quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

Regência de concordar e discordar

E-mail de Vespasiano G.: “Professor, os verbos ‘concordar’ e discordar’ têm a mesma regência? É certo dizer que alguém discorda ‘com’ alguém ou alguma coisa? Obrigado.”
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Caro Vespasiano, “concordar” e “discordar” são transitivos indiretos mas introduzem complementos por meio de preposições diferentes.
Os prefixos que antecedem os radicais desses verbos (com, dis) já orientam quanto a isso; concorda-se “com” e discorda-se “de”. É um uso enfático as construções em que verbos regem preposições semelhantes a seus prefixos: concorrer com, deduzir de, depender de, incluir em, aderir a, concordar com, coincidir com, conviver com, embarcar em, peregrinar por, interpor entre, perpassar por, compactuar com, compartilhar com, contemporizar com, implicar em, assistir a, empregar em, incidir em, incorrer em, induzir em etc.
      Deve-se então dizer: “Concordo com as medidas tomadas pelo governo” ou “Discordo das medidas tomadas pelo governo”.
       
      A ideia de “discordar com” é acessória; aparece para indicar que alguém não discorda sozinho de alguma coisa. Por exemplo: “Discordo com você das palavras do presidente sobre as mulheres.”

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