quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

Aficcionado ou aficionado?

“As Olimpíadas estimulam o congraçamento universal e são uma festa para os aficcionados pelos esportes”. (Do jornal)
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Quem não se alegrou nada com isso foi a gramática, duplamente ferida pelo arroubo olímpico do jornalista.

O termo “aficcionado” não existe. Está usado erroneamente no lugar de “aficionado”, que significa “afeiçoado”, “entusiasta”. E rege complemento introduzido pela preposição de, e não por. O correto é dizer, por exemplo, que alguém é aficionado “do futebol”, “da Fórmula Um” – e não “pelo futebol”, “pela Fórmula Um”. Pronuncia-se com som de ss, como em próximo, não com som de cs, como em táxi, nem com som de z, como em exame, ou com som de ch, como em relaxar. Não existe a forma afisionado.

           Alguns puristas condenam o uso dessa palavra, que vem do espanhol, e sugerem que ela seja substituída por um sinônimo. Recomendação inútil. “Aficionado” tem hoje largo emprego no português. Considerado estrangeirismo fora da linguagem da informática, da internet e do mundo dos negócios, em textos argumentativos, recomenda-se o termo vernáculo: fanático ou admirador. Tiete é termo coloquial, deve ser evitado nas redações.

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