S
SE NÃO / SENÃO
- SE (= conjunção condicional) NÃO (advérbio de negação): Esta forma é empregada quando se pode substituir o "se" por "na hipótese de" ou "caso".
Exemplo: Se não chover, irei à praia amanhã. (Caso não chova...)
- SENÃO: Deve-se utilizar esta forma em certas situações específicas.
Exemplos:
- Vá de uma vez, André! Senão (do contrário) você irá perder o avião. Essas laranjas não são do tipo seleta, senão (mas sim, porém) lima.
Não havia um senão (defeito, falha) naquele carro que vendi.
Você não pode comer doces, senão (apenas, somente) os dietéticos.
SERVIR O (AO)EXÉRCITO ou SERVIR NO EXÉRCITO?
Com o sentido de "prestar serviço militar", o verbo "servir" rege a preposição "em". Assim, o correto é dizer que "fulano serviu no Exército ou na Marinha", e não "serviu o Exército ou a Marinha, ou ainda "ao Exército ou à Marinha".
SETUAGÉSIMO ou SEPTUAGÉSIMO?
A forma "septuagésimo" (ordinal relativo a setenta) é corretíssima, tão correta quanto "setuagésimo". Equivocadamente, alguns dicionários e gramáticas registram apenas a forma "setuagésimo", que talvez seja a preferível na língua moderna. É mais sensato, no entanto, registrar as duas, como fazem o "Aurélio", o "Michaelis" e o "Houaiss".
"SIC".
Normalmente, esta palavra, de origem latina, é vista em declarações de alguém nos jornais, onde aparece entre parênteses (sic), e significa "assim", "desse modo", "exatamente assim", "assim mesmo".
O emprego deste termo serve para mostrar ao leitor que foi "desse modo" que a pessoa falou por mais que pareça estranho ou errado. Na verdade, acaba tendo tom irônico, sarcástico, pois torna clara a intenção do redator de chamar a atenção para uma barbaridade que alguém disse ou escreveu.
SICLANO ou SICRANO?
O correto é "Sicrano", e sempre com a letra inicial maiúscula, assim como "Fulano" e "Beltrano". Ciclano existe, mas é da química, e corresponde a um hidrocarboneto saturado cíclico, não faz parte desta santíssima trindade.
SÓ
A palavra "só", como advérbio (= somente), é invariável. No entanto, se a frase fizer sentido, substituindo-se o "só" por "sozinho", ela será variável, isto é, o plural deverá ser "sós".
Exemplos:
Pedro comprou só (somente) um livro.
Olavo mora há muitos anos só (sozinho).
Antônio e Maria vivem sós (sozinhos).
SOMATÓRIA ou SOMATÓRIO?
O correto é "somatório". Somatória não existe como substantivo. Só pode ser usada como adjetivo. Seu uso como substantivo se explica pela semelhança com soma, palavra feminina.
PRONÚNCIA CORRETA DE SUBSÍDIO
Os Dicionários de Caldas Aulete, o "Houaiss" e o "Aurélio", entre outros, e o "Vocabulário Ortográfico", da Academia Brasileira de Letras, informam que o "s" da sílaba "sí" deve ser lido como "ss", ou seja, como o de "subsolo", "subsônico", "subseqüente", etc.
Essa recomendação é feita também em relação a "subsidiária", "subsistir", "subsistência", etc. Convém lembrar que o "s" de "obséquio" (e família) e o de "trânsito", "transe" e respectivas famílias (transitório, transitivo, transação, transeunte) têm som de "z", mas o de 'transubstanciação' tem som de SS. Já é correta a pronúncia com som de Z para subsistir e subsistência, pela semelhança com existir e existência.
T
TAXA / IMPOSTO / TRIBUTO
- Taxa: tipo de tributo para o qual há uma contrapartida, a prestação de um serviço.
Exemplos:
taxa do lixo - para que a prefeitura retire o lixo; taxa de iluminação pública - para que haja iluminação nas vias públicas.
- Imposto: tipo de tributo para o qual não há uma contrapartida específica. Assim, paga-se Imposto de Renda, porque se tem alguma renda; paga-se IPTU, porque se tem uma casa, um apartamento, um terreno; paga-se IPVA, porque se tem um automóvel, um barco, um avião.
- Tributo: é um termo genérico. Engloba taxas, impostos e contribuições. É tudo aquilo que pagamos para viver na "tribo", ou seja, em sociedade. Daí o "tribuno" para nos representar e o "tribunal" para julgar os que vivem na "tribo".
TELEFONE / TELEFONEMA
Falamos "ao telefone", e não "no telefone".Também devemos dizer que queremos dar "um telefonema" (substantivo masculino), não "uma telefonema" nem "uma telefonada". Esse uso ocorre por influência de ligação e chamada, essas sim são femininas.
TRANSMISSÕES TELEVISIONADAS ou TELEVISADAS?
As duas formas são corretas. Os adjetivos "televisionadas" e "televisadas" existem.
OS TIMES EMPATARAM "EM" ou "DE"?
Neste caso, deve-se empregar as preposições "de" ou ainda "por".
Exemplos:
Flamengo e Palmeiras empataram de (por) dois a dois.
Vasco e Grêmio empataram por (de) um a um.
Observação: o mesmo se aplica aos verbos "ganhar"e "perder".
Exemplos:
O Vasco venceu o Corínthians de (por)três a um.
O Cruzeiro perdeu para o Fluminense de (por) dois a um.
TODA CIDADE / TODA A CIDADE
- TODA CIDADE: equivalente a "todas as cidades";
Exemplo: Toda cidade tem sempre suas figuras folclóricas.
- TODA A CIDADE: significa "a cidade inteira".
Exemplo: Toda a cidade está se mobilizando para combater a violência.
TODO MUNDO / TODO O MUNDO
- TODO MUNDO: equivalente à "toda gente", "todas as pessoas";
Exemplo: Todo mundo viu quando o policial prendeu o ladrão em flagrante.
- TODO O MUNDO: igual à "o mundo inteiro".
Exemplo: Todo o mundo vai passar por transformações morais inevitáveis.
Observação: no plural, o pronome "todos" sempre exige o artigo antes de substantivo.
Exemplos:
"Conheço todos os jogadores daquele time de vôlei"; "Visitamos todas as exposições de arte de São Paulo".
Quando surgir um numeral após a palavra "todo" e não for seguido de um substantivo, não use o artigo: "Todos cinco foram expulsos da escola"; "Todas três estavam alegres por motivos diferentes". No entanto, se houver substantivo, o artigo será necessário: "Perdi todos os cinco documentos exigidos pelo colégio"; "Ganhei todos os sete ingressos para o show do Caetano".
TRADUÇÃO / VERSÃO
- TRADUÇÃO: é quando passamos para o português um texto de outro idioma;
- VERSÃO: quando passamos um texto do português para uma língua estrangeira.
U
HUMIDADE ou UMIDADE?
Em Portugal, a grafia desta palavra apresenta-se com "h", sendo assim correto escrever "humidade", como também "húmido", "humedecer", "humedecimento", "humedecido", "humidificar", etc. No Brasil, a grafia adotada é sem "h": "úmido", "umidade", "umedecer", "umedecimento", "umedecido", "umidificar", etc.
Até 1943, também grafávamos essa família com "h". Na reforma ortográfica (ocorrida justamente em 1943), abolimos o "h" desse grupo de palavras. Esse caso não é o único em que se registra diferença gráfica entre a forma portuguesa e a brasileira. Além das inúmeras palavras que em Portugal se escrevem com "c" ou "p" (como "adoptar" e "direcção"), pode-se citar como exemplo dessa divergência a palavra "berinjela", que entre nós se grafa com "j", mas em Portugal se escreve com "g" ("beringela").
UM TANTO QUANTO ou UM TANTO OU QUANTO?
Jamais escreva "um tanto quanto", já que a forma correta é "um tanto ou quanto".
Exemplo: Cristina está um tanto ou quanto aborrecida com o namorado.
V
VEREDICTO ou VEREDITO?
Embora o dicionário Houaiss, o dicionário Caldas Aulete e o "Vocabulário Ortográfico", da ABL, registre "veredicto" e "veredito", nossos dicionários ("Michaelis", "Novo Aurélio" etc.) e o dicionário da Academia portuguesa só acolhem a forma "veredicto".
VERNISSAGE ou VERNISSAGEM?
Segundo os dicionários Aurélio e Michaelis , a grafia correta é "vernissage" e é um substantivo masculino.
Exemplo: Amanhã irei ao vernissage de minha irmã.
No entanto, o Vocabulário Ortográfico da ABL registra as duas formas: vernissage (substantivo masculino) e vernissagem (substantivo feminino). Assim sendo, nós podemos ir "ao vernissage" ou "à vernissagem".
VIGIR ou VIGER?
Não existe o verbo "vigir". A forma registrada em todos os dicionários é "viger", que vem do latim e significa "estar em vigor", "vigorar", "ter vigor". Quando está em vigor, uma lei vigora, tem vigência, vige; se ainda não está em vigor, mas já foi aprovada, deverá vigorar, deverá ter vigência, deverá viger.
É bom lembrar que o verbo "viger" é o único da língua portuguesa terminado em "-iger". Verbos terminados em "-ger" (sem "i" antes do "g") não faltam ("abranger", "eleger", "constranger", "proteger", "ranger", "reger", etc.), mas só "viger" termina em "-iger".
A causa da "criação" do verbo "vigir" talvez esteja na profusão de verbos terminados em "-gir" ("corrigir", "agir", "dirigir", "fugir", "imergir", "fingir", "atingir", "surgir", "rugir", etc.), o que pode induzir o falante a eliminar a exceção, transformando "viger" em "vigir".
VÍTIMA FATAL
Esta expressão é incorreta, porque o termo "fatal" se refere ao que mata: acidente, queda, disparo, veneno. A pessoa não mata - morre. É vítima, ou morto.
Exemplo: O choque do ônibus com o trem foi fatal, causando diversas vítimas.
VOTOS BRANCOS ou VOTOS EM BRANCO?
Deve-se dizer "votos em branco"; assim também para formulários, cadastros, fichas, etc.
X
XÉROX ou XEROX?
São corretas as duas formas. Mas é preciso ser coerente: se você escreve "xérox", leia "xérox", ou seja, ponha força no "xé". Se você escreve "xerox", ponha força no "rox". E saiba que o dicionário "Aurélio" apresenta a palavra, em qualquer versão, como masculina. Já o "Vocabulário Ortográfico", da ABL, diz que a palavra pode ser masculina ou feminina, esta por associação com cópia, palavra feminina.
XIPÓFAGAS ou XIFÓPAGAS?
Não existe a palavra "xipófagas", como se costuma dizer e escrever. A palavra certa é "xifópagas", significando "duas pessoas que nascem ligadas, geralmente na altura do tórax, pelo apêndice xifóide. São conhecidos como gêmeos siameses ou gêmeos unidos.
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