sábado, 29 de janeiro de 2022

Emprego de letras - Gramática para Concursos

 Ortografia é a parte da gramática que trata da correta representação escrita das palavras (orto=correto e grafia=escrita). 

Essa grafia correta baseia-se no padrão culto da Língua Portuguesa. Neste texto "Emprego de letras", aprenderemos como empregar corretamente as letras do alfabeto da língua portuguesa.


USA-SE K, W, Y, 

em abreviaturas e símbolos. Ex.: K (potássio), kg (quilograma), kW (quilowatt); 

em palavras estrangeiras de uso internacional (não aportuguesadas). Ex.: show, marketing, hardware, software; 

em derivados portugueses de nomes próprios estrangeiros. Ex.: byroniano (de Lord Byron), darwinismo (de Charles Darwin), Kantismo (de Kant), shakespeariano (de Shakespeare);

em topônimos originários de outras línguas e seus derivados: Kuwait, kuwaitiano.  

USA-SE H,

no final de certas interjeições. Ex.: oh!, ah!, ih!, hein?, hum!;

etimologia (ou segundo a tradição oral e escrita do idioma). Ex.: hipótese, histeria, honesto, honra, horário, hospital, humildade, horóscopo;

na composição dos dígrafos (CH, LH, NH). Ex.: marcha, flecha, malha, telha, companhia, ninho;

em alguns nomes compostos com hífen: anti-horário, super-herói, sobre-humano, proto-história;

no substantivo próprio Bahia, por tradição.

OBSERVAÇÕES:

grafia correta das horas: forma normativa: 10h ou 10h30min; formas usuais: 10h30 ou 10:30h (segundo manuais de redação);

usa-se h nos derivados eruditos de erva, inverno e Espanha: herbívoro, herbáceo, herbicida, hibernal, hibernar, hibernação, hispânico;

O h não é utilizado nos substantivos derivados de Bahia: baiano, baianada, baianês. Até 1943, o H era usado para indicar o hiato: sahida (saída). Esse uso foi abolido e o hiato passou a ser indicado pelo acento agudo. Mesmo assim, a grafia antiga foi mantida no nome do estado.

USA-SE Ç,

diante de a, o ou u em palavras de origem indígena ou estrangeira. Ex.: araçá, açaí, cupuaçu, pajuçara, muçulmano, Suíça etc.;

após ditongos. Ex.: calabouço, beiço, caiçara, toicinho, foice, coice etc.;

verbos terminados em -ter e -torcer formam substantivos com ç: ater - atenção, abster - abstenção, conter - contenção, manter - manutenção; deter - detenção, reter - retenção; obter - obtenção; distorcer - distorção; contorcer - contorção; torcer - torção.

verbos terminados em UZIR formam substantivos com ç: reduzir - redução, produzir - produção, conduzir - condução, seduzir - sedução, traduzir - tradução, deduzir - dedução, induzir - indução, reproduzir - reprodução, introduzir - introdução. 

Atenção não deriva do verbo atender. O ato de atender é atendimento.

USO DO X 

depois de ditongo. Ex.: ameixa, caixa, frouxo, peixe, baixo, eixo, faixa, feixe, baixela, paixão, rebaixar. Exceções: guache, recauchutar e seus derivados (recauchutagem, recauchutadora); 

depois da sílaba inicial en. Ex.: enxame, enxoval, enxada, enxugar, enxaguar, enxergar, enxugar, enxerido, enxofre, enxurrada, enxaqueca, enxuto. Exceções: encher, encharcar, enchumaçar e derivados;

depois da silaba inicial me. Ex.: mexilhão, mexer, mexerica, México. Exceção: mecha e derivados. 

Palavras de origem indígena ou africana e palavras inglesas aportuguesadas. Ex.: abacaxi, xavante, xará, orixá, xerife, xampu.

Show e shopping ainda não possuem forma aportuguesada. Ainda não existem xópin nem xou.

DICA:  

USA-SE X APÓS MEDITEN (ME, DITONGO, EN)

  

USA-SE G, 

nas palavras seguintes: algema, auge, bege, estrangeiro, geada, gengiva, gibi, gilete, hegemonia, herege, megera, monge, rabugento, vagem;

nas palavras com terminações ágio, égio, ígio, ógio, úgio. Ex.: contágio, privilégio, vestígio, relógio, refúgio; 

nos substantivos terminados em gem. Ex.: vertigem, linguagem, passagem, imagem, origem, ferrugem. Exceções: pajem, lajem, lambujem;

nas palavras derivadas de outras grafadas com g: engessar (de gesso), massagista (de massagem), vertiginoso (de vertigem), faringite (de faringite), estrangeirismo (de estrangeiro), selvageria (de selvagem), regionalismo (de regional), estagiário (de estágio), exigência (de exigir).

DICA: AEIO Úgio e GEM

USA-SE J, 

nos seguintes vocábulos: berinjela, cafajeste, jeca, jegue, majestade, jeito, jejum, traje, pegajento, laje;

nos verbos terminados em -jar. Ex.: arranjar (arranjo, arranje, arranjem), enferrujar, despejar, planejar; 

nas palavras de origem tupi, africana ou árabe. Ex.: jiboia, paje, jerico, canjica, manjericão, moji; 

nas palavras derivadas de outras com j. Ex.: lisonja – lisonjeado, laranja - laranjeira, rijo - enrijecer, jeito - ajeitar, loja - lojista.

USA-SE S, 

nos adjetivos terminados em oso/osa. Ex.: honroso, saboroso, formosa, habilidosa; 

em ufixos esa/isa/ês/ense, indicadores de Título, Origem ou Profissão (TOP). Ex.: duquesa, poetisa, polonês, maranhense; 

após ditongos. Ex.: coisa, aplauso, lousa, náusea, pouso, causa, ausência, pausa, faisão, maisena, deusa;  

nas formas dos verbos pôr e querer. Ex.: quis, quisemos, quiseram, quiser, quiséssemos; pus, pusesse, pusera, pusésseis, puséssemos; repus, repuséssemos, repusera;

nas palavras derivadas de primitivas com s. Ex.: casa – casarão, casinha, casebre; análise, analisar, analisado; liso, alisar; 

em substantivos com os sufixos gregos -ase, -ese, -ise, -ose. Ex.: catequese, diocese, exegese, tese, antítese, catacrese; apoteose, virose, metamorfose, overdose, glicose, lactose, fase, frase, crase, base, ênfase, quase, crise, análise, reprise, próclise, ênclise, mesóclise. Exceções: deslize, gaze, treze, fezes.

  PÔR E QUERER SEMPRE S NUNCA Z 


USA-SE Z, 

no sufixo ez/eza formadores de substantivos abstratos. Ex.: insensatez, altivez, rapidez, lucidez, nitidez, invalidez, nobreza, riqueza, esperteza, beleza, tristeza, avareza, certeza, clareza.

no sufixo izar formador de verbos. Ex.: real - realizar; higiene - higienizar; harmonia - harmonizar.

nos derivados terminados em zal, zeiro, zinho, zito. Ex.: cafezal, cafezeiro, cafezinho, cãozito, avezita; 

nas palavras derivadas de outras com z.: Ex.: juiz – ajuizar, juízo, catequese – catequizar, síntese – sintetizar, hipnose – hipnotizar; ênfase - enfatizar; batismo - batizar (troca de sufixos).

em numerais de 11 a 19, 200 e 300. Ex.: onze, doze, treze, catorze, quinze, dezesseis, dezessete, dezoito, dezenove, duzentos, trezentos.

ATENÇÃO: Se houver s no radical da palavra primitiva, a palavra derivada manterá o s. Ex.: pesquisa – pesquisar, pesquisador; paralisia – paralisar, paralisação.

USA-SE E / I, 

emprega-se e nos seguintes vocábulos: cadeado, confete, disenteria, empecilho, mexerico, orquídea, senão, sequer, quase, irrequieto, etc.;

emprega-se i nos seguintes vocábulos: aborígine, artimanha, chefiar, digladiar, penicilina, privilégio, etc;

nos verbos terminados em oar e uar = final e. Ex.: abençoar – abençoe, atenuar – atenue, magoar - magoe, continuar - continue;

nos verbos terminados em air, oer e uir = final i. Ex.: cair – cai, doer – dói, retribuir – retribui.

USO DO O / U 

A vogal o, de timbre fechado, quando reduzida, soa quase como u, o que acaba provocando dúvidas quanto à grafia de algumas palavras; 

Grafam-se com a letra o: Ex.: abolir, bússola, goela, mocambo, nódoa, óbolo, rebotalho; 

Grafam-se com a letra u: Ex.: bulício, buliçoso, burburinho, curtume, lóbulo, tonitruante, rebuliço, entupir.

EMPREGO DO DÍGRAFO SS 

CED – CESS. Ex.: conceder – concessão, interceder – intercessão, ceder – cessão, proceder – processo, aceder – acesso, retroceder – retrocesso, exceder – excesso; suceder – sucessão.

GRED – GRESS. Ex.: agredir – agressão, transgredir – transgressão, regredir – regressão, progredir – progressão; 

PRIM – PRESS. Ex.: imprimir – impressão, reprimir – repressão, oprimir – opressão, deprimir – depressão, exprimir – expressão, suprimir – supressão, comprimir – compressão; 

TIR – SSÃO. Ex.: discutir – discussão, permitir – permissão, demitir – demissão, admitir – admissão, transmitir – transmissão, repercutir – repercussão; percutir – percussão; emitir – emissão; omitir – omissão; eletrocutir (eletrocutar) – eletrocussão

PEL – PULS. Ex.: compelir – compulsório, expelir – expulsão, impelir – impulsão, repelir – repulsão; 

ND – NS. Ex.: ascender – ascensão, pretender – pretensão, estender – extensão, compreender – compreensão, repreender – repreensão, suspender – suspensão, apreender – apreensão, distender – distensão, ofender – ofensa.

RT – RS. Ex.: verter – versão, inverter – inversão, divertir – diversão, converter – conversão, reverter – reversão, perverter – perversão, subverter – subversão.

CORR – CURS. Ex.: correr – curso, concorrer – concurso, discorrer – discurso, percorrer – percurso, recorrer – recurso.

Não confunda: remissão (perdão) com remição (resgate).


EMPREGO DO SC

A razão para algumas palavras apresentarem o dígrafo sc é puramente etimológica: crescer vem do latim crescere, nascer, do latim nascere;

Veja outras palavras escritas com sc: abscesso, abscissa, acréscimo, ascensorista, adolescente/adolescência, descer, arborescer, ascendente, ascensão, acréscimo, condescendente, consciente/consciência, crescer, descender/descendente, descer, discente, discernir, disciplina, discípulo, efervescente, fascículo, fascínio, fascinar, fascinante, florescer, intumescer, imprescindível, irascível, transcender, isósceles, juvenescer, miscigenação, miscível, nascer, obsceno, oscilar, piscina, plebiscito, prescindir, rejuvenescer, reminiscência, rescindir, rescisão, ressuscitar, suscitar, suscetível, seiscentos, transcender, víscera.

Atenção em sucinto, em que não se usa sc.

EMPREGO DO XC

O emprego do xc (e eventualmente, o xs) também ocorre, geralmente, por razões etimológicas. Ex.: exceção, excepcional, exceder, excelente, excêntrico, exceto, excesso, excipiente, excitar, exsudar, exsuar, exsolver, exsicar.

Chamam-se formas variantes as palavras que possuem mais de uma forma com o mesmo sentido.

cotidiano e quotidiano - rotina

cota e quota - porção determinada

quociente e cociente - resultado da divisão

secção e seção - departamento

catorze e quatorze - numeral

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