terça-feira, 31 de maio de 2022

Termos da oração - essenciais, integrantes e acessórios

 Os termos da oração são palavras ou grupo de palavras que exercem alguma função sintática dentro da oração. São divididos em:


Termos essenciais (sujeito e predicado)

Termos integrantes (complementos verbais, complemento nominal e agente da passiva)

Termos acessórios (adjunto adnominal, adjunto adverbial e aposto)

Termo independente (vocativo)

Termos essenciais da oração

São termos essenciais da oração o sujeito e o predicado.


1. Sujeito

O sujeito é o ser ou fato a respeito do qual se dá uma informação. Também é o termo com o qual o verbo concorda e recebe várias classificações.


a) Sujeito simples: é o que apresenta apenas um núcleo expresso.


– Sua atitude foi brilhante.


b) Sujeito composto: é o que apresenta mais de um núcleo expresso.


– Os professores e os alunos reuniram-se no ginásio.


c) Sujeito oculto, elíptico ou desinencial: é o que apresenta um núcleo subentendido, mas que pode ser identificado facilmente por meio da desinência do verbo e do contexto.


– Chegamos atrasados à festa. (sujeito oculto: nós)


d) Sujeito indeterminado: é aquele cujo núcleo é desconhecido e impossível de identificar mesmo o verbo indicando que houve uma ação praticada por alguém. 


– Disseram que você briga muito na escola. (Alguém disse, mas quem?)


e) Sujeito oracional: é aquele que aparece em forma de oração.


– Nota-se que todos gostam de você.


f) Sujeito inexistente (oração sem sujeito): ocorre em orações com verbos impessoais. É o único caso em que este termo essencial não aparece.


– Choveu muito durante o show.


2. Predicado

O predicado é o conjunto de todos os termos da oração, com exceção do sujeito e do vocativo. É a informação que se dá sobre o sujeito (quando ele existe).


– Em 2020, o mundo foi tomado por uma pandemia. (sujeito: o mundo)


– Faz muito calor no Rio de Janeiro. (oração sem sujeito – tudo é predicado)


O predicado pode ser classificado em:


a) Predicado nominal: é aquele cujo núcleo da afirmação está contido no nome (substantivo, adjetivo, pronome, numeral, advérbio), não no verbo. É constituído sempre de: verbo de ligação + predicativo do sujeito.


– Nossa casa é lindíssima!


b) Predicado verbal: é aquele cujo núcleo é qualquer verbo que não seja de ligação, ou seja, apresenta verbo nocional.


– Todos nós assistimos ao lançamento da Marvel.


c) Predicado verbo-nominal: é aquele cujos núcleos são um verbo nocional e um verbo de ligação subentendido + um nome (esse nome será predicativo do sujeito ou do objeto).


– Os jogadores corriam exaustos.


Termos integrantes da oração

São termos integrantes da oração aqueles que completam o sentido de certos verbos ou nomes, como fazem os complementos verbais (objeto direto e objeto indireto), o complemento nominal e o agente da passiva.


1. Complementos verbais

São complementos do verbo o objeto direto e o objeto indireto.


a) Objeto direto: complementa o sentido de um verbo sem o auxílio de uma preposição. Pode ser precedido de preposição (objeto direto preposicionado), por razões estilísticas (ênfase, expressividade) e não pela exigência do verbo. Pode ser repetido enfaticamente (objeto direto pleonástico).


– A chuva intensa prejudicou a navegação.


b) Objeto indireto: complementa o sentido de um verbo com o auxílio de uma preposição. Pode ser repetido enfaticamente (objeto indireto pleonástico).


– Ele não confia em você.


2. Complemento nominal

O complemento nominal liga-se a um nome, o qual pode ser um substantivo abstrato, um adjetivo ou um advérbio, a fim de complementar o seu sentido. É obrigatoriamente regido de preposição.


– Tenho necessidade de proteção.


3. Agente da passiva

O agente da passiva é o termo que complementa um verbo na voz passiva analítica. É obrigatoriamente regido pelas preposições por ou de.


– Os nadadores foram aplaudidos pelo público.


Termos acessórios da oração

Os termos acessórios da oração desempenham função secundária na oração, sendo dispensáveis à construção de sentido dela. São eles o adjunto adnominal, o adjunto adverbial e o aposto.


1. Adjunto adnominal

O adjunto adnominal é o termo acessório que delimita o sentido de um substantivo, caracterizando-o. É representado pelas seguintes classes gramaticais: artigo, adjetivo, locução adjetiva, pronome adjetivo, numeral adjetivo.


– O poeta inovador enviou dois longos trabalhos ao seu amigo de infância.


O (artigo) e inovador (adjetivo) caracterizam o substantivo poeta;


dois (numeral) e longos (adjetivo) caracterizam o substantivo trabalhos;


o (artigo), seu (pronome adjetivo) e de infância (locução adjetiva) caracterizam o substantivo amigo.


2. Adjunto adverbial

O adjunto adverbial é o termo que indica a circunstância expressa pelo verbo. Na prática, todo advérbio e toda locução adverbial exercem função sintática de adjunto adverbial, o qual pode expressar muitas circunstâncias.


– Hoje é feriado. (tempo)


– Todos correram de medo. (causa)


– A esposa trabalha bastante. (intensidade)


3. Aposto

O aposto é um termo de valor substantivo que explica, especifica, amplia ou resume um termo sintático antecedente. Pode ser classificado em:


a) Aposto explicativo: amplia o significado do antecedente. Sempre vem isolado por pontuação.


– Neymar, o maior jogador do Brasil hoje, atualmente joga pelo Paris Saint-Germain.


b) Aposto especificativo: possui o mesmo valor semântico do antecedente e não é isolado por pontuação. Normalmente é um nome próprio de pessoa ou lugar.


– O escritor Machado de Assis era carioca. 


c) Aposto enumerativo: enumera as partes que constituem o antecedente. Aparece após vírgula, dois-pontos ou travessão.


– Nas férias, visitei três países: Itália, França e Inglaterra.


d) Aposto resumidor: sintetiza o que foi dito anteriormente. Normalmente é um pronome indefinido.


– O sorriso, a voz, a educação, tudo nela encantava.


e) Aposto distributivo: normalmente, retoma dois ou mais termos anteriores.


– Tenho dois investimentos: um em renda fixa, outro em renda variável, 


f) Aposto de oração: refere-se a uma oração inteira.


– O furacão destruiu toda a cidade, fato lamentável.


Vocativo x aposto

Vocativo é usado para evidenciar o ser chamado ou ao qual se apela, isto é, indica a invocação de algo ou alguém. Deve sempre ser isolado por vírgula e pode se deslocar pela oração. Vem do latim vocare, que significa chamar. Exemplos:


– Pessoal, vamos ver isso.


– Fulguras, ó Brasil, florão da América (Hino Nacional Brasileiro)


Diferentemente do aposto, o vocativo é um termo independente da oração, ou seja, não se liga ao verbo nem ao nome, não faz parte do sujeito nem do predicado. Portanto, ele não é considerado um termo da oração, apesar de ser tradicionalmente explicado na seção de termos acessórios da oração em muitas gramáticas e manuais de redação.

Sintaxe - definição e campos de estudo

 Sintaxe é a parte da gramática que estuda as relações existentes entre as palavras na oração e as ordens de construção dos períodos simples e compostos.


O que é frase, oração e período?

Quando falamos de sintaxe, é necessário, primeiramente, estabelecer a diferença entre frase, oração e período.


1. Frase: é todo enunciado que estabelece comunicação. Pode se dividir em:


a) Frase nominal: não apresenta verbo.


– Cuidado!


– Bom dia!


b) Frase verbal: apresenta verbo ou locução verbal.


– Reduza a velocidade.


– Aonde você pretende chegar?


2. Oração: é o enunciado que apresenta verbo ou locução verbal, ou seja, é uma frase verbal.


– Este professor é incrível!


– Será que ela gosta de mim?


3. Período: é o enunciado que apresenta uma ou mais orações. Começa com letra maiúscula e termina com ponto, ponto de interrogação, ponto de exclamação ou reticências, nunca pode terminar por vírgula ou ponto e vírgula. Pode se dividir em:


a) Período simples: apresenta uma oração, chamada absoluta.


– Quero muito este carro!


– Espero reconhecimento pelo trabalho.


b) Período composto: apresenta duas ou mais orações.


– As alunas garantem que chegarão a tempo.


– Eu quero, eu posso, eu consigo!

Existem três tipos de período composto - por coordenação (formado por orações coordenadas), por subordinação (formado por orações subordinadas) e misto (formado pelos dois tipos).


Sintaxe do período simples

A sintaxe do período simples consiste na identificação dos termos da oração, que são palavras ou grupo de palavras que exercem alguma função sintática dentro da oração. São divididos em:


1. Termos essenciais da oração: sujeito e predicado;


2. Termos integrantes da oração: complementos verbais (objeto direto e objeto indireto), complemento nominal e agente da passiva;


3. Termos acessórios da oração: adjunto adnominal, adjunto adverbial e aposto.


Sintaxe do período composto

A sintaxe do período composto trata das orações coordenadas e orações subordinadas.


1. Orações coordenadas: são aquelas que exercem relação de independência sintática uma da outra, apesar de serem dependentes semanticamente. Ou seja, ligam-se pelo sentido ao mesmo tempo em que cada uma possui estrutura sintática completa.


Por apresentarem dois ou mais verbos, podemos dizer que as orações coordenadas constituem um período composto por coordenação. 


As orações coordenadas se dividem em: assindéticas e sindéticas.


a) orações coordenadas assindéticas: são aquelas que não possuem síndeto, ou seja, não possuem conjunção. Estão apenas justapostas, separadas por vírgula.


– “Verso canta-se, urra-se, chora-se.” (Mário de Andrade)


– Não perturbe, trabalhe!


b) orações coordenadas sindéticas: são aquelas que apresentam conjunção.


– Estudou muito, mas não passou.


– Correu para o hospital, pois teve crise alérgica.


De acordo com o valor semântico de cada conjunção, as coordenadas sindéticas recebem cinco classificações:


– Oração Coordenada Sindética Aditiva


– Oração Coordenada Sindética Adversativa


– Oração Coordenada Sindética Alternativa


– Oração Coordenada Sindética Conclusiva


– Oração Coordenada Sindética Explicativa


2. Orações subordinadas: são aquelas que exercem alguma função sintática em relação a outra oração, denominada oração principal.


Por apresentarem dois ou mais verbos, podemos dizer que as orações subordinadas constituem um período composto por subordinação. 


As orações subordinadas se dividem em: substantivas, adjetivas e adverbiais.


a) orações subordinadas substantivas: são aquelas que têm valor de substantivo. Exercem, em relação à oração principal, a função de sujeito, predicativo, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, aposto ou agente da passiva.

Na forma desenvolvida, são iniciadas por conjunções integrantes, pronomes ou advérbios interrogativos.


– Sabe-se que haverá uma nova manifestação.


– Não me diga que você não vem…


b) orações subordinadas adjetivas: são aquelas que têm valor de adjetivo. Exercem, em relação à oração principal, a função de adjunto adnominal.

Na forma desenvolvida, são iniciadas por pronomes relativos.


– O vírus que surgiu este ano pode ser letal.


– Saiu com o namorado, que mora em São Paulo.


c) orações subordinadas adverbiais: são aquelas que têm valor de advérbio. Exercem, em relação à oração principal, a função de adjunto adverbial.

Na forma desenvolvida, são iniciadas por conjunções subordinativas, com exceção das integrantes.


– Faça silêncio para que se concentrem.


– Depois que ele dormir, fugiremos deste lugar.


Sintaxe de concordância

A sintaxe de concordância trata da adequada flexão de certas palavras para que concordem com outras. Há dois tipos de concordância:


1. Concordância nominal: é a adequada flexão em gênero e número dos determinantes que caracterizam um determinado substantivo. Os determinantes podem ser: artigos, adjetivos (incluindo o particípio), numerais e pronomes.


– A aluna esforçada ganhou a bolsa de estudos.


– O menino bagunceiro atrapalhou os demais na prova.


2. Concordância verbal: é a adequada flexão em número e pessoa do verbo para que ele possa concordar com o núcleo do sujeito da oração.


– A criança correu quando viu o cachorro.


– Eles pensam que podem me enganar!


Sintaxe de regência

A sintaxe de regência trata da necessidade de preposição entre os termos na oração ou entre as orações no período composto. Há dois tipos de regência:


1. Regência nominal: quando o nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) exige um complemento nominal com preposição.


– Tenho confiança em minha mãe.


– Ela está acostumada a dias frios.


2. Regência verbal: quando o verbo exige um complemento verbal com preposição.


– Gosto tanto de você!


– A mulher necessita de proteção.

Semântica - definição e campos de estudo

 Semântica é um ramo da linguística que trata da significação das palavras, as quais podem estar isoladas ou contextualizadas.


Quando estão isoladas, as palavras apresentam um significado primário, aquele que encontramos no dicionário. Por outro lado, a depender do contexto em que estão inseridas, as palavras podem apresentar vários sentidos secundários.


Ao escutarmos a palavra gato, por exemplo, logo nos vêm à cabeça um animal doméstico da família dos felídeos. Mas se falamos que um certo homem é um gato ou que alguém fez um gato, essa palavra passa a apresentar sentidos secundários, tais como bonito e ligação elétrica irregular, respectivamente.


Dessa forma, de acordo com a significação, as palavras podem apresentar distintas classificações. Vejamos todas a seguir.


Denotação

Denotação trata do significado primário da palavra. Isto é, uma palavra em seu sentido denotativo deve ser interpretada de forma literal.


– Ganhei um cachorro lindo dos meus pais. (cachorro = animal)


– A massa do bolo ficou muito mole. (mole = flácida)


Conotação

Conotação é o oposto de denotação e trata dos sentidos secundários da palavra. Ou seja, uma palavra em seu sentido conotativo deve ser interpretada de forma simbólica e figurada. 


– Ele está matando cachorro a grito. (matar cachorro a grito = situação desesperadora)


– Era uma pessoa de coração mole. (mole = sensível)


Polissemia

Polissemia é a pluralidade de significação de um mesmo vocábulo. Dessa forma, uma palavra polissêmica é aquela que muda de sentido de acordo com o contexto, mas não muda de classe gramatical.


– Minha mão está doendo. (substantivo mão = parte do corpo humano)


– Depois do poste, pegue a mão direita. (substantivo mão = sentido em que o veículo deve transitar)


– Deu uma mão de tinta no quarto. (substantivo mão = demão)


Sinonímia

Sinonímia trata de palavras ou expressões que têm significação igual ou parecida. Exemplos de sinônimos:


– bonito e belo


– gigante e enorme


– humilde e modesto


– excelente e maravilhoso


Antonímia

Antonímia é a temática da semântica que trata de palavras ou expressões que têm significação oposta. Exemplos de antônimos:


– bem e mal


– bom e ruim


– longe e perto


– amigo e inimigo


Homonímia

Homonímia é o tema da semântica que trata de palavras iguais na pronúncia e/ou na grafia, mas com significados diferentes. Os homônimos podem ser classificados em:


a) homônimos homófonos: apresentam pronúncia igual e grafia diferente.


– bucho (estômago de animais) e buxo (tipo de arbusto)


– acender (iluminar) e ascender (elevar)


– concerto (show) e conserto (reparo)


– cerrar (fechar) e serrar (cortar)


b) homônimos perfeitos: apresentam grafia e pronúncia iguais.


– luta (substantivo ou forma do verbo lutar)


– segundo (numeral, substantivo, preposição ou conjunção)


– são (forma do verbo ser ou forma reduzida de santo)


Paronímia

Paronímia trata de palavras parecidas tanto na grafia quanto na pronúncia, mas com significados diferentes. Exemplos de parônimos:


– absolver (inocentar - absolvição) e absorver (sorver, consumir - absorção)


– despercebido (sem ser notado) e desapercebido (distraído)


– emigrar (sair de um país) e imigrar (entrar em um país)


– flagrante (evidente) e fragrante (aromático)


Hiperonímia

Hiperonímia trata de palavras de sentido mais genérico cuja significação abarca outras palavras de sentido mais específico. Exemplos de hiperônimos:


– animal é hiperônimo de gato, cachorro, boi, vaca, peixe, coruja etc.


– fruta é hiperônimo de uva, melancia, maçã, laranja, banana etc.


Hiponímia

Hiponímia é a subordinação de um termo de sentido mais específico a outro, de sentido mais genérico. Exemplos de hipônimos:


– atum, bacalhau e cação são hipônimos de peixe;


– preto, branco e rosa são hipônimos de cor.


Ambiguidade

Ambiguidade é também um tema da semântica e consiste na interpretação duvidosa de uma palavra, de uma expressão ou de todo um texto. Popularmente, recebe o nome de “duplo sentido” e pode ser causada de forma intencional, como nos textos publicitários e humorísticos, ou pode ser um vício de linguagem.


– Foi para a escola com o colega e depois saiu com sua namorada. (Namorada do colega ou da pessoa com quem se fala?)


– Não saiu com o filho porque estava cansado. (Quem estava cansado, o filho ou a pessoa com quem se fala?)

Estilística - definição e campos de estudo

 Estilística é a parte da linguística que estuda o aspecto estético e emocional da linguagem, ou seja, trata do uso criativo da língua. Seu uso é muito comum nas conversas do dia a dia e nos textos literários, contextos que costumam ser mais informais, sem compromisso estrito com a norma culta.


O jogo de palavras praticado pela estilística atém-se fortemente ao uso da linguagem conotativa e das figuras de linguagem, mas não só isso. Ela consegue passear por todos os campos da linguagem, como veremos a seguir.


Estilística semântica

A estilística semântica explora os diversos sentidos que as palavras podem ter. Os principais recursos utilizados dentro desse campo são:


– linguagem conotativa (figurada)


– sinônimos e antônimos


– polissemia


– ambiguidade


– intertextualidade


E as figuras de palavras (ou semânticas), também conhecidas como tropos:


– metáfora


– comparação


– metonímia


– catacrese


– perífrase (antonomásia)


– sinestesia


Além das figuras de pensamento:


– antítese


– paradoxo (oxímoro)


– hipérbole


– gradação (clímax)


– eufemismo


– ironia


– prosopopeia (personificação)


Estilística sintática

A estilística sintática explora as diversas possibilidades de construções frasais. Os principais recursos utilizados dentro desse campo são as figuras de sintaxe (ou de construção): 


– hipérbato


– pleonasmo


– anacoluto


– elipse


– zeugma


– assíndeto


– polissíndeto


– anáfora


– hipálage


– apóstrofe (não confundir com apóstrofo)


Também são exploradas:


– orações intercaladas


– pontuações


Estilística morfológica

A estilística morfológica preocupa-se com a forma da palavra e com seus processos de formação. Além disso, explora fortemente as classes gramaticais. Os principais recursos utilizados dentro desse campo são:


– afixos (principalmente sufixos aumentativos e diminutivos)


– onomatopeias


– abreviações


– combinações


– neologismos


– estrangeirismos


– substantivação


– adjetivação


Estilística fônica

A estilística fônica preocupa-se com a sonoridade do texto, a fim de produzir determinados efeitos. Os principais recursos utilizados dentro desse campo são as figuras de som:


– aliteração


– assonância


– paranomásia (ou paronomásia)


– onomatopeia


– paralelismo


Licença poética x vício de linguagem

Na literatura, a licença poética consiste na liberdade do escritor de transgredir a norma culta para transmitir mais facilmente o que deseja. Nesse caso, portanto, não se trata de desvios linguísticos, como os vícios de linguagem, mas, sim, de recurso estilístico.


Os principais vícios de linguagem que são utilizados como recursos estilísticos são:


– ambiguidade: quando apresenta duplo sentido proposital;


– arcaísmo: recurso para recriar a atmosfera de uma época;


– preciosismo: marca a linguagem rebuscada de algum personagem, muito conhecido como falar difícil;


– plebeísmo: marca o linguajar vulgar de algum personagem, como gírias, clichês e expressões populares;


– estrangeirismo: cria um cenário globalizado e tecnológico ou caracteriza algum personagem.

Substantivo - conceito, classificação, flexão e funções

 O substantivo é a classe gramatical que utilizamos para designar ou nomear os seres e as ações em geral.


De acordo com Celso Cunha e Cintra, os substantivos podem ser:


os nomes de pessoas, de lugares, de instituições, de um gênero, de uma espécie ou de um de seus representantes (ex: homem, cidade, Senado, animal, cavalo, Maria, Lisboa, etc.);

os nomes de noções, ações, estados e qualidades – quando tomados como seres (ex: justiça, colheita, velhice, otimismo, doçura, limpeza, opinião, etc.).

Neste artigo, vamos detalhar as classificações, as flexões e as funções dessa classe gramatical. Vejamos!


Classificação

Os substantivos podem ser classificados em:


Comuns e próprios;

Concretos e abstratos;

Coletivos;

Epicenos, sobrecomuns e comuns de dois gêneros;

Simples e compostos;

Primitivos e derivados.

Flexão do substantivo

O substantivo é uma classe gramatical variável. Isso significa que os substantivos, em geral, apresentam flexão de número (singular x plural), de gênero (masculino x feminino) e grau (aumentativo x diminutivo).


Exemplos de flexão de número


Carro – Carros;

Margem – Margens;

Gravidez – Gravidezes;

Palavra-chave – Palavras-chave ou Palavras-chaves;

Guarda-roupa – Guarda-roupas.

Exemplos de flexão de gênero


Homem – Mulher;

Cão – Cadela;

Aluno – Aluna;

Professor – Professora;

Padrinho – Madrinha;

Cidadão – Cidadã.

Exemplos de flexão de grau


Nariz – Narigão;

Homem – Homenzarrão;

Mulher – Mulherão;

Caixa – Caixinha;

Rio – Riozinho;

Folha – Folheto.

Funções do substantivo

De acordo com Cunha e Cintra, o substantivo pode exercer diferentes funções. Vejamos as principais.


Funções sintáticas do substantivo

Sintaticamente, o substantivo pode aparecer na oração como:


Sujeito: Marcos saiu de casa apressado.

Predicativo do sujeito: Ele não é mais prefeito da cidade.

Predicativo do objeto direto: De toda parte, aclamavam-no herói. (R. Pompéia)

Predicativo do objeto indireto: Eram capazes de me chamar sacristão. (F.Namora)

Objeto direto: Paulo lavou o carro.

Objeto indireto: Eu entreguei o presente às crianças.

Complemento nominal: O ataque ao Iraque foi devastador.

Adjunto adverbial: De São Paulo, voltamos ao Rio.

Agente da passiva: O carro foi lavado por Paulo.

Aposto: Eles chegaram ao Rio de Janeiro, a cidade maravilhosa.

Vocativo: Deus, ajude-me a sair desta situação.

Adjunto adnominal: Ele tinha uma vontade de ferro.

Substantivo como caracterizador de um adjetivo

Quando se referem a cores, os adjetivos podem ser modificados por um substantivo que defina melhor sua tonalidade ou seus matizes.


Ex: amarelo-canário, branco-gelo, roxo-batata, azul-petróleo.


Substantivo como núcleo de frases sem verbo

Nas frases nominais, aquelas que não possuem verbos, o núcleo é sempre representado por um substantivo. Isso ocorre, por exemplo:


Nas exclamações: Ó minha amada, que olhos mais belos.

Nas indicações sumárias: Fim de tarde, início de noite.

Em títulos: Amanhã, duelo de Corinthians e São Paulo em Itaquera.

Substantivos comuns

Os substantivos comuns, segundo Celso Cunha e Cintra, são aqueles que designam a totalidade dos seres de uma espécie (animais, pessoas, lugares, fenômenos, frutas, plantas, etc.). Eles fazem a chamada designação genérica.


Esses termos devem sempre ser grafados com letra minúscula, exceto em início de frases. Vejamos alguns exemplos de substantivos comuns:


ex: homem, país, cidade, homem, bairro, maçã, vaca, cachorro, mulher, menino, árvore, capim, chuva, sol.


Substantivos próprios

Os substantivos próprios, de acordo com Cunha e Cintra, são os que designam um indivíduo específico de uma determinada espécie. Eles fazem a chamada designação específica e têm o papel de particularizar determinado ser, distinguindo-o do grupo.


Esses termos devem ser sempre escritos com letra maiúscula. Eles se dividem, principalmente, nos seguintes grupos:


Nomes de pessoas: Alice, Marcos, Joana, Rafael, etc.

Nomes de entidades e instituições: Ministério da Educação, Organização das Nações Unidas, Estação Primeira de Mangueira, etc.

Nome de lugares: Brasília, Congo, São Paulo, Paris, Alemanha, etc.

Nome de continentes, planetas e oceanos: África, Marte, oceano Índico, Europa, etc.

Esses substantivos são chamados de próprios, porque se aplicam a uma determinada pessoa, localidade ou entidade.

1) Concretos

De acordo com Celso Cunha e Lindley Cintra, chamam-se concretos os termos que designam os seres propriamente ditos. De forma simplificada, esse grupo indica as coisas que conseguimos ver no mundo real.


Exemplos de substantivos concretos

a) Nome de pessoas: Pedro, Maria, José;


b) Nome de lugares: cidade, Lisboa, Brasil, Avenida Paulista;


c) Nome de instituições: Senado, fórum, igreja;


d) Nomes de gênero: plantas, animais, fungos;


e) Nome de espécies: cedro, cavalo, cachorro;


f) Nome de objetos: mesa, cadeira, geladeira, micro-ondas.


g) Nome de frutas: maçã, abacaxi, mamão.


2) Abstratos

Cunha e Cintra explicam que os abstratos são aqueles substantivos que designam noções, estados, qualidades, ações e sentimentos.


Exemplos de substantivos abstratos

a) Sentimentos: raiva, felicidade, tristeza;


b) Estados: riqueza, pobreza, gravidez, cansaço;


c) Noções: altura, largura, dimensão, comprimento;


d) Qualidades: bondade, doçura, esperteza;


e) Ações: transporte, corrida, giro, investimento.

Epiceno

Substantivo epiceno é o que possui apenas um gênero. Em geral, refere-se a animais. A distinção dá-se pelo designação macho ou fêmea.ex¹: O jacaré macho x O jacaré fêmea (sempre no masculino);ex²: A cobra macho x A cobra fêmea (sempre no feminino);ex³: A onça macho x A onça fêmea (sempre no feminino).

Exemplos de animais epicenos

Os gramáticos Celso Cunho e Lindley Cintra enumeram alguns nomes de animais que são indicados por substantivos epicenos:a) Femininos: a águia, a formiga, a baleia, a borboleta, a mosca, a pulga, a sardinha.b) Masculinos: o besouro, o condor, o crocodilo, o gavião, o polvo, o rouxinol, o tatu.

Sobrecomum

De acordo com Cunha e Cintra, substantivos sobrecomuns são aqueles cujo gênero é o mesmo para ambos os sexos.ex¹: Marcelo era uma testemunha do processo.ex²: Marina era uma testemunha do processo.

Exemplos de substantivos sobrecomuns

Os gramáticos elencam outros termos que têm essa classificação:

o algoz;

o apóstolo;

o carrasco;

o cônjuge;

o indivíduo;

o verdugo;

a criança;

a criatura;

a pessoa;

a testemunha;

a vítima;

o boia-fria.

Comum de dois de gêneros

O substantivo comum de dois gêneros é aquele em que a distinção de gênero é feita somente pelo determinante (artigo, numeral, pronome ou adjetivo).ex¹: O cliente sempre voltava ao restaurante por causa do ótimo atendimento.ex²: A cliente saiu insatisfeita com o serviço da loja.

Exemplos de substantivos comum de dois gêneros

Cunha e Cintra enumeram alguns casos de substantivos que seguem essa classificação:

o agente – a agente;

o artista – a artista;

o assistente - a assistente;

o camarada – a camarada;

o colega – a colega;

o colegial – a colegial;

o compatriota – a compatriota;

o dentista – a dentista;

o estudante – a estudante;

o gerente – a gerente;

o herege – a herege;

o imigrante – a imigrante;

o indígena – a indígena;

o intérprete –  a intérprete;

o jovem – a jovem;

o jornalista – a jornalista;

o mártir – a mártir;

o patriota - a patriota;

o repórter - a repórter;

o selvagem – a selvagem;

o servente – a servente;

o suicida – a suicida.

De acordo com os gramáticos, todos os substantivos e adjetivos derivados de termos comuns de dois gêneros, também terão essa mesma classificação.

A personagem x O personagem

Cunha e Cintra explicam que “o personagem” e “a personagem” podem ser usados, indiferentemente, para se referir a um homem ou uma mulher.ex1: Chicó é uma personagem do Auto da Compadecida.ex2: Chicó é um personagem do Auto da Compadecida

Primitivos

Os substantivos primitivos são aqueles que não derivam de outra palavra. Eles dão origem a outros termos.ex: pedra, vidro, madeira, tarde.

Derivados

Os substantivos derivados são os que nascem de outros.ex: pedreira, vidraça, madeireiro, entardecer.Esses termos tem origem em um processo de formação de palavras chamado derivação.

5 tipos de derivação

Existem cinco tipos de derivação que podem dar origem aos substantivos derivados. Vejamos.

Derivação prefixal: nesse processo, acrescenta-se um prefixo a uma palavra já existente (Desnecessário = des- + necessário);

Derivação sufixal: nesse processo, acrescenta-se um sufixo a uma palavra já existente (Rapidamente = rápido + -mente) .

Derivação parassintética: nesse processo, temos o acréscimo de prefixo e sufixo ao mesmo tempo (entardecer = en- + tarde + -cer).

Não confunda com a derivação prefixal e sufixal, em que o acréscimo não é simultâneo (infelicidade - existem infeliz e felicidade).

Derivação regressiva: é aquela que forma substantivos abstratos a partir de um verbo – os chamados deverbais. Nesse processo, há a retirada de uma ou mais letras (Caça = caçar – r).

Derivação imprópria: é um processo de formação de palavras que consiste na mudança da classe gramatical de determinado termo (ex: usar o adjetivo “independente” no lugar do advérbio “independentemente”).

Verbo - tudo sobre essa classe gramatical

 Verbo é uma palavra que exprime ação, fenômeno natural, estado, mudança de estado ou um fato. Também é uma classe gramatical que varia em modo, tempo, número e pessoa. Veja alguns exemplos:


– O menino joga bola como um profissional. (ação / fato – presente)


– Trovejou demais durante a viagem. (fenômeno natural – passado)


– Estou feliz por você. (estado – passado)


Estrutura do verbo

Do ponto de vista morfológico, o verbo apresenta os seguintes elementos:


1. Radical: é a base do verbo, parte invariável que contém o sentido que ele carrega. Identificamos esta parte apenas retirando as terminações –ar, –er ou –ir do infinitivo.


and-ar corr-er emit-ir


2. Vogal temática: é a vogal que se junta ao radical, indicando a qual conjugação o verbo pertence.


-a- (indica verbos da primeira conjugação): and-a-r


-e- (indica verbos da segunda conjugação): corr-e-r


-i- (indica verbos da terceira conjugação): emit-i-r


Importante: verbos terminados em –or, como pôr e seus derivados como propor, expor, depor, impor, compor, repor, decompor etc., são de segunda conjugação. No português arcaico, esse verbo era poer e tinha o –e– como vogal temática, porém essa letra desapareceu da palavra com o passar do tempo.


3. Tema: é a junção do radical + vogal temática.


anda-mos corre-rei emiti-u


4. Desinências modo-temporais: parte variável do verbo que se anexa ao radical e à vogal temática para indicar o modo e o tempo a que ele pertence.


anda-va: indica o pretérito imperfeito do indicativo


corre-sse: indica o pretérito imperfeito do subjuntivo


emitir-ei: indica o futuro do presente do indicativo


5. Desinências número-pessoais: parte variável do verbo que se anexa ao radical e à vogal temática para indicar o número e a pessoa do discurso a que ele faz referência.


and-o: 1ª pessoa do singular – eu


corre-s: 2ª pessoa do singular – tu


emiti-mos: 1ª pessoa do plural – nós


Formas rizotônicas e arrizotônicas

Chamamos de rizotônicas as formas verbais que apresentam a vogal da sílaba tônica no radical:


am-o com-es part-o


Chamamos de arrizotônicas as formas verbais que apresentam a vogal da sílaba tônica na desinência:


am-ava com-esse part-isse


Flexões do verbo

O verbo é a classe gramatical com mais flexões: número, pessoa, modo e tempo. 


1. Número: o verbo varia em singular e plural para concordar com o sujeito a que se refere.


– A roupa está molhada. (singular)


– As roupas estão molhadas. (plural)


2. Pessoa: o verbo varia em primeira, segunda e terceira pessoa do discurso, indicando assim o emissor, o receptor e o referente.


Singular:


1ª pessoa – Eu amo.


2ª pessoa – Tu amas.


3ª pessoa – Ele(a) ama.


Plural:


1ª pessoa – Nós amamos.


2ª pessoa – Vós amais.


3ª pessoa – Eles(as) amam.


3. Modo: o verbo se conjuga no indicativo, no subjuntivo e no imperativo devido às diferentes maneiras de um fato se realizar.


Modo indicativo – exprime certeza, afirmação, convicção.


– Meus filhos estudam todos os dias em casa.


Modo subjuntivo – exprime hipótese, condição, incerteza, possibilidade.


– Pedi para que meus filhos estudassem todos os dias em casa.


Modo imperativo – exprime ordem, pedido, conselho, súplica, convite, recomendação, proibição.


– Filhos, estudem todos os dias em casa!


4. Tempo: o verbo varia em presente, pretérito (passado) e futuro para indicar o momento em que se dá o fato por ele expresso.


Tempos do modo indicativo: presente, pretérito perfeito, pretérito imperfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro do presente e futuro do pretérito (antigo condicional).



Tempos do modo subjuntivo: presente, imperfeito e futuro.



Tempos do modo imperativo: afirmativo e negativo.



Formas nominais do verbo

As formas nominais do verbo são formas verbais que se comportam como nomes (substantivo, adjetivo ou advérbio) em alguns contextos e não apresentam flexão de tempo e modo.


1. Infinitivo: 


a) impessoal: verbo terminado em –r. Pode apresentar valor de substantivo.


– É proibido fumar neste local.


b) pessoal: verbo conjugado em uma das pessoas do discurso.


– É bom (tu) cantares mais baixo neste horário.


2. Gerúndio: verbo terminado em –ndo. Pode apresentar valor de advérbio ou adjetivo, exceto quando está em uma locução verbal.


– O bêbado andava cambaleando pela rua.


3. Particípio: verbo terminado em –do, normalmente. Pode apresentar valor de adjetivo, exceto quando forma tempo composto. Flexiona em gênero, número e grau.


– Somos pessoas honradas.


Classificação dos verbos

1. Regulares: apresentam o mesmo radical em todos os tempos e modos, além de as desinências seguirem um paradigma (modelo) nas três conjugações (-ar, -er, -ir).


– eu amo, tu amas, ele ama…


– eu vendo, tu vendes, ele vende…


– eu parto, tu partes, ele parte…


2. Irregulares: quando o radical e/ou as desinências se alteram e não seguem o paradigma da conjugação a que pertencem.


Querer: radical quer-


– eu quis, tu quiseste, ele quis…


3. Anômalos: apresentam mais de um radical diferente. É o caso dos verbos ser e ir, apenas.


– eu sou, tu és… eu fui…eu era… (que) eu seja… (se) eu fosse…


4. Defectivos: não apresentam conjugação completa, como os verbos computar, falir, adequar, precaver, reaver, ressarcir, colorir, abolir, explodir, extorquir, demolir etc.


Pessoa Presente do Indicativo

Eu

Tu

Ele(a)

Nós falimos

Vós falis

Eles(as)

Existem outros dois tipos secundários. Os impessoais são aqueles que não possuem sujeito. Esse grupo é formado pelos verbos que indicam fenômenos da natureza, do verbo “haver” no sentido de existir, acontecer e realizar-se e do verbo “fazer” no sentido de tempo decorrido. Os unipessoais são aqueles que indicam a voz dos animais, acontecimento, necessidade ou urgência. Eles normalmente ficam na terceira pessoa — do singular ou do plural. 

5. Abundantes: apresentam mais de uma forma na mesma parte da conjugação.


Comprazer (pretérito perfeito do indicativo):


– Eu comprouve ou eu comprazi.


Ocorre, na maioria das vezes, no particípio:


– pago e pagado


– aceito e aceitado


– frito e fritado


6. Pronominais: conjugam-se acompanhados de pronomes oblíquos.


– queixar-se, arrepender-se, atrever-se, candidatar-se, esforçar-se, etc.

Podem ser essencialmente pronominais - só podem ser conjugados com pronome ou eventualmente pronominais - podem ou não ser conjugados com pronome.

Vozes verbais são as relações do verbo com seu sujeito. Por essa razão, não há voz verbal em orações sem sujeito.


São três as vozes verbais: ativa, passiva e reflexiva. 


Voz ativa

Ocorre voz ativa quando o verbo (ou locução verbal) indica que o sujeito a que se refere é o agente da ação. Ou seja, a ação é praticada pelo sujeito.


Exemplos de voz ativa:


– A mãe chamou o filho.


– Um tsunami destruiu aquele país.


– O funcionário resolveu todas as pendências do dia.


– Eu escrevo o livro.


Voz passiva

Ocorre voz passiva quando o verbo (ou locução verbal) indica que o sujeito sofre a ação expressa pelo verbo. Nesse caso, diz-se que o sujeito é paciente da ação verbal.


Existem dois processos de voz passiva: 


a) Voz passiva analítica: é a locução verbal formada por ser/estar/ficar + outro verbo no particípio.


Exemplos de voz passiva analítica:


– O filho foi chamado pela mãe.


– Aquele país foi destruído por um tsunami.


– As pendências do dia foram resolvidas pelo funcionário.


– O livro é escrito por mim.


b) Voz passiva sintética (ou pronominal): é formada por um verbo transitivo direto ou transitivo direto e indireto na 3ª pessoa do singular ou do plural + pronome apassivador se.


Exemplos de voz passiva sintética:


– Formou-se uma grande fila na entrada do cinema.


– Formaram-se grandes filas na entrada do cinema.


– Apresentou-se o resultado da eleição. 


– Apresentaram-se os resultados das eleições.


Voz reflexiva

Uma das vozes verbais é a voz reflexiva. Ela ocorre quando o verbo indica que o sujeito pratica e sofre a ação verbal simultaneamente. Nesse caso, os verbos são sempre transitivos diretos ou transitivos diretos e indiretos e estão sempre acompanhados de um pronome pessoal oblíquo da mesma pessoa do sujeito a que se refere, possuindo o valor de a si mesmo(a).


Na voz reflexiva, o sujeito é agente e paciente ao mesmo tempo.


Exemplos de voz reflexiva:


– O jogador feriu-se em campo. (feriu a si mesmo)


– Eu me arrumo muito bem. (arruma a si mesmo)


– O empreendedor se deu o direito de tirar férias. (deu a si mesmo)


– A jovem se maquiou lindamente. (maquiou a si mesma)


Há ainda outro tipo de voz reflexiva que se chama voz reflexiva recíproca.


a) Voz reflexiva recíproca: ocorre quando há dois ou mais seres praticando a mesma ação verbal e essa ação é mútua entre eles. Ou seja, esses seres praticam a ação verbal uns nos outros.


Na voz reflexiva recíproca, o verbo se encontra no plural, normalmente, e vem acompanhado dos pronomes oblíquos átonos com valor reflexivo recíproco (se, nos, vos). Nesse caso, esses pronomes equivalem a um ao outro, uns aos outros.


– Os rivais encaravam-se raivosos. (olhavam uns aos outros)


– Eles se amam fortemente! (amam uns aos outros)


– Nós nos cumprimentamos felizes demais! (cumprimentaram uns aos outros)


– Espero que vós vos faleis novamente. (falem uns aos outros)


Conversão da voz ativa para voz passiva e vice-versa

Em alguns casos, é possível converter a voz ativa para a voz passiva, ainda que algumas mudanças sejam necessárias, mas em outros casos não.


1. Conversão da voz ativa para voz passiva analítica:


– O sujeito da voz ativa se transforma em agente da passiva.


– O objeto direto da voz ativa se transforma em sujeito da voz passiva.


– O verbo transitivo da voz ativa se transforma em locução verbal.


Voz ativa: O CEO alterou o logotipo da empresa.


Voz passiva analítica: O logotipo da empresa foi alterado pelo CEO.


2. Conversão da voz ativa na voz passiva sintética:


– O objeto direto da voz ativa se transforma em sujeito da passiva.


– O sujeito da voz ativa se transforma em partícula apassivadora se.


Voz ativa: O CEO alterou o logotipo da empresa.


Voz passiva sintética: Alterou-se o logotipo da empresa.

Voz passiva é uma forma verbal, enquanto passividade é ideia. Em alguns casos, pode ocorrer voz ativa embora o sujeito tenha sofrido a ação.

Em outros, pode haver reflexividade sem que haja voz reflexiva.

Os verbos chamar-se, batizar-se, operar-se (no sentido cirúrgico) e vacinar-se são considerados passivos.

A palavra passivo tem a mesma raiz latina de paixão, com o significado de sofrimento (Paixão de Cristo). Daí a voz passiva como aquela que expressa a ação sofrida pelo sujeito.

Menu - TV AOC

 AOC TV - Menu:

Imagem

Predefinição - seleciona os modos de imagem: Relaxar, Cinema, Normal, Dinâmico e Pessoal. Apenas no modo Pessoal é possível fazer ajustes

Contraste - ajusta o contraste

Brilho - ajusta o brilho

Cor - ajusta a saturação da cor

Nitidez - ajusta a nitidez

Matiz - ajusta a tonalidade

Luz de Fundo - ajusta a intensidade da luz

Redução de Ruído - reduz o ruído da imagem, geralmente chamado de neve

Redução de Ruído MPEG - reduz o ruído em vídeos

Alto Contraste - ajusta automaticamente o contraste

Temperatura de Cor - seleciona o tom da cor

Áudio

Predefinição - seleciona os modos de áudio: Normal, Música, Esportes, Jogos, Cinema, Notícias, Intenso e Usuário. Apenas no modo Usuário é possível fazer ajustes usando o Equalizador

Balanço - ajusta o equilíbrio entre os alto-falantes direito e esquerdo

Graves - ajusta os sons de alta frequência

Agudos - ajusta os sons de baixa frequência

Equalizador - ajusta manualmente as frequências. Disponível apenas no modo Usuário

Auto Volume - reduz as diferenças de volume entre canais

Alto-Falante - seleciona o alto-falante: TV ou externo / amplificador

Surround - experimenta o som surround do tipo sala de cinema ou de concerto e enfatiza a voz enquanto mantém o nível de som

MTS - seleciona o som estéreo, se disponível

SAP - ativa o som SAP, se disponível

TV

Antena - seleciona o sistema de transmissão: ar / cabo

Sistema de Cor - seleciona a codificação de cores: Auto (automático), PAL-M, PAL-N ou NTSC. Disponível apenas para canais analógicos

Auto Programação - busca e memoriza automaticamente os canais ativos de sua região

Adicionar / Apagar - adiciona ou exclui canais

Nomear Canais - atribui um nome personalizado ao canal. Disponível apenas para canais analógicos

Sintonia Fina - efetua um ajuste fino de sintonia, para melhorar a qualidade do sinal. Disponível apenas para canais analógicos

Medidor de Sinal - mostra a qualidade e a intensidade do sinal. Disponível apenas para canais digitais

EPG - exibe informações sobre a programação. Disponível apenas para canais digitais

Ajuste

Idioma - seleciona o idioma dos menus e telas OSD

Closed Caption - seleciona o modo de legenda e tela de texto, se disponível

Relógio - ajusta o horário

Timer - programa o tempo para ligar e desligar a TV automaticamente em uma hora determinada

Sleep Timer - define o tempo para a TV desligar automaticamente em um período específico

Transparência - ajusta a transparência do menu

Tamanho da Imagem - seleciona o formato de tela

Economia de Energia - ajusta o brilho da TV para reduzir o consumo de energia

Tela Azul - elimina os chiados e chuviscos característicos de canais fora do ar

Logotipo de Abertura - exibe o logotipo da AOC quando a TV é ligada

Modo Game - otimiza a TV para videogames

Modo Futebol - otimiza a TV para eventos esportivos

Demo - apresenta na tela uma breve demonstração dos recursos e configurações da TV

Limitador de Volume - configura o volume máximo para todos os canais

Redefinir - restaura todas as configurações aos valores de fábrica

Pais

Sintonia Automática - bloqueia o acesso à sintonia automática

Alterar Senha - altera a senha de acesso ao menu de bloqueio

Bloquear Canal - bloqueia canais específicos

Bloquear Teclado - bloqueia as teclas do painel frontal, permitindo que a TV seja controlada apenas pelo controle remoto

Faixa Etária - bloqueia programas baseados na classificação indicativa. Disponível apenas para o Brasil

Restaurar - restaura todos os níveis de bloqueio para a posição 'desbloqueado'

Mídia

Meus Arquivos de Mídia - exibe as fotos e músicas

Vídeos do YouTube - acessa o YouTube

Agenda de Gravações - exibe as gravações agendadas

Programas Gravados - dá acesso aos programas já gravados

segunda-feira, 30 de maio de 2022

O que é morfologia?

 Morfologia é a parte da gramática que estuda a forma dos vocábulos.  Para isso, ela ocupa-se da estrutura e do processo de formação das palavras, além de dividi-las em dez classes gramaticais conforme as semelhanças morfológicas que apresentam.


Uma análise morfológica, portanto, é aquela que analisa a palavra de forma isolada, sem que haja, necessariamente, um contexto.


Estrutura das palavras

As palavras são formadas por vários elementos denominados morfemas, que são a menor parte significativa que constitui uma palavra. Esse é um dos campos da morfologia.


Os morfemas se dividem em:


1. Radical: elemento que contém o sentido básico da palavra. Não pode ser decomposto em unidades menores e é responsável pela formação de novas palavras. Também é chamado de semantema ou lexema.


Exemplo: o radical ferr– forma as palavras: ferro, ferreiro, ferrugem, ferragem, ferroso, etc.


2. Afixo: elemento que se une ao radical para formar novas palavras. Os afixos são:


a) prefixo: é o afixo que vem antes do radical. Exemplos:


anti-: antibiótico, anti-inflamatório, antivírus…


contra-: contra-ataque, contradizer, contraindicado…


b) sufixo: é o afixo que vem após o radical. Exemplos:


-inho: copinho, amiguinho, filminho…


-ote: filhote, serrote, velhote…


3. Desinência: elemento que se une ao radical para indicar as flexões gramaticais.


a) desinência nominal: indicam as flexões de gênero e número nos nomes. As desinências nominais são:


-o (masculino): aluno, menino, gato…


-a (feminino): aluna, menina, gata…


-s (plural): alunos, alunas, meninos, meninas, gatos, gatas…


b) verbal:  indicam as flexões de modo, tempo, número e pessoa nos verbos. As desinências verbais são:


– desinências modo-temporais: marcam os modos indicativo, subjuntivo e imperativo; marcam os tempos presente, pretérito e futuro.


– desinências número-pessoais: marcam as pessoas do discurso no singular e no plural.


Exemplos:


– falo (presente do indicativo e primeira pessoa do singular);


– falassem (pretérito imperfeito do subjuntivo e terceira pessoa do plural);


– falávamos (pretérito imperfeito do indicativo e primeira pessoa do plural).


4. Vogal temática: elemento que une o radical às desinências ou aos sufixos.


a) vogal temática nominal: vem após o radical dos nomes sem indicar gênero.


b) vogal temática verbal: vem após o radical para caracterizar as três conjugações verbais.


-a- (1ª conjugação): cant-a-r, cant-a-rei, cant-a-mos…


-e- (2ª conjugação): prend-e-r, prend-e-sse, prend-e-mos…


-i- (3ª conjugação): part-i-r, part-i-mos, part-i-remos…


Vogal e consoante de ligação: elemento cujo objetivo é tornar a palavra mais eufônica. Não é morfema, pois não carrega sentido algum. Exemplos:


– silv-í-cola


– gas-ô-metro


– saci-z-inho


Processo de formação de palavras

Esta é a parte da morfologia que trata dos diversos modos como as palavras se formam. Os processos de formação de palavras são:


1. Derivação: é o processo que acrescenta afixos ao radical. Os tipos de derivação são:


a) prefixal: junção de um prefixo ao radical.


Exemplo: super- + homem = super-homem


b) sufixal: junção de um sufixo ao radical.


Exemplo: pincel + -ada = pincelada


c) parassintética: junção de um prefixo e um sufixo ao radical.


Exemplo: a + noite + ecer = anoitecer


Para que ocorra parassíntese, o prefixo e o sufixo devem se juntar simultaneamente: enlouquecer (não existem enlouco nem louquecer), inovar (não existem inovo nem novar).

Em desigualdade e injustiça, desigual e igualdade, injusto e justiça existem na língua. Neste caso, ocorreu derivação prefixal e sufixal.


d) regressiva: quando um verbo na forma infinitiva que indica ação serve de base para a formação de um substantivo abstrato.


Exemplo: atrasar > atraso


e) imprópria: quando a palavra muda sua classe gramatical ao mudar de contexto.


Exemplo: Desafio monstro. (substantivo convertido em adjetivo)


2. Composição: é o processo constituído por dois ou mais radicais. Os tipos de composição são:


a) por justaposição: não há perda de elementos estruturais e fonéticos nos radicais.


Exemplo: roda+pé = rodapé


b) por aglutinação: há perda de pelo menos um dos elementos estruturais e fonéticos nos radicais.


Exemplo: plano + alto = planalto


3. Hibridismo: é o processo que une morfemas de línguas diferentes.


Exemplo: socio (latim) + logia (grego) = sociologia


4. Onomatopeia: é o processo que forma palavras que reproduzem sons de pessoas, animais ou objetos.


Exemplo: zum-zum (som de um zumbido)


5. Sigla: é o processo que utiliza as letras iniciais de uma palavra para denominar um título, uma organização, associação etc.


Exemplo: ONU (Organização das Nações Unidas)


6. Abreviação vocabular ou redução: é o processo que utiliza parte de uma palavra no lugar de sua totalidade.


Exemplo: fotografia > foto


7. Palavra-valise ou amálgama: fusão de duas ou mais palavras, uma perdendo a parte final e outra perdendo a parte inicial.


Exemplo: informação + comercial = infomercial.


8. Neologismo: criação de uma palavra ou expressão ou atribuição de um novo sentido a uma palavra já existente.


Exemplo: escanear / zebra (resultado inesperado)


9. Estrangeirismo: introduz palavras de outros idiomas na língua portuguesa, muitas vezes incorporadas ao nosso vocabulário.


Exemplo: videogame / futebol


Classes gramaticais

As palavras da língua portuguesa se agrupam em classes gramaticais conforme suas formas e funções. A morfologia também tem como função estudar essa temática.


As classes gramaticais são dez:


1. Substantivo: é a palavra que nomeia tudo o que existe ou o que imaginamos existir. 


2. Adjetivo: é a palavra que caracteriza um substantivo (normalmente), pronome, numeral ou oração substantiva.


3. Artigo: é a palavra que antecede o substantivo para o definir ou indefinir, particularizando-o de alguma forma.


4. Numeral: é a palavra que acompanha ou substitui o substantivo, dando a ele noção de quantidade, ordem, multiplicação ou divisão.


5. Pronome: é uma palavra que acompanha, retoma ou substitui o substantivo e possui vários sentidos.


6. Verbo: é a palavra que situa no tempo ações (correr, trabalhar), estados (ser, estar), mudanças de estado (tornar, ficar, virar) ou fenômenos da natureza (ventar, chover, trovejar).


7. Advérbio: é um modificador de sentido do verbo, do adjetivo, de outro advérbio ou de uma oração inteira.


8. Preposição: é um conectivo exigido pela sentença devido ao sentido ou à regência nominal ou verbal.


9. Conjunção: é um conectivo que tem por função ligar elementos de mesma natureza em uma sentença.


10. Interjeição: é uma palavra ou grupo de palavras que expressa um estado emotivo momentâneo.


Quanto à flexão, as classes de palavras se dividem em variáveis e invariáveis:


a) Variáveis – são as palavras que variam em:


gênero, número e grau: substantivo e adjetivo;

gênero e número: artigo e numeral;

gênero, número e pessoa: pronome;

número, pessoa, modo, tempo e voz: verbo.

b) Invariáveis – são as palavras que não apresentam flexões: advérbio, preposição, conjunção e interjeição.

Há também as palavras denotativas, que se assemelham a advérbios, mas não possuem uma classe gramatical específica, segundo a NGB.

Interjeição - o que é

 CUIDADO! O termo anterior é uma interjeição. Trata-se de uma classe gramatical utilizada para expressar emoções. A classificação de cada uma, como explicam Celso Cunha e Cintra, depende fundamentalmente do contexto e da entonação.

Flexão

As interjeições são expressões invariáveis, ou seja, não possuem flexão de número (singular x plural), de gênero (masculino x feminino), de grau (aumentativo x diminutivo, comparativo x superlativo), de pessoa (1ª, 2ª e 3ª), de tempo (presente, pretérito e futuro), de modo (indicativo, subjuntivo e imperativo) nem de voz (ativa, passiva e reflexiva). Quando são compostas por mais de uma palavra, formam as chamadas locuções interjectivas.ex: Ora, bolas!; ai de mim!; valha-me Deus!.É importante destacar também que as interjeições não possuem função sintática, sendo apenas um elemento estilístico (ênfase, expressividade)

Classificações

A interjeição apresenta as seguintes classificações:a) De alegria: Ah!, Oh!, Oba!, Viva!, Gol!ex: Oba! Já é sexta-feira!b) De animação: vamos! força! coragem!ex: Força! Estamos quase terminando.c) De aplauso: Bravo!, Viva!, Muito bem, Parabéns!, Ótimo!ex: Bravo! Esse espetáculo é para aplaudir de pé!d) De desejo: Tomara!, Oxalá!, Quem me dera!ex: Oxalá tudo termine bem!e) De dor: Ai!, Ui!ex: Ai! Acabei de topar com dedo no sofá.f) De espanto ou supresa: Puxa!, Ué?; Ixi!, Puxa vida!, Nossa!, Meu Deus!, Uai!ex: Ué? Cadê aquele pacote que deixei aqui ontem?g) De impaciência: Hum!, Hem, Diabo!, Raios!, Pô!, Arre!ex: Hum! Fale logo que eu estou sem tempo.h) De invocação: Alô!, Ô!, Olá!, Psiu!, Psit! Ei!ex: Vi uma moça na rua e disse: “Ei! Você sabe onde fica a rua Augusta?”i) De silêncio: psiu!, silêncio!Silêncio! – bradou o juiz.j) De suspensão: Alto lá!, Basta!, Chega!, Não mais!, Stop!ex: Basta! Não aguento mais suas mentiras.l) De terror: Ui!, Uh!, Credo!, Cruzes!, Jesus!, Ai meu Deus!ex: Ai meu Deus! Ouvi um barulho esquisito lá fora.Agora você já o que é e quais as classificações da interjeição. Vale dizer que, via de regra, ela é acompanhada na escrita pelo ponto de exclamação

Conjunção - conceito, classificação, função e exemplos

 Conjunção é uma palavra ou expressão responsável por ligar orações ou termos semelhantes da mesma oração. Observe os exemplos:


– Você quer carne ou massa? (conjunção ou liga os substantivos carne e massa)


– Leia o texto e faça o exercício. (conjunção e liga duas orações)


Esta classe gramatical é invariável, ou seja, não flexiona em gênero, número e grau, e também não desempenha função sintática. Do ponto de vista semântico, com exceção das conjunções integrantes, cada conjunção traz embutida um sentido, em alguns casos, até mais de um. 


Classificação das conjunções

Existem dois tipos de conjunção: coordenativas e subordinativas.


As conjunções coordenativas ligam termos ou orações com a mesma função sintática. As orações ligadas por essas conjunções são chamadas de coordenadas.


Por outro lado, as conjunções subordinativas ligam orações sintaticamente dependentes, as quais chamamos de orações subordinadas.


Locuções conjuntivas

Locução conjuntiva é o conjunto de palavras que possui o mesmo valor de uma conjunção. Exemplos:


por isso

não obstante

por conseguinte

visto que

desde que

ainda que

por mais que

à medida que

à proporção que

logo que

a fim de que

de modo que

De acordo com o sentido de cada conjunção ou locução conjuntiva, elas se dividem em subcategorias. Vejamos todas a seguir.


Conjunções coordenativas

1. Conjunções aditivas: exprimem ideia de soma, adição, acréscimo.


e

nem (= e não)

mas também, bem como, como também, assim como, mas ainda (depois de não só)

nem… nem

tanto… quanto

tanto… como

tampouco

– Ela estuda e trabalha.


– Não sou bilíngue, tampouco estudo outro idioma.


Importante: é normal que a conjunção e tenha valor adversativo ou conclusivo em alguns contextos. Exemplos:


– Saímos cedo, e chegamos atrasados. (e = mas)


– Atinja a sua meta, e será recompensado. (e = de modo que)


2. Conjunções adversativas: exprimem ideia de oposição, adversidade.


mas

porém

contudo

entretanto

todavia

no entanto

não obstante

senão (= mas sim)

– Não faz dieta, mas quer emagrecer.


– Meu pai é rico, todavia é avarento.


3. Conjunções alternativas: exprimem ideia de alternância, inclusão, exclusão e escolha.


ou (repetido ou não)

ora, já, quer, seja (repetidos)

umas vezes… outras vezes

– Respeite os demais ou retire-se.


– Seja nos estudos, seja no trabalho, ele sempre se destaca.


4. Conjunções conclusivas: exprimem ideia de conclusão ou consequência.


logo

então

assim

por isso

portanto

por conseguinte

pois (= portanto)

– A previsão é de chuva, por isso trouxe a sombrinha.


– A candidata chegou atrasada para a entrevista de emprego; terá, pois, desvantagem em relação aos demais.


5. Conjunções explicativas: exprimem ideia de explicação, justificativa.


que

porque

porquanto

pois (antes do verbo)

– Compre o vestido, pois o preço está ótimo.


– Tenha paciência, que valerá a pena o esforço.


Conjunções subordinativas

1. Conjunções integrantes: as únicas que não trazem embutidas um sentido. Servem para introduzir orações subordinadas substantivas e são apenas duas:


que

se

– Nota-se que seu filho é educado.


– Não sabemos se haverá novo aumento de impostos.


As demais conjunções subordinativas introduzem orações subordinadas adverbiais. Acompanhe:


2. Conjunções causais: exprimem causa, ou seja, a razão de um fato.


porque

pois

porquanto

como (= visto que)

já que

visto que

dado que

uma vez que

sendo que

na medida em que

– Como choveu muito, o rio transbordou.


– O pai não comprou o presente para o filho, pois era muito caro.


3. Conjunções comparativas: exprimem comparação, fazem analogias.


como

que (precedido de mais, menos, melhor, pior, maior, menor)

como se

assim como

tal qual

tal e qual

tal como

tanto… como

tanto… quanto

– Nada irrita tanto como uma mentira.


–  As filhas, tal qual os pais, gostam de viajar.


4. Conjunções concessivas: exprimem oposição a uma ideia sem anulá-la.


embora

conquanto

mesmo que

por mais que

ainda que

se bem que

posto que

apesar de que

nem que

– Por mais que eu tente explicar, você não muda.


– Conquanto eu estude muito, não deixo de praticar esportes.


5. Conjunções condicionais: exprimem condição.


se

caso

contanto que

a menos que

salvo se

exceto se

desde que

sem que (= se não)

uma vez que

a não ser que

– Se você não se esforçar, nada conseguirá.


– Irei casar em breve, a não ser que a casa não fique pronta.


6. Conjunções conformativas: exprimem acordo, conformidade.


conforme

consoante

segundo

como

– Conforme foi noticiado pela grande mídia, os assassinos foram descobertos.


– Farei tudo segundo determina a lei.


7. Conjunções consecutivas: exprimem consequência, resultado de algo.


sem que

tão… que

tanto… que

tal… que

tamanho… que

de modo que

de maneira que

de forma que

de sorte que

– Era tão inteligente que passou em 1° lugar no concurso.


– Estive tão doente, de modo que não trabalhei por uma semana.


8. Conjunções finais: exprimem finalidade, objetivo de algo.


para que

que (= para que)

a fim de que

porque (= para que)

– A mãe fazia sinal para que o filho ficasse quieto.


– Viaja sempre dormindo a fim de que evite passar mal.


9. Conjunções proporcionais: exprimem proporcionalidade, simultaneidade.


à proporção que

à medida que

ao passo que

enquanto

quanto mais… tanto mais

quanto mais… tanto menos

quanto menos… tanto mais

quanto mais… mais

– À medida que o tempo passa, ficamos mais maduros.


– Quanto mais você se esforçar, mais chances você tem de passar.


10. Conjunções temporais: exprimem tempo.


quando

enquanto

logo que

sempre que

depois que

antes que

desde que

assim que

até que

cada vez que

ao mesmo tempo que

mal (= logo que)

– Quando juntamos dinheiro, ficamos preparados para qualquer eventualidade.- Dança ao mesmo tempo que canta.

Preposição - conceito, classificação, como usar e exemplos

 O que é preposição? É a palavra invariável que tem como função estabelecer uma relação entre dois termos de uma oração.


Nesse sentido, segundo Celso Cunha e Lindley Cintra, as palavras conectadas passam a funcionar de tal modo que a primeira (antecedente) é explicada ou completada pela segunda (consequente). Vejamos alguns exemplos:


Vou a Brasília.

Eles saíram do carro.

O gato entrou pela janela.

Neste artigo, vamos falar mais sobre essa classe gramatical. Vejamos!


Índice do artigo:


Semântica e sintaxe da preposição;

Formas de preposição;

Combinações e contrações;

Valor relacional das preposições;

Valor nocional das preposições;

Lista de preposições;

Lista de locuções prepositivas.

Semântica e Sintaxe

De acordo com Fernando Pestana, do ponto de vista semântico, a preposição estabelece determinadas relações de sentido, que são dependentes do contexto. Afinal, por si só, a preposição é vazia de sentido, funciona como um mero elemento conector. Vejamos alguns exemplos:


Joana falou a Jorge.

Joana falou após Jorge.

Joana falou contra Jorge.

Joana falou de Jorge.

Joana falou sobre Jorge.

Percebeu como a troca do conectivo alterou o sentido da frase?


Já do ponto de vista sintático, é importante destacar que as preposições não exercem função sintática alguma. Contudo, elas participam do sistema de transitividade verbal e nominal, introduzindo o objeto direto preposicionado, o objeto indireto, o complemento nominal, o agente da passiva, o adjunto adverbial, o adjunto adnominal, o aposto especificativo, o predicativo do objeto, as orações reduzidas e as orações subordinadas substantivas objetivas indiretas e completivas nominais. Vejamos:


Eu discordo dos seus argumentos. (introduz o complemento verbal)


Esse tipo de programa é impróprio para menores de idade. (introduz o complemento nominal)


Pestana reforça que o papel da preposição é subordinar um termo a outro. Dessa forma, o primeiro (que vem antes do conectivo) é subordinante, e o segundo (que vem após o conector) é subordinado.


Formas da preposição

Cunha e Cintra explicam que, quanto à forma, as preposições podem ser:


Essenciais: aquelas que atuam sempre como preposição (de, com, sobre, após, a, por, etc.)

Acidentais: atuam como preposição ou outra classe gramatical (afora, como, conforme, consoante, durante, exceto, feito, fora, menos, não obstante, mediante, salvo, segundo, tirante, visto, que)

Locuções prepositivas: aquelas constituídas de dois ou mais vocábulos, sendo o último deles uma preposição essencial (abaixo de, acerca de, para com, graças a, etc.)

Durante, mediante, consoante, tirante e não obstante são formas de particípio presente

Visto, salvo e exceto são formas de particípio passado - hoje chamado apenas de particípio

Inclusive, fora e menos são formas de advérbio

Conforme é forma de adjetivo

Como é forma de conjunção

Segundo é forma de numeral ordinal

Senão é a conjunção se com o advérbio de negação não

Locução prepositiva x Acúmulo de preposições

Evanildo Bechara diferencia os conceitos de locução prepositiva e de acúmulo de preposições.


No primeiro caso, temos uma combinação de termos que atua como um só conectivo. No segundo temos o encontro de duas ou mais preposições com o objetivo de dar maior efeito expressivo às ideias.


No processo de acúmulo de preposições, cada uma delas guarda seu sentido primitivo:


Esse filme é indicado para crianças de até sete anos.

Sai daqui e vá para longe de mim.

O sol passou por sob a montanha.

Combinações e contrações

As preposições podem ligar-se a outros termos por dois processos distintos: combinação e contração.


Na combinação, não ocorre perda fonética. A preposição une-se “a” une-se com o artigo definido “o” ou com o advérbio “onde”:


Eu fui ao show.

Aonde você vai uma hora dessas?

A contração acontece quando há uma modificação na estrutura fonológica da preposição. Por isso, a crase pertence a esse grupo. Vejamos alguns casos:


Chegou no lugar planejado. (no = preposição “em” + artigo “o”);

Ele foi à feira. (à = preposição “a” + artigo “a”);

Ela passou pela praça. (pela = preposição “per” + artigo “a”);

Essa casa é da moça. (da = preposição “de” + artigo “a”).

Valor relacional das preposições

De acordo com Pestana, as preposições podem ter valor relacional ou valor nocional. As relacionais são aquelas exigidas por verbos ou nomes (substantivo, adjetivo e advérbio).


Há três tipos de relações que podem ser estabelecidas por essas preposições:


1) Relação necessária: é aquela em a preposição relaciona o verbo ou o nome com seu complemento. Em geral, são os conectivos pedidos pela regência verbal ou nominal:


Ele assistiu a vários jogos no domingo.

Eu sou fiel a Deus.

Ele voltou das férias mais descansado.

2) Relação fixa: é aquela em que, apesar de a regência do nome ou do verbo não exigirem conectivo, a preposição aparece cristalizada em estruturas fixas da língua:


De tempos em tempos, eu retomo meu estudo de gramática.

Por acaso, você poderia me ajudar a resolver essa questão?

Machado de Assis é um dos maiores escritores brasileiros.

3) Relação livre: é quando a preposição é utilizada apenas com propósito estilístico:


Procuramos por algo maior na nossas vidas.

As crianças comeram do bolo e adoraram.

Ler com constância faz com que escrevamos melhor.

Valor nocional das preposições

Por sua vez, o valor nocional das preposições é aquele que marca relações semânticas, mas que não é exigido por um verbo ou por um nome. Para explicar melhor esse conceito, vamos analisar o valor nocional de alguns conectivos.


Valores da preposição “a”:

Movimento:

no espaço: Ele foi de Brasília a São Paulo.

no tempo: Daqui a dois meses, vou me mudar para outra casa.

na noção: Minha relação com meu irmão vai de mal a pior.

Coincidência ou concomitância:

no espaço: Ele seguiu tudo à risca.

no tempo: Ao anoitecer, o vento começa a sacudir as folhas das árvores.

na noção: Márcio brigou com a esposa por uma coisa à toa.

Valores da preposição “com”:

Com é preposição. Portanto, possui valores de:


Adição, companhia, simultaneidade:

Eu sempre saio para caminhar com a minha mãe.

Meio ou modo:

O lenhador derrubou a árvore com o machado.

Valores da preposição “de”:

Afastamento, procedência ou origem:

O artista veio de Londres.

Essa história vem do passado.

Posse:

A casa de Juca fica ao lado da minha.

O brilho dos seus olhos me encanta.

Lista de preposições

Confira abaixo a lista de preposições:


a;

ante;

após;

até;

com;

contra;

de;

desde;

em;

entre;

para;

perante;

por (per);

sem;

sob;

sobre;

trás.

Lista de locuções prepositivas

Veja abaixo uma lista com algumas locuções prepositivas:


abaixo de;

acerca de;

acima de;

a despeito de;

adiante de;

a fim de;

além de;

antes de;

ao lado de;

ao redor de;

a par de;

apesar de;

atrás de;

a respeito de;

de acordo com;

defronte de;

diante de;

embaixo de;

em lugar de;

graças a;

em vez de;

para com;

por causa de;

por entre;

não obstante (única locução prepositiva não terminada em preposição).

Adjetivo - conceito, classificação e exemplos

 Adjetivo é o termo que atribui características aos substantivos. Dessa forma, do ponto de vista semântico, ele funciona como um modificador de sentido.


Neste artigo, vamos fazer uma análise completa desta classe gramatical. Você vai conhecer as classificações, os processos de formação e as funções sintáticas dos adjetivos. Vamos lá!


Adjetivos explicativos e restritivos

De maneira geral, os adjetivos podem ser classificados em dois grupos: restritivos e explicativos.


Os restritivos são aqueles que indicam uma característica que não é própria do substantivo.


Ex: Fruta podre.


Perceba que “podre” não é um atributo inerente de “fruta”. Em outras palavras, nem todas as frutas são podres. Por isso, nesse caso, o adjetivo indica um conjunto específico de frutas, ou seja, ele restringe o universo do substantivo.


Os adjetivos explicativos são aqueles que indicam uma qualidade própria do ser ou do objeto.


Ex: Fogo quente.


Note que o fogo sempre será quente. Então, nessa situação, o adjetivo apenas evidencia um traço geral do substantivo.


Formação dos adjetivos

Quanto a formação, os adjetivos se dividem nos grupos a seguir.


1) Adjetivos simples e compostos

Os adjetivos simples são aqueles formados por apenas um radical.


ex: azul, novo, claro, brasileiro.


Já os compostos são os formados por dois radicais.


ex: castanho-claro, luso-americano, amarelo-ouro.


2) Adjetivos primitivos e derivados

Os adjetivos primitivos são aqueles que dão origem a outros termos.


ex: feio, triste, alegre, puro.


Os derivados são os que nascem dos substantivos, dos verbos ou de outros adjetivos. Eles são construídos com o acréscimo de sufixos ou prefixos.


ex: Manauara, infeliz, avermelhado.


3) Adjetivos pátrios

São os que se referem a países, regiões, estados, cidades, continentes, etc. Não confunda com adjetivos gentílicos, que se referem somente a raças e povos.


ex: Brasileiro, africano, amazonense, nordestino.


4) Adjetivos eruditos

Adjetivos eruditos são aqueles formados por radicais latinos na sua forma original. São os derivados do Latim puro, antes do processo de popularização da língua nos diversos países.


Por exemplo, o adjetivo discente, que se refere aquilo que está ligado aos estudantes, provém diretamente do vocábulo latino discens.entis, que significa aprender.


Por isso, diferente do termo estudantil, que é formado diretamente no português, discente é um adjetivo de origem erudita.


Gênero dos adjetivos: uniforme e biforme

Quanto ao gênero, os adjetivos podem ser qualificados com uniformes (apresentam somente um gênero) ou biformes (apresentam as formas masculina e feminina).


Uniformes: alegre, doente, contente, crente, diferente, sorridente, etc.

ex: Jonas é um rapaz sorridente./Maria é uma moça sorridente.


Biformes: bonito/bonita, cansado/cansada, trabalhador/trabalhadora, etc.

ex: Marcelo é um homem trabalhador./Jéssica é uma mulher trabalhadora.


Função sintática do adjetivo

O adjetivo pode exercer duas funções sintáticas: a de predicativo e a de adjunto adnominal.


Como predicativo, o adjetivo é um termo essencial da oração. Isso quer dizer que sem ele o sentido fica incompleto. Nesse papel, ele indica uma qualificação temporária do sujeito e dá origem a um predicado nominal (com verbo de ligação) ou verbo-nominal (com verbo intransitivo ou transitivo).


ex1: O dia estava claro.


ex2: Ansioso, Jorge saiu de casa às pressas.


Na função de adjunto adnominal, o adjetivo apenas acrescenta uma informação ao sujeito ou ao objeto. Por isso, trata-se de um termo acessório, sua retirada não prejudica a sintaxe da oração.


ex: O carro velho estacionou perto da casa nova.


Resumindo:


Predicativo – termo essencial, indispensável;

Adjunto adnominal – termo acessório, dispensável.

Locução adjetiva

Uma locução adjetiva é formada pela combinação de uma preposição com um substantivo ou de uma preposição com um advérbio. Sempre é possível substitui-la por um adjetivo.


ex1: O amor de pai é importante para as crianças. (amor paternal)


ex2: O trabalho dos estudantes é importante para o aprendizado. (trabalho discente)


ex3: Os raios de sol surgiam no horizonte. (raios solares)


Nessa troca de um adjetivo por uma locução, estamos diante de uma figura de linguagem chamada perífrase. Ela consiste exprimir aquilo que poderia ser expresso por menor número de palavras, ou seja, usam-se dois termos em vez de apenas um.


Adjetivo adverbializado

Em determinados contextos, o adjetivo pode exercer a função de advérbio. Nesses casos, eles se tornam invariáveis.


ex1: Mauro andava rápido. (em lugar de rapidamente)


ex2: Ivonete bateu forte na porta. (em lugar de fortemente)


Essa troca de um advérbio por um adjetivo é conhecida como derivação imprópria. 

 

lista de adjetivos pátrios

1 - estados brasileiros
Acre – acriano ou acreano
Alagoas – alagoano
Amapá – amapaense
Amazonas – amazonense
Bahia – baiano
Ceará – cearense
Espírito Santo – espírito-santense ou capixaba
Goiás – goiano
Maranhão – maranhense
Mato Grosso – mato-grossense
Mato Grosso do Sul – mato-grossense-do-sul
Minas Gerais – mineiro
Pará – paraense
Paraíba – paraibano
Paraná – paranaense
Pernambuco – pernambucano
Piauí – piauiense
Rio Grande do Norte – rio-grandense-do-norte, potiguar ou norte-rio-grandense
Rio Grande do Sul – rio-grandense-do-sul, gaúcho ou sul-rio-grandense
Rio de Janeiro – fluminense
Rondônia – rondoniense ou rondoniano
Roraima – roraimense
Santa Catarina – catarinense ou barriga-verde
São Paulo – paulista
Sergipe – sergipano
Tocantins – tocantinense

2 - cidades brasileiras (capitais)
Aracaju – aracajuano ou aracajuense
Belém – belenense
Belo Horizonte – belo-horizontino
Boa Vista – boa-vistense
Brasília – brasiliense
Campo Grande – campo-grandense
Cuiabá – cuiabano
Curitiba – curitibano
Florianópolis – florianopolitano
Fortaleza – fortalezense
Goiânia – goianiense
João Pessoa – pessoense
Macapá – macapaense
Maceió – maceioense
Manaus – manauense
Natal – natalense ou papa-jerimum (jocoso)
Palmas – palmense
Porto Alegre – porto-alegrense
Porto Velho – porto-velhense
Recife – recifense
Rio Branco – rio-branquense
Rio de Janeiro – carioca
Salvador – salvadorense ou soteropolitano (desusado)
São Luís – são-luisense ou ludovicense
São Paulo – paulistano
Teresina – teresinense
Vitória – vitoriense

Fonte: Gramática Reflexiva - Texto, Semântica e Interação: William Roberto Cereja e Thereza Magalhães

O que é advérbio e sua classificação

 O advérbio é um termo muito importante para a construção de orações. Neste texto, você vai entender o significado e quando utilizar essa tipo de vocábulo.

O que é advérbio?

É a palavra que pode modificar o verbo, o adjetivo e o próprio advérbio. Vale destacar ainda que trata-se de um termo invariável, ou seja, não possui flexão de número e de gênero nem de pessoa, tempo, modo e voz, por exemplo: sempre, não existe sempres ou sempra. Veja:

Fui à casa da Maria.

Fui à casa da Maria hoje.

Perceba que o advérbio hoje acrescentou uma circunstância de tempo ao verbo ir (fui). Note:

Hoje está quente.

Hoje está muito quente.

Observe que o adverbio muito acrescentou uma ideia de intensidade ao adjetivo quente.

Ele pode ser: de tempo, lugar, modo, afirmação, negação, dúvida, intensidade, inclusão, exclusão, ordem e interrogativo.

Locução adverbial

Quando um advérbio é composto por duas ou mais palavras (e até mesmo por uma oração), chamamos de locução adverbial.ex¹: Às vezes, chego em casa tão cansado que vou direto para a cama.ex²: Ele falou de improviso.ex³: Na verdade, ele se confundiu na hora de recitar a poesia.

Adjunto adverbial

Os advérbios e locuções adverbiais ocupam a função sintática de adjunto adverbial.Exemplos de adjuntos adverbiais:

Ele saiu de casa rapidamente.

De manhã, Maria costuma sair para correr.

Joana trabalha enquanto os filhos estão na escola.

Orações adverbiais

Ocorre quando uma oração subordinada ocupa a função de adjunto adverbial.ex: Quando cheguei em casa, minha mãe já havia saído.Veja que a oração “quando cheguei em casa” acrescenta uma circunstância de tempo à oração “minha mãe já havia saído”.

Flexão dos advérbios

Apesar de não variar em gênero e número como os nomes nem em pessoa, tempo, modo e voz como os verbos, os advérbios possuem flexão de grau semelhante à dos adjetivos. Há dois tipos – grau comparativo e grau superlativo.

Comparativo

O grau comparativo é utilizado em três casos diferentes:

De igualdade: tão + advérbio + quanto

ex: Maria estuda tão rápido quanto João.

De inferioridade: menos + advérbio + que

ex: Maria estuda  menos rápido que João.

De superioridade: mais + advérbio + que

ex: Maria estuda mais rápido que João.

Forma sintética: melhor ou pior que

ex: A comida feita em casa é melhor que a feita nos restaurantes.

Superlativo

O superlativo é absoluto e pode ser:

Analítico – formado pela combinação de dois advérbios

ex: João pulou muito alto.

Sintético – formado com sufixos

ex: João pulou altíssimo.

Já explicamos aqui o que é um advérbio. Este texto tem como objetivo detalhar todas as classificações dessa classe de palavras. Vamos lá!Confira abaixo, a classificação dos advérbios e das locuções adverbiais .

Ordem

Primeiramente, de início, por fim, finalmente, em primeiro lugar, etc.ex: Primeiramente, gostaria de fazer uma breve introdução do assunto.

Exclusão

Unicamente, apenas, só, simplesmente, especificamente.ex: Ela comprou apenas duas pesas de roupa.

Inclusão

Ainda, também, até, mesmo.ex: Ele foi ao mercado comprar comida e levou roupas também.

Negação

Não, absolutamente, tampouco, de forma alguma, nem, de jeito nenhum, de modo algum, em hipótese alguma, nunca, jamais.ex: Ele jamais comprou as próprias roupas.

Intensidade

Tão, muito, demais, bastante, menos, mais, bastante, quão, tanto, quanto, meio.ex: Ela é inteligente demais.

Dúvida

Talvez, quiçá, porventura, provavelmente, possivelmente, eventualmente, quem sabe, por certo.ex: Se der tempo, talvez ele passe aqui em casa.

Lugar

Aqui, ali, cá, lá, acolá, atrás, fora, dentro, ao lado, próximo, algures, alhures, nenhures, longe, perto, acima, abaixo, além, por aqui, em volta, embaixo, em cima.ex: Ele mora ao lado do museu.

Tempo

Hoje, amanhã, daqui a pouco, em instantes, agora, sempre, jamais, nunca, cedo, tarde, antes, depois, enfim, breve, antigamente, outrora, já, em algum momento, imediatamente, de vez em quando, às vezes, à noite, pela manhã, de repente, em breve, hoje em dia, a qualquer momento.ex: Pela manhã, ela sai para correr no parque.

Modo

Bem, mal, assim, melhor, pior, depressa, devagar, aos poucos, às escondidas, de propósito, frente a frente, às cegas, às claras, às pressas, de viva-voz, aos poucos, desse jeito, em vão, em geral, à toa, em silêncio, ao vivo, sem medo, em geral, a esmo.ex: Como os pais eram contra o relacionamento, o casal se encontrava às escondidas.

Afirmação

Sim, realmente, decerto, deveras, efetivamente, seguramente, verdadeiramente, decididamente, com certeza, sem dúvida, de fato, na verdade, com efeito.ex: Decididamente, quem estuda tem mais oportunidades na vida.

Advérbios interrogativos

São as palavras utilizadas nas interrogações diretas e indiretas: como?; quando?; onde?; por que?.ex: Como você chegou até aqui?ex: Quando você saiu de casa?ex: Onde você morava?ex: Por que você deixou seu lar?

Pronomes de tratamento, relativos, pessoais e indefinidos - quando usar cada um

 Dentro da classe dos pronomes, existe um grupo diferenciado — os pronomes de tratamento. Eles são utilizados para se referir a segmentos específicos. Neste texto, iremos detalhar quando usar cada um. Vamos lá!


1) Vossa Alteza

Abreviatura: V. A.


Com que se utiliza: príncipes e duques.


2) Vossa Eminência

Abreviatura: V. Ema.


Com que se utiliza: cardeais.


3) Vossa Reverendíssima

Abreviatura: V. Revma


Com que se utiliza: sacerdotes e bispos.


4) Vossa Excelência

Abreviatura: V. Exª.


Com que se utiliza: altas autoridades e oficiais-generais.



5) Vossa Magnificência

Abreviatura: V. Mag.


Com que se utiliza: reitores de universidades.


6) Vossa Santidade

Abreviatura: V. S.


Com que se utiliza: papa.


7) Vossa Majestade

Abreviatura: V. M.


Com que se utiliza: reis e rainhas.


8) Vossa Majestade Imperial

Abreviatura: V. M.I.


Com que se utiliza: imperadores e imperatrizes.


9) Vossa Senhoria

Abreviatura: V. Sª.


Com que se utiliza: pessoas de cerimônia; funcionários graduados; linguagem comercial.


10) Vossa Onipotência

Abreviatura: V. O.


Com que se utiliza: Deus.


Outros casos

Além dos acima citados, são também pronomes de tratamento os seguintes: senhor, senhora, senhorita e você. Os três primeiros são utilizados em contextos de maior cerimônia e formalidade. Já você é usado de forma mais coloquial e informal.


Vossa Excelência x Sua Excelência

Quando falamos com a autoridade, utilizamos vossa.


ex: Gostaria de cumprimentar Vossa Excelência pelo belo discurso aqui proferido (está falando com a pessoa).


Quando falamos a respeito da autoridade, utilizamos sua.


ex: Nas investigações, perceberam que Sua Excelência, o Ministro da Justiça, agiu de forma inadequada (está-se falando a respeito do Ministro e não diretamente com ele).


Isso vale para todos os pronomes de tratamento, como Vossa Senhoria, Vossa Alteza e Vossa Majestade.

ATENÇÃO


Os pronomes de tratamento devem sempre ser acompanhados por verbos na 3ª pessoa do singular.


ex: Vossa Santidade celebrou a missa na noite de Natal.

Pronome relativo é aquele que substitui nomes já mencionados anteriormente na frase. Neste artigo, vamos detalhar quando e como utilizar esse termo. Vejamos!

Classificação

Segundo o gramático Napoleão Mendes de Almeida,  o pronome relativo é a palavra que, vindo numa oração, refere-se a termo de outra.Ele funciona como um elemento de coesão dentro dos períodos e ajuda a evitar a repetição de palavras. Ele funciona como ligação entre duas sentenças e sempre vão introduz orações subordinadas adjetivas restritivas ou explicativas.

Os principais  pronomes relativos são: cujo, o qual, que, quem, onde e quanto.

Vamos ver quando e como utilizar cada um deles.

1) Que, o qual e variações

Esses termos têm como meta, de acordo com Mendes de Almeida, pôr em relação termos iguais, ou seja, unir um termo antecedente a outro termo consequente. Eles podem se referir a pessoas ou coisas.ex: O funcionário o qual contratei trabalhou muito bem hoje. (o qual = funcionário)ex: A casa que comprei é excelente. (que = casa)ex: As mulheres das quais falei chegaram ontem à noite. (das quais = das mulheres)ex: Esses são os relatórios nos quais me baseei.  (nos quais = nos relatórios)

O pronome o qual se usa com locuções prepositivas e preposições de mais de uma sílaba, ou após sem e sob.

2) Quem

O pronome relativo quem deve sempre se referir a uma pessoa ou a uma coisa personificada.ex: Fui eu quem escrevi o livro. (quem = eu)ex: Esses são os alunos a quem me referi. (a quem = aos alunos)Vale destacar que, com esse pronome, há duas concordâncias possíveis:

Concordando com o pronome  que antecede o pronome relativo (ex: Fui eu quem fiz);

Concordando com o pronome quem na terceira pessoa do singular (ex: Fui eu quem fez).

3) Cujo

O pronome relativo cujo em geral indica uma relação de posse. Ele apresenta três particularidades:a) Aparece entre termos substantivados:ex: Li os relatórios cujos autores são muito competentes (perceba que o pronome aparece entre os substantivos “relatórios” e “autores”).

b) Concorda com o termo subsequente:ex: Li os relatórios cujos autores são muito competentes.ex: Li os relatórios cujas autoras são muito competentes.

c) Não é acompanhado por artigo:ex: Li os relatórios cujos autores são muito competentes. (CORRETO)ex: Li os relatórios cujos os autores são muito competentes. (ERRADO).

d) Pode vir antecedido por preposição se a regência determinar.

4) Onde

O pronome relativo onde sempre e somente se refere a lugares.ex: A cidade onde moro é muito agradável.De acordo com a norma culta, onde não pode ser usado se não houver essa referência.ex: A situação onde país se encontra não é boa. (ERRADO)ex: A situação na qual o país se encontra não é boa. (CERTO)ex: A situação em que o país se encontra não é boa. (CERTO)

5) Quanto

O pronome relativo quanto será sempre antecedido por um pronome indefinido (tudo, tanto, todo, etc.).ex: Joana fez tudo quanto pôde para evitar o pior.ex: Rafael trabalha tanto quanto Severina.

6) Outros pronomes relativos

Em determinadas situações, os pronomes quando e como podem funcionar como pronomes relativos.ex: Naquele sábado, quando choveu, nós ficamos em casa. (quando = naquele sábado)Com quando, o termo antecedente em geral trará uma ideia de tempo (ex: dias da semana, épocas do ano, estações do ano, etc.).ex: A maneira como você fala às vezes é muito agressiva. (como = maneira).Com como, o termo antecedente trará as palavras modo, maneira, forma e jeito.

Variáveis e invariáveis

Para concluir, é importante ressaltar que os pronomes relativos se dividem em dois grupos:

Variáveis:  possuem flexão de número e gênero:

O qual: a qual, os quais, quais;

Cujo: cujas, cujos, cuja;

Quanto: quanta, quantos, quantas.

Invariáveis: não possuem flexão de gênero nem de número:

Onde;

Quem;

Que;

Quando;

Como.

Pronomes indefinidos são termos que se referem à 3ª pessoa do discurso. Eles conferem ao texto um sentido mais impreciso ou vago e indicam uma quantidade não determinada. Eles estão divididos em pronomes indefinidos substantivo e adjetivo.


Neste artigo, vamos detalhar melhor esse conceito. Vejamos!


Pronome indefinido substantivo

Os pronomes indefinidos substantivos são aqueles que ocupam o lugar do substantivo nas funções exercidas por essa classe de palavras.


ex: tudo, algo, nada, alguém, fulano, quem, sicrano, beltrano,  ninguém, outrem.


Não sabemos quem fez essa bagunça.

Ninguém me contou que você viria.

Tudo aconteceu muito rápido.

Tem algo errado nessa empresa.

As palavras algures, alhures e nenhures não são pronomes indefinidos, mas sim advérbios de lugar.

Caio, Tício, Mévio e Semprônio são variações dos pronomes fulano, sicrano e beltrano, usadas nos cursos de Direito.


Pronome indefinido adjetivo

Os pronomes indefinidos adjetivos são aqueles que qualificam o ser expresso na frase, com o objetivo de representar uma quantidade indeterminada.


ex: cada, certo, certa.


Cada pessoa tem suas manias.

Certas empresas não respeitam o consumidor.

Há ainda pronomes indefinidos que podem ser tanto substantivo, quanto adjetivo.


ex: nenhum, nenhuma,  pouco, pouca, qualquer, quaisquer, qual, que, quanto, quanta, tal, tais, tanto, tanta, todo, toda, um, uns, uma, vários, várias, outro, outra, algum, alguns, alguma, bastante, demais, mais, menos, muito, muita, nenhum.


ex¹: Alguns vieram ontem aqui em casa.


ex²: Alguns alunos se esforçam mais que outros.


Variáveis e Invariáveis

Os pronomes indefinidos são ainda divididos em variáveis e invariáveis.


Pronomes indefinidos variáveis

Os variáveis são aqueles que apresentam flexão de gênero (masculino ou feminino) e de número (singular ou plural).


algum, alguns, alguma, algumas;

nenhum, nenhuns, nenhuma, nenhumas;

todo, todos, toda, todas;

outro, outros, outra, outras;

muito, muitos, muita, muitas;

pouco, poucos, pouca, poucas;

certo, certos, certa, certas;

vário, vários, vária, várias;

tanto, tantos, tanta, tantas;

quanto, quantos, quanta, quantas;

bastante, bastantes;

qualquer, quaisquer.

Pronomes indefinidos invariáveis

Os invariáveis são aqueles que não apresentam flexão de gênero e de número.


alguém;

ninguém;

tudo;

outrem;

nada;

cada;

algo.

Pronomes pessoais são aqueles que tomam o lugar dos substantivos e que representam as pessoas do discurso. Eles se dividem em retos e oblíquos.Neste artigo, vamos explicar cada um desses conceitos e quando utilizar cada um desses grupos de pronomes. Vejamos!

Retos

O pronomes pessoais do caso reto são aqueles que exercem a função sintática de sujeito, predicativo do sujeito ou vocativo.

ex: Eles lhe compraram doces. (sujeito)

ex: As pessoas mais felizes dessa cidade são eles. (predicativo do sujeito)

ex: Ei, tu, podes me ajudar? (vocativo)

Eles estão divididos assim:

– 1ª pessoa do singular: eu


– 2ª pessoa do singular: tu


– 3ª pessoa do singular: ele, ela


– 1ª pessoa do plural: nós


– 2ª pessoa do plural: vós


– 3ª pessoa do plural: eles, elas


Oblíquos

Os pronomes pessoais do caso oblíquo são aqueles que exercem o papel de complemento nominal, objeto direto, objeto indireto, adjunto adnominal ou sujeito de infinitivo.


ex: Deram-lhes doces.


Eles se dividem em átonos e tônicos. Vejamos como e quando usar cada grupo.


Pronome oblíquo átono

Átonos são os que não são precedidos de preposição e possuem acentuação fraca (átona).


Ex: Eu o vi no mercado ontem.


Os pronome oblíquos átonos estão divididos da seguinte maneira:


– 1ª pessoa do singular (eu): me


– 2ª pessoa do singular (tu): te


– 3ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe


– 1ª pessoa do plural (nós): nos


– 2ª pessoa do plural (vós): vos


– 3ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes


Pronome oblíquo tônico

Já os pronomes oblíquos tônicos são, geralmente, precedidos por preposições (a, para, de e com). Esses pronomes exercem a função sintática de objeto indireto, objeto direto preposicionado, complemento nominal, agente da passiva e adjunto adverbial.


ex: Eles entregaram os presentes para mim.


Os oblíquos tônicos estão divididos da seguinte forma:


– 1ª pessoa do singular (eu): mim, comigo


– 2ª pessoa do singular (tu): ti, contigo


– 3ª pessoa do singular (ele, ela): ele, ela


– 1ª pessoa do plural (nós): nós, conosco


– 2ª pessoa do plural (vós): vós, convosco


– 3ª pessoa do plural (eles, elas): eles, elas

Anvisa discute regulamentação de cigarro eletrônico, nesta sexta-feira

A diretoria colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária vai se reunir nesta sexta-feira (1º), para avaliar se coloca em consulta p...