domingo, 30 de janeiro de 2022

Operadores argumentativos - Gramática para Concursos

 Considerações iniciais

No campo da Semântica Argumentativa, os operadores argumentativos são palavras responsáveis pela sinalização da argumentação.


 

 São certos elementos da língua, explícitos na própria estrutura gramatical da fase, cuja finalidade é a de indicar a argumentatividade dos enunciados. Eles introduzem variados tipos de argumentos.


As palavras que funcionam como operadores argumentativos são os conectivos, os advérbios e outras palavras que, dependendo do contexto, não se enquadram em nenhuma das dez categorias gramaticais.

O usuário da língua deve se conscientizar do valor argumentativo dessas marcas para que as perceba no discurso do outro e as utilize com eficácia no seu próprio discurso.


Alguns tipos de operadores argumentativos


Operadores que introduzem argumentos que se somam a outro, tendo em vista a mesma conclusão: e, nem, também, não só... mas também, além disso, etc.

Operadores que introduzem enunciados que exprimem conclusão ao que foi expresso anteriormente: logo, portanto, então, consequentemente, etc.

Operadores que introduzem argumentos que se contrapõe a outro (mudança na direção argumentativa), visando a uma conclusão contrária: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, embora, ainda que, conquanto, apesar de, mesmo que, etc.

Operadores que introduzem argumentos alternativos: ou... ou, quer... quer, seja... seja, etc.

Operadores que estabelecem relações de comparação: mais que, menos que, tão... quanto, tão... como, etc.

Operadores cuja função é introduzir enunciados pressupostos: agora, ainda, já, até, etc.

Operadores cuja função é introduzir enunciados, que visa a esclarecer um enunciado anterior: isto é, ou seja, quer dizer, em outras palavras, por exemplo, na minha opinião, resumindo, na verdade, de fato, a propósito, por sinal, por outro lado, etc.

Operadores cuja função é orientar a conclusão para uma afirmação ou negação: quase, apenas, só, somente, etc.

Outros aspectos discursivos

Quando lemos artigos de jornais e revistas que defendem certas teses, estamos diante da formação de pontos de vista, visões de mundo que têm o objetivo de influenciar ideias e opiniões, princípios das pessoas, de definir ou redefinir posições, de formar ou reformar atitudes. Em qualquer dos casos, busca-se efetivar o convencimento.


Intencionalidade discursiva

Percebemos que a escolha de palavras e expressões, o encadeamento e a interdependência de ideias, o domínio de conectivos são algumas das características da comunicação persuasiva que influenciam diretamente na argumentação de um texto,  são, portanto, elementos que marcam a intencionalidade na persuasão.

Não confunda persuadir com dissuadir. Um é convencer alguém a fazer algo e o outro é convencer alguém a desistir de algo.


Força e orientação argumentativa

De acordo com Koch (1992:30), aparecem vários “operadores argumentativos” em um texto, “para designar certos elementos da gramática de uma língua que têm por função indicar a força argumentativa dos enunciados, a direção (o sentido) para que apontam”.


Esses conectores são responsáveis pela estruturação e orientação argumentativa dos enunciados no texto. Quando compreendemos uma sequência relacionada por um conectivo, não deciframos apenas o seu significado, mas aplicamos ideias, visão de mundo, bagagem cultural que temos, relacionadas ao uso do conectivo para reconstruir o sentido do texto.


Outros operadores bastante empregados:

Estabelecem a hierarquia numa escala, assinalando ideia de inclusão de elementos. (inclusive, até, mesmo, até mesmo...)

Até o auxiliar participou da reunião com a diretoria da empresa.

Estabelecem a hierarquia numa escala, assinalando o elemento mais fraco. (ao menos, pelo menos, no mínimo...)

Ele poderia ter-nos dado ao menos um telefonema para avisar que chegou bem.

Ligam elementos de duas ou mais escalas orientadas no mesmo sentido. (e, também, nem, tanto... como, não só... mas também, além de, além disso).

Ele não somente estuda, como também trabalha muito.

Introduzem um argumento decisivo. (além do mais, de uma vez por todas...)

Ele não tem um perfil adequado para função. Além do mais, é analfabeto!


Pergunta retórica é uma interrogação que não tem como objetivo obter uma resposta, mas sim estimular a reflexão do individuo sobre determinado assunto.

A pessoa que faz uma pergunta retórica já sabe a resposta do questionamento feito, visando ajudar o destinatário da interrogação a refletir ou a entender determinado tema, assunto ou situação.

A pergunta retórica pode possuir um caráter de ironia ou sarcasmo.

Em uma pergunta "normal", o indivíduo busca obter uma informação ou resposta sobre algo que desconhece, por exemplo: "Onde fica a Avenida da Liberdade?"; "Quantos anos você tem?" ou "Quem ganhou a corrida de ontem?"

Já no caso da pergunta retórica, o interlocutor não deseja obter uma resposta, mas sim reforçar uma ideia ou crítica sobre algo ou alguém. Muitas vezes, o próprio interlocutor acaba por responder a pergunta retórica. Exemplo: "Onde vamos parar com tanta violência?"; "Acha que eu sou bobo?" ou "Você acha que eu nasci ontem?".

Verbo - Gramática para Concursos

 Conceito

Observe as palavras nas frases:

1. Dois terços dos eleitores votaram nos partidos de oposição.

votaram - palavra que indica uma ação ocorrida num tempo passado, a ação de votar.

 

 2. O povo está descontente com as decisões do prefeito.

está - palavra que expressa um estado (modo de estar) localizado no tempo atual.

3. Segundo a meteorologia, choverá em todo o estado no domingo.

choverá - palavra que exprime um fenômeno da natureza e localiza-o num tempo futuro.

Todas essas palavras (votaram, está, choverá) são verbos. Logo, pode-se conceituar verbo como palavra variável que expressa um processo. Ao indicar um fato situado no tempo, o verbo pode exprimir ação, estado, mudança de estado, existência, acontecimento, desejo, atividade mental ou fenômeno da natureza. Outros exemplos:


4. O grupo auxilia pessoas carentes. 

5. Ela parece pensativa. 

6. O técnico ficou doente. 

7. Houve eleições nos últimos anos.

8. A exposição ocorrerá amanhã.

9. Quero ser um dentista.

10. Penso no meu futuro.

11. Nevou em São Joaquim.



Verbos são palavras variáveis que expressam um processo, localizando-o no tempo.

Verbos - dicas para entender e conjugar sem estresse

Vamos mostrar aqui o método mais fácil para aprender conjugação verbal, apresentado pelo Professor Marcelo Bernardo, sem decoreba e sem estresse,


O Presente do Indicativo é o tempo universal. Quando você for conjugar um verbo tome o Presente do Indicativo como um ponto de partida, ele irá salvar a pátria. Para ajudar na memorização vamos colocar algumas dicas para cada tempo verbal. Para o Presente do Indicativo daremos o nome de "o pai de todos" e "esteio da conjugação", porque ele dá origem a todos os tempos, ele é o ponto de partida, Bombril, 1001 utilidades.


1º passo:

Presente do Indicativo – O pai de todos

“esteio da conjugação”


Eu estudo

Tu estudas

Ele estuda

Nós estudamos

Vós estudais

Eles estudam


2º passo: 

Isolar a base (tema = verbo sem r)


Eu estudo__

Tu estuda___s

Ele estuda___

Nós estuda__mos

Vós estuda__is

Eles estuda__m


3º passo: 

Ajustar a vogal


Eu estuda__   - estuda (tema: 'estuda')

Tu estuda___s

Ele estuda___

Nós estuda__mos

Vós estuda__is

Eles estuda__m


Observação: Depois do terceiro passo é só preencher os espaços com as terminações de cada tempo verbal. Não é preciso decorar nada, basta saber as terminações de cada tempo verbal e usar presente do indicativo como ponto de partida. Observe ainda que na segunda pessoa do plural o -a vira -e, portanto, sempre haverá uma diferença na terminação, mas coisa fácil de aprender.



RECAPITULANDO...


1º PASSO - "Pai de todos" (presente do indicativo)

2º PASSO - "base" (tema = verbo sem r)

3º PASSO - "ajustar a vogal" (Eu estudo muda para Eu estuda)


Presente do Indicativo (Pai de todos)

Esta é a estrutura para conjugar verbos no Modo Indicativo.



Eu estuda__

Tu estuda___s

Ele estuda___

Nós estuda__mos

Vós estuda__is

Eles estuda__m


3º passo:

Preencher os espaços com as terminações 


Futuro do Presente

TERMINAÇÕES: REI/RA



Eu estudaREI

Tu estudaRÁs

Ele estudaRÁ

Nós estudaREmos

Vós estudaREIs

Eles estudaRÃO


Observação: Na 1ª pessoa do plural o nós imita o vós e na 3ª o M vira RÃO


Futuro do Pretérito TERMINAÇÃO: RIA


 Eu estudaRIA

Tu estudaRIAs

Ele estudaRIA

Nós estudaRÍAmos

Vós estudaRÍEis

Eles estudaRIAm


Pretérito Perfeito

TERMINAÇÃO: Cada pessoa tem uma terminação diferente. 



Eu estudei

Tu estudaSTE

Ele estudoU

Nós estudaMOS

Vós estudaSTES

Eles estudaRAM

Verbos regulares: I, STE, U, MOS, STES, RAM

Verbos irregulares:

disse, disseste, disse, dissemos, dissestes, disseram

houve, houveste, houve, houvemos, houvestes, houveram

tive, tiveste, teve, tivemos, tivestes, tiveram

vim, vieste, veio, viemos, viestes, vieram

fiz, fizeste, fez, fizemos, fizestes, fizeram

pus, puseste, pôs, pusemos, pusestes, puseram

quis, quiseste, quis, quisemos, quisestes, quiseram

estive, estiveste, esteve, estivemos, estivestes, estiveram

soube, soubeste, soube, soubemos, soubestes, souberam

coube, coubeste, coube, coubemos, coubestes, couberam

trouxe, trouxeste, trouxe, trouxemos, trouxestes, trouxeram

Pretérito Imperfeito

TERMINAÇÕES:


Para verbos terminados em AR = VA: cantar = cantava

Para verbos terminados em ER e IR = IA: vender = vendia, partir = partia

Exceções: ser, ter, vir, pôr e derivados (reter = retinha, intervir = intervinha, compor = compunha)

eu era, tu eras, ele era, nós éramos, vós éreis, eles eram

eu tinha, tu tinhas, ele tinha, nós tínhamos, vós tínheis, eles tinham

eu vinha, tu vinhas, ele vinha, nós vínhamos, vós vínheis, eles vinham

eu punha, tu punhas, ele punha, nós púnhamos, vós púnheis, eles punham

Eu estudaVA

Tu estudaVAs

Ele estudaVA

Nós estudaVAmos

Vós estudáVEis

Eles estudaVAm


Pretérito mais-que-perfeito

TERMINAÇÃO: RA



Eu estudaRA

Tu estudaRAs

Ele estudaRA

Nós estudaRAmos

Vós estudaREis

Eles estudaRAm


A regra vale para os verbos de segunda e terceira conjugação e também se você inventar outro verbo.


Modo subjuntivo


Obs.: Comece sempre a partir do Presente do Indicativo (Pai de todos). O Presente do Indicativo da origem ao Presente do Subjuntivo, trocando a vogal temática, elemento mais importante do verbo, que da sentido. Veja como fica a troca:


Presente do Indicativo           Presente do Subjuntivo       Exemplo

                a                                              e                                        cantar - Que eu cante

               e/i                                             a                                       comer - Que eu coma

                                                                                                          partir - Que eu parta


Presente do subjuntivo 

Sempre precedido do "QUE". Não esqueça: o A do Presente do Indicativo vira E no Presente do Subjuntivo.


Que eu estudE

Que tu estudEs

Que ele estudE

Que nós estudEmos

Que vós estudEis

Que eles estudEm

Dica: AE = EIA: A vira E, E ou I viram A

AE - surpresa / EIA - freio de burro


Imperfeito do Subjuntivo

SE + verbo (base) + SSE


Se eu estudaSSE

Se tu estudaSSEs

Se ele estudaSSE

Se nós estudáSSEmos

Se vós estudáSSEis

Se eles estudáSSEm


Futuro do Subjuntivo

Quando + verbo (base) + R, RES, R, RMOS, RDES, REM


Quando eu estudaR

Quando tu estudaRES

Quando ele estudaR

Quando nós estudaRMOS

Quando vós estudaRDES

Quando eles estudaREM


MODO IMPERATIVO

Note que no modo imperativo não temos o "eu". Também no lugar de "ele" e de "eles" entrou "você e "vocês" ou qualquer outro pronome de tratamento.  Isso porque, no imperativo, fala-se diretamente com a pessoa, não se fala a respeito da pessoa. O imperativo é aquela forma verbal que expressa não expressa só ordem, mas também pedido, desejo, súplica, conselho, convite, recomendação, etc. Ninguém dá ordem a si mesmo, ninguém suplica, convida, recomenda ou dá conselho a si mesmo, daí não se usam os pronomes na primeira pessoa.


Nos textos religiosos, é um padrão de conduta, uma orientação moral, não é uma ordem.


Quadro comparativo


PRESENTE DO SUBJUNTIVO X IMPERATIVOS

As formas imperativas são praticamente Ctrl + C e Ctrl + V (de vaca) do presente do subjuntivo. Pega-se o Presente do Subjuntivo sem o "eu", retira o QUE do subjuntivo, coloca um NÃO (ou qualquer outra palavra negativa) na frente e transcreve o Presente do Subjuntivo. Pronto. O Presente do Indicativo está pronto. No Imperativo Afirmativo os diferentões são o Tu/Vós que nada mais é que o Presente do Indicativo sem o -s.


PRESENTE SUBJUNTIVO

IMPERATIVO NEGATIVO

IMPERATIVO AFIRMATIVO

Que eu estude

---------------

----------------

Que eu estudes

Não Estudes tu

Estuda tu (Pres. Ind. Sem o s)

Que ele estude

Não estude você

Estude você

Que nós estudemos

Não estudemos nós

Estudemos nós

Que vós estudeis

Não estudeis vós

Estudai vós (Pres. Ind. Sem o s)

Que eles estudem

Não estudem vocês

Estudem vocês


Formas nominais do verbo


Infinitivo pessoal (mesmas terminações do Futuro do Subjuntivo). Infinitivo é o verbo sem flexão de tempo. Pode ser Pessoal e Impessoal.


Infinitivo Pessoal

EstudaR eu

EstudaRES tu

EstudaR ele

EstudaRMOS nós

EstudaRDES vós

EstudaREM eles


Infinitivo Impessoal (estudar)


Gerúndio - Expressa continuidade, ação ainda não terminada (estudando).


Particípio - Expressa ação completamente concluída. Pode ser regular ou irregular.

Particípio regular são terminados em -do.

TER ou HAVER estudado, acendido. Geralmente são acompanhados por ter e haver.

Particípio irregular (TGS)

SER ou ESTAR feito, pego, aceso. Geralmente estão acompanhados por ser, estar e ficar.

Ele havia aceitado o convite. / O convite foi aceito.

Ele havia elegido o candidato. / O candidato está eleito.

Eu tinha imprimido meu trabalho. / Meu trabalho foi impresso.

Eu tinha entregado a encomenda. / A encomenda está entregue.

Vindo pode ser tanto gerúndio quanto particípio do verbo vir. Não existe a forma *vido, que seria o particípio.

Os verbos abrir, cobrir, dizer, escrever, fazer e ver só possuem a forma irregular - aberto, coberto, dito, escrito, feito e visto.

Emprego do infinitivo:

Emprego da forma não flexionada:

1 - Quando substitui o imperativo

Preparar, apontar, fogo!

2 - Quando funciona como complemento nominal de certos adjetivos

É uma tarefa difícil de fazer.

3 - Quando é verbo principal de uma locução verbal. Nesse caso, a flexão ocorre no verbo auxiliar

Eles querem sair.

4 - Quando não se refere a nenhum sujeito

'Ser ou não ser, eis a questão' (William Shakespeare)

Emprego da forma flexionada:

1 - Com sujeito expresso

O ideal é prosseguirem todos.

2 - Quando o sujeito está implícito na desinência verbal

É bom não dizeres nada.

3 - Quando o sujeito é indeterminado

Mandei fazerem logo a reportagem.

Com os verbos causativos e sensitivos, a flexão é facultativa se o sujeito for um substantivo.

Deixei os funcionários sair.

Deixei os funcionários saírem.

Se o sujeito do infinitivo for um pronome átono, o infinitivo ficará obrigatoriamente no singular:
Deixei-os sair.

Se o infinitivo estiver com pronome reflexivo ou recíproco, a flexão será obrigatória:
Mandei meus filhos lavarem-se.
Mandei cumprimentarem-se os adversários.

Todos os pronomes oblíquos átonos podem ser sujeito de infinitivo, até mesmo lhe. Diferente dos outros, que podem ser usados com qualquer tipo de verbo, lhe só pode ser empregado se o infinitivo for transitivo direto. Veja os exemplos:
Mandei-lhe visitar os avós. (certo)
Mandei-lhe obedecer aos avós. (errado)
Mandei-lhe sair. (errado)
Visitar é transitivo direto, por isso a primeira frase está correta. O pronome o poderia ser usado em todas as frases. 

A semelhança entre o futuro do subjuntivo e o infinitivo pessoal causa confusões.

1. Manterem em vez de mantiverem:

Errado - Se os alunos manterem a rotina de estudo, serão aprovados com louvor

Certo - Se os alunos mantiverem a rotina de estudo, serão aprovados com louvor.

2. Ver em vez de vir:

Errado - Se ele ver o filme, vai se surpreender.

Certo - Se ele vir o filme, vai se surpreender.

3. Depor em vez de depuser:

Errado - Se você depor a favor dele, ele será absolvido.

Certo - Se você depuser a favor dele, ele será absolvido.

4. Propor em vez de propuser:

Errado - Se o patrão propor um acordo razoável, os funcionários aceitarão a proposta.

Certo - Se o patrão propuser um acordo razoável, os funcionários aceitarão a proposta.

5. Obter em vez de obtiver:

Errado - Se ele não obter êxito na avaliação de matemática, será reprovado.

Certo - Se ele não obtiver êxito na avaliação de matemática, será reprovado.

O presente do indicativo é tempo primitivo. Dele derivam: o presente do subjuntivo, o imperativo afirmativo e o imperativo negativo.

Os verbos que têm Z no radical admitem duas formas para o imperativo afirmativo: faze e faz, traze e traz, dize e diz. Essa dupla possibilidade ocorre porque as formas oficiais estão em desuso no Brasil.

O pretérito perfeito do indicativo é tempo primitivo. Dele derivam: o pretérito mais-que-perfeito, o imperfeito do subjuntivo e o futuro do subjuntivo.

O infinitivo impessoal é tempo primitivo. Dele derivam: o pretérito imperfeito, o futuro do presente, o futuro do pretérito, o infinitivo pessoal, o gerúndio e o particípio.

O infinitivo é precedido de uma preposição ou usado em locuções verbais, o futuro do subjuntivo é precedido de uma conjunção ou pronome.

Existem dois tipos de formas verbais:

rizotônicas - a sílaba tônica recai no radical. São oito: eu, tu, ele e eles do presente do indicativo e eu, tu, ele e eles do presente do subjuntivo, e as correspondentes do imperativo.

arrizotônicas - a sílaba tônica recai na desinência. São todas as outras formas verbais.

Teorizando sobre as flexões do verbo

Flexões, tempo e modo

O verbo é a palavra que apresenta o maior número de flexões: modo, tempo, número, pessoa, voz e aspecto. 


Flexão de modo 

Corresponde às diferentes formas apresentadas pelo verbo, a fim de indicar a atitude que o falante assume em relação ao processo verbal (certeza, dúvida, ordem, etc.).


São três os modos verbais:

INDICATIVO - Revela uma atitude objetiva do falante em relação ao processo verbal, apresentando o fato expresso pelo verbo como certo, preciso, seja ele passado, presente ou futuro.

Ex.: Patrícia gosta de passear.

SUBJUNTIVO - Revela uma atitude subjetiva do falante em relação ao processo verbal, permitindo a expressão de estados emocionais.

Ex.: 

Se eu ganhasse na loteria, viajaria para os Estados Unidos.

Talvez você consiga passar no concurso.

Quando todos estiverem prontos, começaremos a reunião.

IMPERATIVO - Revela uma atitude de interferência do falante sobre o interlocutor, exprimindo pedido, ordem, proibição, conselho, recomendação, súplica ou convite. No imperativo, o falante sempre se dirige a um interlocutor, por isso esse modo só possui as formas que admitem um interlocutor (segundas e terceiras pessoas, além da primeira do plural).

Ex.:

Abra a porta! (ordem)

Não se atrase. (conselho)

Venha à festa hoje. (convite)

Não me deixe só. (súplica)

2) Flexão de tempo

O processo expresso pelo verbo pode-se situar em três tempos: presente, pretérito e futuro. A possibilidade de flexão temporal é fundamental para definir uma palavra como verbo.                                                                      

Pretérito: Exprime um processo que ocorre no momento em que se fala.

Ex.: Agora, ele entrega a recompensa.

Pretérito: exprime um processo que ocorreu anteriormente ao momento em que se fala.

Ex.: Ontem, ele entregou a recompensa.

Futuro: Exprime um processo que deverá ocorrer posteriormente ao momento em que se fala.

Ex.: Amanhã, ele entregará a recompensa.

Tempos simples e tempos compostos

Quanto à forma, o tempo pode ser simples e composto.

Simples - Formado por um só verbo.

Ex.: Ela chegou tarde.

Composto - Formado pelo verbo ter (ou haver) e um particípio.

Ex.: 

Ela tinha chegado tarde.

Havíamos chegado cedo.

Tempos compostos: verbo + particípio

Modo indicativo

Pretérito perfeito - presente do indicativo + particípio

Ex.: tenho/hei estudado, vencido

Pretérito mais-que-perfeito - pretérito imperfeito + particípio

Ex.: tinha/havia estudado, vencido

Futuro do presente - futuro do presente + particípio

Ex.: terei/haverei estudado, vencido

Futuro do pretérito - futuro do pretérito + particípio

Ex.: teria/haveria estudado, vencido

Modo subjuntivo

Pretérito perfeito - presente do subjuntivo + particípio

Ex.: tenha/haja estudado, vencido

Pretérito mais-que-perfeito - imperfeito do subjuntivo + particípio

Ex.: tivesse/houvesse estudado, vencido

Futuro - futuro do subjuntivo + particípio

Ex.: tiver/houver estudado, vencido

Das formas nominais, o infinitivo impessoal, o infinitivo pessoal e o gerúndio possuem formas compostas.

Não há tempo composto relativo ao presente nem ao pretérito imperfeito do indicativo. Eles são usados para formar o pretérito perfeito e o pretérito mais-que-perfeito do indicativo.

Também não há tempo composto relativo ao modo imperativo nem ao particípio.

Locuções verbais

São expressões formadas por dois ou mais verbos. O verbo auxiliar indica as flexões, e o verbo principal expressa a ideia da ação.

Eles devem ajudar no que puderem.

As coisas estão mudando.

Talvez ele seja convocado para a Copa.

Pode ser ligada por uma preposição:

Tenho que trabalhar hoje.

Os verbos mais usados como auxiliares são - ser, estar, ter, haver e ir. Contudo, outros verbos podem ser usados como auxiliares - poder, dever, deixar de, voltar a, começar a, passar a, continuar, vir a, querer, tentar, pretender, odiar, detestar, estar para (também usada no cálculo de proporções).

Emprego de tempos e modos

Presente do indicativo

Indica uma ação que ocorre no momento em que se fala.

Neste caso, é chamado de presente momentâneo.

Ex.: Estou contente com a notícia.

Indica fatos ou estados permanentes, bem como exprime uma verdade universal ou algo tido como tal. É usado em fórmulas científicas, dogmas religiosos e artigos de lei. 

Neste caso, é chamado de presente durativo.

Ex.: O Sol é um astro.

Exprime ação que ocorre com frequência.

Neste caso, é chamado de presente habitual ou frequentativo.

Ex.: Não trabalho aos domingos.

Dá atualidade a fatos ocorridos no passado.

Neste caso, é chamado de presente histórico ou narrativo.

Ex.: D. Pedro proclama a Independência do Brasil, em sete de setembro de 1822.

Indica fato futuro bastante próximo, quando se tem certeza de que ele ocorrerá.

Ex.: Amanhã envio as encomendas.

Atenua o tom do imperativo, que pode parecer autoritário.

Ex.: Você me faz um favor? (Faça-me um favor.)

Pretérito imperfeito do indicativo

Exprime um fato anterior ao momento em que se fala, mas não o toma como concluído, acabado. O pretérito imperfeito expressa uma ação habitual, rotineira. Utiliza-se o pretérito imperfeito do indicativo não para dizer que se fazia alguma coisa no passado, mas para mostrar um sentimento, que se tinha o hábito de fazer aquilo, que era comum fazer determinada coisa. Ao contrário do pretérito perfeito que expressa uma ação, não habitual, acabada (Eu fiz o concurso da Prefeitura e tirei dez).

Ex.:  

Ele falava muito durante as aulas.

 Quando me convidavam, eu comparecia.

Ele praticava esporte, estudava artes e trabalhava.

Também é usado para um fato passado incerto quanto ao tempo.

Ex.: Era uma vez um lugarzinho no meio do nada...

Também é usado para fazer desejos e pedidos gentilmente.

Neste caso, chama-se imperfeito de cortesia.

Ex.: Queria um café e um pão de queijo, por favor.

Pretérito perfeito do indicativo

Exprime um fato passado, apresentando-o como concluído, acabado, não habitual, ação momentânea, definida no tempo.

Ex.: 

Ontem concluí todos os trabalhos.

Quando me convidaram, eu compareci.

Ele praticou esporte, estudou artes e trabalhou.

Pretérito mais-que-perfeito do indicativo

Exprime um fato passado já concluído, tomado em relação a outro fato também passado.

Ex.: Eu concluíra todos os trabalhos, quando você chegou.

Obs.:  Suponha que você tenha concluído todos os trabalhos às 9h. Às 10 horas seu colega chega. Às 11h ele pergunta: "Terminou o trabalho?" Então você responde: "Eu concluíra (9h) todos os trabalhos, quando você chegou (10h)", ou seja, "Quando você chegou eu já tinha (havia) concluído todos os trabalhos". Observe que são duas ações no passado, só que uma acontece antes da outra. Isso é pretérito mais-que-perfeito.

 Futuro do presente do indicativo

Exprime um fato posterior ao momento em que se fala, tomando-o como certo ou provável. Se é 'indicativo' expressa uma ação real, certa, se é 'futuro do presente' eu tenho a certeza no futuro.

Ex.: Amanhã, aprovarão as leis na Câmara.

Exprime dúvida ou incerteza sobre fatos atuais.

Ex.: Será que ainda se lembram de mim?

Exprime um desejo ou uma ordem, caso em que possui valor imperativo.

Ex.: Não matarás!

Futuro do pretérito do indicativo

Exprime um fato futuro tomado em relação a um fato passado.

Ex.: Ele me garantiu que iria à reunião.

Exprime dúvida ou incerteza sobre fatos passados.

Ex.: Naquela época, ele teria uns quarenta anos.

Obs.: O futuro do pretérito do indicativo é o único tempo verbal que pode realmente indicar dúvida ou incerteza, pois liga uma opção futura a uma condição.

Indica desejo presente, na linguagem polida.

Você me faria uma favor?

Indica surpresa ou indignação em certas frases interrogativas e exclamativas.

Ex.: Jamais imaginaria isso! / Nunca diria uma coisa dessas!

Indica fatos não realizados, dependentes de condição.

Ex.: Se você estudasse mais, passaria no concurso.

Presente do subjuntivo

Empregado sobretudo nas orações subordinadas (dependentes), podendo expressar fatos presentes ou futuro.

Ex.: 

É justo que eles fiquem. (presente)

Desejo que todos compareçam. (futuro)

Obs.: Pode-se usar o presente para expressar fatos futuros. Observe que essas ações ainda não aconteceram, mas que certamente acontecerão.

Imperfeito do subjuntivo

Pode indicar uma ação passada, presente ou futura em relação ao verbo da oração principal.

Ex.: 

Se neste momento eu tivesse coragem, contaria toda a verdade. (presente)

Mesmo que saísse antes, não teria chegado a tempo. (passado)

Ficaria feliz se ele fosse à minha casa. (futuro)

Futuro do subjuntivo

Empregado em orações subordinadas (dependentes) para indicar eventualidade no futuro.

Ex.: Farei o trabalho se tiver tempo.

Entretanto, existem frases já consagradas que apresentam o uso do subjuntivo independente: 'Deus te abençoe', 'Raios o partam', 'Valha-me Deus', e também na oração católica do Pai Nosso: 'santificado seja o vosso nome / venha a nós o vosso reino / seja feita a vossa vontade'. 

O advérbio talvez normalmente exige o subjuntivo: Talvez ele chegue mais tarde. 


Outras flexões do verbo

Flexão de número - O verbo pode-se apresentar no singular ou no plural, sempre concordando com o sujeito da oração.

Flexão de pessoa - O verbo flexiona-se em pessoa - 1ª (eu/nós), 2ª (tu/vós), 3ª (ele/ela, eles/elas) -, concordando com o seu sujeito. Se na frase não houver sujeito, o verbo permanece na terceira pessoa do singular (verbos impessoais).

Flexão quanto ao aspecto - Associada diretamente ao sentido expresso pelo verbo, caracterizando o momento em que a ação é apresentada (início, meio ou fim). Sugere um valor semântico diferenciado para o verbo.

Não é um critério morfológico, mas semântico (interpretativo / de sentido).

Alguns exemplos: 

Aumentativo (ideia de exagero, aumento)

esbravejar, de bravejar

 Diminutivo (há noção de diminuição)

bebericar, de beber

Frequentativo ou iterativo (indica repetição frequente do processo)

balancear, pestanejar, clarear

Incoativo ou inceptivo (indica início de ação ou de processo)

alvorecer, iniciar, amanhecer, nascer

Conclusivo ou cessativo (final de ação ou processo)

chegar, parar, terminar, interromper, acabar

Imitativo ou onomatopaico (ação própria dos nomes de que derivam)

engatinhar (de gato), corvejar (de corvo)

Fonte: Gramática da Língua Portuguesa - Roberto Melo Mesquita

Flexão de voz - Dependendo da relação com o seu sujeito, o verbo pode estar na voz ativa, na voz passiva ou na voz reflexiva.

Voz ativa - O sujeito é quem pratica a ação, é o agente da ação expressa pelo verbo, chamado de sujeito agente.

Ex.: 

Cláudia pintou um quadro.

Cláudia havia pintado um quadro.

Voz passiva - O sujeito é o elemento que sofre a ação verbal. Pode ser analítica ou sintética.

Analítica: apresenta 2 ou mais verbos (verbo auxiliar + verbo principal no particípio)

Ex.: 

Um quadro foi pintado por Cláudia.

Um quadro havia sido pintado por Cláudia.

Obs.: sujeito paciente = "Um quadro". Agente da passiva = "por Cláudia".

Sintética ou Pronominal: apresenta verbo + se (pronome apassivador)

Ex.:

Pintou-se um quadro.

Havia-se pintado um quadro.

Voz reflexiva - Ocorre quando o sujeito pratica e sofre a ação expressa pelo verbo, chamado de sujeito agente e paciente. (SE = pronome reflexivo)

Ex.: 

Lucas se barbeou rapidamente. (indica reflexividade = a si mesmo)

Eles se conheceram ontem. (indica reciprocidade = uns aos outros)

Transposição de voz verbal

Observações:

1) Na mudança de voz verbal, o tempo e o modo do(s) verbo(s) permanecem inalterados.

2) Voz passiva é uma forma verbal, enquanto passividade é ideia. Em 'A noiva recebeu o presente' há voz ativa, embora o sujeito tenha sofrido a ação.

3) Os verbos chamar-se, batizar-se, operar-se (no sentido cirúrgico) e vacinar-se são considerados passivos.

4) Em 'Ele só pensa em si' há reflexividade, mas não há voz reflexiva.

5) As frases que admitem conversão de voz verbal são verbos transitivos diretos (VTD) e verbos transitivos diretos e indiretos (VTDI).

Ex.: A mulher auxiliou o doente. / O doente foi auxiliado pela mulher.

O conhecimento liberta o homem. / O homem é libertado pelo conhecimento.

Ele entregou o livro ao professor. / O livro foi entregue por ele ao professor.

Atenção! Cuidado com os verbos impessoais

Havia dez alunos na sala. (VTD) - Oração sem sujeito, não admite transposição de voz verbal

Não aceitam transposição:

Ela gosta de viajar. (VTI)

verbos transitivos indiretos - porque seu complemento tem preposição

Ele morreu hoje. (VI)

verbos intransitivos - porque não possuem complemento

Estamos cansados. (VL)

verbos de ligação - porque são verbos de estado, não de ação

Voz ativa > passiva sintética

Retira-se o sujeito e acrescenta-se o SE

Ex.: O governo aprova a nova lei. / Aprova-se a nova lei.

É importante verificar a concordância verbal! 

Ex.: O aluno concluiu os exercícios. / Concluíram-se os exercícios.

Voz ativa > passiva analítica

1) Contar os verbos: ativa 1 > passiva 2; ativa 2 > passiva 3

2) Identificar tempo e modo (inalterados)

3) Inverter os termos inicial e final

Ex.: Cláudia pintou um quadro. / Um quadro foi pintado por Cláudia.

Classificação dos verbos:

Verbos regulares - Flexionam-se de acordo com o modelo de conjugação. Conservam seu radical em todas as formas.

Ex.: eu estudo, tu estudas, ele estuda; eu estudei; eu estudava; eu estudara; eu estudarei; eu estudaria; que eu estude; se eu estudasse; quando eu estudar.

eu nasço, tu nasces, ele nasce (o radical se conservou, mas ocorreu um ajuste gráfico)

Se não houvesse esse ajuste, ficaria 'nasco'

eu ajo, tu ages, ele age (esse ajuste foi necessário para manter o som)

Se não houvesse esse ajuste, ficaria 'ago'

Para saber se um verbo é regular ou irregular, basta conjugá-lo no presente ou no pretérito perfeito do indicativo. Se nesses dois tempos ele seguir o modelo, ele será regular nos demais tempos, se não, é irregular.

Verbos irregulares - Verbos que, em algum tempo, modo ou pessoa, apresentam alterações no radical, afastando-se do modelo de conjugação.

Ex.: eu meço, tu medes, ele mede; eu vim, tu vieste, ele veio

Atenção! O verbo estar, apesar de conservar seu radical, apresenta irregularidade nas desinências.

eu estou, tu estás, ele está, nós estamos, vós estais, eles estão

Podem apresentar formas regulares, mas não deixam de ser irregulares.

Verbos defectivos - apresentam conjugação incompleta. Ex.: reaver, precaver, ressarcir, computar, adequar, falir, colorir, abolir, demolir, explodir. 

verbo falir - presente do indicativo: nós falimos, vós falis

verbo abolir - presente do indicativo: tu aboles, ele abole, nós abolimos, vós abolis, eles abolem

Observações:

1) Para os casos em que faltam determinadas formas, deve-se recorrer a verbos sinônimos ou mesmo a locuções verbais.

reaver - recuperar / Ex.: Eles não recuperaram o dinheiro roubado.

abolir - eliminar / Ex.: Eu elimino esse problema.

2) Os verbos onomatopaicos (miar, latir), os que indicam fenômenos da natureza (chover, nevar, ventar, trovejar) e os que indicam necessidade, acontecimento ou sensações (acontecer, convir, suceder, ocorrer, importar, cumprir, convir, custar, aprazer, parecer, doer) classificam-se como verbos defectivos.

Ex.: Os cavalos relinchavam na estrebaria. / Chove muito no verão. / Custou-lhe entender a questão.

3) A defectividade só ocorre no presente, não no pretérito nem no futuro. Nesses tempos, esses verbos têm conjugação regular.

4) Em sua maioria, os defectivos pertencem à terceira conjugação.

5) Alguns verbos que são defectivos, como adequar, explodir, computar e ressarcir, segundo alguns gramáticos e dicionaristas, são regulares.

Verbos anômalos - sofrem profundas alterações no radical. São dois: ser (originário das formas latinas sedere e esse) e ir (originário das formas latinas ire, vadere e fugere)

Ex.: ser (sou, és, é, somos, sois, são) / outros tempos: era, serei, seria, seja

ir (vou, vais, vai, vamos, ides, vão) / outros tempos: ia, irei, iria, vá

Formas equivalentes:

pretérito perfeito - fui, foste, foi, fomos, fostes, foram

pretérito mais-que-perfeito - fora, foras, fora, fôramos, fôreis, foram

imperfeito do subjuntivo - fosse, fosses, fosse, fôssemos, fôsseis, fossem

futuro do subjuntivo - for, fores, for, formos, fordes, forem

Cuidado com as formas!

Verbo ser:

Presente do indicativo - tu és, vós sois

Presente do subjuntivo - que tu sejas, que vós sejais

Imperativo negativo - não sejas tu, não sejais vós

Imperativo afirmativo - sê tu, sede vós

Verbo ir:

Presente do indicativo - tu vais, vós ides

Presente do subjuntivo - que tu vás, que vós vades

Imperativo negativo - não vás tu, não vades vós

Imperativo afirmativo - vai tu, ide vós

Verbos abundantes - possuem duas ou mais formas de idêntico valor

havemos ou hemos / constrói ou construi / destrói ou destrui / entope ou entupe / apiedo-me ou apiado-me

particípios regular e irregular

acendido / aceso; pegado / pego; limpado / limpo; elegido / eleito; imprimido / impresso; entregado / entregue; expulsado / expulso; aceitado / aceito; prendido / preso; soltado / solto

Verbos notáveis:

ter - manter, conter, deter, reter, entreter, obter, abster-se, ater-se, suster

pôr - propor, compor, repor, impor, expor, depor, transpor, decompor, sobrepor, justapor, opor, pressupor, interpor

ver - prever, antever, rever, entrever, telever

QUANDO ou SE, indicando possibilidade: ver > vir / vir > vier

vir - intervir, provir, convir, advir, sobrevir, desavir-se, avir-se, reavir-se


reaver / precaver

reaver - conjuga-se como haver, mas somente nas formas em que este apresenta a letra V

precaver - nas formas existentes, segue a conjugação de vender

eu hei, tu hás, ele há, nós havemos/hemos, vós haveis/heis, eles hão

nós reavemos, vós reaveis / (nos) precavemos, vós (vos) precaveis


pretérito perfeito - houve: reouve / precavi

pretérito mais-que-perfeito - houvera: reouvera / precavera

imperfeito do subjuntivo - houvesse: reouvesse / precavesse

futuro do subjuntivo - houver: reouver / precaver


esquema prático:

presente do indicativo > presente do subjuntivo

presente do subjuntivo > imperativo afirmativo (você, nós e vocês) e imperativo negativo

tu e vós (imperativo afirmativo) > presente do indicativo sem S


verbo defectivo:

sem EU no presente do indicativo > não tem presente do subjuntivo e você, nós e vocês do imperativo afirmativo 

sem presente do subjuntivo > não tem imperativo negativo

sem EU, TU, ELE e ELES no presente do indicativo > não tem presente do subjuntivo e tu, você, nós e vocês do imperativo afirmativo

regular nos pretéritos e futuros


requerer - segue o modelo do verbo QUERER, exceto nos seguintes tempos, em que segue a conjugação de VENDER: 

pretérito perfeito - quis, quiseste, quis, quisemos, quisestes, quiseram / requeri, requereste, requereu, requeremos, requerestes, requereram

pretérito mais-que-perfeito - quisera, quiseras, quisera, quiséramos, quiséreis, quiseram / requerera, requereras, requerera, requerêramos, requerêreis, requereram

imperfeito do subjuntivo - quisesse, quisesses, quisesse, quiséssemos, quisésseis, quisessem / requeresse, requeresses, requeresse, requerêssemos, requerêsseis, requeressem

futuro do subjuntivo - quiser, quiseres, quiser, quisermos, quiserdes, quiserem / requerer, requererdes, requerer, requerermos, requererdes, requererem


prover - segue o modelo do verbo VER, exceto nos seguintes tempos, em que segue a conjugação de VENDER:

pretérito perfeito - vi, viste, viu, vimos, vistes, viram / provi, proveste, proveu, provemos, provestes, proveram

pretérito mais-que-perfeito - vira, viras, vira, víramos, víreis, viram / provera, proveras, provera, provêramos, provêreis, proveram

imperfeito do subjuntivo - visse, vísseis, visse, víssemos, vísseis, vissem / provesse, provesses, provesse, provêssemos, provêsseis, provessem

futuro do subjuntivo - vir, vires, vir, virmos, virdes, virem / prover, proveres, prover, provermos, proverdes, proverem


terminações EAR / IAR:


EAR - apresenta conjugação diferente no nós e vós

sortear - presente do indicativo: sorteio, sorteias, sorteia, sorteamos, sorteais, sorteiam

sortear - presente do subjuntivo: sorteie, sorteies, sorteie, sorteemos, sorteeis, sorteiem


O mesmo para outros verbos


IAR - apresenta conjugação diferente nos nós e vós


verbos MARIO: mediar, ansiar, remediar, intermediar, incendiar, odiar


remediar - presente do indicativo: remedeio, remedeias, remedeia, remediamos, remediais, remedeiam

remediar - presente do subjuntivo: remedeie, remedeies, remedeie, remediemos, remedieis, remedeiem


Os outros verbos terminados em IAR são regulares

Somente em Portugal se conjuga negoceio, negoceias, negoceia, premeio, premeias, premeia, comerceio, comerceias, comerceia, licenceio, licenceias, licenceia, presenceio, presenceias, presenceia, etc.


aguar - regular

presente do indicativo: águo, águas, água, aguamos, aguais, aguam

pretérito perfeito: aguei, aguaste, aguou, aguamos, aguastes, aguaram

Mesmo modelo para: desaguar, enxaguar e minguar


arguir - regular

presente do indicativo: arguo, arguis, argui, arguimos, arguis, arguem

pretérito perfeito: argui, arguiste, arguiu, arguimos, arguistes, arguíram

Mesmo modelo para: redarguir

A conjugação segue a mesma do verbo usufruir.


averiguar - regular

presente do indicativo: averiguo/averíguo, averiguas/averíguas, averigua/averígua, averiguamos, averiguais, averiguam/averíguam

pretérito perfeito: averiguei, averiguaste, averiguou, averiguamos, averiguastes, averiguaram

Mesmo modelo para: apaziguar


expugnar - regular

presente do indicativo: expugno, expugnas, expugna, expugnamos, expugnais, expugnam

pretérito perfeito do indicativo: expugnei, expugnaste, expugnou, expugnamos, expugnastes, expugnaram

Mesmo modelo para: impregnar, dignar, indignar, estagnar, consignar, designar, impugnar, repugnar, designar


aprazer - irregular

presente do indicativo - aprazo, aprazes, apraz, aprazemos, aprazeis, aprazem

futuro do presente - aprazerei, aprazerás, aprazerá, aprazeremos, aprazereis, aprazerão

futuro do pretérito - aprazeria, aprazerias, aprazeria, aprazeríamos, aprazeríeis, aprazeriam

pretérito imperfeito - aprazia, aprazias, aprazia, aprazíamos, aprazíeis, apraziam

infinitivo pessoal - aprazer, aprazeres, aprazer, aprazermos, aprazerdes, aprazerem


segue o verbo HAVER em 4 tempos:

pretérito perfeito - aprouve, aprouveste, aprouve, aprouvemos, aprouvestes, aprouveram

pretérito mais-que-perfeito - aprouvera, aprouveras, aprouvera, aprouvéramos, aprouvéreis, aprouveram

imperfeito do subjuntivo - aprouvesse, aprouvesses, aprouvesse, aprouvéssemos, aprouvésseis, aprouvessem

futuro do subjuntivo - aprouver, aprouveres, aprouver, aprouvermos, aprouverdes, aprouverem

Outros verbos dignos de nota:

 

Serão conjugados apenas o presente do indicativo e o presente do subjuntivo. Para formar o imperativo, basta seguir o esquema já conhecido.

aderir - irregular

A vogal E do radical passa para I na 1ª pessoa do singular do presente do indicativo e em todo o presente do subjuntivo.

presente do indicativo - adiro, aderes, adere, aderimos, aderis, aderem

presente do subjuntivo - adira, adiras, adira, adiramos, adirais, adiram

Por ele se conjugam - ferir, inserir, preterir, compelir, expelir, impelir, repelir, referir, competir, repetir, deferir, despir, discernir, divergir, digerir, diferir, convergir, advertir, refletir, seguir, conseguir, perseguir, prosseguir, sentir, assentir, consentir, dissentir, pressentir, preferir, ressentir, mentir, desmentir, servir, desservir, vestir, investir, revestir, sugerir, conferir, transferir, interferir, seguir, proferir.

sortir - irregular

A vogal O do radical passa para U nas três pessoas do singular e na 3ª pessoa do plural do presente do indicativo, e no presente do subjuntivo.

presente do indicativo - surto, surtes, surte, sortimos, sortis, surtem (algumas formas coincidem com as do verbo surtar)

presente do subjuntivo - surta, surtas, surta, surtamos, surtais, surtam

Por ele se conjuga - polir.

fugir - irregular

Na 2ª e 3ª pessoas do singular e na 3ª pessoa do singular, a vogal U passa para O.

presente do indicativo - fujo, foges, foge, fugimos, fugis, fogem

presente do subjuntivo - fuja, fujas, fuja, fujamos, fujais, fujam

Por ele se conjugam - acudir, bulir, consumir, cuspir, entupir, desentupir, sacudir, subir e sumir. Assumir, presumir e resumir são regulares, conjugam-se como partir.

valer - irregular

presente do indicativo - valho, vales, vale, valemos, valeis, valem

presente do subjuntivo - valha, valhas, valha, valhamos, valhais, valham

Por ele se conjuga - equivaler.

agredir - irregular

presente do indicativo - agrido, agrides, agride, agredimos, agredis, agridem

presente do subjuntivo - agrida, agridas, agrida, agridamos, agridais, agridam

Por ele se conjugam - regredir, progredir, transgredir, prevenir, denegrir e cerzir.

parir - irregular

presente do indicativo - pairo, pares, pare, parimos, paris, parem

presente do subjuntivo - paira, pairas, paira, pairamos, pairais, pairam

dormir - irregular

presente do indicativo - durmo, dormes, dorme, dormimos, dormis, dormem

presente do subjuntivo - durma, durmas, durma, durmamos, durmais, durmam

Por ele se conjugam - cobrir, descobrir, encobrir, recobrir, engolir e tossir.

poder - irregular

presente do indicativo - posso, podes, pode, podemos, podeis, podem

presente do subjuntivo - possa, possas, possa, possamos, possais, possam

perder - irregular

presente do indicativo - perco, perdes, perde, perdemos, perdeis, perdem

presente do subjuntivo - perca, percas, perca, percamos, percais, percam

saber - irregular

presente do indicativo - sei, sabes, sabe, sabemos, sabeis, sabem

presente do subjuntivo - saiba, saibas, saiba, saibamos, saibais, saibam

rir - irregular

presente do indicativo - rio, ris, ri, rimos, rides, riem

presente do subjuntivo - ria, rias, ria, riamos, riais, riam

Por ele se conjuga - sorrir.

dizer - irregular

presente do indicativo - digo, dizes, diz, dizemos, dizeis, dizem

presente do subjuntivo - diga, digas, diga, digamos, digais, digam

futuro do presente - direi, dirás, dirá, diremos, direis, dirão

Por ele se conjugam - bendizer, maldizer, contradizer e desdizer.

dar - irregular

presente do indicativo - dou, dás, dá, damos, dais, dão

presente do subjuntivo - dê, dês, dê, demos, deis, deem

Circundar e vedar são regulares, conjugam-se como cantar.

caber - irregular

presente do indicativo - caibo, cabes, cabe, cabemos, cabeis, cabem

presente do subjuntivo - caiba, caibas, caiba, caibamos, caibais, caibam

optar, captar, raptar, adaptar, obstar - a vogal é tônica nas formas em que o acento tônico recai no radical

explodir - regular (ex-defectivo)

presente do indicativo - explodo, explodes, explode, explodimos, explodis, explodem

presente do subjuntivo - exploda, explodas, exploda, explodamos, explodais, explodam

adequar - regular (ex-defectivo)

presente do indicativo - adéquo, adéquas, adéqua, adequamos, adequais, adequam

presente do subjuntivo - adéque, adéques, adéque, adequemos, adequeis, adéquem

computar - regular (ex-defectivo)

presente do indicativo - computo, computas, computa, computamos, computais, computam

presente do subjuntivo - compute, computes, compute, computemos, computeis, computem

ressarcir - regular (ex-defectivo)

presente do indicativo - ressarço, ressarces, ressarce, ressarcimos, ressarcis, ressarcem

presente do subjuntivo - ressarça, ressarças, ressarça, ressarçamos, ressarçais, ressarçam

imergir - regular (ex-defectivo)

presente do indicativo - imerjo, imerges, imerge, imergimos, imergis, imergem

presente do subjuntivo - imerja, imerjas, imerja, imerjamos, imerjais, imerjam

Por ele se conjugam - emergir e submergir.

ouvir - irregular

presente do indicativo - ouço, ouves, ouve, ouvimos, ouvis, ouvem

presente do subjuntivo - ouça, ouças, ouça, ouçamos, ouçais, ouçam

medir - irregular

presente do indicativo - meço, medes, mede, medimos, medis, medem

presente do subjuntivo - meça, meças, meça, meçamos, meçais, meçam

Por ele se conjuga - desmedir.

pedir - irregular

presente do indicativo - peço, pedes, pede, pedimos, pedis, pedem

presente do subjuntivo - peça, peças, peça, peçamos, peçais, peçam

Por ele se conjugam - despedir, expedir, impedir, desimpedir e reexpedir - embora não sejam derivados deste.

querer - irregular

presente do indicativo - quero, queres, quer, queremos, quereis, querem

presente do subjuntivo - queira, queiras, queira, queiramos, queirais, queiram

fazer - irregular

presente do indicativo - faço, fazes, faz, fazemos, fazeis, fazem

presente do subjuntivo - faça, faças, faça, façamos, façais, façam

Por ele se conjugam - desfazer, refazer, satisfazer, perfazer, liquefazer, rarefazer.

remir - regular / defectivo

As formas inexistentes são supridas pelas do sinônimo redimir.

presente do indicativo - redimo, redimes, redime, remimos, remis, redimem

presente do subjuntivo - redima, redimas, redima, redimamos, redimais, redimam

Preposição - Gramática para Concursos

 Preposição é uma palavra invariável que liga dois termos, subordinando o segundo ao primeiro, ou seja, o regido ao regente.  

Ex.: 

Os alunos estão aptos para estudar.

Nós assistimos ao filme. 


Observe: A preposição “para” liga o termo “aptos” ao termo “estudar”. O termo que antecede a preposição (aptos) é o termo subordinante denominado regente e o termo que a sucede (estudar), o subordinado, é denominado regido. Já no segundo exemplo, (quem assiste assiste a), o verbo "assistir" é o termo regente (o subordinante), rege a preposição -a, o termo regido é "filme", termo regido (subordinado).


CLASSIFICAÇÃO

As preposições são classificadas em essenciais e acidentais:

Essenciais – são as preposições propriamente ditas. Ex.: a, ante, até, após, com, contra, de, desde, em, entre, para, per, perante, por, sem, sob, sobre, trás. 

Acidentais – são palavras de outras classes gramaticais que eventualmente funcionam como preposição. Ex.: consoante, conforme, durante, segundo, não obstante, exceto, afora, menos, salvo, senão, visto, tirante, feito, como, que, etc. Resultam de uma derivação imprópria.

        Exemplos:

Agimos conforme a atitude delas.

Conversamos muito durante a refeição.

Obtiveram como resposta um bilhete.

Ela terá que fazer o trabalho.

Conversamos pouco durante o jantar.

Durante, mediante, consoante, tirante e não obstante são formas de particípio presente.

Visto, salvo, exceto e feito são formas de particípio.

Inclusive, fora, afora e menos são formas de advérbio.

Conforme é forma de adjetivo.

Como é forma de conjunção.

Segundo é forma de numeral ordinal.

Senão é a conjunção condicional se com o advérbio de negação não.

A palavra A pode ser artigo, preposição, pronome oblíquo, pronome demonstrativo ou substantivo.

No português moderno, trás só se usa em locuções: por trás, para trás. O sentido original dessa preposição era além de, que subsiste nos compostos trasanteontem e Trás-os-Montes. Muitas vezes, é substituída pelas locuções atrás de e depois de, e eventualmente, por sua sinônima após. Esse uso ainda subsiste no espanhol - tras.

LOCUÇÃO PREPOSITIVA

É o conjunto de dois ou mais vocábulos com valor de preposição. A última palavra será sempre uma preposição. Ex.: abaixo de, acima de, acerca de, diante de, em vez de, a par de, graças a, junto a, de acordo com, ao lado de, ao redor de, por causa de, etc.

Não obstante - única locução prepositiva não terminada em preposição


EMPREGO DAS PREPOSIÇÕES

FORMAS COMBINADAS E CONTRAÍDAS

COMBINAÇÃO - É a junção de algumas preposições com outras palavras, de outras classes gramaticais. Na combinação não há perda de letras. Exemplos:

ao (preposição a + artigo definido o)

aonde ( preposição a + advérbio onde) 

CONTRAÇÃO - É a junção de algumas preposições com termos de outras classes de palavras, tais como artigo, pronome, advérbio. Na contração a preposição sofre redução, ou seja, há perda de letras. Exemplos: 

do (preposição de + artigo definido o);

nesse (preposição em + pronome demonstrativo esse);

à (preposição a + artigo definido a);

daquela (preposição de + pronome demonstrativo aquela); 

duma (preposição de + artigo indefinido uma);

no (preposição em + artigo definido o);

daqui (preposição de + advérbio de lugar aqui);

nele (preposição em + pronome pessoal ele).


PRINCIPAIS RELAÇÕES SEMÂNTICAS

Autoria – música de Djavan; tela de Renoir

Lugar – ver de perto; estar sob a mesa

Destino – ir a Brasília; ir à Bahia

Instrumento – escrever a lápis; ferir-se com a faca

Finalidade – estudar para passar; vir em socorro

Conteúdo – copo com água

Preço – livro de dez reais

Origem – descender de família humilde

Oposição – o Brasil jogará contra a Argentina

Assunto – falamos sobre cultura

Posse – camisa de Fernanda

Causa – tremer de frio; ser preso por vadiagem

Limite – estudar até não poder mais; ir até a praia

Especialidade – formado em Direito

Modo – fazer tudo com cuidado

Tempo – prazo de 3 dias para a entrega

Conformidade – instalar segundo as instruções do manual

Distância – estamos a 4 quilômetros da farmácia

Não é sempre que a preposição apresenta sentido. Às vezes, serve como mero elemento conector.


SUJEITO DE INFINITIVO

Na linguagem culta, não se deve contrair a preposição de se o termo seguinte exercer a função sintática de sujeito de um verbo no infinitivo.

Ex.: É hora do eleitor votar consciente. (registro informal, coloquial)

É hora de o eleitor votar consciente. (registro formal, culto)

É hora dela tomar juízo. (registro informal, coloquial)

É hora de ela tomar juízo. (registro formal, culto)

Advérbio / Palavra denotativa - Gramática para Concursos

 1. Conceito 

Advérbios são palavras invariáveis que indicam circunstâncias em que ocorre a ação verbal, além de modificar adjetivos, verbos, outros advérbios ou orações inteiras.


Exemplos: 

Nós estudamos muito.

Ela é bastante inteligente.

Seu amigo dança muito bem.

Felizmente, todos foram aprovados.

OBSERVAÇÃO: Na frase "Ele comprou muita coisa" muita é pronome indefinido porque "coisa" é substantivo e o advérbio não modifica substantivos. 

Em 'Isso é muito eu', eu é pronome e o advérbio não modifica pronomes.



LEMBRE-SE!

O ADVÉRBIO MODIFICA UM ADJETIVO, UM VERBO, OUTRO ADVÉRBIO OU UMA ORAÇÃO INTEIRA, NUNCA UM SUBSTANTIVO OU UM PRONOME.


2. Locuções adverbiais Locuções adverbiais são duas ou mais palavras com valor de advérbio. Exemplos: 

às vezes

às pressas

à direita

à noite

à beça

OBSERVAÇÃO: É importante não confundir locução adverbial com locução prepositiva. A locução prepositiva termina com preposição (com, a, de: COMADE).

Exemplos: 

Paola preferia ver tudo de perto. (a maneira, o modo de ver, locução adverbial)

Keia estava perto de atingir seus objetivos. (locução prepositiva)

 3. Classificação dos advérbios 

Os advérbios são classificados conforme a circunstância que expressam: de lugar, de tempo, de modo, de negação, de dúvida, de intensidade e de afirmação, além de outras mais específicas.

Exemplos: 

Gustavo certamente será aprovado no próximo concurso. (afirmação)

Rafael provavelmente gostará dessas aulas. (dúvida)

Vocês brevemente estarão no serviço público. (tempo)

Outras circunstâncias:

Foi de trem. (meio)

Com um carro, vou a qualquer lugar. (instrumento)

Venha morar conosco. (companhia)

Estudei para o vestibular. (finalidade)

Estava caindo de sono. (causa)

Sem amigos, não há festa. (condição)

Apesar de tudo, ainda gosto de você. (concessão)

Comprei por 100 reais. (preço)

O barquinho é feito de papel. (matéria)

Chegou em primeiro lugar. (ordem)

Advérbios interrogativos - são usados em perguntas diretas ou indiretas: 

onde? - lugar

quando? - tempo

como? - modo

por que? - causa

quanto? - preço e intensidade

para que? - finalidade

4. Flexão do advérbio O advérbio é uma classe invariável em gênero e número como os nomes e em pessoa, tempo, modo, aspecto e voz como os verbos, mas flexiona-se em grau. Assim como o adjetivo, o advérbio admite dois graus: comparativo e superlativo. 

Grau comparativo

de igualdade: tão + advérbio + quanto (ou como). Exemplos:

"Renato fala tão alto quanto João" ou

"Renato fala tão alto como João".

de inferioridade: menos + advérbio + (do) que. Exemplos:

"Ele agiu menos rápido do que eu" ou

"Ele agiu menos rápido que eu".

de superioridade:

analítico: mais + advérbio + que (do que). Exemplos:

"Carlos salta mais alto do que Paulo" ou

"Carlos salta mais alto que Paulo".

sintético: melhor ou pior que (do que). Exemplos:

"Roberto fala pior do que José" ou

"Roberto fala melhor que José".

Grau superlativo absoluto:

analítico: acompanhado de outro advérbio. Exemplo:

"Sandra dança muito bem" .

sintético: formado com sufixos. Exemplo:

"Sandra dança rapidíssimo".

Dica: forma analítica (duas ou mais palavras) e forma sintética (uma palavra só - resumida)

No comparativo do adjetivo, usam-se verbos de ligação, no do advérbio, usam-se verbos de ação.


5. Emprego dos advérbios 


Otimamente e pessimamente são as formas irregulares do grau superlativo absoluto sintético de bem e mal. Exemplo:

"Tudo ocorreu otimamente." (= muito bem)

Certos advérbios podem apresentar-se no diminutivo ou repetidos, mas ambos com valor de superlativo. Exemplos:

"Hoje cheguei cedinho." (= muito cedo)

"Todos chegaram cedo, cedo."

OBSERVAÇÕES: 

O sufixo -inho, tem valor diminutivo na propriedade do substantivo. Portanto, usa-se -inho quando significar redução do tamanho do ser: sapatinho (sapato pequeno). A palavra cedinho não tem valor diminutivo e sim, valor superlativo, ou seja, ele aumenta ou amplia o valor do termo.

Superlativo - super: muito / lato: amplo (pós-graduação lato sensu) / tivo: que provoca. Portanto, grosso modo, que provoca superlato, muita ampliação.

Quando se coordenam dois ou mais advérbios terminados em -mente, pode-se usar esse sufixo em todos ou apenas no último advérbio. Exemplos:

Ele estudava atenta, tranquila e sossegadamente.

Ele estudava atentamente, tranquilamente e sossegadamente.

Antes de particípios, usam-se as formas analíticas: mais bem, mais mal. Exemplo:

Aqueles candidatos estão mais bem (mais mal) preparados que os outros.

Esses são os projetos mais bem (mais mal) elaborados que já vi.

Tampouco equivale a nem. É usado após oração declarativa. Exemplo:

Ele leva uma vida saudável: não fuma tampouco (nem) bebe.

6. Palavras e locuções denotativas As palavras e locuções denotativas assemelham-se a advérbios, mas não possuem uma classificação especial, segundo a Nomenclatura Gramatical Brasileira. 

de exclusão: só, salvo, menos, apenas, exceto, fora, etc. Exemplos:

Acertamos apenas dois números.

Corrigiu todas as provas, exceto a de física.

de inclusão: também, até, mesmo, inclusive, etc. Exemplos:

Todos os funcionários receberam o salário, inclusive os que estavam de férias.

Eu também vou viajar.

de situação: mas, então, agora, afinal, etc. Exemplos:

Mas como é mesmo o nome dela?

Então, gostou ou não da festa?

Afinal, o que você quer dizer com isso?

de designação: eis. Exemplo:

Eis o prefeito eleito!

de retificação: aliás, ou melhor. Exemplos:

Você, ou melhor, vocês, podem acompanhá-lo.

Amanhã, aliás, depois de amanhã, vamos viajar.

de realce (expletiva, pode ser retirado da frase sem prejuízo ao sentido): cá, lá, só, é que, ainda, mas, etc. Exemplos:

Eu lá tenho vocação para ser babá!

Ele é que não deve ser bobo de recusar a proposta de emprego.

de explicação: isto é, por exemplo, a saber, ou seja, etc. Exemplos:

Ele, por exemplo, não pôde comparecer.

de adição: ainda, além disso. Exemplos:

Depois de toda essa confusão, ainda me pediu que eu a levasse em casa.

de afetividade: ainda bem, felizmente, infelizmente. Exemplos:

Ainda bem que você chegou para me fazer companhia.

de afastamento: embora. Exemplos:

O professor já foi embora.

de aproximação: quase, lá por, uns, bem, cerca de, por volta de. Exemplos:

Chegarei lá pelas três horas.

de limitação: apenas, só, somente, unicamente. Exemplos:

Só você me compreende.

Conjunção - Gramática para Concursos

 Conceito

Considere a seguinte frase, formada por três orações:


As horas passam, os homens caem, a poesia fica. (E. Moura)

<![endif]-->       oração 1                oração 2           oração 3


Vamos acrescentar a ela as palavras e e mas:


As horas passam e os homens caem, mas a poesia fica.

        oração 1               oração 2                oração 3


Observe: 

A palavra e está ligando as orações 1 e 2;

A palavra mas está ligando as orações 2 e 3.

Essas duas palavras (e e mas) são exemplos de conjunção.

Considere, agora, esta outra frase:


Miséria e medo são o cotidiano de milhares de crianças brasileiras.

         sujeito


Observe: O e está ligando duas palavras equivalentes, isto é, duas palavras de mesma função na oração. Ele está funcionando como conjunção.


Conjunções são palavras invariáveis que unem orações ou termos semelhantes (de mesma função sintática). Assim, uma conjunção liga:

duas orações;

dois termos de mesma função em uma oração.

João e Sérgio são grandes empreendedores. (ligando dois núcleos do sujeito, termos de mesma função sintática)

João é pernambucano e Sérgio é cearense. (ligando orações coordenadas entre si)

Não se deve apenas conhecer todas as conjunções, é preciso ficar atento ao contexto da frase., pois uma mesma conjunção pode exercer valores semânticos diferentes. É preciso saber a que grupo pertence uma determinada conjunção e quais são os sinônimos dessa conjunção.


LOCUÇÕES CONJUNTIVAS: Duas ou mais palavras empregadas com valor de conjunção. Ex.:

visto que, desde que, ainda que, à medida que, logo que, a fim de que, de modo que...


CLASSIFICAÇÃO DAS CONJUNÇÕES

Para se ter um bom domínio sobre o estudo das conjunções é preciso também estar bastante atento às relações lógico-discursivas (relações lógicas dentro do discurso da frase: causa, consequência, condição, tempo, finalidade, oposição, adição, etc.) por elas estabelecidas.


CONJUNÇÕES COORDENATIVAS 


CONCLUSIVAS

Valores semânticos: conclusão, fechamento, finalização:

Logo, portanto, por isso, por conseguinte, assim, pois (posposto ao verbo), então, destarte, dessarte...

Ex.: O Brasil venceu, portanto está classificado.


OBSERVAÇÃO: A conjunção “pois”, pode ser explicativa (pode ser substituída por 'porque') ou conclusiva (pode ser substituída por 'portanto').  

Ex.:

Estude muito, pois você precisa passar no concurso. (explicação)

Passamos no concurso. Podemos, pois, festejar. (conclusão).


ADITIVAS

Valores semânticos: adição, soma, acréscimo:

E, nem (e não), mas também, mas ainda, como também (depois de não só), etc.

Ex.: Saiu de casa e encontrou os amigos.


ADVERSATIVAS

Valores semânticos: oposição, contraste, adversidade, ressalva, mudança na direção argumentativa:

Mas, porém, entretanto, todavia, contudo, no entanto, não obstante, inobstante, senão (= mas sim)...

Ex.: Adriana não chegou para a aula, mas avisou de seu atraso.


ALTERNATIVAS

Valores semânticos: alternância, escolha ou exclusão:

Ou (repetido ou não), ora, já, quer, seja (repetidos).

Ex.: Ora filosofava, ora contava piadas.


EXPLICATIVAS

Valores semânticos: explicação, justificativa, motivo, razão:

Porque, pois (antes do verbo), porquanto, que...

Ex.: Choveu, porque as ruas estão molhadas.


OBSERVAÇÃO:

Há gramáticos que tratam as conjunções explicativas associadas às causais, que são subordinativas. O valor semântico de explicação e causa andam muito próximos. Porque, porquanto e pois indicam explicação, mas também podem indicar causa.


A conjunção “e” (aditiva) pode aparecer com valor adversativo.

Ex.: Fui à farmácia, e não encontrei o remédio. (= mas)

A conjunção “mas” (adversativa) pode aparecer com valor aditivo.

Ex.: Era um homem trabalhador, mas principalmente honesto. (além de ser trabalhador ele também é honesto, uma qualidade se soma à outra)

A conjunção que (explicativa) pode ter valor aditivo, entre dois verbos iguais.

Ex.: O sino tocava que tocava, a chamar os fiéis.


CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS


TEMPORAIS

Valores semânticos: tempo (ou temporalidade), relação cronológica.

Logo que, quando, enquanto, até que, antes que, depois que, desde que, assim que, sempre que, toda vez que, mal etc.

Ex.:

Houve uma mudança na escola depois que falamos com o professor.

A conjunção desde que (temporal) pode aparecer com valor condicional.

Desde que completou dezoito anos, ele trabalha. (temporal)

Irei à igreja desde que não chova. (condicional)


CONDICIONAIS

Valores semânticos: condição (condicionalidade), pré-requisito, hipótese, algo supostamente esperado.

Se, caso, desde que, contanto que, exceto se, salvo se, a menos que, a não ser que, sem que, uma vez que (com verbo no subjuntivo)...

Ex.: Se eles vierem, faremos a festa.


PROPORCIONAIS

Valores semânticos: proporção direta ou inversa, proporcionalidade, simultaneidade, concomitância

À medida que, à proporção que, ao passo que, quanto mais (ou menos)... mais/menos (quanto mais, quanto menos) etc.

Ex.: À medida que amadurecemos, mudamos nossas opiniões.


FINAIS

Valores semânticos: finalidade, objetivo, intenção, intuito.

A fim de que, para que, que e porque (= para que), etc.

Ex.: Saímos de casa para que nos encontrássemos.


CAUSAIS

Valores semânticos: causa (ou causalidade), motivo, razão.

Porque, porquanto, como, uma vez que, visto que, já que, na medida em que, por isso que etc.

Ex.: Como não tinha tempo, não compareceu à reunião.


CONSECUTIVAS

Valores semânticos: consequência, resultado, produto.

Que (precedido de tal, tão, tanto, tamanho), sem que, de sorte que, de modo que, de forma que, de maneira que, que (equivalendo a sem que) etc.

Ex.: Estávamos tão apaixonados que fizemos loucuras.

Observação: Relação de causa-consequência – é de natureza sintático-semântica (valor que a palavra adquire em seu contexto de uso) e independe da classificação sintática do período. 

Não é só um critério sintático, mas também semântico (interpretativo / de sentido).

Ex.: 

Falou tanto (causa) que ficou muito rouco (consequência).

Vamos logo (consequência), pois já é tarde (causa).


CONCESSIVAS

Valores semânticos: concessão, contraste, consentimento, licença, quebra de expectativa, oposição

embora, conquanto, ainda que, se bem que, mesmo que, mesmo quando, posto que, apesar de que, nem que, por mais/menos que, por muito/pouco que, por melhor/pior que...

Ex.: Mesmo que chova, irei ao colégio.


 OBSERVAÇÃO: As conjunções concessivas indicam oposição, contraste. Cuidado para não confundi-las com as adversativas. Estas quebram a lógica para o fracasso, enquanto aquelas para o sucesso.

CONFORMATIVAS

Valores semânticos: conformidade, consonância, igualdade/semelhança, concordância...

Conforme, como, segundo, consoante (todas com o mesmo valor de “conforme”).

Ex.: Conforme combinamos, faremos a festa.

A conjunção como pode ser causal, comparativa ou conformativa.

Como não trabalhei, não recebi. (causal = porque, já que, visto que)

As crianças brincam como adultos. (comparativa = assim como)

Como combinado, chegamos cedo. (conformativa = conforme, segundo)


COMPARATIVAS

Valores semânticos: comparação, analogia, paralelo...

Como, assim como, mais... (do) que, menos... (do) que, tão... como (ou quanto), tanto... quanto..., qual ou como (precedidos de tal)...

Ex.: Ele falou tanto quanto nós.


OBSERVAÇÃO: Sempre que houver uma conjunção comparativa o período é composto porque depois dela há outro verbo subentendido: “Ele falou tanto quanto nós falamos”.


CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS INTEGRANTES

Que, se, quando, quanto(a)(s), onde, qual, quem, como, por que...

Quando iniciarem oração ‘equivalente’ aos pronomes isso, esse(a)(s)

Ex.: 

Necessito de que me ajudem. (=Necessito disso) 

Perguntou se tudo estava bem. (=Perguntou isso)

Não sei onde fica o teatro.

Não sei como a máquina funciona.

Não sei quanto custa o remédio.

Não sei quando entra em vigor a nova lei.

Não sei qual é o assunto da palestra.


OBSERVAÇÃO: Conjunção integrante x pronome relativo:

Pronome relativo: QUE – quando pode ser trocado por “o (a) (s) qual (is)”.

Ex.:  

O livro que eu li é ótimo. (que = o qual) 

As pessoas que conheço são maravilhosas. (que = as quais)

Conjunção integrante: QUE – quando pode ser trocado por “isso/esse (a)”

Ex.: Estou certo de que você passará nas provas. (=Estou certo disso)

Pronomes - Emprego, formas de tratamento e colocação - Gramática para Concursos

 Conceito

Compare as duas frases seguintes:


"O homem julga que é superior à natureza, por isso o homem destrói a natureza, sem pensar que a natureza é essencial para a vida do homem." 

O homem julga que é superior à natureza, por isso ele a destrói, sem pensar que ela é essencial para a sua vida.

Como se pode observar, a primeira frase contém vários substantivos desnecessariamente repetidos. Na segunda frase, as palavras repetidas na primeira foram substituídas por outras equivalentes. Veja:


ele substitui homem.

a e ela substituem natureza.

sua substitui do homem.


As palavras ele, a, ela e sua, na segunda frase, são exemplos de pronomes.


LEMBRE-SE!

Pronomes são palavras variáveis em gênero, número e pessoa, que substituem, retomam ou acompanham o substantivo, indicando-o como pessoa do discurso ou situando-o no espaço, no tempo ou no próprio texto.


Há duas formas de pronomes: pronomes substantivos e pronomes adjetivos. Antes de um pronome ser classificado de possessivo, demonstrativo, indefinido, interrogativo, etc., primeiro ele deve ser identificado como pronome substantivo ou pronome adjetivo. Veja:


Pronome substantivo X pronome adjetivo

Pronome substantivo é aquele que substitui o nome. Ex.:


Todos chegaram.

            Eu tenho estudado muito.


Pronome adjetivo é aquele que acompanha o nome. Ex.:


Minha esposa é maravilhosa. (minha - pronome adjetivo possessivo)

Essa camisa parece confortável. (essa - pronome adjetivo demonstrativo)


LEMBRE-SE!

Pronome substantivo exerce o papel de substantivo, substitui o substantivo.

Pronome adjetivo acompanha o substantivo, não o substitui.


Classificação dos pronomes

Um ato de comunicação envolve três elementos básicos, denominados pessoas gramaticais.


1ª pessoa

Pessoa que fala ou escreve - emissor

2ª pessoa

Pessoa que ouve ou lê - receptor

3ª pessoa

Pessoa (ou coisa) a respeito da qual a 1ª fala ou escreve - referente


Dependendo de sua relação com as pessoas gramaticais, os pronomes subdividem-se em seis diferentes tipos:


1. Pessoais

2. Possessivos

3. Demonstrativos

4. Indefinidos

5. Relativos

6. Interrogativos


Pronomes pessoais - substituem os substantivos, indicando as pessoas do discurso:


1ª pessoa – locutor: aquele que fala; (eu, nós) 

2ª pessoa – locutário: aquele com quem se fala; (tu, vós) 

3ª pessoa – assunto: aquele de quem (ou de que) se fala. (ele, ela, eles, elas)


Os pronomes pessoais podem ser classificados em três categorias (ou subgrupos): 

Pronomes pessoais do caso reto: exercem a função sintática de sujeito, predicativo do sujeito ou vocativo (somente os pronomes tu e vós). São eles: eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles, elas. Ex.: 


Eu tenho estudado bastante.

Vós tendes que entender a orientação

A gerente será ela.

Ei, tu, podes me ajudar?


Pronomes pessoais do caso oblíquo: exercem a função sintática de objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, adjunto adverbial, agente da passiva, adjunto adnominal e sujeito de infinitivo, com verbo causativo ou sensitivo. Ex.: 

Entregou-me a encomenda. (complemento do verbo entregar, quem entrega entrega alguma coisa a alguém). 


Tenho simpatia por ele.  (complemento do substantivo simpatia, quem tem simpatia tem-na por...). 


Os pronomes oblíquos podem ser ainda átonos (não antecedidos por preposição) ou tônicos (precedido por preposição). 

Pronomes átonos: me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, se, os, as, lhes. Ex.:

Enviou-me a encomenda. (átono, pronome ligado diretamente ao verbo, não tem preposição antes)


Pronomes tônicos: mim, comigo, ti, contigo, ele, ela, si, consigo, nós, conosco, vós, convosco, eles, elas, si, consigo. Ex.: 

Eviou a encomenda a mim. (tônico, preposição "a" antes do pronome "mim")


Obs.: O conceito de átono e tônico aqui está associado simplesmente a presença ou não de preposição antes do pronome.

 

Causativos são os verbos que expressam ação que leva a uma consequência - deixar, mandar, fazer.

Sensitivos são os verbos que indicam a presença de um dos sentidos - ver, ouvir e sentir.




Pronomes de tratamento

Referem-se às pessoas de modo familiar, cortês ou cerimonioso.

Por sua vez, os pronomes de tratamento referem-se à pessoa a quem se fala (2ª pessoa), mas a concordância gramatical deve ser feita sempre com a 3ª pessoa. Ex.:


Vossa Senhoria conheceis os vossos problemas. (forma gramaticalmente incorreta – 2ª pessoa)


Vossa Senhoria conhece os seus problemas. (forma gramaticalmente correta, 3ª pessoa)


É importante destacar ainda que os pronomes de tratamento devem iniciar com ‘vossa’, quando nos dirigimos diretamente à pessoa representada pelo pronome, e por ‘sua’, quando fazemos referência a essa pessoa. Ex.:


Vossa Excelência é honesta. (fala-se diretamente com a pessoa)

Sua Excelência é honesta. (fala-se a respeito da pessoa)


Alguns Pronomes de Tratamento

Alguns Pronomes de Tratamento

Pronome

Abreviatura

Emprego

Você

v./vv.

Pessoas próximas

Senhor/Senhora

Sr. (s)

Tratamento de respeito

Senhorita

Srta. (s)

Moças solteiras

Vossa Senhoria

V. Sª. (s)

Pessoas de cerimônia, funcionários graduados, linguagem comercial

Vossa Excelência

V. Exª. (s)

Altas autoridades e oficiais-generais

Vossa Meritíssima

Usado por extenso

Juízes de direito

Vossa Reverendíssima

V. Revma. (s)

Sacerdotes, bispos, pastores e religiosos em  geral

Vossa Eminência

V. Emª. (s)

Cardeais

Vossa Santidade

V. S.

O Papa

Vossa Paternidade

V. P. (VV.PP.)

Superiores de ordens religiosas

Vossa Alteza

V. A. (VV.AA.)

Príncipes e duques

Vossa Majestade

V. M. (VV.MM.)

Reis/rainhas

Vossa Majestade Imperial

V. M. I.

Imperadores

Vossa Magnificência

V. Magª. (s)

Reitores de universidades e outras instituições de ensino superior

Vossa Onipotência

V. O.

Deus


REDAÇÃO OFICIAL

O pronome de tratamento no endereçamento das comunicações dirigidas às autoridades tratadas por Vossa Excelência terá a seguinte forma: “A Sua Excelência o Senhor” ou “A Sua Excelência a Senhora”.

Quando o tratamento destinado ao receptor for Vossa Senhoria, o endereçamento a ser empregado é “Ao Senhor” ou “À Senhora”. 

O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos Chefes de Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo respectivo e vírgula:

Excelentíssimo Senhor Presidente da República (Executivo),

Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional (Legislativo),

Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal (Judiciário).

As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor, seguido do cargo respectivo e vírgula:

Senhor Ministro,

Senhor Senador,

Senhor Juiz,

Senhor Deputado,

Senhor Governador,

Senhor Prefeito,

Em comunicações oficiais, está abolido o uso do tratamento digníssimo (DD), porque a dignidade é pressuposto para que se ocupe qualquer cargo público, sendo redundante sua repetição.

Fica dispensado o emprego do superlativo ilustríssimo para as autoridades que recebem o tratamento de Vossa Senhoria e para particulares. É suficiente o uso do pronome de tratamento Senhor.

Acrescente-se que doutor não é forma de tratamento, e sim título acadêmico. Evite usá-lo indiscriminadamente. Como regra geral, empregue-o apenas em comunicações dirigidas a pessoas que tenham tal grau por terem concluído curso universitário de doutorado. É costume designar por doutor os bacharéis, especialmente os bacharéis em Direito, em Medicina e em Odontologia. Nos demais casos, o tratamento Senhor confere a desejada formalidade às comunicações.

Mencionemos, ainda, a forma Vossa Magnificência, empregada por força da tradição, em comunicações dirigidas a reitores de universidades e outras instituições de ensino superior. Corresponde-lhe o vocativo:

Magnífico Reitor, (seguido de vírgula)

Hoje é perfeitamente aceita a forma Vossa Excelência para tratar os reitores, devido à primeira forma ser difícil de escrever e pronunciar e estar em desuso por sua abreviatura engraçada. Já não existe mais distanciamento entre a pessoa do reitor e o corpo docente e discente.

(...)

Os pronomes de tratamento para religiosos, de acordo com a hierarquia eclesiástica, são:

Vossa Santidade, em comunicações dirigidas ao Papa. O vocativo correspondente é:

Santíssimo Padre, (seguido de vírgula)

(...)

Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima, em comunicações aos cardeais. Corresponde-lhe o vocativo:

Eminentíssimo Senhor Cardeal, ou

Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal,

(...)

Vossa Excelência Reverendíssima é usado em comunicações dirigidas a arcebispos e bispos; Vossa Reverendíssima ou Vossa Senhoria Reverendíssima para monsenhores, cônegos e superiores religiosos. Vossa Reverência é empregado para sacerdotes, pastores e demais religiosos.

Existem dois fechos diferentes para todas as modalidades de comunicação oficial:

a) para autoridades superiores: Respeitosamente,

b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior: Atenciosamente,

Não seguem essa fórmula as comunicações dirigidas a autoridades estrangeiras.


EMPREGO DOS PRONOMES PESSOAIS RETOS

As formas "eu" e "tu", não podem vir precedidas de preposição, funcionando como complementos. Usam-se as formas obliquas correspondente "mim" e "ti". Ex.:


Não há segredos entre mim e ti.

            Chegaram duas encomendas para mim.


Os pronomes "eu" e "tu" funcionam sempre como sujeito ou predicativo. Quando precedidos de preposição, eles representam o sujeito de um verbo no infinitivo (r, res, rmos, rdes, rem).


Relembrando...

Infinitivo pessoal (flexionado):


Ler eu

Leres tu

Ler ele

Lermos nós

Lerdes vós

Lerem eles


Ex.: 

Recomendaram para eu não sair hoje.

            Há novas mensagens para tu leres.


OBSERVAÇÕES:

Depois da palavra até, indicando direção, usa-se mim ou ti; indicando inclusão, eu ou tu: Ex.:


Os condôminos dirigiram-se até mim e solicitaram que até eu pressionasse o sindico.


Ordem direta x ordem inversa


Ex.:

É difícil para mim esquecer tantas injustiças. (Esquecer tantas injustiças é difícil para mim.)


Plural de modéstia – O pronome nós é empregado no lugar do eu quando se pretende evitar o tom arrogante ou impositivo da linguagem. Ex.: 


Nós, presidente desta fundação de assistência social, realizamos todo o trabalho na comunidade.


Quando exercer a função de sujeito, o pronome não sofrerá contração. Ex.: 


Apesar de ela não querer, nós viajaremos hoje.

Frequentemente se observa a omissão do pronome sujeito, por questão de economia, visto que as desinências verbais já nos indicam a pessoa a que se refere o predicado (1ª, 2ª e 3ª), como também o número gramatical (singular ou plural) dela.

São estes os casos nos quais verificamos a presença do pronome sujeito:

* Ocorre em casos nos quais se deseja, enfaticamente, chamar a atenção para a pessoa desse sujeito. Observemos:

Nós, alunas aplicadas que somos, obtivemos nota máxima na apresentação do trabalho.

Eu, alheia ao que aconteceu, permaneci sem entender nada.

* Nos casos em que há a oposição entre duas pessoas gramaticais distintas. Analisemos:

Parecíamos dois desconhecidos: ele por se sentir acanhado  em me cumprimentar, e eu por achar que nem se lembrava mais de mim.

Eu de um lado e ela de outro pedíamos ajuda a quem passava.     

* Em circunstâncias nas quais se percebe que a forma verbal é comum à 1ª (eu) e à 3ª(ele/ela) pessoa do singular, razão pela qual se torna necessário evitar o equívoco. Constatemos:

Você gostaria que eu revelasse o que ele disse?

Será necessário que ele analise o que eu escrevi?
 


EMPREGO DOS PRONOMES PESSOAIS OBLÍQUOS

Os pronomes si e consigo referem-se ao próprio sujeito (reflexivos). Ex.: 


Ela levava consigo todos os seus pertences. ("Consigo" tem o valor de "carregar").

            Rodrigo falou de si aos professores. ('de si mesmo' não é pleonasmo, mas deve ser evitado)


Conosco/convosco x com nós/com vós


Ex.: 

Foi conosco/convosco.

Foi nós/com vós mesmos (...todos, próprios, duas, cinco...)


Pronomes reflexivos e recíprocos


Os pronomes reflexivos são aqueles que indicam que a ação reflete no próprio sujeito, enquanto os pronomes recíprocos indicam que a ação é mútua entre os sujeitos.

me e te - podem ter valor reflexivo

se, si e consigo - são exclusivamente reflexivos

nos, vos e se - podem ser recíprocos

Como são idênticas as formas do reflexivo e do recíproco, pode haver ambiguidade com um sujeito plural.

No sentido de marcar a ação reflexiva é recomendável acrescentar-lhes, conforme a pessoa: a mim mesmo, a ti mesmo, a si mesmo, entre outras, e retirar-se o pronome.

No sentido de demarcar a ação recíproca, torna-se conveniente acrescentar-lhes uma expressão pronominal, representada por “um ao outro, uns aos outros, entre si”, ou fazer uso de um advérbio como “reciprocamente ou mutuamente”.

Todo pronome recíproco é um pronome reflexivo, mas nem todo pronome reflexivo é um pronome recíproco.



Os pronomes o, a, os, as são usados como objetos diretos (complementos que não exigem preposição): Ex.:


O trovão abalou a cidade. (O trovão abalou-a. O trovão abalou o que?)

Resolvi os exercícios. (resolvi-os)

Entreguei o livro ao professor. (entreguei-o ao professor).


Adquirem as seguintes formas:

lo(s), la(s), quando associados a verbos terminados em R, Z ou S. Ex.: 


Encontrar o amigo. (Encontrá-lo.)

            Fez as tarefas. (Fê-las.)

            Estudamos os assuntos. (Estudamo-los.)


no(s), na(s), quando associados a verbos terminados em som nasal. (ão, õe, am, em). Ex.: 

Encontraram o livro. (Encontraram-no.)

            Propõe as referências. (Propõe-nas.)


Depois da palavra “eis” e das formas “nos” e “vos”, usamos lo(s), la(s) também com terminações suprimidas. Os pronomes me, te e lhe podem se contrair com os pronomes o, a, os e as. Ex.: 


Ei-lo aqui, meu amigo.

            Este presente quem no-lo deu? (Quem nos deu o presente)

            Não mo diga (me + o). Não me diga isto.

            Não to digam (te + o). Não te digam isso.

Eles vo-lo disseram que... (Eles vos disseram isso)

Eles ma retiraram. (Eles a retiraram de mim)

Você pagou a encomenda àquela senhora? Paguei-lha. (Paguei àquela senhora.)

Essas construções são muito comuns em textos religiosos.


Nos - Se o verbo estiver na 1ª pessoa do plural, a forma verbal perderá o "s" final. Ex.: 


Sentimo-nos honrados com sua presença.

Responsabilizamo-nos por quaisquer atos.

Sensibilizamo-nos com o que aconteceu.


Os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, o (e variações) podem aparecer exercendo a dupla função de objeto direto de um verbo e sujeito de outro. Ex.: 


Deixe-me falar. (e não, Deixe eu falar)

            Faça-o sair daqui. (e não, Faça ele sair daqui)


Lhe(s), vos – não alteram a forma verbal. Ex.: 


Confiamos-lhes nossos segredos.

            Apresentamos-vos as metas da empresa.


OBSERVAÇÃO:

LHE(S) – Verbo (A); Pessoa: Usa lhe quando o verbo exigir a preposição A e sempre que se referir a pessoa. Ex.: 


Obedeço ao diretor. (Obedeço-lhe.)


LHE(S) – Dele(A)(S): Usa-se lhe(s) quando puder ser trocado por dele(a)(s). Neste caso o verbo não exige A. Ex.: 


Renovaram-lhe as esperanças. (Renovaram as esperanças dele/dela.)


Colocação pronominal é o estudo da colocação dos pronomes oblíquos átonos (me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes) em relação ao verbo a que se referem. Eles podem estar antes do verbo (próclise), no meio do verbo (mesóclise) e depois do verbo (ênclise).



 

 Próclise

Pronome antes do verbo (proclítico). É obrigatória quando houver palavra que atraia o pronome para antes do verbo. Às palavras que atraem (puxam) o pronome para antes do verbo são:

Palavras de sentido negativo

Ex.: Nunca me convidam para festas.

Advérbios

Ex.: Assim se resolvem os problemas.

Observação: Se houver vírgula depois do advérbio, ele deixa de atrair o pronome. Ex.: Assim, resolvem-se os problemas.

Pronomes indefinidos e demonstrativos neutros

Ex.: Tudo se acaba na vida.

Aquilo me traz boas lembranças. (Pronomes neutros são aqueles invariáveis).

Conjunções subordinativas

Ex.: Vamos estabelecer critérios, conforme lhe avisaram.

Pronomes relativos

Ex.: Não encontrei o caminho que me indicaram.

OBSERVAÇÕES:

Estão corretas as frases: 

É difícil entender quando se não ama.

É difícil entender quando não se ama

A palavra que sempre atrai o pronome

Desejo (que) me compreendam.

Orações interrogativas iniciadas por pronomes ou advérbios interrogativos, exclamativas iniciadas por palavra exclamativa e optativas (que exprimem desejo)

Quem te disse que ele não viria?

Quanto me custa dizer a verdade!

Deus te proteja.

É opcional com pronomes pessoais retos, possessivos e de tratamento, conjunções coordenativas, substantivos e numerais. Com verbos monossilábicos ou proparoxítonos, por questão de eufonia usa-se a próclise.

Mesóclise 

Pronome no meio do verbo (mesoclítico). É obrigatória com o verbo no futuro do presente ou no futuro do pretérito, desde que não haja antes palavra atrativa.


Ex.:

Convidar-me-ão para a solenidade de posse da nova diretoria.

Convidar-te-ia para viajar comigo, se pudesse.

Se houver palavra atrativa, a próclise será obrigatória.

Ex.: Não me convidarão para a solenidade de posse da nova diretoria.

Sempre te convidaria para viajar comigo, se pudesse.

Com esses tempos verbais, nunca ocorre a ênclise.

A mesóclise é uma colocação exclusiva da língua culta e da modalidade literária, não ocorrendo na fala espontânea, a menos que seja intencional. Geralmente é substituída por uma locução verbal formada pelo verbo auxiliar ir. 

Deve ser evitada em textos argumentativos, por conferir um tom cerimonioso ao discurso.

Ênclise 

Pronome após o verbo (enclítico). É obrigatória com:

Verbo no início da frase

Ex.: Enviaram-me a correspondência.

Verbo no imperativo afirmativo

Ex.: Alunos, apresentem-se ao diretor.

Verbo no gerúndio

Ex.: Modificou a frase, tornando-a ambígua.


Observação: Se o gerúndio vier precedido de preposição ou de palavra atrativa, ocorrerá próclise. Ex.: 

Em se tratando de cinema, prefiro comédia.

Saiu da sala, não nos revelando as verdadeiras razões.

Verbo no infinitivo impessoal.

Ex. Leia atentamente as questões antes de resolvê-las.

Observação: Infinitivo impessoal precedido de palavra negativa ou de preposição pode colocar o pronome antes ou depois do verbo: Ex.:

Convém não (lhe) contar (-lhe) tudo.

Estou apto a (lhe) contar (-lhe) tudo. 

Diante de locuções verbais e tempos compostos:

Verbo principal no infinitivo ou no gerúndio. Ex.:

A vida vai me ensinar tudo (ou A vida vai ensinar-me tudo.)

Os namorados iam se beijando. (ou Os namorados iam beijando-se.)

Com palavra atrativa antes da locução. Ex.:

Ele não lhe vai dizer a verdade.

Ele não vai dizer-lhe a verdade.

Com verbo principal no particípio, faz-se a colocação segundo o tempo do verbo auxiliar. Ex.:

Havia lhe contado muitas histórias.

Não a tinha encontrado por aqui.

Tê-lo-ia perguntado, se o tivesse visto.

Com pronome oblíquo átono depois do auxiliar. 

Ex.: Vou-te enviar. (ou Vou te enviar.)

Pronomes possessivos

Pronomes possessivos são palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical (possuidor), acrescentam a ele a ideia de posse de algo (coisa possuída). O pronome possessivo concorda em pessoa com o possuidor e em gênero e número com a coisa possuída. 

São eles: meu, minha, meus, minhas, teu, tua, teus, tuas, seu, sua, seus, suas, dele, dela, deles, delas, nosso, nossa, nossos, nossas, vosso, vossa, vossos, vossas.



Emprego dos pronomes possessivos

Há casos em que o possessivo seu (e variações) pode gerar ambiguidade.

Ex.: O pai repreendeu a filha porque ela bateu o seu carro. (o carro dele, dela ou da pessoa com quem se fala?)

A ideia de posse é, muitas vezes, representada pelos pronomes oblíquos me, te, nos, vos, lhe (s).

Ex.: 

Roubaram-me o relógio. (... o meu relógio)

Bateram-lhe na cabeça. (... na cabeça dele)

Os possessivos podem sugerir ideia de aproximação, ofensa, afetividade ou respeito.

Ex.: 

Ele deve ter seus setenta anos. (aproximação)

Obedeça-me, seu imprestável! (ofensa)

Minha querida, que horas são? (afetividade)

Meu caro amigo, que bom vê-lo! (respeito)

Uniformidade de tratamento - Deve-se utilizar a forma pronominal na frase inteira. Nunca se deve misturar 2ª e 3ª pessoas. A 1ª pessoa é soberana, por isso pode ser misturada com qualquer pessoa.

Ex.: Você recuperou teus objetos perdidos? (gramaticalmente incorreto! Você é pronome de 3ª pessoa e teus é pronome de 2ª pessoa)

Você recuperou seus... (gramaticalmente correto! Você e seus são pronomes de 3ª pessoa)

Tu recuperaste teus... (gramaticalmente correto! Tu e teus são pronomes na 2ª pessoa)

Não se deve usar pronomes possessivos diante de partes do corpo, peças de vestuário e qualidades do espírito, quando se referem ao próprio sujeito. Nesses casos, o uso do artigo já denota posse.

Torci o (meu) pé.

A menina rasgou a (sua) saia.

Perdi a (minha) confiança.

A palavra casa, quando significa lar próprio, dispensa o possessivo, exceto quando se deseja dar ênfase à expressão.

Fui cedo para (minha) casa.

Em minha casa ninguém vai cantar de galo.

A palavra seu, quando antecede nomes de pessoa ou de profissão, não é pronome possessivo, mas alteração fonética de senhor.

Essa é a casa do seu Antônio.

Muitas vezes, a presença do artigo antes do possessivo muda o sentido.

Este é meu irmão. (significa que há mais de um irmão)

Este é o meu irmão. (significa que se trata de irmão único)

Normalmente, o pronome possessivo antecede o substantivo a que se refere. Porém, nada impede que ele venha posposto ao substantivo.

Pode ocorrer mudança de sentido na frase, conforme a posição do pronome.

Minhas saudades de Beatriz. (= saudades que eu sinto)

Beatriz sente saudades minhas? (= saudades que Beatriz sente)

Estou com tua foto. (a foto te pertence)

Tenho uma foto tua. (tu estás na foto)


Pronomes indefinidos

Pronomes indefinidos referem-se à terceira pessoa do discurso, dando-lhe sentido vago ou expressando quantidade indeterminada. São eles:

variáveis - algum, nenhum, todo, outro, muito, pouco, certo, tanto, quanto, bastante, qualquer

invariáveis - alguém, ninguém, outrem, algo, nada, cada, quem, mais, menos, demais, fulano, sicrano, beltrano



Locuções pronominais indefinidas

São grupos de palavras que equivalem a pronomes indefinidos. Ex.: cada qual, qualquer um, quem quer que, seja quem for, seja qual for, todo aquele que, etc.

Ex.:

Cada um de nós deverá fazer a sua parte para salvar o mundo.  

Emprego dos pronomes indefinidos

Todo, toda, todos, todas + artigo:

Ex.: 

Toda mulher busca o amor. (qualquer)

João comeu todo o bolo. (inteiro)

 Valor semântico e posição na frase.

Ex.:

Algum filme vai te fazer pensar. (anteposto - valor afirmativo)

Motivo algum me fará desistir de você. (posposto - valor negativo = nenhum)

Certas pessoas não podem ser eleitas. (anteposto = algumas: pronome)

Precisamos eleger as pessoas certas. (posposto = adjetivo)

Qualquer pessoa pode resolver essa situação. (valor indefinido)

Trata-se de uma mulher qualquer. (valor pejorativo = insignificante)

Qualquer - é sempre pronome de sentido afirmativo. Não deve ser usado em frases negativas. Em seu lugar, usa-se nenhum(a).

O time não tem qualquer possibilidade de classificação. (errado)

O time não tem nenhuma possibilidade de classificação. (correto)

Cada - é sempre pronome adjetivo. Na ausência do substantivo, usa-se cada um ou cada qual.

Os cadernos custam 5 reais cada. (errado)

Os cadernos custam 5 reais cada um. (correto)

Os pronomes demonstrativos indicam no espaço, no tempo ou no próprio texto a posição de um ser em relação às pessoas do discurso.


Os pronomes demonstrativos são os seguintes:

Pronomes demonstrativos variáveis:

este, esta, estes, estas

esse, essa, estes, essas

aquele, aquela, aqueles, aquelas

 

 Pronomes demonstrativos invariáveis:

isto

isso

aquilo

As formas variáveis podem ser pronomes substantivos ou adjetivos.

As formas invariáveis são sempre pronomes substantivos.

São também demonstrativos:

Semelhante, semelhantes

Ex.: Não aceito semelhante resposta.

Tal, tais

Ex.: Não admitirei tal comportamento.

o, os, a, as = aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo

Ex.: Comprei o que queria. (=aquilo)

Mesmo, mesma, mesmos, mesmas

Ex.: O delegado chamou a mesma testemunha.

Próprio, própria, próprios, próprias

Ex.: O próprio partido escolherá os candidatos.

Emprego dos pronomes demonstrativos

Posição no espaço:

Este, estes, esta, estas, isto = perto de quem fala

Esse, esses, essa, essas, isso = perto de com quem se fala

Aquele, aqueles, aquela, aquelas, aquilo = longe dos falantes

Ex.:

"Compro este carro (aqui). O pronome este indica que o carro está perto da pessoa que fala.

Compro esse carro (aí). O pronome esse indica que o carro está perto da pessoa com quem falo, ou afastado da pessoa que fala.

Compro aquele carro (lá). O pronome aquele diz que o carro está afastado da pessoa que fala e daquela com quem falo."¹

Posição no tempo

Estes, estes, esta, estas, isto - indicam tempo presente.

Ex.: Nestes últimos meses, estudei muito.

 Esse, esses, essa, essas, isso - indicam passado ou o futuro próximos.

Ex.: Em 2002, o Brasil sagrou-se pentacampeão do mundo. Nessa época, ninguém acreditava que fosse possível.

 Aquele, aqueles, aquela, aquelas, aquilo - indicam passado muito distante.

Ex.: A Ditadura Vargas marcou a história política do Brasil. Aquela foi uma época que ofuscou a democracia no país.

  Em um texto: coesão referencial 

A) Contexto Endofórico - é aquele contexto "dentro do texto"

Referência Anafórica - quando "retoma" alguma coisa que já foi dito. Os pronomes anafóricos são esse, esses, essa, essas, isso.

Ex.: "Amai-vos uns aos outros", esse é o maior mandamento.

Referência Catafórica - quando "apresenta" alguma coisa. Os pronomes catafóricos são: este, estes, esta, estas, isto. 

Estes pronomes fazem o papel do anjo Gabriel - anunciam.

Ex.: O maior mandamento é este: "Amai-vos uns aos outros".

Podem ocorrer situações em que esses pronomes, geralmente catafóricos, atuem como anafóricos.

B) Contexto Exofórico - é aquele contexto "fora do texto"

Referenciação Dêixis - palavra grega que significa 'apontar para'.

Ex.: 

                                            "Minha terra tem palmeiras

                                             Onde canta o sabiá

                                             As aves que aqui gorjeiam

                                             Não gorjeiam como ..." (Canção do exílio - Gonçalves Dias)


Os elementos dêiticos (em negrito) são termos que apontam para fora do texto: "minha terra" (Brasil), "aqui" (Portugal), lá (Brasil).


Este X Aquele - em caráter de oposição

Em um discurso, a oposição este x aquele é usada para retomar elementos citados anteriormente. "Aquele" retoma o primeiro e "este" o último elemento da citação.

Ex.: A realidade social evidencia um abismo entre ricos e pobres: aqueles repletos de oportunidades que são negadas a estes. 

Considere as seguintes orações:


Todos fotografaram o casarão. O casarão seria demolido.


                       oração A                                      oração B   


Para evitar a repetição do nome casarão, podemos reunir essas orações da seguinte maneira:


Todos fotografaram o casarão | que seria demolido.


                      oração A                                    oração B


A palavra que inicia a oração B e substitui nela uma palavra que já apareceu na oração A. A palavra que é, na frase acima, um pronome relativo.


Veja outro exemplo:

Eu trouxe os materiais. Você precisará desses materiais. (sem pron. relativo)

Eu trouxe os materiais | de que você precisará. (com pron. relativo)

O pronomes relativos retomam um nome da oração anterior (o antecedente) com o qual se relaciona, projetando-o em outra oração, evitando sua repetição. Iniciam orações subordinadas adjetivas, restritivas ou explicativas.


São eles:


variáveis - o qual, cujo, quanto

invariáveis - que, quem, onde, como, quando

As formas são:

simples: que, quem, onde, como, quando (invariáveis) / cujo, quanto (variáveis)

composta: o qual


 

 Emprego dos pronomes relativos

QUE – relativo universal (pessoas ou coisas).

Ex.:

O livro que nós lemos é excelente. (o qual) 

A pessoa que eu amo é maravilhosa. (a qual)

Obs.: Sempre que em uma frase poder trocar que por qual, esse pronome é relativo. A palavra que sempre concorda com o que vem antes (QUE TROCANDO POR QUAL).

CUJO – Liga algo possuído ao possuidor (tem valor de posse). 

Ex.:

Este é o autor a cuja obra me refiro (quem se refere se refere a). 

Este é o autor de cuja obra gosto (quem gosta,  gosta de). 

Este é o autor por cuja obra tenho simpatia (quem tem simpatia, tem simpatia por). 

Este é o autor com cuja obra simpatizo (quem simpatiza, simpatiza com). 

Aquele é o autor cuja obra comprei. (quem compra, compra alguma coisa).

Aquele é o autor contra cuja obra luto. (quem luta, luta contra)

Obs.: É preciso atender a regência do verbo.

CUJO (A) (S) – indica posse! 

Ex.:

A prova cujo edital foi publicado será difícil. 

A prova cujo edital foi publicado será difícil. (concordância com o termo masculino ‘edital’). 

Obs.: A prova cujo edital... – cujo=’de’ ‘edital da prova’ – indica posse! Cujo tem valor de posse porque funciona como se fosse um ‘de’, estabelece uma relação de posse entre prova e edital (edital da prova).

O QUAL – usado para pessoas ou coisas, a fim de conferir maior clareza ao enunciado. Emprega-se preferencialmente essa forma flexionada depois de preposições com mais de uma silaba e locuções prepositivas ou após “sem” e “sob”. 

Ex.:

Esta é Sônia namorada de Gustavo, a qual simultaneamente namora Marcos. 

Aquela é a árvore sob a qual sentávamos. 

Esta é o homem perante o qual me curvei.


Outros pronomes relativos:

D) QUEM - refere-se a pessoa ou coisa personificada

E) QUANTO - é pronome relativo quando se seguem os pronomes indefinidos tudo, todo e tanto.

F) ONDE - deve ser usado para indicar lugar. Tem sentido aproximado de em que ou no qual. Se o antecedente não for lugar, usa-se em que ou no qual.

G) QUANDO - é pronome relativo quando seu antecedente for alguma palavra que indica tempo.

H) COMO - é pronome relativo quando houver as palavras modo, maneira, forma e jeito como antecedente.

PRONOMES INTERROGATIVOS


São pronomes indefinidos usados em perguntas diretas ou indiretas. 

São eles: QUE e QUEM (invariáveis), QUAL e QUANTO (variáveis).

A) QUE - pode ser pronome substantivo se significar 'que coisa' ou pronome adjetivo se significar 'que espécie de'. O sentido pode ser intensificado com a forma 'o que'.

B) QUEM - refere-se a pessoas ou coisas personificadas. É usado apenas como pronome substantivo.

C) QUAL - faz uma seleção de uma pessoa ou coisa na construção da pergunta. Normalmente é usado como pronome na construção da pergunta. Sua ideia pode ser intensificada com a expressão 'qual dos / das / de'.

D) QUANTO - refere-se a uma quantidade indefinida. Pode exercer a função de pronome substantivo ou pronome adjetivo.

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