTNs. Consulte tabela com as principais siglas no anexo Siglas, Acrônimos e Assemelhados.

 

sine qua non - É expressão invariável. No plural, use indispensáveis, essenciais, necessárias ou fundamentais.


singular/plural - Veja concordância nominal; concordância verbal; plural de palavras compostas; plural majestático; porcentagem.


sinônimo - Veja repetição de palavras.



Designa o título de cavaleiro ou baronete na Grã-Bretanha. Comece com minúscula. Não use antes do sobrenome, mas sim do prenome: sir John Silver, ou sir John, mas nunca sir Silver.

 

somatória - Como substantivo, é sempre somatório. Como adjetivo, pode ser somatório ou somatória.


sofrer aumento - Use apenas aumentar.


sofrer melhora - Use apenas melhorar. 


software - É estrangeirismo no sentido de programa de computador.


sobre- - Com hífen antes de h, r, s: sobreaviso, sobrecama, sobrecarga, sobrecasaca, sobrecoxa, sobre-humano, sobreloja, sobrenatural, sobrenome, sobre-saia, sobrescrever, sobretaxa, sobrevôo.


sobrenome - Veja nomes estrangeiros; nomes próprios.


socio- - Sempre sem hífen: sociocultural, socioeconômico, sociologia, sociopatia, sociopolítico, sociolinguístico.


sol/Sol - Comece com minúscula quando se referir à idéia de luz ou dia. Com maiúscula, quando em referência ao corpo celeste, em especial quando também forem citados outros astros: O sol nasceu às 6h10; O cientista estuda as órbitas de Netuno, Plutão e Vênus em torno do Sol. Veja lua/Lua.


"stress" - Use estresse, o verbo estressar e os adjetivos estressado e estressante. Se usar, coloque aspas.

 

staff - Use essa forma (e não estafe) para a equipe e o conjunto de funcionários de uma empresa. Não confunda com estafa - cansaço extremo.

sua majestade - Em textos noticiosos não se refira a rei ou rainha por essa forma de tratamento. Use apenas o título: rei Juan Carlos, rainha Elizabeth.


sua santidade - Em textos noticiosos não se refira ao papa por essa forma de tratamento. Use apenas o título: papa João Paulo 2º, papa Pio 12.

 

suficiente - Não é advérbio, e sim adjetivo.


sub- - Com hífen antes de b, r: subafluente, subalimentado, subatômico, sub-bosque, sub-bibliotecário, subchefe, subconjunto, subdivisão, subemenda, subentender, subequatorial, subespécie, subfaturar, subgênero, subgerente, subgrupo, subumano, subjacente, sublegenda, subliminar, sublinhar, subliteratura, sublingual, subnutrido, suboficial, subprefeito, subproduto, sub-raça, sub-reitoria, sub-reptício, subseção, subsecretário, subsíndico, subsolo, subsolar, subtenente, subtítulo, subtropical, subterrâneo, subtotal.


sublinhar - Veja salientar; verbos declarativos.


suicídio - Não omita o suicídio quando ele for a causa da morte de alguém.

sul- - sul-africano, sul-americano, sul-mineiro.


sul - Veja pontos cardeais.

 

supremo - Só o STF é Supremo Tribunal Federal. Nos demais casos, Superior Tribunal de Justiça (STJ), Tribunal Superior do Trabalho (TST) e Tribunal Superior Eleitoral (TSE).


suposto - Use apenas como particípio do verbo supor. Não use como conjunção concessiva.


super- - Com hífen antes de h, r: superabundância, superalimentação, superaquecer, supercampeão, supercondutividade, supercondutor, superestrutura, super-hidratação, super-homem, superlotação, superproteção, super-realismo, supersafra, supersaturar, supersecreto, supermercado, superdosagem.


superávit - Escreva com acento. O antônimo é déficit. Veja déficit.


superlativo - Use expressões superlativas apenas quando puder comprovar sua adequação aos números, dados e informações: O tempo de Joaquim Cruz foi o melhor da história dos Jogos Olímpicos.


Evite nos outros casos: Um quadro belíssimo, um acidente gravíssimo, um político celebérrimo. Expressões como a luta do século ou o casamento do ano não devem ser usadas porque, no ano ou no mês seguinte, essa luta ou esse casamento podem ser suplantados por outros ainda mais sensacionais.

Supremo Tribunal Federal - Escreva sempre com maiúscula, mesmo na forma simplificada: recurso ao Supremo. Veja maiúsculas/minúsculas.


surto - Irrupção ou súbito aumento de uma doença numa área geográfica estritamente limitada. Pode haver surto em creche, conjunto habitacional, asilo, bairro ou pequena comunidade. O surto, quando não é controlado, pode expandir-se e tornar-se uma epidemia. Veja endemia; epidemia; pandemia. 

tabelião - Use tabeliã como feminino, e tabelioa como adjetivo.

 

talibã - Use essa forma, e não taliban, talebã ou taliban.


tachar/taxar - Tacha, além de indicar um tipo de prego (também conhecido como tachinha), significa mancha, nódoa, defeito. Tachar é atribuir defeito (moral) a alguém: O deputado foi tachado de corrupto por seu adversário. 


Taxa é uma espécie de imposto. Taxar é lançar impostos: O governo resolveu taxar a importação de alimentos.


tamanho - Veja dimensão.


tamanho de texto - O tamanho de cada texto é combinado entre o jornalista e seu superior imediato. A tendência do jornalismo escrito é publicar textos cada vez mais curtos. A maioria dos textos da Folha tem como limite máximo 50 linhas de terminal de computador.


tamanho do lide - Veja lide .

tamanho do parágrafo - Veja parágrafo.


"tape" - Em inglês, fita (magnética). Escreva teipe e, por extensão, videoteipe.

taxar - Veja tachar/taxar.


tcheco - Não use o adjetivo gentílico tcheco para designar indistintamente habitante da Tcheco-Eslováquia. Escreva tcheco ou eslovaco, dependendo da origem étnica do personagem. Na impossibilidade de descobri-la, use tcheco-eslovaco.

"teenager" - Em inglês, adolescente. O termo deriva do sufixo teen (mais dez) e, por isso, abrange pessoas entre 13 e 19 anos (só os números de 13 a 19 terminam com teen, em inglês).

 

terminar - Use apenas antes de substantivo. Antes de infinitivo, use acabar. 


temperatura - É alta ou baixa. O tempo pode ser frio ou quente.


teipe - Use esta grafia para designar gravação em fita magnética.

tel. - Abreviatura de telefone que pode ser usada apenas quando seguida do número. Não use fone.


telefone - Números de telefone devem ser sempre antecedidos pelo código de área entre parênteses: O telefone geral do Hospital das Clínicas é (011) 282-2811. Se se tratar de número no exterior, o código do país também deve ser mencionado entre parênteses: A polícia de Washington pede que informações sejam transmitidas pelo telefone (001-202) 555-2368. Veja telefone (no cap. Produção).


televisão - Escreva os nomes das emissoras sem aspas: Rede Globo, Rede Manchete, Rede Bandeirantes. Os nomes de programas, entre aspas: "Crítica e Autocrítica", "Chaves", "Roda Viva", "Clube do Bolinha".


Para abreviar, use TV, nunca tevê. Veja televisão (no cap. Edição).


telinha - Não use este termo para se referir a televisão ou TV. 


telona - Não use esse termo para se referir ao cinema.


temperatura - Use a escala Celsius, mais empregada no Brasil. Escreva Celsius ou ºC (sem espaço entre algarismo e símbolo), nunca graus centígrados: A temperatura era de 33 graus Celsius negativos ou -33ºC, e não 33 graus centígrados negativos.


Em reportagens sobre ciência, admite-se a escala Kelvin (K), mas é obrigatório informar a conversão para Celsius entre parênteses: O zero absoluto corresponde a 0K (-273, 2ºC).


tempo - Veja horário.


tempos verbais - Tome cuidado com os tempos verbais. O desfalque teria sido de Cr$ 3 bilhões diz algo muito diferente de O desfalque foi de Cr$ 3 bilhões. Neste caso, com a simples mudança para o condicional (teria), o jornalista revela alguma desconfiança com relação à informação que obteve. Além dessa nuance importante para o jornalismo, tempos verbais obedecem a regras de correlação que são atropeladas com frequência: 


a) A sessão já tinha terminado (terminara) quando o deputado chegou ao plenário - O pretérito mais-que-perfeito indica que a ação é anterior à que está no pretérito perfeito;


b) A sessão estava terminando (terminava) quando o deputado chegou - O imperfeito mostra que as duas ações são simultâneas;


c) O médico pede (vai pedir, pedirá) que você pare de beber - O presente do subjuntivo é exigido pelo tempo presente ou futuro da oração principal;


d) O médico pediu (pedia, pedira) que você parasse de beber - O imperfeito do subjuntivo acompanha o tempo passado da oração principal;


e) Entregarei o texto assim que puder - O futuro do subjuntivo é usado em orações subordinadas iniciadas por conjunções que introduzam idéia de futuro: se, quando, enquanto, logo que e outras;


f) O secretário nega que esteja envolvido em corrupção - É errado escrever nega que está, pois as idéias de eventualidade e possibilidade também pedem o subjuntivo;


g) O fabricante anunciou que todos os modelos seriam recolhidos - O futuro do pretérito, como o nome já diz, indica o futuro de uma ação passada. Mas atenção: não está errado escrever O fabricante anunciou que todos os modelos serão recolhidos. Neste caso, se a ação de recolhimento não tiver começado, mas houver certeza de que será realizada, opte pelo futuro do presente, para evitar que paire dúvida sobre a informação.

tensão jornalística - O jornal reflete em seus textos o clima de tensão da maior parte dos fatos que noticia. Ela deve ser transmitida não por adjetivos, mas pela descrição seca e concisa de fatos dramáticos: 


Aviões de combate da força multinacional aliada iniciaram a guerra ao Iraque às 2h30 da manhã de hoje (21h30 de ontem em Brasília). A operação "tempestade do deserto" começou à 0h58 (19h58 em Brasília), com a decolagem de caças F-15 de uma base na região central da Arábia Saudita. O secretário norte-americano de Defesa, Richard Cheney, disse que participaram aviões dos EUA, Grã-Bretanha, Arábia Saudita e Kuait. Duas horas após o início das hostilidades, o presidente George Bush disse na TV que "a guerra começou em 2 de agosto, quando o Iraque invadiu o Kuait".

terrorista/guerrilheiro - Use apenas em sentido técnico, evitando a carga ideológica positiva ou negativa atribuída seja pela esquerda seja pela direita.


Terrorista designa organizações e seus integrantes quando adeptos de ações violentas contra alvos civis, ainda que não de maneira exclusiva (podem eventualmente atingir alvos militares). Seus objetivos são de simples propaganda, mesmo que mantenham retórica militar. Se não for possível aplicar esses critérios adequadamente, empregue o termo extremista, que tem a desvantagem de ser menos preciso.


Guerrilheiro é o combatente de forças irregulares engajadas em luta prolongada contra exército regular, com apoio relativo da população e de outros países. Suas ações visam em geral a desestabilizar o governo. Use rebelde (qualquer grupo armado que se opõe a um governo) para qualificar organizações ou seus membros quando não se encaixarem nessa definição.


Em caso de dúvida, discuta a aplicação desses termos com o editor ou editor-assistente. Veja conservador/progressista; direita/esquerda.


Terceiro Mundo - Veja Primeiro Mundo.


"tête-à-tête" - Em francês, cara a cara. Não use em texto noticioso. Se usar, escreva aspas.


terço - Pode ser numeral (terça parte) ou substantivo (rosário).

tevê - Não use esta abreviatura de televisão, mas sim TV.


texto de apoio - Texto que explica ou rememora aspectos laterais de uma notícia. Veja "side"; sub-retranca (ambos no cap. Edição).


texto obsceno - Veja obscenidade (no cap. Edição).

 

tira- - Sempre com hífen: tira-dúvidas, tira-gosto, tira-teima.


tiróide - Não use, embora não seja errado. Para a glândula endócrina, escreva tireóide.


título - Veja título (no cap. Edição).


título acadêmico - Use em sentido preciso, começando com minúscula e sempre que possível com o nome da instituição acadêmica que o conferiu: José Penedo, doutor em antropologia pela Universidade de São Paulo.


título de nobreza - Escreva com minúscula: o duque de Bragança.

título de obras - Escreva nomes de obras e espetáculos (discos, livros, filmes, pinturas, esculturas, peças de teatro, óperas, programas de TV etc.) entre aspas e com maiúsculas no início de cada palavra (exceto artigos, preposições, conjunções e partículas átonas). A primeira palavra do título também é grafada em maiúscula, qualquer que seja sua classe gramatical: "O Lago dos Cisnes"; "O Homem que Confundiu Sua Mulher com um Chapéu"; "Mulheres à beira de um Ataque de Nervos". Veja ficha técnica (no cap. Edição).


toca- - Sempre com hífen: toca-discos, toca-fitas.

todavia - Evite, embora não seja errado. Prefira mas ou porém. Veja conjunção.


todo dia/todo o dia - Sem o artigo, significa diariamente: Todo dia, ela faz tudo sempre igual. Com o artigo, quer dizer durante o dia inteiro: Ele trabalhou no texto todo o dia de ontem.

todo mundo/todo o mundo - Sem o artigo, significa todos: Todo mundo foi ao circo naquela cidade. Com o artigo, quer dizer o mundo inteiro: Todo o mundo foi atingido pela poluição ambiental.

topônimos estrangeiros - Veja nomes estrangeiros. Consulte também relação de países e regras para transliteração de algumas línguas no anexo Nomes Estrangeiros.


"tournée" - Escreva turnê. Se usar, coloque aspas.

 

tratativa - Não existe em português. Use acordo ou negociação.

tradução - Não traduza nome de pessoa, com exceção de papas, alguns soberanos e nomes da Antiguidade ou Idade Média: Immanuel Kant e não Emanuel Kant, mas João 23, Luís 14, Erasmo de Roterdã.


ultra- - Leva hífen antes de vogal, h, r, s: ultracurto, ultrademocrático, ultrafiltração, ultra-humano, ultramar, ultra-realista, ultra-revolucionário, ultra-romântico, ultra-sensível, ultra-som, ultravioleta.


União - Com maiúscula quando designar o conceito político: orçamento da União. Veja maiúsculas/minúsculas.

unidades de medida - Consulte o programa de conversão de medidas neste CD-ROM.


"up-to-date" - Em inglês, significa o que há de mais recente. Não use em texto noticioso. 


vagão- - vagão-leito, vagão-dormitório, vagão-restaurante.


vai- - vai-da-valsa, vai-não-vai, vai-volta. Mas atenção: vaivém.


válido - Evite, exceto no sentido restrito de ter validade, vigência: Esta oferta é válida apenas hoje. Nunca: O governo não considera válido que a oposição obstrua a votação. Veja cacoete de linguagem.


van/von - Escreva estas partículas de nomes próprios com minúscula quando o nome for citado por inteiro: Vincent van Gogh. Com maiúscula, quando for mencionado apenas o sobrenome: Van Gogh. O mesmo vale para partículas semelhantes de outras línguas, como o de do francês e da, de, di do italiano.


veículo de comunicação - Veja órgãos de comunicação.


velho - Use apenas para coisas. Evite a palavra para qualificar pessoa, pois significa deteriorado pelo tempo. O ideal é informar a idade exata do personagem da notícia. Quando for impossível fazê-lo e importante caracterizar a faixa etária, prefira o termo idoso. Use velho para coisas. Veja idade. Consulte o anexo As Palavras Certas.


verbo - Veja concordância verbal; regência; tempos verbais.

 

Alguns verbos não podem ser seguidos de que.  Assim, são erradas ou
no mínimo impróprias as formas: acusar que, alertar que, antecipar que, apontar que, aprovar que, assumir que, citar que, comentar que, continuar que, defender que, definir que, denunciar que, desmentir que, difundir que, divulgar que, enfatizar que, indicar que, justificar que, mencionar que, narrar que, proferir que, prosseguir que, referir que, registrar que e relatar que.

Podem, porém, ser normalmente usadas as formas: acrescentar que, adiantar que, admitir que, advertir que, afiançar que, afirmar que, aguardar que, assegurar que, asseverar que, atestar que, certificar que, comprovar que, concordar que, confirmar que, constatar que, declarar que, determinar que, dizer que, esperar que, garantir que, jurar que, negar que, ordenar que, prever que, prometer que, reiterar que, repetir que, ressaltar que, ressalvar que, revelar que e verificar que.

verbos declarativos - Use apenas para introduzir ou finalizar falas dos personagens da notícia, não para qualificá-las ou para insinuar qualquer opinião a respeito delas. Evite, assim, verbos como admitir, reconhecer, lembrar, salientar, ressaltar, confessar, a não ser quando usados em sentido estrito. Nenhum deles é sinônimo de dizer. Ao empregá-los de modo inadequado, o jornalista confere caráter positivo ou negativo às declarações que reproduz, mesmo que não tenha a intenção. 


Use de preferência os verbos dizer, declarar e afirmar, os mais neutros, quando o objetivo for apenas indicar autoria de uma declaração: O ministro disse que teve um encontro com o deputado, em vez de O ministro confessou que teve um encontro com o deputado -a não ser que o encontro tenha sido criminoso, de fato, e o ministro o tenha admitido em depoimento a uma comissão de sindicância, por exemplo.


verdadeiro caos - Evite. Veja cacoete de linguagem.


verde- - verde-bandeira, verde-claro, verde-escuro.


via de regra - Evite. Prefira normalmente, em regra ou geralmente. Veja cacoete de linguagem.


vias e logradouros - Escreva com minúscula: rua da Consolação, avenida Brasil, praça da República, parque do Carmo. Mas atenção: na identificação desses elementos em artes, escreva com maiúscula como no começo de qualquer frase.


viatura - Não use este jargão policial. Escreva carro de polícia. Veja cacoete de linguagem.


vice- - Sempre com hífen: vice-almirante, vice-campeão, vice-governador, vice-líder, vice-prefeito, vice-presidente, vice-reitor.

vice - Quando exerce a função do titular, deve ser qualificado com o cargo do titular acrescido da palavra interino: O presidente interino Ulysses Guimarães recebeu ontem o deputado Dante de Oliveira, nunca o vice-presidente em exercício Ulysses Guimarães recebeu ontem o deputado Dante de Oliveira. Evite também a forma O presidente em exercício Ulysses Guimarães recebeu ontem o deputado Dante de Oliveira.


video- - Sempre sem hífen: videoarte, videocassete, videoclip, videodisco, videogame, videolocadora, videoteipe, videotexto.


vip - Em inglês, very important person, que significa pessoa muito importante. Use sempre em minúsculas.


vira- - vira-casaca, vira-e-mexe, vira-latas.


vírgula - Sinal gráfico (,) mais usado, por isso mesmo aquele que ocasiona a maior quantidade de erros de pontuação. Um dos mais comuns é separar sujeito de verbo, ou verbo do complemento -o que é também um erro lógico, além de gramatical. Outro, usar apenas uma das vírgulas em uma intercalação -use as duas, quando obrigatórias, ou nenhuma, quando dispensáveis: O empresário, preocupado com o ritmo da inflação, começou a comprar dólares; Terminou ontem[,] às 10h[,] o prazo para entregar declaração do Imposto de Renda.


Outros casos em que a vírgula deve ser usada:


a) Nas enumerações de termos ou orações: Subiram ao palco para receber os aplausos o diretor, o cenógrafo, o contra-regra, o iluminador e o sonoplasta; Ela pinta, dança, borda e canta como ninguém;


b) Para isolar qualquer elemento explicativo (isto é, a saber, aliás), aposto, vocativo, orações intercaladas;


c) Para isolar adjuntos, em especial quando deslocados e muito longos: No momento da volta ao palco para receber os aplausos, a atriz já estava sem maquiagem;


d) Antes de conjunções adversativas como mas, porém, entretanto etc.: O funcionário concordou em dar entrevista, mas não quis se identificar. Apenas em alguns títulos a Folha admite exceção a essa regra: Governo recua mas não admite negociar;


e) Para separar orações adjetivas explicativas, que funcionam como aposto e veiculam uma informação secundária: Os candidatos, que forneceram declaração de rendimento, foram entrevistados. A mesma frase, sem vírgulas, tem outro significado: foram entrevistados apenas os candidatos que forneceram declaração de rendimento, tornando-se adjetiva restritiva. Muito cuidado com essa sutileza. A frase Gino Poli e sua mulher Amélia compareceram à cerimônia significa, para o leitor atento, que Poli possui mais de uma mulher. Se assim não for, o nome Amélia é um aposto (explicação) de Gino Poli e sua mulher e deve vir entre vírgulas: Gino Poli e sua mulher, Amélia, compareceram à cerimônia;


f) Para indicar elipse de verbo: O reitor da USP votou contra a proposta e o da Unicamp, a favor;


Veja frase/oração/período; ponto-e-vírgula.

visar - No sentido de aspirar ou de ter por objetivo, é transitivo indireto, mas já se aceita a regência direta: visar ao cargo ou visar o cargo; visar ao bem público ou visar o bem público.


Mas atenção: no sentido de dirigir a vista para ou de dar visto em, é sempre direto: visar o alvo; visar o cheque.

"vis-à-vis" - Em francês, frente a frente. Não use em texto noticioso. Se usar, escreva com aspas.


vivenciar - Não use, embora não seja errado. Prefira viver ou experimentar.


viúva- - viúva-alegre, viúva-negra.


voz passiva - Veja se.


VT - Admite-se esta abreviatura de videoteipe em títulos e legendas para ganhar espaço.


vulgo - Em latim, significa comumente. Não use como advérbio; substitua por conhecido: Tânia Tós, conhecida como Maria das Mortes, foi presa ontem, em vez de Tânia Tós, vulgo Maria das Mortes, foi presa ontem.


Não use como substantivo no sentido de povo ou ralé. Veja apelido.


Washington - Não confunda o Estado de Washington, no noroeste dos EUA, com a capital federal norte-americana, Washington, DC (Distrito de Colúmbia), que fica perto da Costa Leste.


Watergate - Nome de um conjunto de edifícios em Washington, DC, que designou o escândalo político que levou o presidente Richard Nixon à renúncia em 1974. Por extensão, na imprensa brasileira, é comum designar escândalos políticos por palavras formadas com o sufixo gate, como "Diademagate". Evite; quando usar, escreva com aspas.


xeque - Veja cheque/xeque.

xerez/Xerez - Xerez é uma cidade da Espanha onde se fabrica um tipo específico de vinho. Para se referir ao vinho, use minúscula: Após o jantar, tomaram xerez. 



Folha Online - Círculo Folha (3)

 macro- - Sempre sem hífen: macrobiótica, macrocefalia, macrocosmo, macroeconomia, macrometeorito, macromolécula, macrorregião, macroscópico.

 

madrugada - Não existe madrugada de domingo para segunda. Substitua por madrugada de segunda ou noite de domingo para segunda.


máfia/Máfia - Comece com maiúscula apenas quando se referir à organização de origem siciliana: A Máfia assassinou o juiz encarregado de apurar as atividades da organização; mas A máfia chinesa domina a cidade.


Não use a expressão máfia de branco para designar a categoria dos médicos.

maiúsculas/minúsculas - A Folha observa o uso corrente de inicial maiúscula no começo de frase e nomes próprios. Os casos controversos ou duvidosos são regulados abaixo, seguindo tendência simplificadora em direção às minúsculas. Este manual também resolve dúvidas específicas em verbetes próprios.

Use maiúsculas nos seguintes casos:



a) Conceitos políticos importantes - Constituição, Estado, Federação, União, República, Poder Executivo, Legislativo, Judiciário, Justiça, Direito (conjunto de normas);


b) Citação direta - O ministro disse: "Acabou a inflação";


c) Instituições, órgãos e unidades administrativas - Presidência da República, Supremo Tribunal Federal, Câmara dos Deputados, Senado Federal, Assembléia Legislativa, Ministério da Fazenda, Secretaria da Educação, Exército, Marinha, Forças Armadas, Polícia Militar, Comissão de Relações Exteriores, Museu de Arte Moderna, Prefeitura de São Paulo, Estado (ou Província, Condado, Cantão etc., se for a divisão administrativa oficial do país em questão);


d) Nomes de datas, feriados, eventos históricos ou festas religiosas e populares - Primeiro de Maio, Dia do Trabalho, Sete de Setembro, Natal, Carnaval, Revolução Francesa, Dia D, Ramadã, Yom Kippur, Dia da Bandeira, Proclamação da República, Dia do Aviador, Guerra do Golfo;


e) Título de obras (discos, livros, filmes, pinturas, esculturas, peças de teatro, óperas, programas de TV etc.) - "O Lago dos Cisnes", "O Homem que Confundiu Sua Mulher com um Chapéu", "Mulheres à beira de um Ataque de Nervos".


Artigos, preposições, conjunções e partículas átonas que ocorrerem no meio do título são grafados em minúsculas;


f) Ocidente e Oriente - Quando se referem ao hemisfério como conceito geopolítico: O antagonismo entre Ocidente e Oriente; 


g) Região geográfica ou espacial, oficial ou consagrada - Triângulo Mineiro, Vale do Paraíba, Baixada Fluminense, Meio-Oeste (Costa Leste, Costa Oeste) dos EUA, Leste Europeu, Oriente Médio, Oriente Próximo, Extremo Oriente, Sistema Solar, Cruzeiro do Sul, Grande Ursa;


h) Período histórico consagrado ou geológico - Idade Moderna, Idade Média, Idade do Bronze, Alta Idade Média, Era Cristã, Antiguidade, Pré-História, Pleistoceno, Pré-Cambriano, o Seiscentos;


i) Leis e normas, quando constituírem nome próprio - Lei Sarney, Lei do Ventre Livre, Lei de Diretrizes e Bases, Código Penal, Plano Diretor. Mas atenção, se a lei for conhecida apenas por seu número, use minúscula: lei nº 5.250, portaria nº 123, medida provisória 296;


j) Epítetos ("apelidos") de personagens históricos - Ivã, o Terrível; Pepino, o Breve; Ricardo Coração de Leão; João sem Terra; Maria, a Louca;


l) Prêmios e distinções - Prêmio Nobel de Medicina, Ordem do Cruzeiro do Sul, Prêmio Esso de Jornalismo.


m) Palavras hifenadas - Lembre-se de que palavras separadas por hífen mantêm sua autonomia fonética. Assim, quando é o caso de escrevê-las com maiúscula, esta deve incidir sobre todos os elementos: Grã-Bretanha, Vice-Presidência, baía de Todos-os-Santos, Vi-o. Note que eventuais partículas átonas permanecem com minúscula. Use minúsculas nos seguintes casos:


a) nação, país, governo, exterior e interior - Sempre, a não ser que integrem nome próprio ou estejam em início de frase;


b) república e monarquia - Quando designarem forma de governo;


c) estado - Como sinônimo de situação, disposição: estado de espírito, estado de sítio, estado sólido;


d) Segunda menção - Nomes de instituições, quando aparecem pela segunda vez no texto de forma simplificada: O ar-condicionado do Ministério da Fazenda está quebrado. Os funcionários desse ministério se queixam do calor.


Mas atenção para as exceções: Presidência, Supremo, Câmara, Senado, Assembléia, sempre com maiúscula, mesmo em segunda menção, assim como os conceitos políticos importantes (veja item no começo deste verbete);


e) Vias, logradouros e acidentes geográficos - rua da Consolação, avenida Brasil, praça da República, parque do Carmo, oceano Atlântico, cabo Horn, estreito de Magalhães, mar Mediterrâneo.


Há exceções. Quando o acidente geográfico fizer parte de nome próprio (por exemplo de país), use maiúscula: Ilhas Salomão, Cabo Verde, Costa do Marfim.


Lembre-se de que em mapas os nomes de acidentes geográficos, vias e logradouros aparecem isolados e portanto constituem frases, devendo ser grafados com inicial maiúscula;


f) norte/sul/leste/oeste, quando se referirem ao ponto cardeal ou direção - O navio seguia para o norte; O vento oeste ou Zéfiro.


Mas atenção, use maiúscula quando integrar nome próprio ou designar conceito geopolítico: Timor Leste; pólo Norte, o antagonismo entre Norte e Sul;


g) Cargos, profissões, títulos e fórmulas de tratamento - papa, presidente, sir John, cardeal Arns, engenheiro, doutor pela USP, mestre Abelardo, lorde Keynes, santo Antônio, são Pedro, senhor, dom, você.


Quando a designação do cargo fizer referência a instituição ou órgão de governo, atenção para manter a maiúscula no segundo termo: secretário da Defesa, ministro do Interior, governador do Estado;


h) Ciências, disciplinas, escolas e movimentos artísticos - direito, filosofia, sociologia, português, física, medicina, odontologia, paleontologia, arte, literatura, surrealismo, impressionismo, romantismo;


i) Meses e dias da semana - janeiro, julho, dezembro, sexta-feira, segunda, domingo;

'Sexta-feira da Paixão', 'Domingo de Ramos', 'Quinta-feira Santa', 'Sábado de Aleluia' e 'Domingo de Páscoa' se escrevem com maiúscula, porque são expressões.


j) Gentílicos - brasileiro, romano, carioca, norte-americano.


magnata - Veja milionário.


major- - major-aviador, major-brigadeiro. Vejapatentes militares. Consulte também o anexo Forças Armadas do Brasil.


mal- -Como prefixo, leva hífen antes de vogal e h: mal-acabado, mal-aconselhado, mal-afamado, mal-agradecido, mal-amado, mal-arranjado, mal-arrumado, mal-assombrado, mal-aventurado, malcasado, malcheiroso, malcomportado, malconduzido, malconservado, malcriado, malcuidado, mal-das-montanhas, mal-de-amores, mal-de-lázaro, maldizer, maldormido, mal-dos-mergulhadores, mal-educado, mal-empregado, mal-encarado, mal-entendido, mal-estar, malfadado, malfeito, malformado, mal-humorado, mal-intencionado, maljeitoso, malnascido, malpassado, malquerer, malsatisfeito, malsucedido, maltrabalhado, maltrapilho, maltratar, mal-usar, malventuroso.


mal/mau - São duas palavras diferentes. Basta seguir a regra: se puder substituir por bem, escreva com l (mal); se a substituição for por bom, não hesite em escolher o u (mau).


Mal, quando funciona como advérbio, é palavra invariável que modifica um verbo, adjetivo ou outro advérbio: falar mal, estar mal vestido, ser mal-humorado. O antônimo é bem. Mal também pode ser substantivo, significando doença ou problema: Seu texto sofre de vários males.


Mau é um adjetivo, palavra variável (maus, má, más) que modifica substantivo: más línguas, mau livro, mau gosto, mau exemplo, mau humor. Seu antônimo é bom.


mal de Hansen - Veja lepra.


manchete - Título principal de uma edição. O assunto mais importante do dia ganha a manchete da primeira página do jornal. O assunto mais destacado de uma página deve merecer sua manchete, chamada de manchete interna. Veja manchete; título (ambos no cap. Edição).


Manchete - Rede nacional de televisão no Brasil. Escreva Rede Manchete. Também é nome de uma revista semanal de circulação nacional. Escreva "Manchete".


mandado/mandato - Não confunda mandado, que pode ser de segurança, injunção, prisão, com o mandato do deputado, presidente, vereador.


mansão - Evite a palavra em textos noticiosos, embora não seja errado. Significa casa grande e luxuosa. Envolve, portanto, dois conceitos vagos e subjetivos. Para um sem-teto, um sobrado de classe média de dois quartos pode ser uma mansão. Para um banqueiro, só será mansão a casa de oito quartos, piscina, sala de jogos, sauna e quadra de tênis. Prefira a descrição objetiva da casa.


mão- - mão-aberta (mas: ter a mão aberta), mão-boba, mão-cheia, mão-de-obra, mão-francesa, mão-furada, mão-leve, primeira mão.


marajá - Título de príncipes e potentados da Índia. No Brasil, é coloquialmente usado como sinônimo de funcionário com alto salário e baixa produtividade. Evite em texto noticioso, exceto ao reproduzir declaração textual ou entrevista. Gramaticalmente, o feminino é marani, mas na acepção brasileira chame também as mulheres de marajá.


marca registrada - Não use como metonímia (gilete em vez de lâmina de barbear, modess em vez de absorvente íntimo). O uso da metonímia promove a marca, fazendo merchandising inadvertido e gratuito. Veja metonímia.


marchand - Em francês, mercador, comerciante. No Brasil, designa aquele que comercializa obras de arte. O feminino é marchande.


"massivo" - Esta palavra não existe em português. Use maciço ou compacto.

matar - Use este verbo para morte ocorrida entre combatentes durante ação militar ou praticada pela polícia no estrito cumprimento do dever legal. Admite-se usar fora desses casos em títulos, por conveniência de edição, e quando houver a possibilidade de uma morte ter acontecido em legítima defesa. 


matéria - Termo genérico usado para qualquer texto que se produz para jornal. Não use em textos para publicação. Prefira a denominação exata do gênero jornalístico: artigo, crítica, entrevista, reportagem etc. Use apenas no sentido real (substância). No sentido de área de conhecimento, use disciplina.


mau- - mau-caráter, mau gosto, mau humor, mau-olhado, maus-tratos.


mau - Veja mal/mau.


maxi- - Sempre sem hífen: maxidesvalorização, maximalista, maxissaia, maxivestido.


"mea culpa" - Em latim, a culpa [é] minha. Evite em texto noticioso. Se usar, escreva com aspas.

 

meeting - Prefira reunião. Se usar, escreva com aspas.


"media" - Do latim, meios, plural de medium. Designa os meios de comunicação, como mídia. Exige concordância no plural e não leva acento: Os "media" no Brasil são.... Veja órgãos de comunicação.


médico- - médico-cirurgião, médico-hospitalar, médico-legal, médico-legista.


medidas - No Brasil, usa-se o Sistema Internacional (também conhecido como métrico). Veja numerais.


meia- - meia-armador, meia-calça, meia-cara, meia-claridade, meia-direita, meia-esquerda, meia-estação, meia-idade, meia-lua, meia-luz, meia-noite, meia-rédea, meia-tigela, meia-volta.

meia-noite - Hora que marca o fim de um dia, não o começo de outro. O começo de um dia ocorre à zero hora: a greve começa à meia-noite de hoje é o mesmo que a greve começa à zero hora de amanhã.


meio- - meio ambiente, meio a meio, meio-busto, meio-corpo, meios de produção, meio-dia, meio-fio, meio-luto, meio-sono, meio-soprano, meio-termo, meio-tom.


meio ambiente - Não use como sinônimo de ecologia, que é uma disciplina, ramo da biologia. O defensor da natureza é ambientalista, ecologista é o especialista nesta ciência. Veja ecologia.


meio de comunicação - Veja órgãos de comunicação.

 

menu - Prefira cardápio. Use apenas no sentido de lista de opções à disposição do usuário.


menor - Evite o termo para referir-se a criança ou adolescente. A legislação vigente proíbe a publicação de nome de criança ou adolescente a que se atribuam infrações. Use as iniciais com ponto e sem espaço entre as letras. Veja menor (no cap. Edição).

meses - Comece com minúscula e não abrevie, exceto em arte e crédito de fotografia: jan., fev., mar., abr., mai., jun., jul., ago., set., out., nov., dez. Veja maiúsculas/minúsculas.


metáfora - Figura de linguagem na qual a significação imediata de uma palavra é substituída por outra, subentendendo uma relação de semelhança: lábios de mel. Pode ser útil para tornar um texto mais didático: Placas tectônicas são balsas que carregam os continentes sobre um mar de rocha incandescente.


Evite metáforas desgastadas pelo uso excessivo: aurora da vida, página virada, silêncio sepulcral, o presidente prometeu levar a nação a porto seguro, luz no fim do túnel. Veja cacoete de linguagem.


metonímia - Figura de linguagem que consiste em substituir um termo por outro com base em contiguidade semântica: Ler [uma obra de] Machado de Assis; Beber [o conteúdo de] uma garrafa. Se bem usada, pode tornar o texto mais conciso.

metrô/Metrô - Com minúscula designa o meio de transporte. Com maiúscula significa Companhia do Metropolitano. A tarifa do metrô subiu; A greve é abusiva, disse o Metrô.


mi - Abreviatura de milhão, admitida apenas para referir-se a dinheiro em títulos.

 

migrar, emigrar, imigrar - Migrar: deslocar-se de uma região para outra. Emigrar: sair de um país para morar em outro. Imigrar: entrar e morar em um país estrangeiro. 

Mesmo raciocínio se aplica a migração, emigração e migração, migrante, emigrante e imigrante.


micro- - Sempre sem hífen: microbiologia, microcirurgia, microcosmo, microeconomia, microeletrônico, microestrutura, microfilmagem, microfísica, microfonia, microfotografia, microonda, microônibus, microrganismo, microrregião, microssomático, microzoário.


mídia - Este jargão da teoria da comunicação, que designa os meios de comunicação de massa, tem origem na palavra latina media, o plural de medium (meio). Chegou ao português através do inglês, no qual se escreve media, mas se pronuncia mídia. Como a forma original foi completamente esquecida, admite-se o plural mídias. Mídia eletrônica designa os meios de comunicação eletrônicos, em especial o rádio, a televisão, a internet e o cinema. Mídia impressa indica os meios de comunicação escritos, como jornais, revistas e outros impressos. Veja imprensa;

 

militância - É a prática. Para as pessoas, use militantes.


milhão/bilhão/trilhão - Veja numerais. Consulte também quadro com as grandezas e seus nomes em várias línguas no anexo As Grandezas, País por País.


milionário - Evite, embora não seja errado. O conceito é vago, como os de bilionário e magnata. A rigor, o excesso de zeros no cruzeiro torna boa parte da classe média milionária. Como esse não é evidentemente o sentido que se costuma atribuir à palavra, procure sempre informar o patrimônio pessoal ou da empresa do personagem da notícia.

militares - Veja 

mim - Após preposição, usa-se mim: Para mim, isso está certo; Não há problemas entre mim e ti.


A regra acima não vale quando o pronome for sujeito de uma outra oração. Nesses casos use eu: Este documento é para eu assinar; Ele disse para eu fazer.


mini- - Sempre sem hífen: minibiblioteca, minicalculadora, minicomputador, minidesvalorização, minifúndio, minirretrospectiva, minissaia, minissubmarino, minivestido.


ministério/Ministério - Com maiúscula quando designar pelo nome próprio um dos órgãos do governo federal: Ministério do Trabalho. Use minúscula em segunda menção ou para se referir ao conjunto de ministros: funcionários daquele ministério; o ministério de Getúlio Vargas. Veja maiúsculas/minúsculas.


ministro - Escreva sempre com minúscula: ministro de Estado, ministro do TST, ministro do Itamaraty.


minoria - O conceito de minoria não é apenas definido por critério quantitativo, mas também político. São chamados de minorias grupos distinguidos por sua aparência física, linguagem, cultura, religião ou mesmo poder econômico. As minorias étnicas, raciais, religiosas, sexuais, políticas, ideológicas ou de qualquer outro tipo devem ser tratadas sem preconceitos pela Folha . Veja preconceito.

misto- - misto-frio, misto-quente.

 

mirim - Use sem hífen.


monarquia - Escreva com minúscula. Veja maiúsculas/minúsculas.

monsenhor - Título honorífico concedido pelo papa a alguns religiosos. Não é posição hierárquica na Igreja Católica.


morte - Não use falecimento, passamento, trespasse, desaparecimento ou qualquer outro eufemismo. É comum a ocorrência de trotes dando conta da morte de pessoas famosas. Confirme a informação antes de publicá-la. Veja eufemismo.


moto- - motocicleta, motociclismo, moto-contínuo, motomecanizado, motonáutica, motoneta, motoniveladora, moto perpétuo.

 

modem - É uma abreviação das palavras modulador e demodulador.


mouro - Natural da região norte da África. Não é sinônimo de muçulmano.

 

mo, to, lho, no-lo, vo-lo - Evite essas contrações, embora não sejam erradas.


movimento militar - O de 1964, no Brasil, deve ser designado por essa expressão, e não por ditadura militar ou Revolução de 64.

 

muito especial - Use apenas especial.


muçulmano - Veja árabe/muçulmano


mulheres - Trate mulheres que são personagem de notícia da mesma forma que homens. Informe sua profissão ou cargo e também a idade. Na segunda menção à pessoa em um mesmo texto, identifique-a pelo sobrenome. Mas atenção: em alguns casos a personagem já é muito conhecida pelo prenome e chamá-la pelo sobrenome geraria desinformação. Por exemplo, use Zélia e não Cardoso de Mello ou Mello para se referir à ex-ministra da Economia.


Evite o gênero masculino para designar atividade, função ou cargo exercido por mulher: a arquiteta Domitila Hauser. Mas cuidado, há exceções como presidente, gerente e poeta, usados na Folha como comum de dois gêneros: a presidente.


Evite o uso de expressões estereotipadas (garota, sexo frágil, gata, boneca). Também não use o tratamento dona, da mesma forma que o jornal não usa sr. antes de nomes de homem. Não mencione características físicas (loira, atraente), a menos que seja relevante para a notícia. Veja identificação de pessoa; tratamento de pessoa.

multi- - Sempre sem hífen: multiangular, multibilionário, multicelular, multicolorido, multifacetado, multiforme, multiinstrumentista, multilateral, multinacional, multissecular, multimídia.


no sentido de - Não use como sinônimo de para. Use apenas para explicar o significado de uma palavra ou expressão.

obra- - obra aberta, obra capital, obra de arte, obra-mestra, obra póstuma, obra-prima.


obscenidade - Veja obscenidade (no cap. Edição).


Ocidente - Com maiúscula quando designar hemisfério como conceito político: O antagonismo entre Ocidente e Oriente. Veja maiúsculas/minúsculas.


oeste - Veja pontos cardeais.


"off" - Em televisão ou cinema, é a voz de pessoa cuja imagem não aparece na tela. Não confunda com "off", forma reduzida de "off the record". Veja "off the record" (nos caps. Produção ou Edição).


oficial- - oficial combatente, oficial da reserva, oficial-de-gabinete, oficial de justiça, oficial de registro, oficial de ronda, oficial-de-sala, oficial-general, oficial-maior, oficial-marinheiro, oficial miliciano, oficial subalterno, oficial superior.


oficial - Use como substantivo comum-de-dois: o oficial, a oficial. Evite oficiala, embora não seja errado.


OK - Não use em texto noticioso.


onde - Use apenas com referência a lugar: A casa onde João nasceu; Foi à Grécia, onde visitou a Acrópole; e nunca A guerra ocorreu no século 19, onde os imperadores.... 


Aonde só deve ser usado quando o verbo que indica movimento for regido pela preposição a, como ir e chegar: O padre não disse aonde iria depois da cerimônia. 

ontem - A maioria das notícias do jornal refere-se ao que aconteceu ontem. Evite, por isso, usar essa palavra em demasia. Em muitos casos, basta esclarecer no primeiro parágrafo que o fato narrado ocorreu ontem e evitar a palavra nos parágrafos seguintes.


ópera- - ópera-balé, ópera-bufa, ópera-cômica, ópera-sacra, ópera-lírica.


opinião - O jornalista deve se abster de opinar ou emitir juízos de valor ao relatar um fato ou redigir uma notícia. O jornalismo crítico não depende da opinião de quem escreve: o simples registro ou confronto de dados, informações e opiniões alheias pode ser muito mais contundente que a opinião de um jornalista. Quando uma notícia envolve opiniões divergentes, o jornalista tem obrigação de relatar essas diversas versões ao leitor.


Isso não significa que o jornalista não possa ou não deva opinar em certas circunstâncias. A qualidade do jornal também depende das opiniões de jornalistas, críticos e colaboradores. Em regra, as opiniões do jornalista devem constar de texto à parte, e não permear o texto noticioso, embora aí se admitam análise e interpretação. Quanto mais fundamentada e sustentada por fatos e dados exatos e comprovados a opinião estiver, maior será sua credibilidade.


Com exceção dos editoriais, textos de jornalistas que expressem opiniões devem ser assinados e editados em itálico. Veja jornalismo analítico/opinativo.


opinião da Folha - Veja editorial.


oração - Veja frase/oração/período.


órgãos de comunicação - Quando citados, nomes de revistas, jornais e agências de notícias, brasileiros ou estrangeiros, são grafados na Folha por extenso, entre aspas, sem negrito ou itálico, com letras maiúsculas e minúsculas: "France Presse", "Veja". Atenção: escreva Folha em negrito e sem aspas.


Em crédito de foto, dispense as aspas: France Presse.


Nomes de emissoras de rádio e TV são grafados sem aspas, sem negrito ou itálico e com letras maiúsculas e minúsculas: TV Globo; rádio Excelsior. Veja Folha ; menção a meios de comunicação (no cap. Edição).


oriental - Não use para pessoa ou coisa quando uma qualificação mais exata for cabível: chinês, vietnamita, malaio etc. Veja preconceito.


Oriente - Com maiúscula quando designar hemisfério como conceito político: O antagonismo entre Ocidente e Oriente. Veja maiúsculas/minúsculas.


origem étnica - Veja minoria; preconceito; raça/etnia.


ortografia - Este manual não substitui o dicionário, embora se preocupe em alertar para erros mais grosseiros e frequentes em jornal. Consulte sempre um bom dicionário quando tiver dúvida sobre a grafia de uma palavra. Desconfie de si mesmo: gorjeio ou gorgeio? gorgeta ou gorjeta?

Veja alguns dos erros mais graves: 'advinhar' (adivinhar), 'ezitar' (hesitar), 'excessão' (exceção), 'beneficiente' (beneficente), 'cincoenta' (cinquenta), 'conecção' (conexão), 'previlégio' (privilégio), 'ascenção' (ascensão), 'suspenção' (suspensão), 


outdoor - Em inglês, ao ar livre. Designa em português cartaz de publicidade colocado ao ar livre (mas em inglês esse tipo de mídia se chama billboard).


outrossim - Não use. Prefira também ou dessa forma. Veja conjunção. 

pacote - Limite seu uso aos planos oferecidos pelas operadoras de TV por assinatura e às medidas provisórias que entram em vigor antes de votadas pelo Congresso Nacional. Na década de 70, o termo designava conjunto de medidas administrativas do governo federal. Com o restabelecimento da democracia, a expressão perdeu o sentido original.


padre - Escreva com minúscula: O padre Paulo. Veja maiúsculas/minúsculas.

 

paulista / paulistano - 1: Paulista é o natural do estado de São Paulo, aplica-se ao que é relativo ao estado: governador paulista, governo paulista, polícia paulista. 2: Paulistano é o natural da cidade de São Paulo, aplica-se ao que é relativo à cidade: prefeito paulistano.


pág./p. - Não use a abreviatura p. para página, mas sim pág. (plural: págs.).


país

- Com minúscula mesmo quando se referir ao Brasil. Veja maiúsculas/minúsculas.


pajé - Não use este termo de origem tupi-guarani para designar todo e qualquer líder espiritual ou curandeiro de grupos de índios. Veja chefe.


palavrão - Evite. Antes de publicar, é obrigatória consulta à Secretaria de Redação.


palavras estrangeiras 

- Não use se houver equivalente em português. A Folha considera sua função criar esses equivalentes sempre que possível, ou aportuguesar a grafia de palavras de outras línguas.


Este manual contém uma série de palavras aportuguesadas e estrangeiras que a Folha grafa com ou sem aspas. Se a palavra não estiver relacionada no corpo deste manual ou nos anexos e houver real necessidade de usá-la, grafe entre aspas. Veja estrangeirismo; nomes estrangeiros. Consulte o anexo Principais Estrangeirismos e a forma de grafá-los.


pan- - Com hífen antes de vogal, h: pan-africano, pan-americano, pan-helênico, pan-indianismo.


pandemia - Epidemia generalizada, que ultrapassa os limites de uma região geográfica definida ou país, como a Aids e o cólera. Veja endemia; epidemia; surto.


papa - Comece sempre com minúscula, exceto se fizer parte de nome próprio: o papa João 23, mas a avenida Papa João 23. Veja nomes estrangeiros.


papel- - papel almaço, papel-arroz, papel-bíblia, papel-carbono, papel crepom, papel cuchê, papel de imprensa, papel de parede, papel de seda, papel fotográfico, papel higiênico, papel kraft, papel-moeda, papel ofício, papel vegetal.


"paper" - Evite. Em inglês, documento. Na universidade, significa texto acadêmico. Nessas acepções, nunca traduza por papel: Os documentos do Pentágono, e não os papéis do Pentágono.


pára-/para- - Como verbo, sempre com hífen e acento: pára-brisa, pára-choques, pára-lama, pára-quedas, pára-quedismo, pára-quedista, pára-raios.


Com sentido de proximidade ou lateralidade, sem hífen e sem acento: parágrafo, paramédico, paramilitar, parapsicologia.

 

parqueamento / parquear - São adaptações do inglês parking e park. Use estacionamento e estacionar.


parabenizar - Evite. Neologismo brasileiro condenado por alguns dicionaristas e aceito por outros. 

Há várias opções para substituir o termo: felicitar, dar parabéns, cumprimentar, aplaudir.


parágrafo - Deve conter apenas uma idéia ou raciocínio completo. Tente evitar parágrafos muito longos, com mais de cinco linhas de terminal de computador.


parênteses - Evite em texto corrido para introdução de explicações longas. Nunca use parênteses dentro de parênteses. Use-os nas seguintes situações: 


a) Indicar código telefônico de área - (061) 223-3530;


b) Introduzir datas de nascimento de personagens da notícia - Charles Dickens (1812-1870);


c) Registrar regiões de cidades - al. Santos (região dos Jardins);


d) Dar a pronúncia de palavras estrangeiras - O presidente Eisenhower (pronuncia-se aproximadamente aisenrrauer);


>e) Informar o partido e Estado de um político - O deputado Gochê Lavoratto (PT-AM);


f) Para informar o Estado a que pertence uma cidade - Santa Quitéria (MA);


g) Para remeter o leitor a um texto na mesma página - (leia texto ao lado).

Parlamento/Congresso - Não são exatamente sinônimos. Parlamento é o conceito mais geral, mas há uma tendência da língua a reservar o termo para assembléias de países com regimes parlamentaristas: O Parlamento inglês se reúne na semana que vem. Congresso é a palavra mais comum para designar a reunião de duas câmaras em regimes presidencialistas (usualmente chamadas de Câmara e Senado).


Observe essa distinção. Use Parlamento para designar Congresso apenas em segunda menção no texto e se for inevitável.


Nunca chame um Parlamento (em sentido estrito) de Congresso: O Bundestag é o Parlamento alemão, e não o Congresso alemão. Não use o termo também para designar apenas uma das câmaras em regime presidencialista: Depois do Senado, o projeto será examinado pela Câmara, nunca pelo Parlamento.


patentes militares - Tome cuidado com patentes designadas por nomes compostos. Um almirante-de-esquadra pode ser chamado em título de almirante, mas referir-se a um major-brigadeiro apenas como major é um erro grave de hierarquia. Na verdade, trata-se de um oficial-general e a simplificação correta é brigadeiro. Consulte o anexo Forças Armadas do Brasil.

 

painel - É estrangeirismo: congresso de especialistas ou tema a ser debatido neste congresso.

 

pai-nosso - Use com hífen quando se referir à oração. Mesmo raciocínio se aplica a ave-maria e salve-rainha. 


Papai Noel - Use apenas para designar o personagem. Não use como sinônimo de presente de Natal.

 

passar em revista - É adaptação do francês passer en revue. Em português, diz-se passar revista a.

 

patriarca - Comece com minúscula, mesmo quando se referir a título hierárquico da Igreja Ortodoxa: O patriarca Nicolau.


percentual - Veja porcentagem.


perfil - Jargão jornalístico para designar texto que descreve ou reconstitui personalidade e modo de vida de uma pessoa, em geral personagem de uma notícia. O perfil não é uma compilação de fofocas e maledicências, mas pode ser crítico. Deve se apoiar em características de temperamento, preferências e episódios biográficos informados pelo próprio personagem ou terceiros, desde que checados. Veja personagem da notícia (no cap. Produção).


perguntado - Não use este particípio de verbo que exige objeto direto de coisa e indireto de pessoa para se referir a pessoa entrevistada. É errado escrever O médico negou-se a responder quando perguntado sobre seu envolvimento nas fraudes. Use questionar que, como verbo que exige objeto direto de pessoa e indireto de coisa, pode assim ser empregado na voz passiva: O médico negou-se a responder quando questionado sobre seu envolvimento nas fraudes.


período - Veja frase/oração/período.


período geológico ou histórico - Veja idade/Idade.


personagem - Em jornalismo, pessoa que figura numa notícia. Use como substantivo masculino ou feminino: A atriz se parecia com a personagem; O personagem não era fácil de se interpretar.


"persona non grata" - O plural desta expressão latina é "personÆ non gratÆ". Significa pessoa que não é bem vinda.


peso- - Use hífen quando se referir ao lutador: peso-galo, peso-médio-ligeiro, peso-mosca, peso-pena, peso-pesado. Os nomes das categorias de boxe são apenas: galo, médio-ligeiro, mosca, pena, pesado.


PhD - Abreviatura da expressão latina philosophiae doctor (doutor em filosofia), comum nos países de língua inglesa. Seu uso se generalizou para outras disciplinas. Traduza por doutor. Veja doutor.

 

perguntar - Use apenas para coisas. Para pessoas, use questionar. 


pirata - Use sem hífen: DVD pirata, software pirata.


pieguice - O leitor compra o jornal para se informar, não para se comover. O texto noticioso deve ser direto, preciso, sucinto e exato. Qualquer emoção deve ser resultado dos fatos narrados, não do estilo do autor. Veja tensão jornalística.


pigmeu - Povo de baixa estatura (na média, para um homem adulto, inferior a 1,50 m) que vive no centro-sul da África. Por extensão, tornou-se sinônimo de pessoa baixa. Não use nesse sentido. Consulte o anexo As Palavras Certas.


pirâmide invertida - Técnica de redação jornalística pela qual as informações mais importantes são dadas no início do texto e as demais, em hierarquização descrescente, vêm em seguida, de modo que as mais dispensáveis fiquem no final.


Criada para servir melhor às necessidades dos clientes de agências noticiosas, que podiam transmitir o mesmo texto a todos e permitir a cada um utilizá-lo no tamanho requerido por sua diagramação sem necessidade de operações demoradas: bastava cortar pelo final na medida desejada.


Acabou por servir também ao leitor que pode, igualmente, interromper a leitura do texto na altura que desejar sem ter perdido as informações fundamentais, concentradas nos primeiros parágrafos.


É a técnica de redação mais adotada em jornais do Ocidente. Deve ser utilizada pelos jornalistas da Folha. Veja lide.

pivete - Não use para designar criança infratora em texto noticioso, exceto em transcrição de declaração textual ou entrevista. Veja menor. Consulte o anexo As Palavras Certas.


Planalto - Nome do palácio que serve de sede ao governo brasileiro em Brasília. Pode-se usar para designar o Poder Executivo federal: O Planalto está empenhado na aprovação da lei.

 

plantão - Use apenas no sentido real. 


plantel - Designa conjunto de animais de raça. Não deve ser empregado em relação a pessoas. É errado dizer: O Palmeiras formou um magnífico plantel de craques.


pleonasmo - Redundância de termos. Por ser literário, no texto jornalístico, é vício intolerável: A alpinista Ana Baino subiu para cima da montanha.


plural de palavras compostas - Regra prática: flexione os elementos que forem variáveis (substantivos e adjetivos) e não flexione os que não forem (verbos, advérbios e prefixos). Essa regra dá conta da maioria dos casos, de acordo com as normas apresentadas pela maioria das gramáticas. Sobram umas poucas exceções em que elementos variáveis permanecem no singular.


A seguir, alguns exemplos: 


a) Os dois termos variáveis - cirurgiões-dentistas, curtas-metragens, quintas-feiras, cachorros-quentes, obras-primas, guardas-civis (guarda é substantivo);


b) Só o segundo variável - sempre-vivas, guarda-roupas (guarda é verbo), mal-educados, semi-selvagens, abaixo-assinados, vice-presidentes, ave-marias. Encaixam-se nesta categoria os compostos de palavras repetidas: reco-recos, tico-ticos;


c) Só o primeiro variável - pés-de-moleque, quedas-d'água, autos-da-fé, pombos-correio, canetas-tinteiro, peixes-boi, bananas-maçã. Embora os segundos elementos dos compostos acima sejam em tese variáveis, eles permanecem no singular devido à presença da preposição de ou por limitarem o sentido do primeiro termo;


d) Nenhuma varia - os leva-e-traz, os perde-e-ganha, os bota-fora;


e) Casos especiais - os louva-a-deus, os diz-que-diz, os bem-te-vis, os bem-me-queres, os malmequeres;


f) Adjetivos - Quando o adjetivo composto é formado a partir de dois adjetivos, só o segundo leva o plural: político-sociais, castanho-claros, ítalo-americanos. As exceções são: surdos-mudos, azul-marinho e azul-celeste, os dois últimos invariáveis.


Quando a primeira palavra é um adjetivo e a segunda um substantivo, o adjetivo composto não tem forma especial de plural: tapetes verde-musgo, saias azul-pavão, vestidos azul-turquesa, salas cor-de-rosa. Também não se flexiona quando suprimida a expressão cor de: paredes gelo, sapatos creme, ternos cinza, camisas rosa.


plural majestático - Uso da primeira pessoal do plural para designar ação ou pensamento realizado por indivíduo ou organização. Não use na Folha. Admite-se em editorial, em nota da Redação, no título da seção Erramos, em transcrição e em artigo assinado.


Atenção para a concordância: Sentimo-nos cansada, disse a rainha. Veja concordância nominal; concordância verbal.


pobretão - Não use, exceto em transcrição de declaração textual ou entrevista.


poderes - Escreva com maiúscula Poder Executivo, Poder Legislativo, Poder Judiciário, mesmo em segunda menção: Executivo, Legislativo, Judiciário. Veja maiúsculas/minúsculas.


poeta/poetisa - Não use poetisa. Use poeta como substantivo comum-de-dois: o poeta, a poeta.


polaco - Não use. O adjetivo não-pejorativo referente à Polônia é polonês.


ponto de exclamação - Por ser literário, quase sempre é desnecessário no texto jornalístico. Nunca use em título. Em texto noticioso, só use entre aspas na reprodução literal de declaração enfática. A força de um acontecimento jornalístico decorre de sua própria dramaticidade, não de recursos de estilo de qualquer espécie.


ponto-e-vírgula - Indica uma pausa maior que a da vírgula e menor que a do ponto. No jornal, emprega-se em poucos casos: 


a) Para separar orações coordenadas, não unidas por conjunção, que guardem relação entre si: A represa está poluída; os peixes estão mortos;


b) Para separar orações coordenadas, quando pelo menos uma delas já tem elementos separados por vírgula: O resultado final foi o seguinte: 20 deputados votaram a favor da emenda; 39, contra;


c) Para separar os diversos itens de uma enumeração, principalmente quando há vírgulas em seu interior: Compareceram ao evento: Henrique Moraes, cientista social; Paulo Santos, historiador; Marcos Tavares, economista, e Antonio Rocha, cientista político.

pontos cardeais - Comece com minúscula quando se referir a ponto cardeal, posição geográfica ou direção: O navio ruma para o norte; Vitória está 524 quilômetros a leste de Belo Horizonte; A rebelião curda no norte do Iraque fez muitas vítimas.


>Use maiúscula quando integrar um substantivo próprio ou nome de região geográfica oficial ou consagrada ou conceito geopolítico: pólo Sul; Timor Leste; O Estado de Mato Grosso do Sul fica no Centro-Oeste; O Leste Europeu; O antagonismo entre Norte e Sul.

pontos percentuais/por cento - Veja porcentagem.

pontuação - Veja aspas; colchetes; parênteses; ponto de exclamação; ponto-e-vírgula; travessão; vírgula.

popular - Não use o termo para designar pessoas: O acidente foi visto por dezenas de pessoas e nunca O acidente foi visto por dezenas de populares; Centenas de manifestantes participaram da passeata e não Centenas de populares participaram da passeata.

Use a palavra apenas para designar obra, fenômeno ou pessoa que exprima o caráter peculiar, os sentimentos ou a cultura de grande parte da população de um país ou de uma região: A cultura popular.


porcentagem - Grafe sempre com algarismos: 1%, 99%. Não confunda ponto percentual com por cento: A inflação subiu 5% em relação ao mês anterior significa que ela subiu de, por exemplo, 20% mensais para 21%. Se a intenção é dizer que a inflação subiu de 20% para 25%, escreva: A inflação subiu cinco pontos percentuais. Da mesma forma, se uma pesquisa de opinião indica um candidato com 40% e outro com 38%, a diferença entre eles é de dois pontos percentuais, não de 2%.


Para simplificar a concordância, a Folha adota a seguinte padronização:


Veja concordância verbal.

por consequência - Evite. Prefira por isso ou portanto. Veja conjunção.


porém - Conjunção que deve ser reservada para casos em que houver necessidade de uma ênfase maior no caráter adversativo de uma determinada informação em relação a outra: O documento do Conselho Regional de Medicina não autoriza Pierre Foucault a exercer a profissão no Brasil. O documento, porém, habilita o médico francês a dar cursos no país.

Não inicia oração, por isso deve aparecer no interior dela, apesar de alguns gramáticos considerarem correto seu uso no início.

Quando uma ênfase maior não for necessária, use mas.

por outro lado - Evite este cacoete de linguagem. Veja conjunção.

por que/porque - O significado é o mesmo: razão, causa, motivo. Muda a função gramatical.


Usa-se por que (separado) em frases interrogativas: Por que ele não veio ontem?


Também se usa por que (separado) em frases afirmativas quando significam a razão pela qual: Ele não disse por que não veio.


Usa-se porque (junto) quando se dá explicação ou causa, podendo ser substituído por pois: Ele não veio porque não quis.


Também se usa o porque (junto) nas interrogativas em que a resposta já é sugerida: Você não veio ontem porque estava doente?


Há ainda as formas por quê e porquê (acentuados). Usa-se por quê em final de frase ou quando se quer enfatizar ainda mais uma pausa já forte marcada por vírgula: Ele não veio por quê?; Não sei por quê, mas acho...


Porquê é substantivo: Não entendo o porquê de sua ausência. Veja que/quê.


porquanto - Evite em texto jornalístico. Prefira porque, já que ou visto que. Veja conjunção.


por sua vez - Evite. Veja conjunção.


porta- - porta-aviões, porta-bagagem, porta-bandeira, porta-cartas, porta-chapéus, porta-cigarros, porta-estandarte, porta-jóias, porta-lápis, porta-luvas, porta-malas, porta-níqueis, porta-retratos, porta-revistas, porta-seios, porta-voz.


portenho - Adjetivo referente a Buenos Aires, capital da Argentina. Não use como sinônimo de argentino.


pós- - Com hífen se for tônico e aberto: pós-bíblico, pós-datar, pós-diluviano, pós-eleitoral, pós-escrito, pós-glacial, pós-graduação, pós-impressionismo, pós-maturação, pós-operatório, pospasto, posponto, posposto, pós-puerperal, pós-romano, pós-simbolista, pós-socrático, pós-verbal.

 

possível / provável - 1: Possível é o que pode acontecer. 2: Provável é o que deve acontecer. Mesmo raciocínio se aplica a impossível e improvável.


posição - Prefira este termo a postura ou posicionamento quando o sentido for o de atitude: O deputado Goes Asafes assume posição típica de oposicionista em vez de O deputado Goes Asafes assume postura típica de oposicionista.


posicionamento - Veja posição.


posto que - Evite. Veja conjunção.


postura - Veja posição.


poupança - Pode ser usado como sinônimo de caderneta de poupança: A poupança vai render 10% este mês. Em referência à conta, use conta poupança.


povo - Evite o termo para sociedades nacionais organizadas em estruturas complexas. Use população ou sociedade: A população norte-americana é conservadora em vez de o povo norte-americano é conservador. Admite-se o uso de povo para designar etnias: os povos eslavos. Veja popular.

Em referência a uma localidade, use povoado.


práxis - Evite esta palavra vulgarizada pelo marxismo como sinônimo de prática em oposição a teoria.


preciosismo - Veja cacoete de linguagem.


preço - Não escreva o preço está caro ou barato. Nestes dois casos, o preço só pode ser alto ou baixo. O produto e o serviço podem ser caro ou barato.


preconceito - A Folha não qualifica ninguém por sua origem étnica, confissão religiosa, situação social, preferência sexual, deficiência ou necessidade especial -exceto quando for relevante para a notícia: O primeiro governador negro dos Estados Unidos; O médico Simon LeVay, ele mesmo homossexual, encontrou estruturas diferentes nos cérebros de dezenas de homossexuais mortos por Aids.


preencher uma lacuna - Não use. Veja cacoete de linguagem.

prefeitura/Prefeitura - Só escreva com maiúscula se fizer parte de nome completo: Prefeitura de São Paulo. Em segunda menção, escreva com minúscula: os funcionários da prefeitura estão em greve. Veja maiúsculas/minúsculas.


Prêmio Nobel - Veja Nobel.


prenome - Veja tratamento de pessoa.


premiê - Do francês premier, isto é, primeiro. Usado como forma reduzida de premier ministre (primeiro-ministro). Se o cargo for exercido por mulher, use apenas primeira-ministra. Na Alemanha e na Áustria, que também adotam o sistema parlamentarista, o cargo de chefe de governo tem o nome de chanceler (se usar, explique que se trata do chefe de governo; não use para designar os ministros das Relações Exteriores desses dois países).

prendas domésticas - Não use. Escreva dona-de-casa quando nenhuma outra designação for mais precisa ou quando a pessoa assim se definir.


Presidência da República - Escreva sempre com maiúscula, mesmo na forma simplificada: candidato à Presidência. Veja maiúsculas/minúsculas .


presidente - Use como substantivo comum-de-dois: o presidente, a presidente. Evite presidenta, embora não seja erro gramatical.


"press clipping" - Serviço de recorte de textos de jornal e outras publicações sobre determinado assunto. Os recortes são colados em páginas das quais constam nome do veículo, data e página da qual o texto foi retirado.


press release - Evite o termo em texto para publicação. Designa informação escrita encaminhada a jornalistas por assessoria de imprensa. Veja press release (no cap. Produção).


preto - Não use para designar negro quando a condição racial for relevante para a notícia. Consulte o anexo As Palavras Certas.

"preview" - Apresentação de filme ou espetáculo antes de lançamento público. Escreva exibição prévia. Se usar, coloque aspas.


Primeiro Mundo - Escreva com maiúsculas, assim como Terceiro e Quarto Mundo.


O sentido corrente de Primeiro Mundo é o da reunião dos países desenvolvidos. Segundo Mundo designava os países do então bloco socialista. Terceiro Mundo reunia países que não pertenciam a esses dois blocos. Posteriormente surgiu a expressão Quarto Mundo, para agrupar países muito pobres.


prime rate - Taxa básica de juros para clientes preferenciais nos Estados Unidos. Pode-se usar a forma simplificada prime.

profissões - Escreva sempre com minúscula: médico, engenheiro, professor. Veja maiúsculas/minúsculas.

 

proposital / propositalmente - Prefira propositado e propositadamente. Em caso de dúvida, substitua por intencional e intencionalmente.


programa de índio - Evite essa expressão obviamente pejorativa em texto noticioso.


programa de TV - Escreva nomes de programas de TV entre aspas e com maiúsculas no início de cada palavra (exceto artigos, preposições, conjunções e partículas átonas). A primeira palavra também é grafada em maiúscula, qualquer que seja sua classe gramatical: "Selva de Pedra", "Planeta Terra", "Canal Livre", "Os Flintstones".


progressista - Veja conservador/progressista.


prometer - Não use como sinônimo de dizer, significa assumir compromisso. Empregue sempre que político ou membro de governo assumir compromisso de realizar algo em determinado prazo: O governador Gastão Malaquias prometeu construir um milhão de casas este ano. Veja projetos oficiais (nos caps. Produção ou Edição); verbos declarativos.


pronúncia - Sempre que a pronúncia correta de palavra ou nome estrangeiro for pouco conhecida, convém indicá-la de maneira aproximada ao leitor quando ainda for recente no noticiário. A indicação deve ser feita entre parênteses: O pintor suíço Paul Klee (pronuncia-se aproximadamente paul clê).


pronunciamento - Evite como sinônimo de discurso, declaração, entrevista, que descrevem com maior precisão diferentes maneiras de manifestar opinião.


propaganda - Em sentido restrito, atividade que visa a influenciar o homem com objetivo religioso, político ou cívico. Se tiver finalidade comercial, use publicidade. Veja publicidade (no cap. Projeto Folha).


protocolo - Veja quebra de protocolo.

Província - Unidade político-administrativa em alguns países, como a Áustria e a Argentina. Corresponde aproximadamente a Estado no Brasil. 


Evite a designação preconceituosa de província em relação a cidades ou regiões distantes dos grandes centros urbanos, em sentido literal (geográfico) ou figurado (cultural). Veja maiúsculas/ minúsculas. Consulte o anexo As Palavras Certas.


publicidade - Veja propaganda.


publisher - Em inglês, aquele que publica. Pode designar o proprietário de órgão de imprensa ou seu representante.

 

Quarto Mundo - Veja Primeiro Mundo.

 

quadrilha - Use apenas para a dança. Não use como sinônimo de bando.

 

qualquer - Use apenas em frases afirmativas. Em frases negativas, use nenhum.


quantia - Use apenas para dinheiro. Nos outros casos, use quantidade.


que - Evite o excesso de ques, para tornar o texto mais elegante e a leitura mais ágil. Muitas vezes é melhor usar ponto e dividir o período em dois: O ministro disse que o governo vai investigar a fraude. Prometeu demitir os culpados em breve em vez de O ministro disse que o governo vai investigar a fraude e que os culpados serão demitidos em breve.


que/quê - Que é uma partícula que não tem acentuação própria (átona) e, na fala, apóia-se na acentuação da palavra que lhe segue. Assim, se não houver palavra alguma depois do que, ele se torna tônico e ganha acento: Ele não veio por quê? O mesmo acontece se após o que houver a intenção de marcar uma pausa forte: Não sei por quê, mas acho.... Como não existem substantivos átonos, o que também se torna tônico quando substantivado, exceto em metalinguagem, marcada por itálico ou aspas: Não entendo o porquê de sua ausência; Ela tem um quê de Ingrid Bergman; A letra quê vem antes do erre.


quebra- - quebra-cabeças, quebra-galho, quebra-gelos, quebra-luz, quebra-mar, quebra-molas, quebra-nozes, quebra-pau, quebra-quebra, quebra-vento.


quebra de protocolo - Evite este cacoete de linguagem. Episódios frequentemente classificados como quebra de protocolo não são regidos por nenhum protocolo. Antes de recorrer à expressão, certifique-se de que havia, de fato, protocolo a ser quebrado. Veja cacoete de linguagem.


queda- - queda-d'água, queda-de-braço.

quiproquó - Derivado da expressão latina qui pro quo, isto é, troca de dois casos de declinação do latim (nominativo pelo ablativo). Ou seja, confusão. Não use para caracterizar briga. Veja briga.

quórum - Escreva sempre com acento. Indica o número mínimo necessário de pessoas presentes para o funcionamento de uma sessão: A votação foi suspensa por falta de quórum. 

rabino - Sacerdote da religião judaica. Escreva sempre com minúscula.

 

RAM - É sigla inglesa de Random Access Memory (memória de acesso aleatório).


rabo- - rabo-de-cavalo (o penteado), rabo-de-galo (o coquetel), rabo-de-peixe (o carro), rabo-de-saia, rabo preso.

raça/etnia - Não use raça para se referir à espécie humana. O termo é objeto de polêmica entre cientistas e está carregado de preconceito. Para realçar características de grupo cultural, use etnia: Os tártaros são uma das dezenas de etnias da Rússia. Use apenas o adjetivo quando se tratar de característica física: O apartheid segrega os negros e não O apartheid segrega a raça negra. O adjetivo racial pode ser usado. Veja preconceito.


radio- - Sempre sem hífen: radioamador, radioastronomia, radioatividade, radiocomunicação, radiodifusão, radiofonia, radiofoto, radionovela, radiorreceptor, radiorreportagem, radiossonda, radiotécnico, radiotelefonia.


rádio - Comece sempre com minúscula: A rádio Verdes Mares.


"raid" - Em inglês, significa incursão. Evite.


rainha - Comece com minúscula: A rainha da Inglaterra, a rainha Vitória.


raios X - Escreva sem hífen e com X maiúsculo. Use apenas para a radiação. Para o exame, prefira radiografia.


rapto - O termo vem do latim raptus designando a ação de arrastar, roubo, rapina, e também sequestro. O direito entretanto especializou o sentido da palavra: tirar de casa "mulher honesta, mediante violência, grave ameaça ou fraude, para fim libidinoso" (Art. 219 do Código Penal brasileiro). Na língua portuguesa convivem as duas acepções. Assim, para não criar confusão, evite a palavra. Só use no sentido técnico, explicitando que se trata de termo jurídico.

 

realizar - Use apenas no sentido de tornar real. Substitua 'realizar' exposição por abrir, 'realizar' show por estrear ou apresentar, 'realizar' curso ou oficina por promover (quando é instituição) ou 'ministrar' (quando é professor), 'realizar' missa, batizado ou casamento por celebrar.


rebater - Use apenas para coisas. Para pessoas, use enfrentar.


rebelde - Qualquer grupo organizado que se opõe pelas armas a um governo. Por extensão, passou a designar uma pessoa indisciplinada, uma doença difícil de curar e um cabelo difícil de pentear ou escovar. Veja terrorista/guerrilheiro.


reconhecer - Significa admitir como certo, constatar, verificar, confessar, aceitar. Não use como sinônimo de dizer, pois tem conotação negativa. Veja verbos declarativos.


recurso - A Justiça garante aos réus a possibilidade de recorrer de sentenças a instâncias superiores. Registre sempre no texto se cabe recurso da decisão judicial em questão e informe se ele tem efeito suspensivo, ou seja, se suspende a execução da decisão até que haja outra de instância superior. Veja acusação criminal. Consulte também o anexo Jurídico. 


regência - Certas palavras (normalmente substantivos e verbos) que se ligam a seu complemento mediante preposições são fonte de erros grosseiros nos jornais. Usar a preposição errada agride o ouvido: em protesto a em vez de em protesto contra; em torno a em vez de em torno de. Às vezes, mais do que agredir o ouvido, a regência errada muda o sentido da frase. Odette aspirava o perfume significa que ela sentia o cheiro do perfume; já Odette aspirava ao perfume significaria que ela desejava o perfume.


A regência é um dos mais extensos e difíceis capítulos da sintaxe. Mesmo as melhores gramáticas abordam apenas parcialmente o tema. As dúvidas têm de ser resolvidas caso a caso no dicionário (existem dicionários especializados em regência).


Seguem algumas recomendações que não estão nos dicionários: 


a) Não ligue duas ou mais palavras com regências diferentes a um mesmo complemento. Não escreva: Gostei e recitei o poema; o correto é: Gostei do poema e o recitei. Mas atenção: Entrei e logo saí da sala é aceitável porque os dois verbos estão muito relacionados. Em: Li e comprei o livro, a construção é correta, porque os verbos têm a mesma regência;


b) Embora as gramáticas mais recentes admitam, evite construções com infinitivo precedido das contrações do, da. Não escreva: Já é hora do ministro se demitir. O correto é: Já é hora de o ministro se demitir;


c) Em literatura, bons escritores muitas vezes omitem preposições que teoricamente seriam necessárias: Ambos concordaram [em] que essas idéias não tinham senso comum (Machado de Assis); Não gostaria [de] que João Brandão se lembrasse de oferecer-me o cavalo (Carlos Drummond de Andrade).

regiões geográficas - Com maiúscula quando forem oficiais ou consagradas: Triângulo Mineiro, Vale do Paraíba, Centro-Oeste, Baixada Santista. Veja maiúsculas/minúsculas.

regionalismo - Evite palavras e expressões que tenham significado restrito a uma região ou que possam ter significados diferentes em diferentes regiões do país. Exemplos de regionalismos paulistas: farol como sinal ou semáforo; guia como meio-fio; carta como carteira de habilitação; jamanta como carreta; marreteiro como camelô; holerite como contracheque ou demonstrativo de pagamento; RG como carteira de identidade; funileiro como lanterneiro; lista como lista telefônica. Veja bairrismo (nos caps. Produção ou Edição).

reis e soberanos - Comece sempre com minúscula, exceto se integrar substantivo próprio: O rei da Espanha, praça Rei Juan Carlos. Veja nomes estrangeiros.

reitor - Comece sempre com minúscula, exceto se integrar substantivo próprio: O reitor da Universidade de São Paulo; auditório Reitor Zeferino Vaz.

relações públicas/relações-públicas - Sem hífen, designa a atividade: Aquela empresa faz um bom trabalho de relações públicas.


Com hífen, designa o profissional e é substantivo comum-de-dois: o relações-públicas, a relações-públicas.


Não use a sigla RP.


relax - Em inglês, significa descanso, relaxamento. Evite em texto noticioso. Se usar, coloque aspas.


repetição de palavras - Uma velha regra de estilo recomenda não repetir palavras ao longo de um texto. O emprego de vocabulário amplo enriquece de fato o texto de jornal, mas atenção: o uso de sinônimos para designar uma mesma coisa pode tornar o texto impreciso e confuso. Causídico, jurista e doutor, por exemplo, são péssimos substitutos de advogado. Em muitos casos, não há mal em repetir palavras. Veja advogado.


república/República - Com maiúscula quando designar instituição política: presidente da República; a 5ª República francesa. Se for como forma de governo, escreva com minúscula: república se opõe a monarquia. Veja maiúsculas/minúsculas.


réquiem - Do latim requiem, isto é, repouso. Escreva com acento e minúscula: o réquiem "Canticles", de Stravinski.


resenha - Gênero jornalístico que consiste em resumo crítico de livro. Deve ser informativo, dando ao leitor uma idéia do conteúdo da obra e de quem é seu autor, mas também exige que se emita opinião sobre a qualidade. Sempre assinada. Veja crítica.


ressaltar - Significa tornar saliente, dar relevo, destacar. Não use como sinônimo de dizer, pois dá conotação positiva à declaração. Veja verbos declarativos.

 

resultar - Use apenas no sentido real (tornar-se, ser consequência ou efeito). Não é verbo de ligação, não deve vir acompanhado de predicativo. 


reticências - Por ser literário, evite esse uso em texto noticioso. Use apenas nas legendas em sequência ou entre parênteses, para indicar que uma citação foi interrompida.


Reuters/"Reuter" - Reuters é o nome da empresa proprietária da agência de notícias "Reuter". O crédito correto é Da "Reuter". 

revelar - Significa tornar conhecido. Não use como sinônimo de dizer, pois supõe que o revelado de fato existe. Veja verbos declarativos.

Use apenas no sentido real (fazer conhecer por inspiração divina ou tornar visível uma imagem para reproduzi-la).


réveillon - Use réveillon ou Ano Novo. Em francês mais antigo designa refeição que se faz tarde da noite. Em francês moderno, a própria festa de Natal ou Ano Novo.


revisão - A revisão dos textos publicados pela Folha é feita pelos jornalistas que os escrevem. O jornal não conta com profissionais dedicados exclusivamente a essa tarefa. Por isso, é fundamental que o jornalista da Folha tenha perfeito domínio do português escrito.


O jornal mantém professor de português para cursos e consultas. Este manual contém, neste capítulo, uma série de regras e esclarecimentos de dúvidas mais frequentes. Veja acentuação; concordância nominal; concordância verbal; crase; infinitivo conjugado; plural de palavras compostas; tempos verbais.

revista - Escreva nomes de revistas por extenso, entre aspas, sem negrito ou itálico, com letras maiúsculas e minúsculas: "Time", "Veja".

revolução/Revolução - Só escreva com maiúscula quando se referir a fato de grande importância histórica e seu nome for mencionado por inteiro: A Revolução Russa comemora 70 anos; foi a revolução mais importante do século 20.


Admite-se o uso do conceito de revolução em sentido figurado, para expressar uma mudança drástica em processos habituais: A informática revolucionou os métodos de administração bancária. Use com moderação. 

Revolução de 64 - Não use esta expressão para designar o movimento militar que ocorreu no Brasil naquele ano. Use golpe militar. Veja ditadura.

ringue - Do inglês ring (arena). Estrado para lutas de boxe, luta livre e outras.


rinque - Do inglês rink (pista de patinação).


roda- - roda-d'água, roda-gigante, roda do leme; rodamoinho, rodapé, roda-viva.


roubo - Crime contra o patrimônio definido pelo Código Penal (artigo 157). Não é sinônimo de furto. Significa apoderar-se de coisa alheia e móvel mediante grave ameaça ou emprego de violência contra pessoa. Veja furto. Consulte também o anexo Jurídico.


round - Em inglês, significa rodada. Quando se referir a luta de boxe, prefira assalto.


royalty - Valor devido a quem detém o direito sobre patente ou exploração comercial de produto ou obra original. O plural é royalties.


RP - Evite a sigla, que significa relações públicas. O profissional que atua nessa área chama-se relações-públicas. A atividade é relações públicas.


rua - Escreva com minúscula: rua Augusta, rua da Consolação.

rumor/boato/fofoca - Não confunda essas três palavras. Rumor, do latim rumor, é notícia que corre, verdadeira ou não. Boato, do latim boatus, derivado do verbo grego boáo, gritar (possivelmente o mugido do boi), é, até pela origem jocosa, a notícia falsa. Fofoca é gíria brasileira. Significa mexerico, maledicência. Respeite essa distinção, embora desde o latim haja certa tendência para confundir os termos rumor e boato. A distinção é particularmente útil em jornalismo e foi registrada por muitos dicionaristas.


A Folha só publica rumor, mediante consulta prévia à Secretaria de Redação, quando não há tempo de confirmar a exatidão de informação que possa vir a ser relevante. Nesses casos, indique sempre que se trata de notícia não-confirmada. Boatos só podem ser publicados quando geram notícia, por exemplo: O boato da morte de Saddam Hussein fez despencar os preços do petróleo. Neste caso, deixe claro para o leitor que a morte de Saddam Hussein é notícia falsa.


Folha Online - Círculo Folha (2)

 habite-se - Por se tratar de palavra dicionarizada, o termo empregado para designar a autorização do órgão público para ocupação e uso de prédios, Habite-se, deve ser escrito sem aspas e com H em caixa alta para evitar que o substantivo seja confundido com a forma verbal.

 

habitué - Prefira frequentador. Se usar, escreva com aspas.


haver - O verbo haver é uma fonte permanente de erros nas páginas do jornal. Tome cuidado com os seguintes casos: 


a) No sentido de existir ou para designar tempo passado, o verbo tem construção impessoal na terceira pessoa do singular: Há três reuniões marcadas para hoje; Houve vários casos de dengue hemorrágica em São Paulo; Há muitos anos não chove;


b) Na forma composta, quando haver é o verbo principal, o auxiliar se torna também impessoal: Deve haver dúvidas; Poderá haver protestos;


c) Evite pleonasmo no uso do advérbio atrás: Dez anos atrás ou Há dez anos, nunca Há dez anos atrás;


d) Use havia em locução verbal com verbo no pretérito imperfeito: Estava no cargo havia três anos; nunca Estava no cargo há três anos;


e) Não empregue há, mas sim a preposição a, para indicar distanciamento no tempo (futuro ou passado) ou no espaço: A peça estréia daqui a duas semanas; A um ano da morte de Tancredo Neves, o Congresso realizou uma sessão solene em sua memória; Ele mora a 2 km do escritório; O avião voava a mil metros de altitude.

 

hebdomadário - Prefira semanário como substantivo e semanal como adjetivo.


hétero - Não use essa abreviação, prefira heterossexual.


hífen - Regra geral: uma palavra composta leva hífen quando surgir um sentido novo, diferente do dos termos que a compõem: água-marinha, corre-corre, água-de-colônia. O problema é que há tantas exceções e casos especiais que a regra se torna pouco útil. Este capítulo apresenta em ordem alfabética prefixos e termos que provocam mais erros, acompanhados da regra quando ela for inequívoca. Consulte também tabela de prefixos no anexo Hífens em Prefixos.


hipérbole - Por ser literária, evite esta figura de linguagem, que consiste no exagero desmedido: milhões de vezes, aplauso ensurdecedor, manifestação gigantesca, lucro incalculável. O texto jornalístico deve descrever fatos e fenômenos do modo mais fiel possível à realidade. Veja cacoete de linguagem; dimensão; exatidão.


homicídio - Morte de uma pessoa provocada por outra. Veja acusação criminal; assassinar; executar; matar. Consulte também o anexo Jurídico.


homossexual - É o termo adequado para designar quem tem preferência sexual por pessoa do mesmo sexo. Dê a informação apenas quando for relevante no contexto da notícia. Veja preconceito.

 

holerite - Prefira contracheque ou demonstrativo de pagamento.


horário - Informe em todo texto noticioso o horário do fato relatado. Se for impossível registrar a hora exata, indique a aproximada: O presidente demitiu o ministro no final da tarde. Observe a seguinte padronização:


a) O dia começa à 0h e termina às 24h, ou meia-noite. A madrugada vai de 0h às 6h; a manhã, das 6h às 12h (ou meio-dia); a tarde, das 12h às 18h; a noite, das 18h às 24h;


b) Não use m para abreviar minutos (m é abreviatura de metro). Não abrevie o termo minutos no registro de horário: 12h45. Em cronometragem esportiva, use as abreviaturas min e s (milésimos de segundo dispensam abreviatura): Róbson completou a volta em 2h10min36s356, quase dois minutos à frente de Caetano;


c) Não use algarismos para registrar duração, exceto em grades de programação de TV: A conferência se prolongou por duas horas e 40 minutos e não 2h40; 


d) Quando o fato ocorre em local com fuso horário diferente do de Brasília, indique entre parênteses o horário equivalente: A guerra começou às 2h30 de hoje em Bagdá (21h30 de ontem em Brasília). Consulte o anexo Os Fusos Horários no Mundo.

ianque - Não use, porque quase sempre tem conotação depreciativa, como gringo. Fora dos Estados Unidos, designa o cidadão norte-americano. Nos EUA, é como as pessoas do sul se referem às do norte.


idade - A Folha sempre informa a idade de personagens ativos ou preponderantes da notícia, por exemplo aqueles dos quais se reproduzem declarações textuais. Escreva sempre com algarismos: Maria Campos, 4. 


Quando a pessoa não quiser informar a idade ou pedir que ela seja omitida, respeite. Não é necessário dizer no texto que ela se recusou a dizer a idade, embora em alguns casos isso possa se tornar relevante para a notícia. Os repórteres sempre devem perguntar a idade das pessoas entrevistadas, mesmo que, à primeira vista, trate-se de personagem secundário.


Se o personagem aparecer em mais de um texto na mesma página, a idade deve constar apenas em um deles, de preferência no primeiro. Também não é necessário que a idade e outras informações de referência (localização, hora) apareçam logo no lide, congestionando-o. A prioridade é a notícia, o fato.


idade/Idade - Comece sempre com maiúscula quando se tratar de período bem definido da história: Idade Moderna, Idade Média, Idade do Bronze, Alta Idade Média, mas idade das trevas, idade da razão. Também use maiúsculas no caso de outros períodos históricos bem definidos ou geológicos: Era Cristã, Antiguidade, Pré-História, Pleistoceno, Pré-Cambriano.

identificação de pessoa - Na Folha , todo personagem de notícia deve ser identificado pela profissão, cargo, função ou condição. Qualificações passadas (ex-presidente, ex-prefeito) só devem ser utilizadas quando relevantes no contexto.


A naturalidade ou nacionalidade deve constar no texto quando for relevante: o jogador sul-africano John Smith se recusou a jogar ao lado de Pelé. Atenção: não inclua na identificação do personagem da notícia sua cor, etnia, religião, partido político, preferência ideológica ou opção sexual, exceto quando for relevante no contexto. Veja idade; mulheres; preconceito; tratamento de pessoa.


identificação de texto - Todo texto produzido, revisado ou editado em terminal de computador da Folha deve conter a identificação da pessoa responsável pela tarefa. Ela é feita com a inclusão de um código-rubrica de quatro letras no campo apropriado da tela. Cada jornalista da Folha tem um código próprio, diferente de todos os outros. A atualização da lista oficial de códigos é feita pela Secretaria Administrativa. Veja Secretaria Administrativa (no cap. Projeto Folha).


idoso - Evite o eufemismo, mas não use velho (que designa o que foi deteriorado pela ação do tempo). Procure informar a idade exata do personagem da notícia. Não dispondo da idade e sendo importante caracterizá-la, use o termo idoso. Veja idade.


igreja/Igreja - Escreva com maiúscula apenas quando integrar nome completo de instituição: A Igreja Católica tem novo papa. Quando se tratar de segunda referência à instituição ou de uma edificação, use minúscula: A igreja condena o aborto; A igreja de Notre Dame é de pedra.


ilegal/ilegítimo - Veja legalidade/legitimidade (no cap. Projeto Folha).

 

impactar - Prefira comover, tocar, surpreender, emocionar. Da mesma forma, não use impactante, prefira marcante, tocante, comovente, impressionante e surpreendente.


impacto - Use apenas no sentido literal (choque, batida). Não use como sinônimo de inquietação, surpresa, emoção ou susto.


imoralidade - Veja obscenidade (no cap. Edição).


império/Império - Comece com maiúscula quando se referir ao nome de um determinado império: Império Otomano. Na segunda referência, escreva império, começando com minúscula.


Jamais escreva Primeiro Império e Segundo Império referindo-se ao Brasil. Houve apenas um Império dividido em dois reinados (os de d. Pedro 1º e de d. Pedro 2º).


implicar - Verbo transitivo direto na maioria dos casos: A vitória da seleção brasileira implica sua classificação na Copa; O desenvolvimento da ciência implica benefícios para a humanidade; O discurso do candidato implica o recrudescimento da disputa. No sentido de comprometer ou envolver, o verbo é transitivo direto e indireto: João implicou Pedro no crime.

 

implantar - Use apenas no sentido médico. Nos outros casos, substitua por estabelecer, introduzir, instituir, construir, criar, efetivar, apresentar, consolidar, iniciar e desenvolver.


imprensa - Designação genérica para meios de comunicação escritos. Use o termo apenas para jornais, revistas e congêneres impressos. Quando a intenção for de abarcar rádio, cinema, televisão e outros meios, use meios de comunicação.


Nunca escreva imprensa escrita (pleonasmo) nem imprensa eletrônica, falada ou televisionada (contradição nos termos). Veja mídia; órgãos de comunicação.

imprensa amarela - Do inglês yellow press. Define jornal que usa sensacionalismo para atrair leitores.


  A expressão surgiu nos Estados Unidos no fim do século 19, quando Joseph Pulitzer (1847-1911), do "The New York World", e William Hearst (1863-1951), do "The New York Morning Journal", disputaram os direitos de publicação do personagem de histórias em quadrinhos Yellow Kid (Garoto Amarelo). Os críticos desses dois jornais populares passaram a caracterizá-los como imprensa amarela.


imprensa marrom - No Brasil, designa os jornais sensacionalistas que não têm compromisso com a descrição fiel dos fatos. Em inglês, a expressão correspondente é imprensa amarela (yellow press).


O termo imprensa marrom foi criado por jornalistas do "Diário da Noite", do Rio de Janeiro, em 1959. Em campanha contra editores de revistas sensacionalistas que, segundo acusações, faziam chantagens em conluio com policiais contra cidadãos com problemas jurídicos, o "Diário da Noite" decidiu que amarelo era uma cor suave demais para designar esse tipo de imprensa.

"in" - Em inglês, dentro. Pode-se dizer de pessoa ou qualquer coisa que esteja na moda: Casaco de lã verde está "in" neste inverno. Evite em texto noticioso. Se usar, use com aspas.


incidente - Veja acidente/incidente.


inclusive - Significa incluindo: Havia 35 pessoas na platéia, inclusive técnicos e o diretor. Não deve ser usado no lugar de até ou até mesmo, embora alguns considerem esse uso correto: Ele chegou inclusive a prometer... O correto: Ele chegou até a prometer...


indígena/índio - Originalmente, indígena significa natural de um país ou localidade e se opõe a alienígena. Nesse sentido, pode-se dizer que um aborígene da África, da Austrália, ou da Europa é um indígena. 


Evite porém esse uso, porque a palavra hoje é tomada como sinônimo de índio, natural das Américas ("Índias Ocidentais").


Na Folha , nomes de nações, povos e tribos indígenas do Brasil são flexionados como os de qualquer etnia, povo ou nação: os tupis, os ianomamis, os bantos, os apaches, os franceses, os mexicanos, os lapões.


infarto - Use esta grafia e não enfarte, enfarto ou infarte - embora não sejam erro gramatical - para designar necrose provocada por deficiência na irrigação sanguínea do músculo do coração.


infinitivo conjugado - Não há regras inequívocas. Pode-se escrever deixe as crianças sair ou deixe as crianças saírem. Confie no ouvido. O que importa são harmonia, clareza e eufonia. Na dúvida, não flexione o infinitivo.


A própria noção de infinitivo conjugado é contraditória. Infinitivo é o modo da ação verbal pura, indeterminada, sem idéias de tempo, número ou pessoa. Quando conjugado (flexionado), ganha as noções de número e pessoa. Surgiu em português provavelmente para que não se confundissem os diversos agentes da ação verbal.


Apesar de não haver regra, é possível indicar ocasiões em que o infinitivo é geralmente flexionado ou não deve absolutamente sê-lo.


Em primeiro lugar, é preciso não confundir as formas pessoais do infinitivo (para eu ir, para nós irmos) com o futuro do subjuntivo (quando eu for, quando nós formos). Nos verbos regulares, as duas formas são iguais: para eu amar, quando eu amar.


A seguir, uma série de critérios para o uso da forma flexionada, de acordo com a tendência mais moderna da língua: 


a) Sujeito próprio - Pode-se usar a forma conjugada quando o infinitivo tiver sujeito próprio e diferente do da oração principal: O delegado deu ordem para os policiais prenderem todos os manifestantes; Abriu o portão para as ambulâncias entrarem; Não te perdôo teres feito o que fizeste. Não flexione se o sujeito do infinitivo for pronome oblíquo (se funcionar como objeto do verbo principal e sujeito da oração infinitiva ao mesmo tempo): Não nos deixeis cair em tentação; Mande-as esperar; Senti-os aproximar-se. No caso de um substantivo ou adjetivo funcionar como sujeito do infinitivo e objeto da oração principal, convém evitar a flexão: Ação do BC faz os preços cair é melhor do que Ação do BC faz os preços caírem;


b) Preposição - Pode-se usar a forma conjugada se o infinitivo vier regido por preposição, principalmente se esta preceder a oração principal: Ao descobrirem a fraude, vão ficar pasmos; Precisamos apenas pensar para acertarmos;


c) Verbo passivo, reflexivo ou pronominal - Se a oração infinitiva for passiva ou possuir verbo reflexivo ou pronominal, pode-se usar o infinitivo flexionado: Saiu sem o comparsa dizendo que não convinha serem vistos juntos; Viviam juntos sem se conhecerem; Estão dispostos a se reconciliarem.


Atenção: jamais flexione o infinito se ele fizer parte de locução verbal: Os soldados começaram a matar-se;


d) Uso literário - Em literatura encontra-se o infinitivo flexionado nas mais diversas situações. Algumas delas podem soar estranhas. Não imite: "É preciso aprendermos a nos esquecer de nós mesmos" (Ciro dos Anjos).

infra- - Com hífen antes de vogal, h, r, s: infra-estrutura, infra-hepático, infra-renal, infra-som, infravermelho.

iniciais - Evite seu uso para abreviar nomes próprios. Quando for inevitável, não coloque espaço entre as iniciais: B.J. Thomas, H.L. Mencken.


Crianças (menores de idade) infratoras devem ser identificadas apenas com as iniciais, separadas por pontos. Veja menor.


Textos jornalísticos podem ser assinados no final com as iniciais do autor. Neste caso, elas devem vir sem pontos: MSG. Veja assinatura de texto (no cap. Edição).


iniciar - Veja abrir. Não use inicializar, exceto em textos de informática.


injúria - Veja calúnia/difamação/injúria. Consulte também o anexo Jurídico.


inserido no contexto - Não use. Veja cacoete de linguagem.


ínterim - Evite. Prefira intervalo de tempo. Se usar, observe que se trata de palavra proparoxítona e portanto leva acento. Como oxítona, é como os mineiros pronunciam inteirinho. Veja acentuação.


interino - Especifique sempre quando uma pessoa exerce cargo interinamente: O presidente interino da República; editor interino de Esporte. Nessa acepção, evite na Folha a expressão em exercício.

interior - Escreva sempre com minúscula, a não ser que integre nome próprio: Ministério do Interior. Veja maiúsculas/minúsculas.

intervir - Conjuga-se como vir, verbo do qual deriva: A polícia interveio (e nunca interviu); se ela intervier (e nunca intervir).

intitular - Não existe entitular.

"ipsis litteris" - Em latim, significa com as mesmas letras. Há também a forma "ipsis literis". Evite em texto noticioso; é melhor usar literalmente para enfatizar a literalidade de uma citação: O professor disse, literalmente, que é contra a teoria evolucionista. Mas na maioria dos casos as aspas resolvem melhor o problema. Veja declaração textual; sic.

ironia - Em grego, eironeía. Significa pergunta de quem sabe a resposta. Por ser recurso literário, em texto jornalístico, dizer algo diferente do que de fato se pensa pode provocar confusão. Não abuse, portanto. 


Admite-se o recurso, sem restrições, em textos assinados ou colunas de bastidores. Mesmo assim, requer cautela: nem sempre a ironia que parece óbvia ao autor é compreendida como tal pelo leitor e, em excesso, tende a irritá-lo.


A ironia deselegante, canhestra ou forçada ridiculariza o autor: O ministro está "vibrando" com a possibilidade de ser demitido. Nem mesmo o uso de aspas pode consertar o defeito de estilo. 

isto/isso - Veja este/esse.

já - Evite o uso da palavra em título, onde, com frequência, é colocada apenas para ocupar espaço. Só deve ser empregada quando tiver seu sentido exato preservado, ou seja, quando se quiser mostrar que um fato ocorre imediatamente, de antemão ou que ele indica mudança de situação. Veja título (no cap. Edição).


jamanta - Não use este regionalismo paulista como sinônimo de carreta. Veja regionalismo.


jap/japa - Não use estas expressões estereotipadas para designar pessoas japonesas ou de origem japonesa. Veja gíria.


jargão - O texto jornalístico não deve conter expressões de domínio exclusivo de um grupo de profissionais ou especialistas. Quando for imprescindível usar, por exemplo em reprodução de declarações textuais, explique o significado: "O porta-voz só divulga ofensas em 'off' [jargão jornalístico para indicar que o informante pediu anonimato]", disse o deputado. Veja colchetes.


joão- - joão-bobo, joão-ninguém, joão-teimoso.

 

joanina - Prefira junina para as festas de Santo Antônio, São João e São Pedro.


jogo- - jogo de azar, jogo de botão, jogo de cena, jogo de salão, jogo-da-velha, jogo da verdade.


jornal - Escreva o nome de qualquer jornal, exceto o da Folha , com aspas e por extenso, respeitando a grafia adotada em logotipo: "The New York Times", "Le Monde", "Frankfurter Allgemeine Zeitung", "Jornal do Brasil", "Correio Braziliense", "O Estado de S. Paulo".


O nome da Folha , em negrito e sem aspas, só deve ser grafado por extenso na transcrição de textos de terceiros, como cartas ou íntegras. Neste caso, atenção para a abreviatura S. sem espaço antes de Paulo: Folha de S.Paulo. Veja Folha .


jornalismo analítico/opinativo - Os fatos contemporâneos cada vez mais exigem a análise do noticiário. A análise dá ao leitor a oportunidade de se aprofundar nos eventos, questões ou tendências. A análise do noticiário não deve ser confundida com a opinião ou o comentário, que devem estar circunscritos às colunas e aos artigos. A opinião é subjetiva e arbitrária e não precisa necessariamente comprovar o seu ponto de vista. Já a análise procura explicar o noticiário da maneira mais objetiva possível e envolve uma série de procedimentos: 


a) O jornalista só deve tentar escrever uma análise depois de checar se dispõe de informações suficientes para sustentar suas conclusões;


b) Deve pesquisar a bibliografia ou os arquivos sobre o assunto;


c) Deve entrevistar os envolvidos;


d) Deve contextualizar o assunto;


e) Deve escrever um texto curto e de preferência com uma única linha de raciocínio;


f) Deve expor sua linha de análise logo nos primeiros parágrafos;


g) Deve expor seus argumentos em um crescendo, para tirar proveito da tensão criada pelo texto e facilitar a conclusão para o leitor;


h) Deve trabalhar com rigor técnico para que suas conclusões sejam consequências necessárias dos fatos que descreveu;


i) Deve cruzar as suas observações com dois ou mais especialistas no assunto, de preferência com posições divergentes;



j) Deve sempre utilizar números e estatísticas para dar mais credibilidade e objetividade às observações;


l) Deve ressaltar contradições e, para tornar seus argumentos mais claros, utilizar analogias;


m) Para que o texto de análise não fique desinteressante, deve recorrer a declarações inteligentes, famosas ou engraçadas sobre o assunto, além de mencionar casos históricos ou relevantes que guardem semelhanças com o tema abordado;


n) Deve, para que a análise tenha êxito, chegar a uma conclusão original.


As análises na Folha aparecem assinadas e em grifo.


jovem - Evite este adjetivo impreciso para qualificar personagem ativo ou preponderante na notícia. Procure sempre dar a idade exata. Veja idade.


juntamente com - Não use este pleonasmo. Basta com: em vez de O diretor chegou ao teatro juntamente com a atriz principal, escreva O diretor chegou ao teatro com a atriz principal. Veja advérbio; pleonasmo.

 

junto a - Use apenas no sentido literal (ao lado de, perto de): A loja fica junto à padaria. Nos outros casos, substitua pela preposição que o verbo exige: Entrou com recurso no (e não junto ao) tribunal. O problema vai ser resolvido com a (e não junto à) diretoria.


jurista - Nem todo advogado é jurista. Reserve o termo para designar autores de obras jurídicas de importância reconhecida.


Justiça - Escreva com maiúscula quando se referir ao Poder Judiciário: O consumidor disse que vai recorrer à Justiça; mas O pastor afirmou contar com a justiça divina. Veja maiúsculas/minúsculas.


justiçar - Não use este jargão de organizações extremistas no sentido de assassinar. No sentido de reparar uma injustiça ou fazer justiça, prefira reabilitar. Veja assassinar; executar.


justiceiro - Não use esta palavra para designar assassinos de supostos criminosos. Veja assassinar; executar.

lança- - lança-bombas, lança-chamas, lança-perfume, lança-torpedos.


laranja- - laranja-cravo, laranja-baía, laranja-da-terra, laranja-lima, laranja-pêra.


latifundiário - Use apenas para designar proprietário de terra que se enquadra na definição legal de latifúndio vigente no país. Segundo o Estatuto da Terra (lei nº 4.504, de 1964), há dois tipos de latifúndio: por dimensão (imóvel que ultrapassa 600 vezes o módulo de propriedade, definido para cada região do país) e por exploração (imóvel com menos de 600 módulos de propriedade, mas cuja exploração econômica seja pequena).


lava- - lava-louças, lava-pés, lava-pratos.


lei/Lei - Comece com maiúscula quando a lei tiver um nome (Lei Sarney, Lei do Ventre Livre, Lei de Diretrizes e Bases), mas não quando ela for conhecida apenas pelo número (lei nº 5.250). O mesmo vale para outros textos legais, como: Constituição, Código Penal, Plano Diretor. Veja maiúsculas/minúsculas.


lembrar - Significa vir à memória ou sugerir. Não use como sinônimo de dizer. Lembrar implica que o fato mencionado pelo personagem da notícia tenha realmente ocorrido: O cantor lembrou que sua turnê de 1975 foi um sucesso. Veja verbos declarativos.


lepra - Não use este termo estigmatizante. Empregue hanseníase, palavra derivada do nome do médico norueguês Gerhard Arnauer Hansen (1841-1912), que identificou o bacilo da doença. O adjetivo é hanseniano.

 

lenda - Significa relato, narrativa. 

 

legenda - Use apenas no sentido de texto explicativo, letreiro, relato da vida de um santo, texto de filme ou programa estrangeiro que traduz as falas. Não use como sinônimo de partido político.


lesa- - Sempre com hífen: lesa-gramática, lesa-majestade, lesa-pátria.


lésbica - Pode ser usado para designar homossexual feminino, se for relevante para o contexto da notícia. Veja identificação de pessoa; homossexual; preconceito.


leste - Veja pontos cardeais.


lhe/o - Muito cuidado. É erro comum usar lhe em vez de o ou a: Eu lhe amo, quando o correto é Eu o amo. Para não errar, substitua mentalmente o pronome por ele ou ela. Se não for necessária preposição alguma, então o verbo é transitivo direto e o pronome a ser usado é o ou a: "Eu amo ela", portanto, Eu a amo. Outros verbos que costumam ser escritos com lhe, quando o certo é com o ou a: Eu o conheço; Eu a vi; Eu o fiz sair correndo; Eu o prejudico; Eu o acuso; Eu o enfrento.


lide - Palavra aportuguesada do inglês "lead", conduzir, liderar. O jornalismo usa o termo para resumir a função do primeiro parágrafo: introduzir o leitor no texto e prender sua atenção.


Há dois tipos básicos de lide: o noticioso, que responde às questões principais em torno de um fato (o quê, quem, quando, como, onde, por quê), e o não-factual, que lança mão de outros recursos para chamar a atenção do leitor.


O caráter condutor do lide se aplica para quem lê e para quem escreve. Se ao produzir um texto você não avança, fica preso nos primeiros parágrafos, é muito provável que o problema esteja no lide -ele o conduziu a um caminho errado de estrutura de texto. Você não consegue mais escrever. O leitor, possivelmente, não conseguirá mais ler. Nesses casos, o melhor é refazer o lide.


Elabore seu lide de modo que um título atraente e informativo seja feito a partir dele com naturalidade. Não deixe para quem vai titular o texto (pode até ser você mesmo) a tarefa de decifrar o raciocínio do autor e juntar informações dispersas.


Na Folha , o lide noticioso deve: 


a) Sintetizar a notícia de modo tão eficaz que o leitor se sinta informado só com a leitura do primeiro parágrafo do texto;


b) Ser tão conciso quanto possível. Procure não ultrapassar cinco linhas de 70 toques (lauda) ou de 80 toques (terminal de computador da Folha );


c) Ser redigido de preferência na ordem direta (sujeito, verbo e predicado).


Atenção agora para o que você deve evitar no lide: 


a) Esconder o fato principal em meio a informações como localização geográfica, horário, ambientação e idade -todas elas recomendadas neste manual, o que não quer dizer que todas devam ser fornecidas de uma só vez;


b) Usar, sem explicar, nome, palavra ou expressão pouco familiar à média dos leitores;


c) Começar com advérbio ou gerúndio;


d) Começar com declaração entre aspas, fórmula desgastada pelo uso indiscriminado. Reserve-a para casos de declarações de impacto: "Não acredito no livre mercado", disse o empresário.


Para o segundo tipo de lide, o não-factual, não existe receita. É fácil fazer um lide burocrático. Mas conquistar a atenção do leitor e ao mesmo tempo informá-lo é um desafio.


Exemplo de bom lide: O presidente eleito Tancredo Neves morreu ontem, dia de Tiradentes, às 22h23, no Instituto do Coração em São Paulo. O comunicado oficial foi feito pelo porta-voz da Presidência, Antônio Britto, às 22h29. A morte de Tancredo ocorreu 38 dias após sua internação no Hospital de Base de Brasília, na véspera da posse. Nesse período, Tancredo foi submetido a sete intervenções cirúrgicas, as cinco últimas em São Paulo, para onde havia sido transferido no dia 26 de março. Tancredo Neves tinha 75 anos. Veja nariz-de-cera.

limão- - limão-bravo, limão-cravo, limão-doce, limão-galego.

liderança - É a qualidade do líder. Para a pessoa, use líder.

linchar - Assassinato de pessoa, acusada ou não de crime, promovido por multidão ou grupo que pretende estar fazendo justiça. Não escreva que alguém quase morreu em um linchamento. Só há linchamento quando a vítima morre. Caso contrário, use tentativa de linchamento.


A palavra vem do inglês lynch, provavelmente derivada de Charles Lynch, fazendeiro e juiz de paz da Virgínia (EUA) morto em 1796. Lynch dirigia um tribunal não-legalizado através do qual suprimia seus opositores políticos. A "lei de Lynch", como ficou conhecida, passou a designar assassinato cometido por grupo que alega estar fazendo justiça. Veja assassinar; executar. 

linguagem coloquial - O texto de jornal deve ter estilo próximo da linguagem cotidiana, mas sem deixar de ser fiel à norma culta, evitando erros gramaticais, gíria, vulgaridade e deselegância.


Escolha a palavra mais simples e a expressão mais direta e clara possível, sem tornar o texto impreciso. Palavras difíceis e construções rebuscadas dificultam a comunicação e tornam o texto pedante: Ele não sabe quanto saiu a compra é melhor que Ele não dispõe dos custos exatos da transação comercial. Veja cacoete de linguagem; gíria; jargão.

linha- - linha-d'água, linha de prumo, linha de tiro, linha divisória, linha-dura, linha-fina.

 

litoral - Escreva com inicial minúscula.


livre- - livre-arbítrio, livre-cambista, livre-docência, livre-docente, livre-pensador.


livro - Veja título de obras.


lobby - Grupo de pressão formado para influenciar pessoas com poder de decisão e de convencimento, como congressistas e jornalistas. A função é institucionalizada nos Estados Unidos. No Brasil, não está regulamentada. Na maioria dos casos, pouco se diferencia de aliciamento. Dê ao lobista a mesma atenção dada ao assessor de imprensa, relações-públicas e divulgador. Veja assessoria de imprensa (no cap. Produção).


lobo- - lobo-do-mar, lobo-marinho.

 

lógico - Não use esse sufixo como mera desinência de adjetivação sem que se refira a estudo. 


localização - Na Folha, todo texto deve situar o local em que o fato noticiado ocorreu: O acidente aconteceu em Bananal, 310 km a leste de São Paulo; Foz do Iguaçu, na fronteira com o Paraguai, assiste ao crescimento da atividade dos contrabandistas; A nevasca isolou Santa Inés, no extremo sul do Chile.


Procure sempre localizar o local da maneira mais pertinente em relação à notícia. No caso do acidente em Bananal, o que importa é localizar a cidade, que é pouco conhecida. Ao dizer a 310 km de São Paulo, informa-se o Estado e a região em que se encontra a cidade. No caso do crescimento do contrabando, é melhor dizer que Foz do Iguaçu fica na fronteira com o Paraguai, portanto em região propensa ao contrabando, do que informar a distância em relação à capital paranaense. No caso da nevasca, a informação de que a cidade fica no extremo sul, local onde ocorrem temperaturas polares, é mais pertinente do que fornecer a distância em relação a Santiago.


Não insulte a inteligência do leitor. Embora não seja um erro gramatical, em textos noticiosos é inadequado dizer que São Paulo fica no Estado de São Paulo ou que Brasília é a capital federal. Isso vale para cidades como: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Salvador, Porto Alegre, Recife, Manaus etc., mas: Rio Branco (AC); Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul; Cuiabá, capital do Mato Grosso.


Também não há necessidade de informar os países de cidades como: Nova York, Washington, Moscou, Paris, Berlim, Frankfurt, Lisboa, Madri, Barcelona, Londres, Tóquio, Buenos Aires, Roma, Cidade do México etc., mas: Vaduz, capital de Liechtenstein; Vilna, capital da Lituânia; Luanda, capital angolana.


Quando o fato ocorre numa grande metrópole brasileira, mencione a região e, se pertinente, o endereço: A exposição acontece no Masp (av. Paulista, 1.578, região central de São Paulo); o crime ocorreu na favela do Morumbi, zona sul de São Paulo. Veja capital. 


logradouro - Veja vias e logradouros.


lorde - Comece com minúscula, exceto quando se tratar de apelido.


lua- - lua cheia, lua nova, lua-de-mel.


lua/Lua - Comece com maiúscula quando se referir ao satélite natural da Terra como corpo celeste, em especial quando o texto mencionar outros astros: Os norte-americanos já chegaram com suas astronaves à Lua, a Vênus, a Júpiter e a Marte. Quando se referir à luz do satélite, ao elemento da paisagem, use minúscula: Os namorados aproveitam a lua cheia para passear. Veja sol/Sol.

lugar-comum - Veja cacoete de linguagem. Não use apelidos, como 'o homem do baú' (Silvio Santos), 'rainha dos baixinhos' (Xuxa), 'cidade luz' (Paris), 'onde o Sol nasce primeiro' (João Pessoa), 'rainha da Borborema' (Campina Grande), 'o patriarca da Independência' (José Bonifácio).


lúmpen - Do alemão, farrapos. O termo é usado para designar os mais baixos estratos sociais, inclusive vagabundos e criminosos.


luso- - luso-africano, luso-brasileiro, lusofilia, lusofobia. 

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