quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Joia Rara - encerramento curto (4)

 autorização especial - SATED RJ

pesquisa - Madalena Prado

consultoria - Virgínia Casé

continuidade - Aurora Chaves, Izabella Cid, Erika Thoen, Anna D'Ippolito

assistentes de direção - Joana Clark, Marcos Pimenta, Patrícia Werneck, Tiago Garcia, Thereza de Médicis

produção de engenharia - Luís Otávio Cabral

supervisão executiva de produção de linha - Isabel Ribeiro

produção executiva - gerência: Rita Carvalho / direção: Simone Lamosa

núcleo - Ricardo Waddington

Joia Rara - encerramento curto (3)

 autorização especial - SATED RJ

produção de cenografia - Eduardo Areal

gerente de projetos - Alexandre Gama, Francisco Mesquita

supervisão de produção de cenografia - Guilherme Senges, Antônio Carlos Pereira, Docacildo Viana, Valdeci Djavan, Willian Felinto, Wesley Estulano Souza

supervisão executiva de produção de linha - Isabel Ribeiro

produção executiva - gerência: Rita Carvalho / direção: Simone Lamosa

núcleo - Ricardo Waddington

Joia Rara - encerramento curto (2)

 autorização especial - SATED RJ

equipe de apoio a operação de câmera - Edgar Moutinho, André Gomes Santos, Pedro Luís de Souza, Luiz Felipe Ferreira, Vinícius Rosário

equipe de vídeo - Lucas Orosque, Alexandre Carpi Barros, Rômulo Rodrigues

equipe de áudio - Ádamo Martins, Diego Armando, Helberth Moury, Diego Monsores, Gustavo Gouveia, Diego Armando, Renildo Machado, Ricardo Manfrinato

supervisor e op. sistema - Marcos Lourenço

supervisão executiva de produção de linha - Isabel Ribeiro

produção executiva - gerência: Rita Carvalho / direção: Simone Lamosa

núcleo - Ricardo Waddington

Joia Rara - encerramento curto (1)

 autorização especial - SATED RJ

efeitos especiais - Vitor Klein

abertura - Alexandre Pit Ribeiro, Alexandre Romano

direção de imagem - Augusto Lana

câmeras - Adriano Lemos, Bernardo Blaz, Cid Rima, Rafael Rahal, Carlo Colombo, Thiago Motta

supervisão executiva de produção de linha - Isabel Ribeiro

produção executiva - gerência: Rita Carvalho / direção: Simone Lamosa

núcleo - Ricardo Waddington

Joia Rara - encerramento curto

 autorização especial - SATED RJ

edição - Fabrício Ferreira, Marcos Pereira Lisboa, Wilson Fragoso

colorista - Marina de Martha Pena

sonoplastia - Nelson Zeitoune, Irapuã Jardim, João Curvello

efeitos visuais - Toni Cid, Mauro Heitor

supervisão executiva de produção de linha - Isabel Ribeiro

produção executiva - gerência: Rita Carvalho / direção: Simone Lamosa

núcleo - Ricardo Waddington

segunda-feira, 27 de setembro de 2021

Apresentação - Telecurso

 HISTÓRICO Telecurso 2º Grau Tecendo o Saber Novo Telecurso Telecurso 2000 197819961992 Primeira implementação Metodologia Telessala™ 2008 2006 Reedição de teleaulas Produção de novas teleaulas Inclusão de novas disciplinas 

5  PRINCIPAIS MARCOS (1995-2007) 27 mil Telessalas implementadas em todo o país Cerca de 5 milhões de estudantes já concluíram seus estudos 30 mil professores formados 1.500 instituições parceiras Política Pública em diversos Estados Distribuição de 24 milhões de livros e 1,8 milhão de fitas Semanalmente, 7 milhões de pessoas assistem ao Telecurso na televisão 

6  PRINCIPAIS MARCOS (2008) Revisão e atualização de conteúdo, devido ao desgaste das aulas originais e à desatualização de alguns tópicos das aulas de Geografia e História, que não iam mais na íntegra. Inclusão de novas disciplinas: Artes Plásticas, Teatro, Filosofia, Música, Sociologia, Espanhol. Inclusão de novos cursos Profissionalizantes: Gestão de Pessoas, Administração da Manutenção e Automação. Reedição de teleaulas: ajustes no conteúdo, novas cenas, locuções, computação gráfica, imagens de arquivo, troca de vinhetas e abertura. Produção de novas teleaulas do Ensino Médio e Fundamental. 

7  PRINCIPAIS MARCOS (2008) DVD com opção de legendas em português DVD com acessibilidade para deficientes auditivos LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais Legenda Oculta (Closed caption) Produção de novos livros Revisão e atualização de conteúdo Novos projetos: editorial e gráfico Todos os livros passaram a ser coloridos e receberam novas ilustrações 

8  COMO É UTILIZADO? Correção da distorção idade-ano Educação de Jovens e Adultos – EJA Alternativa pedagógica para o ensino regular 

9  TELECURSO COMO POLÍTICA PÚBLICA 

10  RESULTADOS FINAIS ProjetoEstado Percentual de Aprovação FloraçãoBelo Horizonte93% TravessiaPernambuco90% PorongaAcre92% Autonomia CariocaRio de Janeiro95% Tempo de AvançarCeará92% Tempo de AcelerarAmazonas83% Viva EducaçãoMaranhão94% Serra do MelRio Grande do Norte90% 

11  ORGANIZAÇÃO MODULAR E EIXOS TEMÁTICOS No Ensino Fundamental (anos finais) e Ensino Médio a matriz curricular é organizada em eixos temáticos, cada um deles correspondendo a um Módulo O ser humano e sua expressão – quem sou eu? O ser humano interagindo com o espaço – onde estou? O ser humano em ação e sua participação social – para onde vou? O ser humano e sua participação social – qual meu papel na sociedade? (EM) 

12  AÇÕES ESTRUTURANTES Gestão compartilhada junto à equipe parceira Articulação Institucional Formação de professores, supervisores, coordenadores, gestores Período de Integração Acompanhamento pedagógico às salas de aula Percurso Livre Projetos pedagógicos Redes Sociais Avaliação diagnóstica e externa 

13  FORMAÇÃO DE PROFESSORES Presencial – 40h por módulo  EF Anos Iniciais – 4 módulos – 160 horas  EF Anos Finais – 3 módulos – 120 horas  EM – 4 módulos – 160 horas Acompanhamento pedagógico sistemático 

15  GRE´sAlunosTelessalas 20071012.000492 20081730.0001.164 20091730.0001.066 20101735.0001.200 20111712.000 350 TRAVESSIA ENSINO MÉDIO GRE´sAlunosTelessalas 20101618.000 540 20111615.000 500 TRAVESSIA ENSINO FUNDAMENTAL 

domingo, 26 de setembro de 2021

ProEnem - semântica

Veja esta tira, de Luis Fernando Verissimo:



(VERISSIMO, Luis Fernando. As Cobras. Porto Alegre: L&PM, 1997)


Nesta tira, Verissimo utiliza o conceito da palavra “semântica” para criar humor. As palavras possuem certos sentidos que podem variar, dependendo do contexto em que são empregadas.


Comumente, a Semântica é definida como o estudo do significado das palavras, expressões e enunciados que formam os textos. No entanto, como se sabe, esse vocábulo abarca várias acepções. Ogden e Richards (1972), em “O significado de significado”, apontam para a ideia de que “o significado de qualquer frase é aquilo que o elocutor pretende que seja entendido, através dela, pelo ouvinte.” Tal definição deixa implícito um conceito acerca do processo linguístico: o sentido do texto está intrinsecamente ligado ao uso da língua em uma situação de comunicação.


De fato, se a língua é um sistema que está em constante processo de construção, sendo constituída por diversas vozes, nas variadas práticas discursivas, é legítimo pensar que o mundo e o homem, que compõem esse processo de referências da língua, também se constroem, também se mantêm em processo a cada enunciação. Sendo assim, analisar a língua sob o viés do discurso é trazer para a discussão linguística a interação do homem e seu mundo, atores que são, afinal, desse processo linguístico.


Assim, aspectos semânticos envolvidos na construção do sentido como a polissemia, a denontação, a conotação, a homonímia, a sinonímia, a antonímia, a paronímia, e ainda os campos semânticos devem ser analisados sob o olhar discursivo, não podendo ser analisados sem se levar em conta, entre outros fatores, as condições de produção do texto que abarca tais aspectos.

A semântica pode ser descritiva (estuda a significação atual das palavras) ou histórica (ocupa-se com a evolução do sentido das palavras, através do tempo).


A POLISSEMIA

Polissemia, como mostram os próprios componentes da palavra (poli + sema + ia), é a capacidade que o vocábulo apresenta de comportar várias significações. leituras e interpretações. Uma das funções da  polissemia  na  construção linguística é economizar as entradas lexicais numa língua, evitando a exacerbação de termos dentro de um sistema linguístico e valorizando, de certa forma, a captação de sentido através do contexto em que determinado signo está inserido.


A linguagem publicitária emprega com certa regularidade a polissemia como recurso linguístico, interagindo com o contexto em que o produto está inserido. Neste anúncio, retirado do site do Clube de Criação de São Paulo, o termo “pulso”, como toda lógica discursiva, aponta para uma sequência que caminha em direção a um enfoque biológico:



Pelo direcionamento argumentativo da frase, tem-se a palavra “pulso” entendida como batimento, frequência respiratória. No entanto, quando se percebe que o texto é um anúncio do relógio Rolex, há uma ressignificação do termo “pulso”, que é, de fato, o local apropriado para o uso do relógio. O anúncio, de forma criativa, legitima duas leituras: a biológica e aquela em que o termo “pulso” amplia sua carga de sentido, ganhando expressividade dentro da especificidade do anúncio.


Polissemia e monossemia são conceitos contrários. Na primeira, uma mesma palavra possui vários significados e, consequentemente, várias leituras. Na segunda, uma palavra apresenta um único significado e apenas uma interpretação. Palavras monossêmicas existem em menor número e são muito específicas, referindo-se a aspectos particulares da realidade, como as palavras científicas e técnicas.


CONOTAÇÃO / DENOTAÇÃO

A denotação compreende a união do significante e do significado da palavra. A conotação possui outros significados acrescidos à palavra no plano de sua expressão. Pode-se dizer que, na forma denotativa, “dicionarizada”, há a significação objetiva, literal da palavra. Em contrapartida, a forma conotativa da palavra expressa o sentido subjetivo, figurado, emotivo da palavra. Os textos informativos possuem, predominantemente, a linguagem denotativa, enquanto as propagandas, músicas e poemas caracterizam-se, principalmente, pela linguagem conotativa.



A palavra “burro” é explorada em um significado diverso do uso comum: o dicionário é muito bom ou é bom para pessoas ignorantes. Vale lembrar que há um trocadilho intencional com a expressão “pai dos burros”, como se referem aos dicionários.


DENOTAÇÃO

Significação restrita


Sentido comum do dicionário


Utilização de modo automatizado


Linguagem comum


CONOTAÇÃO

Significação ampla


Sentidos que extrapolam o sentido comum 


Utilização do modo criativo


Linguagem rica e expressiva


A AMBIGUIDADE E SUA EXPRESSIVIDADE

As pesquisas sobre linguagem têm considerado a ambiguidade um fenômeno até certo ponto bem delineado: é um fenômeno ligado a traços discursivos do enunciado, ocorrendo sempre que uma mesma frase apresenta vários sentidos, sendo, então, suscetível a diferentes interpretações. As causas da ambiguidade podem ser de ordem fonética, gramatical ou lexical.


A ambiguidade de ordem fonética acontece quando uma unidade sonora é pronunciada sem interrupção, tornando palavras diferentes potencialmente ambíguas. Em português, é o caso de “agosto” – oitavo mês do ano – e “a gosto” – locução adverbial.


A ambiguidade gramatical pode ser originada de forma bipartida: em um primeiro caso, a ambiguidade se dá pelas formas gramaticais, em especial no emprego de prefixos e sufixos que possuem mais de um sentido, como o prefixo in-, que assume o sentido de negação em “inapropriado” e “incapaz”, por exemplo, e o sentido de introdução, de movimento para dentro, como em “influir”, “ingerir”. Em outro caso, a ambiguidade se dá pela combinação de palavras numa frase equívoca. Servem como exemplo frases como (1) e (2):


(1) O pai trouxe este mapa da França para a filha.


(2) Vi uma foto sua no metrô.


A construção (1) torna-se ambígua na medida em que se podem observar duas leituras da frase: o mapa caracteriza o território francês ou o mapa foi trazido de lá. Sintaticamente, não está clara a relação estabelecida pelo termo “da França”, se se liga ao substantivo “mapa” ou à forma verbal “trouxe”. Para a construção (2), poderia haver até mais de duas leituras:


2.1 Eu estava no metrô quando vi uma foto em que você estava.


2.2 Eu estava no metrô quando vi a foto que você tirou.


2.3 Eu vi uma foto em que você estava no metrô.


Este caso, gerado pela combinação equivocada das palavras na estrutura frasal, recebe o nome de ambiguidade sintática.


A ambiguidade de ordem lexical, considerada a mais importante dentre os fatores de ambiguidade presentes na língua, assume duas formas diferentes – a polissemia e a homonímia:


(3) Aquela carteira estava velha.


A palavra “carteira” pode assumir duas leituras: a de um objeto utilizado para guardar documentos e um objeto utilizado para sentar-se, como uma carteira escolar. Há outro tipo de ambiguidade a que alguns autores chamam de ambiguidade discursiva. O duplo sentido, aqui, não reside na estrutura léxica, nem na construção frasal, mas no sentido implícito do enunciado:


(4) Tenho 35 anos.


Tal enunciado, solto, não permite saber se o sujeito falante se considera velho ou jovem. Fosse o sujeito um esportista, por exemplo, poderíamos considerá-lo velho, pelas exigências da prática de determinado esporte; fosse um professor, entenderíamos como a voz de um jovem com um futuro profissional pela frente.


Apesar de, no ideário linguístico, o discurso ambíguo ser tomado com um fator negativo, a produtividade da ambiguidade, quando intencional, é um importante recurso textual, valendo-se da condição interpretativa do receptor. Um bom exemplo pode ser verificado nesta propaganda eleitoral “disfarçada” do ex-deputado Eduardo Paes, que foi matéria de O Globo, em dezembro de 2001:



Foto tirada de um cartaz na cidade do Rio.


Verifica-se que a proximidade fônica do nome do deputado e da mensagem gera uma ambiguidade intencional, reiterada, inclusive, pela marca da assinatura, que é a mesma em “Paes” e “paz”. Como a propaganda política, fora do período eleitoral, é considerada ilegal, os autores do cartaz souberam explorar as datas festivas do final de ano para mandar o “lembrete” aos eleitores: no discurso subentendido, “nas eleições de 2002, Paes.”


Dessa forma, o duplo sentido é visto como fonte importante de expressividade no contexto linguístico e recurso muito utilizado na linguagem referencial, seja em propagandas, em letras de músicas ou em charges. Esse recurso que a língua oferece dá aos autores a possibilidade da exploração semântica de aspectos verbais e não verbais, atraindo a atenção do leitor–ouvinte.


CAMPO SEMÂNTICO, HIPONÍMIA E HIPERONÍMIA

Leia este enunciado:


Teve que comprar um computador, um monitor e uma impressora para trabalhar em casa, pois, sem esse equipamento, não conseguiria dar conta do projeto.


Perceba que as palavras computador, monitor e impressora apresentam certa familiaridade de sentido pelo fato de pertencerem ao mesmo campo semântico, ou seja, ao universo da informática. Já a palavra equipamento engloba todas as outras. No caso, dizemos que as primeiras são hipônimos e a última é um hiperônimo.


Hipônimo e Hiperônimo são palavras que pertencem a um mesmo campo semântico, sendo hipônimo uma palavra de sentido mais específico e hiperônimo uma palavra de sentido mais amplo.


O humor da charge seguinte está intimamente ligado à concepção de campos semânticos:



A charge trata da campanha decepcionante do Grêmio no Campeonato Brasileiro de 2004, tendo inclusive sido rebaixado para a segunda divisão. Essa leitura é legitimada pelas palavras que compõem o campo semântico do futebol, como “gol”, “defesa”, “ataque”, e até “Adilson”, técnico do time durante o campeonato. No entanto, o humor reside na escolha de outros vocábulos do universo da informática, como “acesso ilimitado” e “conexão muito lenta”, o que autoriza a esdrúxula solução de se pensar em um técnico de informática para treinar o time e tentar salvá-lo do vexame. As unidades lexicais se avizinham de tal forma que deixam claros os limites dos campos semânticos envolvidos no contexto da charge: o do futebol e o da informática.


SINONÍMIA

Veja estes enunciados:


Comprei um automóvel zero km.


Comprei um carro zero km.

Os compêndios gramaticais assim caracterizam a sinonímia: Quando em contextos diferentes uma palavra pode ser substituída por outra, sem alteração semântica, dizemos que são sinônimas entre si.


Salvo uma linguagem técnica, não se pode, a bem da verdade, afirmar que existam sinônimos perfeitos, pois a substituição de uma palavra por outra não se dará em absolutamente todos os contextos. Vejamos as palavras “matar” e “assassinar”: os verbos “matar” e “assassinar” são comumente vistos como sinônimos, mas não admitem uma substituição integral, na medida em que o primeiro apresenta traços semânticos que legitimam seu uso em contextos em que estão envolvidos seres humanos ou não, enquanto o último apresenta apenas um traço [+humano]. Pode-se matar um homem ou um inseto − metaforicamente até mesmo um sonho − , mas “assassinar” só caberia no primeiro caso.


O que chama a atenção, nesses casos, é a ideia de similaridade que se quer apresentar. Veja um bom exemplo:



O vocábulo “locupletar”, definido como “enriquecer”, “tornar-se rico”, tem um sentido similar a esses termos, mas não idêntico, na medida em que apresenta um tom mais cerimonioso e, para uma compreensão integral, não pode ser analisado fora de um contexto. Na charge, por exemplo, esse tom formal em que se apresenta confere ao texto uma ironia, como se aquele ato cometido por ele – o político – não fosse um ato de enriquecer ilicitamente, dada a pompa com que se apresenta o item lexical.


Da mesma maneira, na sequência pronunciada pela população (“corrupto, ladrão, f.d.p., safado”) as palavras não podem ser consideradas idênticas; se tomadas isoladamente, não têm o mesmo significado de modo algum. Porém, inseridas no contexto político que a charge apresenta, desempenham uma função comunicativa bastante similar.


ANTONÍMIA

Numa definição muito ampla, o processo de antonímia se caracteriza por uma relação de inversão de sentido entre dois termos, como em “grande” / “pequeno” ou em “feio” / “bonito”.


Edward Lopes (2003) resume a abordagem sobre a antonímia, tratando a relação de oposição entre itens lexicais como pares antônimos: “são antonímicos dois termos, a e b, se as frases que obtemos, comutando-os, possuírem, sob algum ponto de vista, sentidos opostos.”


Ilari e Geraldi (1985) não compartilham dessa definição. Para eles, as definições tradicionais que tratam de sentidos “contrários” ou “opostos” implicam, antes, uma dúvida e não esgotam essencialmente a questão da antonímia. É preciso, portanto, investigar o que se entende por oposição de sentido ou sentidos contrários.


Esses autores apontam o exemplo do par “nascer” / “morrer”, que não representam, realmente, ações contrárias, mas dois momentos do processo de viver: o começo e o término da vida. Da mesma maneira, aludem ainda os autores ao par “chegar” / “partir”; os versos de Fernando Brant para melodia de Milton Nascimento em “Encontros e despedidas” ilustram a oposição que capta momentos diferentes de um mesmo processo: “chegar e partir são só dois lados da mesma viagem / o trem que chega é o mesmo trem da partida”.


Em “abrir” / “fechar”, o procedimento é diferente. Não são momentos de um mesmo processo, mas ações distintas pela direção e pelos resultados que acarretam. É caso de “subir” / “descer”, por exemplo.


Há, ainda, segundo Ilari e Geraldi, o caso de “dar” / “receber”, que podem ser analisados como a descrição de uma mesma cena, sob pontos de vista diferentes quanto ao papel dos sujeitos gramaticais: o sujeito de “dar” é a fonte, o sujeito de “receber” é o destinatário, papéis considerados incompatíveis na cena proposta.


Assim, da mesma forma que o contexto é fundamental para estabelecer as relações de sinonímia, igualmente o é para estabelecer as relações de antonímia no âmbito discursivo. O anúncio a seguir, da Casa do Hemofílico do Rio de Janeiro, traz a dimensão do processo antonímico ao nível do discurso:



O anúncio baseia-se num jogo de oposições. A principal delas se dá pela oposição “vê” / “não vê” (sangue). A denotação empregada na primeira construção, “ver sangue”, opõe-se à conotação da outra; “não ver sangue” representa, aqui, não ter sangue disponível para uma transfusão.


A partir daí interagem as oposições secundárias, o interlocutor a quem se dirige a mensagem (“você”) se opõe às milhares de pessoas que precisam “ver” sangue. O traço individual se opõe ao traço coletivo. A gradação entre os verbos “desmaiar” e “morrer” também forma uma relação de oposição, ratificando o traço de banalidade da primeira atitude se confrontada com a outra.


Assim, apropriando-se do caráter polissêmico do signo, seja ele verbal ou não verbal, o jogo discursivo do anúncio, representado pelos vocábulos envolvidos, estabelece uma relação de oposição entre as duas atitudes presentes no contexto.


O processo de oposição pode se dar, como já visto, em linguagem não verbal. O anúncio a seguir, da joalheria Natan, serve de exemplo: o homem, careca, oferece uma joia à mulher. Ao ver a joia, o homem aparece aos olhos dela, agora, com cabelos e “pinta” de galã.



A campanha, que tem como conceito “o poder dos quilates”, trabalha com um jogo discursivo baseado na oposição de sentidos na maneira como a pessoa que dá o presente é vista por quem recebe. O “poder” da joia faz com que a pessoa veja com outros olhos o doador do presente. Há, assim, uma aproximação com o ditado popular “quem ama o feio bonito lhe parece”. Jocosamente, o amor aqui é materializado pela joia da Natan.


O processo de construção de sentido, dessa forma, baseia-se em um contexto. Assim como há uma sinonímia textual, há também uma antonímia textual, ancorada no discurso. São os elementos presentes no anúncio – a joia e a mudança estética do homem, por exemplo – que ajudam a representar a cena composta por uma contradição dependente direta do contexto em que se insere.


HOMONÍMIA

Veja estes pares de palavras:


colher (verbo) / colher (substantivo)


manga (fruta) / manga (camisa)


cem / sem


assento / acento


cesta / sexta / sesta


ascender / acender


cessão / sessão / secção / seção


cela / sela


incerto / inserto


cassar / caçar


cerrar / serrar

Segundo os compêndios gramaticais, quando há duas palavras com a mesma escrita ou o mesmo som, temos homônimos. Os homônimos podem ser homófonos, quando o som é igual e a escrita é diferente: cem / sem; homógrafos, quando a escrita é igual e o som é diferente: colher (v) / colher (s). Quando há escrita e som iguais dizemos que são homônimos perfeitos: manga / manga.


Por conta da imprecisão dos critérios em estabelecer uma diferenciação entre os conceitos de polissemia e homonímia, é preferível abarcar a ideia de que tais conceitos se relacionam, de fato – já que os fenômenos apresentam uma mesma forma com vários sentidos, dependendo do contexto em que estão inseridos. Contudo, é importante entender que a homonímia se realiza no plano diacrônico, enquanto a polissemia no plano sincrônico. Assim, como afirma Valente (2001), sincronicamente, a homonímia é uma polissemia, numa palavra com duas significações. Dessa forma, o conceito de homonímia perfeita fica restrito a investigações de cunho diacrônico, e a polissemia será investigada sob uma perspectiva sincrônica.


PARONÍMIA

Palavras parecidas em escrita e pronúncia recebem o nome de parônimos. Os pares “bocal” / “bucal” servem de exemplo: bocal, extremidade de lâmpada, por exemplo, nada tem a ver com bucal, relativo à boca. No entanto, pela sua proximidade gráfica e sonora, são parônimos. Essas palavras no português costumam causar dificuldades ao falante. Alguns exemplos:


Despercebido / Desapercebido


Inflação / Infração


Eminente / Iminente 


Retificar / Ratificar 


Fragrante / Flagrante 


Infligir / Infringir


Tráfico / Tráfego


Mandado / Mandato


Vultoso / Vultuoso


Absolver / Absorver


Apreender / Aprender


Emigrar / Imigrar / Migrar


Apóstrofe / Apóstrofo


Deferir / Diferir


Delatar / Dilatar / Deletar


Descriminar / Discriminar


Usuário / Usurário


Soar / Suar


Surtir / Sortir

É importante notar como esses aspectos semânticos podem ser expressivos na construção da mensagem. Veja o exemplo a seguir:



Os sujeitos da charge são o Presidente do Banco Central no governo Lula, Henrique Meirelles, e o robô, do filme estrelado por Will Smith, Eu, Robô. Meirelles estava sendo acusado de sonegar fontes de renda, e a charge, por meio de um processo de paronomásia, cria humor ao explicitar o jogo fônico da palavra “robô” com a palavra implícita “roubou”.

sábado, 25 de setembro de 2021

Cine Trash / Cine Sinistro - Band

 Cine Trash foi uma sessão de cinema exibida pela Band em 1996. Apresentado por José Mojica Marins, que interpretou o cineasta Zé do Caixão, o programa mostrou diversas produções consideradas "cult". Entre elas "Re-animator", "O Cérebro", "Ghoules", "A Noite dos Mortos Vivos, "The Evil Dead"," e "Fome Animal". A classificação indicativa e ajustes na programação da emissora acabaram com o programa.

Cine Sinistro foi uma sessão de cinema da Band apresentada pelo ator Zé do Caixão de novembro de 1996 a março de 1997, nas tardes de segunda a sexta, concorrendo com a Sessão da Tarde (Globo) e o Cinema em Casa (SBT). De 2000 a 2002, o programa foi apresentado por Carla Tenore nas madrugadas de sábado para domingo.

Dias da semana na TV

 Usar os dias da semana para batizar programas de televisão, é prática mais do que comum pelos donos ou diretores de programação dos canais tupiniquins.Confira um resumo dia a dia desses títulos:



Domingo Maior

Globo

A tradicional sessão de filmes de ação global está no ar desde 1972.





Segunda Sem Lei

BAND

Festival de filmes de faroeste clássicos exibidos entre 1986 e 1987



Terça Nobre

Globo

Musicais e humorísticos variados. Som Brasil, Casseta & Planeta Urgente, Programa Legal, A Comédia da Vida Privada, Não Fuja da Raia, TV Pirata e Doris para Maiores foram cartazes do programa que estreou em 1981 e foi extinto em 1998 quando o Casseta & Planeta passou a ser exibido semanalmente.






Quarta Total

Record

Gincana entre artistas apresentada de 1999 a 2002, liderada por Gilberto Barros. Destacava-se pela criatividade e diversão das provas.



Quinta no Cinema

SBT

Filmes da Warner Bros., Paramount e Disney, estúdios que o SBT tinha contrato na época, foram exibidos entre 2003 e 2006 após o fim do Show do Milhão, no horário nobre, depois do Programa do Ratinho.







Sexta Super

Globo

Festivais musicais, seriados e especiais dramatúrgicos nacionais. Ficou no ar de 1975 a 1990, quando o Globo Repórter ocupou o horário. 'Festival dos Festivais', 'Globo de Ouro' e 'Armação Ilimitada' foram um das atrações mais bem-sucedidas.






Sabadaço

BAND

Programa de auditório comandado por Gilberto Barros. Permaneceu no ar de 2002 a 2007, tornando-se um dos líderes de audiência entre a grade da emissora da família Saad.


Novos horários nas manhãs da Globo

 Na segunda-feira, dia 1º, às 5h, estreia na Globo um novo telejornal, Hora Um, apresentado por Monalisa Perrone. Produzido para atender a um público que cada vez acorda mais cedo para trabalhar, o Hora Um trará os assuntos mais importantes do Brasil e do mundo, da noite anterior, da madrugada e do início do dia. 


Devido à mudança, o Telecurso muda para o YouTube, mantendo a exibição matinal no Futura, TV Cultura, TV Brasil, TV Aparecida e Rede Vida, e o Globo Rural continua com a edição semanal, exibida aos domingos.



Com isso, alguns programas da manhã passam a ir ao ar em novos horários. Os telejornais locais iniciam mais cedo, às 6h, e ganham mais 30 minutos de duração, com muito mais informações sobre a sua cidade e região.


Às 7h30 começa o Bom Dia Brasil, que também tem a sua duração estendida até as 9h, quando entra no ar o Mais Você. Logo depois, por volta das 10h20, você cuida da sua saúde com o Bem Estar e, pouco antes das 11h, informação, música e bate-papo invadem a tela da Globo no Encontro com Fátima Bernardes.


Com a estreia do Hora Um, a Globo amplia a sua oferta de programação ao vivo na manhã e no início da tarde, com cerca de nove horas diárias, das 5h ao encerramento do Jornal Hoje, às 14h.

sexta-feira, 24 de setembro de 2021

Enciclopédia de Cromos - programação do Canal 2 (TV2, 2: e atual RTP2) de 7 de setembro de 1991

 08h45 - Mira Rádio

09h00 - Videotexto (versão para televisão do teletexto)

12h00 - O Homem da Carabina (pelo nome, imagino uma telenovela ou minissérie)

12h25 - Curso de Alemão

12h40 - Animais de África (imagino um documentário)

13h05 - Gerações (deve ser uma série, show de talentos ou concurso)

13h30 - Agora Escolha!

14h55 - O Tempo

15h00 - Sarilhos com Elas

15h25 - Recreio do 2 (programa infantil)

16h30 - Em Busca de...

16h50 - Destino América

17h45 - O Tempo

17h50 - O Santo (pelo nome, imagino um programa religioso)

19h10 - Desaparecidos

19h30 - Dramazine (programa de teatro, concerto e ópera)

20h05 - Festivais do Mundo (programa musical)

21h00 - Jornal das 9

21h30 - O Tempo

21h35 - Artífices e Artesãos

21h40 - A Geração de 60 (série documental)

22h35 - Bailado

00h05 - RTP / Financial Times

00h10 - Remate

00h25 - O Tempo

00h30 - Televendas

Programação de TV de um sábado de 1991 - Enciclopédia de Cromos

 A programação, complementada com informação extra que fui recolhendo:


 CANAL 1 (RTP-1):

08h00 - Á Mão de Semear (veja o genérico aqui)

08h25 - Canal Jovem (o espaço dedicado aos mais novos que se levantavam cedo para ver os bonecos)

08h26 - O lápis encantado/mágico ( o clássico cartoon polaco dos anos 60 e 70)

08h35 - Bozo (episódio de "Bozo: The World's Most Famous Clown")

08h40 - The Herbs (série britânica infantil em stop-motion)

08h55 - Barney (outra série britânica, mas em animação tradicional, sobre o cão Barney, o rato Roger e os seus amigos)

09h00 - Inspector Engenhocas (o famoso Inspector Gadget)

09h20 - Oh Hanna Barbera - Flintstones. Top cat. (videos de actuações no programa: video1 e video2)

10h50 - Os jovens tarta-herois ( a série animada que popularizou as Tartarugas Ninja)

11h15 - G.I. Joe (outra série de grande êxito, com o propósito de publicitar as action figures bélicas)

11h35 - Vitaminas (concurso de cultura geral apresentado por Carlos Alberto Vidal e Sofia Sá da Bandeira. Veja no Youtube o genérico futuristo-embaraçoso: aqui.E vários momentos: Parte 1 e Parte 2)

12h05 - Tal pai, tal filho (mais um concurso, apresentado por José Jorge Duarte (Lecas), para toda a família)

13h00 - Notícias (depois da diversão, as novidades do mundo real)

13h05 - O Tempo (essencial para saber se saíamos de casa com ou sem guarda-chuva)

13h10 - Viagem ao Maravilhoso (15º e último episódio desta série documental dedicada ás lendas e tradições portuguesas, da autoria e realização de Carlos Brandão Lucas. No Youtube está disponível o episódio "Viagem ao Maravilhoso / Bugios e Mourisqueiros" )

13h40 - A Guerra dos Mundos (Episódio 2 desta série canadiana/norte-americana que funcionava como uma sequela do filme de 1953, que por sua vez adaptou a clássica história de invasão extraterrestre de H.G. Wells)

14h25 - The Mission 

14h50 - T e T (série com o mítico Mr. T, que o Paulo Neto aborda aqui.)

15h25 - Primeira Matiné "Sonhos de Criança" (o filme "Dreamchild", sobre a rapariga que inspirou a Alice no País das Maravlilhas)

17h00 - Lotaria Europeia (tentei, mas não consegui descobrir os números sorteados!)

17h50 - A Década da Destruição (5º e último episódio do documentário sobre a destruição da selva da Amazónia, que Adrian Cowell demorou 10 anos a filmar)

18h45 - O Café do Ambriz (1º episódio - "Uma série portuguesa que nos leva até Angola nos finais dos anos 50.")

19h40 - Boletim das Pescas (rubrica que refletia a realidade de uma sociedade portuguesa ainda ligada ao sector primário)

19h45 - Totoloto (o jogo clássico dos sábados á noite)

20h00 - Jornal de Sábado (principais notícias do país e do Mundo)

21h10 - RTP / Financial Times (informação económica)

21h15 - O Tempo

21h20 - Desenhos Animados - BOA NOITE ( entretenimento para míudos e graúdos, seguido do segmento para mandar os putos para a caminha)

21h25 - Kananga do Japão (Episódio 55 novela de época da Rede Manchete, atual RedeTV)

23h00 - Casa Cheia (popular concurso, saiba mais aqui)

23h40 - Banda Desenhada "Betty Boop" (os clássicos cartoons da antiga sex symbol animada)

23h45 - Última Sessão "Ata-me" (filme de 1989, realizado por Pedro Almodovar, sobre um doente mental que rapta uma estrela porno)

01h30 - O Tempo

01h35 - Remate (o resumo desportivo do dia)

01h50 - Resumo Fórmula 1

02h00 - Televendas


   


 2 (RTP 2):

09h00 - Universidade Aberta (a emissão começava com ensino à distância)

11h20 - Circo

11h40 - Fórum Musical (1ª parte)

12h10 - Primeiro Jornal (o noticiário do segundo canal)

12h15 - Fórum Musical (2ª parte)

13h15 - Agarra o 2

Isso julgas tú (emissão nº 4 do programa juvenil produzido e realizado por Diana Andringa, e que marcou a estreia televisiva de José Pedro Vasconcelos)

As Aventuras o Cavaleiro Azul (Episódio 5 da animação polaca "Przygody Błękitnego Rycerzyka")

14h20 - Cine-Sábado "Cruel Perseguição" (o filme "Second Chance", de 1953) (sessão inspirada na 'Sessão de Sábado', rubrica da Rede Globo)

15h40 - Circo

16h00 - Estádio - 1ª edição - (pelo nome, imagino um programa desportivo)

18h30 - Jornal Fim-de-Semana (meia hora de informação)

19h00 - O Tempo

19h05 - Arca de Noé (o saudoso concurso com temática animal, com o inesquecível hino "vamos fazer amigos entre os animais")

19h45 - Outras Músicas (programa apresentado por José Duarte, dedicado ao jazz, country, rumba e salsa)

21h05 - Estádio - 2ª edição -

23h30 - Pantanal (mais uma novela da extinta Rede Manchete, atual RedeTV, famosa pelas paisagens e erotismo)

01h10 - A Engrenagem do Crime (5º episódio) 

02h00 - O Tempo

02h05 - O Terceiro Tiro (a comédia negra "The Trouble With Harry", do mestre Hitchcok)

03h50 - Especial Desporto Grande Prémio Japão/Fórmula 1 - O vencedor da edição de 1991, em Suzika, a 20 de Outubro, foi o piloto Gerhard Berger, pela McLaren-Honda.

quinta-feira, 23 de setembro de 2021

Telefonica TV Digital - menu: 2011

 Programação - Ver TV / Guia Mosaico / Guia Grade / Guia Lista

Funções - Lembrete / Controle dos Pais / Favoritos / Busca de Programas / Conectividade

Gravador Digital - Programas Gravados / Agenda de Gravação / Gravação por Horário / Gravar por Programa / Opções de Gravação / Espaço em Disco / Remover o Disco com Segurança

Opções de Gravação - Tempo Inicial / Tempo Final / Auto Apagar / Pausa ao Vivo / Avanço e Retrocesso / Barra de Reprodução / Playback com Porcentagem

Busca de Programas - Título / Ator/Diretor

Favoritos - Lista 1 / Lista 2

Controle dos Pais - Bloqueio de Canal / Bloqueio de Programa / Limite de PPV / Por Hora / Alterar Senha / Alterar Senha de Pay-Per-View

Conectividade - Assistente de Conexão / Status da Rede

Configurações - Usuário / Sistema

Usuário - Perfil de Usuário / Idioma / Bloqueio do Menu / Hora Local

Perfil de Usuário:

Exibição - Formato de Tela / Sistema de Cor / Tela Original / Barra de Cor / Resolução de Tela

Áudio - Idioma de Áudio / Efeitos Sonoros / Dolby Digital

TV - Efeitos de Navegação / Guia de Canais / Esquema de Cores / Transparência do Menu / Animação do Menu / Duração do Banner e Menu

Idioma - Idioma do Menu / Idioma do Áudio / Idioma da Legenda

Bloqueio - Bloquear Acesso ao Menu 

Hora Local - Fuso Horário / Horário de Verão / Formato de Hora

Pesquisa - Teste Frontend / Informação de LNB / Pesquisa de Canais

Informação Técnica - Informação do Sistema / Informação do Receptor / Atualização de Software / Informação de Canal / Qualidade do Sinal

Restaurar Informação - Reset de Fábrica

Controle Remoto - Configurar Controle / Reiniciar Controle Remoto

Teste e Demonstração do Sistema - Executar Teste / Executar Demo

Modo Hotel - Volume Máximo / Canal Inicial / Bloquear Painel do Receptor

ProEnem - funções das palavras que, se e como

 A PALAVRA QUE

A) Interjeição


Exprime espanto, admiração, surpresa. Vem sempre acentuada e seguida de ponto de exclamação.


Quê! Você ainda não terminou o trabalho?


O quê! Quem fez isso?


B) Substantivo


É acentuado e vem precedido de um artigo ou outro determinante. Como substantivo, a palavra que exercerá as funções sintáticas próprias dessa classe gramatical.


Seu amigo tem um certo quê de mistério.


(substantivo na função de núcleo do objeto direto)


C) Preposição


Equivale à preposição de e liga dois verbos de uma locução verbal em que o auxiliar é o verbo ter. Veja a preposição usada na fala da Mafalda em “É triste ter que bater em alguém que tem razão”.



D) Partícula expletiva ou de realce


Empregada apenas para dar realce. Não exerce função sintática, seu uso é apenas estilístico (ênfase, expressividade). Aparece também na expressão 'é que'.


Quase que não consigo assistir ao filme.


Elas que conseguiram chegar a tempo.


Eu é que sei dos meus problemas.


E) Advérbio


Intensifica a ideia expressa por um adjetivo ou advérbio e exerce a função de adjunto adverbial de intensidade.


Que lindas são essas crianças!


Que longe é aquela cidade!


F) Conjunção


Relaciona entre si duas orações. Como conjunção, a palavra que não exerce função sintática.


O ciclista era mais rápido que o pensamento. (conjunção subordinativa comparativa)


Luta que luta, mas não consegue nada. (conjunção coordenativa aditiva)


Não tenha medo, que eu o protegerei. (conjunção coordenativa explicativa)


Era tão estudioso que mal saía de casa. (conjunção subordinativa consecutiva)

 

Outra pessoa, que não eu, deve resolver isso. (conjunção coordenativa adversativa)


Quando inicia uma oração subordinada substantiva, a palavra que recebe o nome de conjunção subordinativa integrante. Veja o exemplo abaixo:


Ficou evidente que a reunião será na próxima semana.


G) Pronome


Pronome indefinido: nesse caso, pode funcionar como pronome substantivo ou pronome adjetivo. Pode aparecer em frases interrogativas ou exclamativas. Nas frases interrogativas, também é chamado de pronome interrogativo.


Que aconteceu?


Que cara é essa?


Que confusão!


Pronome relativo: retoma um termo da oração antecedente e exerce as seguintes funções sintáticas:


Sujeito


Bruna, que me emprestou o livro, é minha amiga.


(Bruna me emprestou o livro).


Objeto Direto


Nada realizou o candidato que o povo elegeu.


(O povo elegeu o candidato).


Objeto Indireto


Este é o projeto de que ele participou desde o início.


(Ele participou do projeto desde o início).


Complemento nominal


As reformas de ensino, a que somos favoráveis, serão votadas na próxima semana.


(Somos favoráveis às reformas de ensino.)


Predicativo


Sua aparência não diz o que ele realmente é.


(Ele realmente é aquilo).


Hoje reconheço o amigo que você sempre foi.


(Você sempre foi o amigo).


OBSERVAÇÃO

1) O pronome cujo exerce a função sintática de adjunto adnominal.


Os candidatos cujos cartões foram entregues podem entrar.


2) Os pronomes relativos onde e como exercem a função de adjunto adverbial.


Conheça a cidade onde nasci.


A forma como o homem se aproximou deixou-nos assustados


A PALAVRA SE

A) Conjunção


Relaciona duas orações. Nesse caso, não exerce função sintática.


Verificamos se as provas eram coerentes. (subordinativa integrante - pode ser substituída por 'isso')


Se tivéssemos saído mais cedo, poderíamos aproveitar mais a excursão. (subordinativa condicional - pode ser substituída por 'caso') 


Se não tinha dinheiro, não poderia viajar. (subordinativa causal - pode ser substituída por 'já que')


B) Pronome apassivador


Com orações que estão na voz passiva sintética. Vem ligado a verbo transitivo direto ou transitivo direto e indireto. Pode ser transformado na voz passiva analítica.


Venderam-se várias casas.


C) Índice de indeterminação do sujeito


Vem ligado a um verbo transitivo indireto, intransitivo ou de ligação, tornando o sujeito indeterminado. Não exerce propriamente uma função sintática, seu papel é o de indeterminar o sujeito. Lembre-se de que, nesse caso, o verbo deverá estar na terceira pessoa do singular. Pode aparecer com verbo transitivo direto, desde que o objeto direto venha preposicionado.

Alguns gramáticos chamam-no de pronome de indeterminação do sujeito (PIS).


Confia-se em teses suspeitas. (VL)


Vive-se bem no interior. (VI)


Era-se mais feliz antigamente. (VL)


Ama-se aos pais. (VTD + OD prep.)


D) Pronome reflexivo


Sujeito de Infinitivo (com verbo causativo ou sensitivo)


“Capitu deixou-se fitar e examinar.”


(Machado de Assis)


Objeto Direto


“Ergueu-se, [passou] [a toalha] no rosto.”


   VTD       OD


(Lygia Fagundes Telles)


Objeto Indireto


Ele impôs-se uma decisão muito difícil.


E) Partícula expletiva ou de realce


Une-se a verbos intransitivos, para realçar a ação expressa pelo sujeito. Pode ser retirada da frase sem nenhum prejuízo ao sentido, pois não desempenha nenhuma função sintática, seu uso é apenas estilístico (ênfase, expressividade).


A plateia riu-se das travessuras do palhaço trapalhão.


A PALAVRA COMO

A) Advérbio


Modifica um verbo, um adjetivo ou outro advérbio. É sempre invariável.


Interrogativo de modo


Usado nas frases interrogativas diretas ou indiretas, acrescentando uma circunstância de modo à ação verbal.


Como o grupo realizará a tarefa?


Perguntei como isso funciona.


Exclamativo de intensidade


Utilizado em orações exclamativas, intensificando a ação expressa pelo verbo ou a característica de um adjetivo.


Esse é seu filho? Como ele cresceu!


Como é grande esse livro! Tem mais de oitocentas páginas!!


B) Preposição


Quando em função de preposição, a palavra assume o sentido de “na qualidade de”, “na posição de”, “com o caráter de”


Como professor, tenho um compromisso com a educação.


C) Partícula expletiva ou de realce


Quando na função expletiva, realça o sentido de algum termo da sentença. Pode ser retirado da frase sem prejuízo sintático ou de seu sentido principal.


Anteviu como um agouro o acidente de avião; assim, cancelou o voo.


D) Termo explicativo


Funciona para estabelecer uma explicação ou exemplificação, com o sentido de a saber, assim como, isto é.


Algumas profissões são essenciais na sociedade, como professor, médico e bombeiro.


E) Conjunção


Estabelece a conexão entre termos oracionais ou mesmo duas orações em um período. Assim, classifica-se como:


Conjunção Subordinativa


Subordina um termo a outro, introduzindo, normalmente, sentidos adverbiais à sentença:


Causa


Explicita a razão da ocorrência de um acontecimento expresso.


Como foi visto próximo da cena do crime, o rapaz tornou-se suspeito de cometê-lo.


Comparação


Estabelece uma relação entre dois elementos, comparando-os.


A menina era sorridente como a mãe; mas carregava um olhar triste como de seus antepassados.


Conformidade


Estabelece uma espécie de comparação com algo tido como modelo ou padrão. Equivale em sentido à conjunção conforme.


Como combinamos, eu passo em sua casa por volta das oito da noite.


Conjunção subordinativa integrante


Liga uma oração principal a uma oração com valor substantivo.


Lá vem a noiva! Veja como ela está linda…


F) Verbo


Ainda que cause poucas confusões, é importante lembrar que como também funciona como a forma do verbo comer, conjugado na primeira pessoa do presente do indicativo.


Eu como legumes, verduras e frutas em todas as refeições.

terça-feira, 21 de setembro de 2021

ProEnem - formação das palavras

 OS PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS

O processo de criação de uma nova palavra no idioma chama-se neologismo e confere vitalidade à língua. Contudo, muitas palavras que passam a integrar a língua portuguesa têm origem na “importação” de vocábulos ou mesmo na criação a partir de palavras da própria língua.


Os processos de natureza externa captam palavras de outros idiomas para serem usados no português. Como a sociedade está em constante contato com outras culturas, é natural que as palavras de outros idiomas sejam incorporadas à língua. Tomemos o exemplo de pizza, uma palavra do italiano totalmente incorporada ao nosso vocabulário. Que palavra usaríamos para nomear esse delicioso prato se não usássemos seu nome na língua original? Por não haver um vocábulo português para designar tal iguaria, tomamos emprestado um termo estrangeiro; a isso, dá-se o nome de empréstimo linguístico.


Agora, quando dizemos que vamos a um show de algum cantor ou cantora, usamos uma palavra estrangeira no lugar de uma palavra portuguesa (poderíamos ir ao concerto, exibição, encenação, apresentação ou espetáculo) e, nesse caso, temos um estrangeirismo, algo que é considerado um vício de linguagem, devendo, portanto, ser evitado nas nossas redações.


Porém, sabemos que tal uso é cultural e deve-se à influência que nossa sociedade sofre de outros centros. Por isso é comum vermos lojas anunciando em inglês ou usando termos nesse idioma, já que hoje o prestígio político, social, cultural e econômico de que goza o inglês é bastante acentuado. Nada disso, contudo, será capaz de “acabar” com a língua portuguesa, pois esse não é um processo novo e apenas enriquecerá o idioma. Afinal, o Português é bem mais que meia dúzia de palavras, é também sintaxe, construção morfológica e retrato cultural de seu próprio povo.


OS PROCESSOS INTERNOS

Já vimos que podemos “importar” palavras de outros idiomas, mas podemos também formar novas palavras a partir dos vocábulos que nós já temos. São dois os principais tipos de processos internos: a composição, que prevê a utilização de várias palavras para a formação de um vocábulo novo; e a derivação, que usa elementos como afixos e vogais temáticas para transformar as palavras.


Os processos de formação de palavras atuam como instrumentos que auxiliam nosso processo comunicativo. São eles que criam formas específicas de trabalhar com os morfemas e permitem-nos reconhecer e criar um número praticamente infinito de palavras, de forma a fazer da língua um processo dinâmico e eficiente.


A charge abaixo aponta para um grave problema das grandes cidades: a violência. Observe que o adjetivo empregado pelo chargista deriva do substantivo PERIGO (perigo, perigosas, perigosíssimas). Dessa forma, ele superlativou a situação que pretendia retratar.



(Leonardo, tribunabh.com.br)


Perceba, agora, momentos líricos dos poetas Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade   em que palavras são criadas – teadorar e malamar – para tornar possível a expressão de sentimentos e emoções dos sujeitos poéticos:


Neologismo


Beijo pouco, falo menos ainda.


Mas invento palavras


Que traduzem a ternura mais funda


E mais cotidiana


Inventei, por exemplo, o verbo teadorar.


Intransitivo:


Teadoro, Teodora


(BANDEIRA, Manuel. Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: José Olympio, 1970)


Amar


Que pode uma criatura senão, entre criaturas, amar?


amar e esquecer, amar e malamar,


amar, desamar, amar?


sempre, e até de olhos vidrados, amar?


Que pode, pergunto, o ser amoroso, sozinho, em rotação universal, senão rodar também, e amar?


amar o que o mar traz à praia,


e o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha, é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?


Amar solenemente as palmas do deserto, o que é entrega ou adoração expectante, e amar o inóspito, o áspero,


um vaso sem flor, um chão de ferro,


e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave de rapina.


Este o nosso destino: amor sem conta, distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas, doação ilimitada a uma completa ingratidão,


e na concha vazia do amor a procura medrosa, paciente, de mais e mais amor.


Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita.


(Carlos Drummond de Andrade)


COMPOSIÇÃO

É o processo pelo qual se cria uma palavra pela reunião de dois ou radicais, de tal sorte que o conjunto deles passe a formar um todo com significação nova. Existem dois tipos de composição: a justaposição e a aglutinação.


Justaposição


É a associação de dois ou mais vocábulos sem qualquer prejuízo de sua autonomia fonética. Ex.: passatempo, girassol, segunda-feira, matéria-prima, arco-íris, pé-de-vento, vaivém, beija-flor, bem-me-quer e criado-mudo são bons exemplos de palavras compostas por justaposição.


Aglutinação


Consiste na associação de radicais em uma única estrutura fônica, cuja fusão implica perda e/ou alteração dos radicais formadores. Ex.: aguardente, agridoce, pernalta, boquiaberto, planalto, embora, outrora, vinagre e pernilongo são exemplos de palavras compostas por aglutinação.


DERIVAÇÃO

É o processo pelo qual de uma palavra formam-se outras por meio da adição ou subtração de certos elementos que lhe alteram o sentido – referido sempre, contudo, à significação da palavra primitiva. São de cinco tipos: prefixal, sufixal, prefixal e sufixal, parassintética e regressiva.


A derivação prefixal consiste somente no mero acréscimo de prefixos a um radical.


Ex.: descontrole, bicampeão, imoral etc.


Na derivação sufixal temos o simples acréscimo de sufixos a um radical.


Ex.: moralidade, apendicite, vendedor, realismo, porteiro etc.


A derivação prefixal e sufixal define-se por um acréscimo gradativo de prefixo e sufixo ao morfema lexical.


Ex.: infelizmente, desigualdade, desvalorização, etc.


Já na derivação parassintética ou parassíntese temos a criação de palavras com auxílio simultâneo de prefixo e sufixo.


Ex.: empobrecer, engordar, enforcar, entristecer, etc.


Na derivação prefixal e sufixal, o acréscimo de prefixo e sufixo é feito de forma separada, e na parassintética, é feito de forma simultânea.

Se conseguir retirar o prefixo ou o sufixo e a palavra existir e mantiver o sentido, será derivação prefixal e sufixal. Caso contrário, será derivação parassintética.

desrespeitoso = desrespeito (forma existente) / respeitoso (forma existente)

subterrâneo = *subterra (forma inexistente) / *terrâneo (forma inexistente)

A derivação regressiva consiste na supressão dos morfemas terminais de um vocábulo e sua substituição por uma vogal temática nominal. Forma principalmente substantivos abstratos a partir de verbos na sua forma infinitiva, chamados deverbais.


Ex.: ajuda (de ajudar), combate (de combater), trabalho (de trabalhar).

Para identificar se o substantivo é derivado ou primitivo, use o seguinte critério:

Se nomear ação, será palavra derivada: debate (derivada) / debater (primitiva)

Se nomear objeto ou substância, será palavra primitiva: planta (primitiva) / plantar (derivada)


OBSERVAÇÃO

É fundamental observar os constituintes imediatos das palavras para a classificação de seu processo. Em alguns casos, a ordem de adição dos elementos revela o processo de formação. É o caso de incrível: é uma derivação prefixal, pois trata-se de acréscimo de prefixo a uma palavra (in+crível); já a palavra crível (que pode ser acreditado) classifica-se como sufixal, já que apresenta o acréscimo de sufixo a um radical. Não se deve confundir tais processos com outros tipos de derivação em que há mais de um afixo. A palavra paraquedista pode elucidar melhor tal questão. Paraquedista é formada pela palavra paraquedas mais o sufixo –ista, do que resulta sua classificação: derivação sufixal. A palavra paraquedas é composta por justaposição; paraquedista, derivada por sufixação.


OUTROS PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS

Derivação imprópria (conversão)


Mudança da classe gramatical de uma palavra sem alteração de sua forma original. Ex.: Ele levou um sonoro não.


Hibridismo


Este processo representa uma condição singular de um novo vocábulo, cujos elementos provêm de diferentes línguas. Ex.: automóvel (grego e latim), televisão (grego e latim), sociologia (latim e grego), burocracia (francês e grego), sambódromo (africano e grego).


Reduplicação e onomatopeia


A reduplicação ou redobro consiste na repetição de sílabas de uma palavra. A onomatopeia consiste em criar palavras imitativas que procuram reproduzir sons ou ruídos. Ex.: Juju, Zezé, tique-taque, teco-teco, zunzum, au-au, miau, cacarejar, cochichar, tilintar, bum!, pou!, zás-trás!, pimba! Etc.


Abreviação vocabular ou redução


Redução pura e simples da palavra original sem a substituição de seus elementos fonéticos ou morfológicos. Ex.: pneu (pneumático), moto (motocicleta), quilo (quilograma), cinema (cinematográfico), foto (fotografia).

Siglas


Redução de títulos às letras iniciais dos termos da expressão representada. As siglas podem se comportar como palavras primitivas, dando origem a novas palavras na língua. Ex.: OTAN, INPS, AIDS, PT, PMDB, PCB; podem dar origem a palavras como aidético, petista etc. Algumas são dicionarizadas e são consideradas palavras, como aids, jipe, ibope, laser, radar, óvni.


Palavra-valise ou amálgama


É um caso especial de composição em que a nova unidade resulta da combinação de parte de cada um dos dois termos que entram na formação. Ex.: portunhol (português + espanhol); FlaFlu (Flamengo + Fluminense); GreNal (Grêmio + Internacional); showmício (show + comício); etc.


NEOLOGISMOS

Criar termos necessários para exprimir os inventos recentes, assimilar-se aqueles que, embora oriundos de línguas diversas, sejam indispensáveis, e sobretudo explorar as próprias fontes, veios preciosos onde talvez ficaram esquecidas muitas pedras finas, essa é a missão das línguas cultas e seu verdadeiro classicismo. Se usarmos palavras existentes na língua, como ofertório, oferenda e oferta, podemos formar um neologismo: ofertorial.


Neologismo léxico


É a aquisição de uma nova palavra no vocabulário da língua; por muitas vezes, equivale ao empréstimo linguístico, como ocorre com muitas palavras ligadas à informática: self service, shopping (importadas do inglês), vitrine (importada do francês).


Neologismo semântico


Empréstimo de um novo sentido a uma palavra já existente: azular = fugir; pistolão = proteção; curtir = aproveitar; arroz = pessoa que não perde festa ou evento; desinfetar = ir embora.


Neologismos são palavras não dicionarizadas. A partir do momento em que uma palavra é registrada em dicionários consagrados, passa a existir e deixa de ser neologismo.


Em outros casos, há um neologismo completo, quando há a invenção de uma forma inexistente na língua com a atribuição de um significado para o qual ainda não havia qualquer vocábulo designado ou com a mudança de um sentido original para aquele do termo cunhado. Um dos grandes criadores de neologismos na literatura brasileira é Guimarães Rosa, cujos escritos são repletos de palavras inventadas, conforme podemos ver no exemplo abaixo:


“(…) Já outro, contudo, respeitável, é o caso – enfim – de ‘hipotrélico’, motivo e base desta fábrica diversa, e que vem do bom português. O bom português, homem de bem e muitíssimo inteligente, mas que, quando ou quando, neologizava, segundo suas necessidades íntimas.


Ora, pois, numa roda, dizia ele, de algum sicrano, terceiro, ausente:


— E ele é muito hipotrélico…


Ao que, o indesejável maçante, não se contendo, emitiu o veto:


— Olhe, meu amigo, essa palavra não existe.


Parou o bom português, a olhá-lo, seu tanto perplexo:


— Como? … Ora … Pois se eu a estou a dizer?


— É. Mas não existe.


Aí, o bom português, ainda meio enfigadado, mas no tom já feliz de descoberta, e apontando para o outro, peremptório:


— O senhor também é hipotrélico…


E ficou havendo.”


Segundo o autor, “hipotrélico” significa “indivíduo pedante”. Perceba também a criação do verbo “neologizar”, do adjetivo “enfigadado” e o uso do verbo “haver” no gerúndio. Todas criações geniais do artista na busca por maior expressividade.

ProEnem - estrutura das palavras

O QUE É MORFOLOGIA?

Quando estudamos gramática, podemos dividir esse estudo em diversas partes, por diversas funcionalidades. Podemos estudar os sons das palavras, as frases, as relações entre as palavras ou os sentidos, por exemplo. Ao começarmos o estudo de morfologia, vale a pena definir exatamente o que será objeto de nossa atenção.


MORFOLOGIA


É a parte da gramática que estuda a forma das palavras na língua, suas estruturas e os processos de formação das mesmas, sua classificação, flexões e emprego.


Ou seja, estudaremos como são formadas as palavras, isto é, como são compostas, as funções desses elementos, entre outras possibilidades. Comecemos observando uma palavra:


Sapateiro


Podemos perceber que a palavra acima se deriva de sapato, palavra à qual se acrescenta o elemento -eiro, que indica – nesse caso – profissão. O importante é perceber que cada parte da palavra assume uma função significativa, isto é, indica-nos algum sentido que se soma à compreensão total da palavra. A cada uma dessas partes que compõe uma palavra, damos o nome de morfema.


Morfema – menor unidade de significação que constitui o elemento ou os elementos integrantes de um vocábulo.


Morfemas são elementos significativos, sejam estes ligados aos conceitos, seres e coisas as quais conhecemos em nosso mundo ou noções gramaticais, entendidas internamente na língua. Em “saleiros”, por exemplo, “sal” representa um morfema ligado ao mundo real, ao passo que “s” dá-nos uma noção gramatical de número.


ATENÇÃO


Observemos a palavra GAROTA, agora dividindo-a em seus morfemas:


MORFEMA DE SENTIDO


MORFEMA DE GÊNERO


MORFEMA DE NÚMERO


GAROT


A


Ø


Perceba que o sentido da palavra está presente na primeira parte do vocábulo, com a qual já sabemos “o que” significa o termo, faltando apenas a definição do gênero para a total compreensão. O morfema “-a” resolve a questão, formando uma palavra que indica uma criança ou adolescente do sexo feminino.


Entretanto, há uma particularidade interessantíssima ao falante: sabemos que o termo GAROTA indica apenas um indivíduo. E por quê? A resposta mais simples é a percepção de que não existe um morfema “-s” para indicar o plural. Assim, se a palavra não está no plural, obrigatoriamente está no singular. Por isso dizemos que a ausência do morfema de número é significativa. Nesses casos podemos afirmar que existe um morfema zero que indica uma condição gramatical da palavra, no caso, o singular.


Tomemos então o termo no plural:


GAROTAS


O simples acréscimo do morfema “-s” altera o número do vocábulo, formando o plural. Contudo, algumas palavras vão apresentar diferenças. Veja o exemplo abaixo:


PROFESSOR


Ora, caso quiséssemos colocar a palavra no plural, não bastaria apenas acrescentar o morfema “-s”, mas sim “es”. Comparativamente, teríamos:


MORFEMA DE SENTIDO


MORFEMA DE GÊNERO


MORFEMA DE NÚMERO


GAROT


A


S


PROFESSOR


Ø


ES


Novamente temos um “morfema zero”, agora para indicar o gênero masculino da palavra professor. Ambas os vocábulos estão no plural, mas percebe-se que o fazem de forma diferente. Podemos dizer que, na palavra professor, “-es” é o morfema que faz o plural, apesar de que, na língua portuguesa, o morfema mais comum para indicar o número é “-s”.


A conclusão a que chegamos é que o morfema “-es” é uma forma diferente do morfema “-s”, uma variação, portanto. Quando isso ocorre dizemos que existe a alomorfia, quando um mesmo morfema apresenta-se com variações quanto à forma, sem que deixe de apresentar a mesma atribuição. Simplificando, dizemos que “-es” é um alomorfe de “-s”, ou seja, uma forma diferente do morfema de plural, com a mesma função.


AS ESTRUTURAS DAS PALAVRAS

Compreendendo aquilo que são os morfemas, a tarefa resume-se a classificar os morfemas e mostrar-lhes as funções e possibilidades de uso nas palavras. Essa classificação chama-se estrutura das palavras.


RADICAL E RAIZ

Radical, também chamado de lexema, semantema ou morfema lexical, é o elemento mórfico que contém o sentido básico da palavra, seu núcleo de significação externa. Raiz é o elemento irredutível comum a todos os vocábulos de uma mesma família.


Cabe fazer a diferença entre esses dois conceitos para que se possa compreender melhor a estruturação dos vocábulos. Ambos remetem-se ao sentido que a palavra apresenta em nosso idioma, mas diferem-se quanto à extensão: o primeiro limita-se à palavra, o segundo corresponde ao conceito.


O problema que daí advém é o fato de que, nem sempre, pode-se perceber a raiz de uma palavra apenas pela forma como se apresenta hoje na língua, sendo necessário um conhecimento histórico-etimológico da mesma. Devemos desconsiderar a raiz e partir do radical.


Quanto ao radical propriamente dito, basta afirmar que é a parte da palavra que resulta da supressão de desinências e vogal temática, gerando, inclusive, radicais secundários ou terciários (acrescidos de afixo).


Palavras cognatas


São aquelas que apresentam uma mesma família etimológica, fazendo todos os vocábulos associação à mesma raiz ou a um mesmo radical primário.


ATENÇÃO

No reconhecimento de cognatos surgem sempre algumas dúvidas, dado o caráter histórico de determinados radicais, que apresentam alomorfia. Assim, um radical pode apresentar variação de forma e ainda ser associado a uma mesma raiz. São os casos de pobre/ paupérrimo, chuva/ pluvial, pão/ padaria.


Muitos radicais têm sua origem no grego e no latim, duas importantes contribuições à formação da língua portuguesa. Segue abaixo uma lista com os principais radicais gregos e latinos.


O conhecimento histórico-etimológico – a chamada perspectiva diacrônica – é dispensável, não sendo fundamental o domínio completo da lista de radicais que se segue. Contudo, tal saber é necessário, pois dele deriva-se uma compreensão maior dos conceitos e palavras que cotidianamente são utilizadas no idioma.


Radicais Latinos*


1º elemento da composição


Forma


Sentido


Exemplo


Agri


Campo


Agricultura, agrícola


Ambi


Ambos


Ambiguidade, ambiente


Arbori-


Árvore


Arborícola, arborizar


Bis-, bi-


Duas vezes


Bípede, bisavô, bimestral, bisneto, biscoito


Calori-


Calor


Calorífero, calorimetria, caloria


Cruci-


cruz


Crucifixo, crucificação


Curvi-


curvo


Curvilíneo


Equi-


igual


Equilátero, equidistante, equivalência


Ferri-, ferro-


ferro


Ferrífero, ferrovia


Loco-


lugar


Locomotiva


Morti-


morte


Mortífero


Multi-


muito


Multiforme, multimídia, multinacional


Olei-, oleo-


Azeite, óleo


Oleígeno, oleoduto


Oni-


todo


Onipotente, onipresente, onisciente


Pedi-



Pedilúvio


Pisci-


peixe


Piscicultor


Pluri-


Muitos, vários


Pluriforme, pluricelular


Quadri-, quadru-


quatro


Quadrúpede, quadrigêmeo, quádruplo


Reti-


reto


Retilíneo, retângulo


Semi-


metade


Semimorto, semifinal, semicírculo, semideus, semivogal, seminu


Tri-


Três


Tricolor, tricampeão, tridimensional


Radicais Latinos*


2º Elemento da Composição


Forma

Sentido

Exemplos

-cida


Que mata


Suicida, homicida, inseticida, germicida


-cola


Que cultiva, ou habita


Arborícola, vinícola, silvícola


-cultura


Ato de cultivar


Piscicultura, apicultura, citricultura


-fero


Que contém, ou produz


Aurífero, carbonífero


-fico


Que faz, ou produz


Benéfico, frigorífico


-forme


Que tem forma de


Uniforme, cuneiforme


-fugo


Que foge, ou faz fugir


Centrífugo, febrífugo


-gero


Que contém, ou produz


Belígero, armígero


-paro


Que produz


Ovíparo, multíparo

ProEnem - acentuação gráfica

 Saber qual a sílaba tônica de uma palavra significa pronunciá-la corretamente e esse estudo cabe a uma parte da gramática chamada prosódia, que se destinada aos estudos sobre a posição correta da sílaba tônica. Quanto à posição da sílaba tônica, as palavras portuguesas dividem-se em três tipos:


Oxítonas – tonicidade na última sílaba.


Paroxítonas – tonicidade na penúltima sílaba.


Proparoxítonas – tonicidade na antepenúltima sílaba.


No espanhol, existe acentuação gráfica antes da antepenúltima sílaba, o que só ocorre no português com algumas formas verbais seguidas de pronome oblíquo.


Obs.: As palavras monossílabas não se enquadram nesta classificação, dividindo-se simplesmente em “átonas” e “tônicas”.


COMO SE PRONUNCIAM ENTÃO AS PALAVRAS?

A maior parte das palavras não apresenta problemas ao serem lidas e pronunciadas. A lista abaixo contempla alguns vocábulos, rotineiros em provas e concursos, que causam dúvida aos falantes.



POR QUE DEVEMOS ACENTUAR AS PALAVRAS?

A acentuação gráfica é necessária para marcar que a pronúncia de uma palavra não segue o padrão em que deveria inserir-se. Veja as palavras abaixo:


casa


porta


janela


As três palavras terminam pela vogal “a” e são classificadas como paroxítonas. Eis aí o padrão que buscávamos: as palavras terminadas por “a” são, naturalmente, oxítonas. Vejamos outros exemplos:


caja


vatapá


Ora, nesses casos, vemos que, apesar de terminadas por “a”, as palavras são oxítonas! Para marcar a troca da sílaba de acentuação natural, fazemos uma marca gráfica sobre a vogal da nova sílaba tônica, indicando ao falante a maneira correta de pronunciá-la:


cajá


vatapá


Existem na língua portuguesa três acentos: o agudo (´), que indica forte intensidade e timbre aberto; o circunflexo (^), que indica forte intensidade e timbre fechado; e o grave (`) usado apenas para marcar a existência sintática do fenômeno da crase.


O til (~), apesar de muitas vezes indicar, por ausência de outra marca, a sílaba tônica, não é classificado como acento, sendo apenas um índice de nasalidade da vogal. Por fim, cabe lembrar que o decreto nº 6583/2008, que ratificou o acordo ortográfico de 1990, extinguiu o trema (¨) como marca de pronúncia, restando o mesmo apenas nas palavras derivadas de nomes estrangeiros (mülleriano, de Müller, por exemplo).


REGRAS DE ACENTUAÇÃO GRÁFICA

Em concordância com o Acordo Ortográfico de 1990, vigente pelo decreto nº 6583/2008


ACENTUAM- SE AS PALAVRAS:

Oxítonas terminadas em:

A(S) – vatapá, cajá, Paraná, atrás;


E (S) – acarajé, café, você, Urupês, canapés, através;


O(S) – bobó, avô, retrós, após, expôs;


EM (ENS) – provém, retém, ninguém, também, refém, parabéns.


Paroxítonas terminadas em:

I(S) – júri, táxi, lápis, tênis;


L – móvel, fácil, útil, nível;


N – íon, pólen, glúten, hífen (porém hifens, sem acento)


PS – bíceps, fórceps;


R – repórter, ímpar, caráter


US – Vênus, ônus, bônus;


X – tórax, látex, clímax, ônix;


UM – fórum, álbum, médium;


ÃO – órgão, órfão, sótão, bênção;


à – ímã, órfã;


T – superávit;


Ditongos crescentes – relógio, série, Patrícia.


Proparoxítonas

Todas são acentuadas graficamente, sem exceção – lâmpada, síndico, exército, sábado, propósito, elétrico, límpído, lúcido, excêntrico, fôlego


Monossílabos tônicos terminados em:

A(S) – pá, já, ás (subst.);


E(S) – pé, fé, mês, três;


O(S) – pó, dó, só, nós;


Ditongos abertos éi, éu, ói nas formas oxítonas e monossilábicas: chapéu, réu, Ilhéus, herói, constrói, dói

5.1 Não se acentuam os ditongos abertos ei e oi nas palavras paroxítonas – ideia, estreia, heroico, tireoide.


As vogais I e U quando constituírem a segunda vogal tônica de um hiato, desde que

estejam sozinhas na sílaba ou acompanhadas de “s”;

não estejam seguidas de “nh”

Viúva, saída, saúde, Grajaú, faísca, conteúdo.


porém rainha, campainha, ladainha.

raiz (sem acento) / raízes (com acento)

juiz (sem acento) / juízes e juíza (com acento)

Luís (com acento) / Luiz (sem acento)


6.1 Não se acentuam as vogais tônicas grafadas i e u das palavras paroxítonas, quando elas estão precedidas de ditongo decrescente: baiuca, feiura, feiume, bocaiuva.


6.2 Levam, porém, acento agudo as vogais tônicas grafadas i e u quando, precedidas de ditongo, pertencem às palavras oxítonas e estão em posição final ou seguidas de s: Piauí, teiú, tuiuiú.


As terceiras pessoas de alguns verbos, para lhes marcar o plural:

(ele) tem x (eles) têm


(ele) vem x (eles) vêm


(ele) contém x (eles) contêm


8. Coloca-se acento circunflexo na forma pôde (pretérito perfeito do indicativo), em oposição à sua homógrafa pode (presente do indicativo).


Leva acento diferencial de intensidade apenas o verbo pôr, para diferenciar da preposição por, e também o substantivo porquê (para diferenciar da conjunção porque), e a palavra que, quando interjeição, substantivo ou no fim de frase (para diferenciar do que, quando usado como pronome, preposição, conjunção, advérbio ou partícula expletiva).

9.1 Facultativamente pode grafar-se dêmos (presente do subjuntivo)/ demos (pretérito perfeito), fôrma (substantivo)/ forma (substantivo ou verbo), amámos (pretérito perfeito)/ amamos (presente do indicativo)

9.2 Facultativamente pode usar-se acento agudo ou circunflexo em algumas palavras oxítonas terminadas em e: bebé ou bebê, bidé ou bidê, canapé ou canapê, caraté ou caratê, croché ou crochê, guiché ou guichê, matiné ou matinê, nené ou nenê, ponjé ou ponjê, puré ou purê, rapé ou rapê, nas palavras proparoxítonas, reais ou aparentes, com a vogal tônica o ou e, em final de sílaba, seguida das consoantes nasais m ou n: acadêmico/académico, fenômeno/fenómeno, Amazônia/Amazónia, Antônio/António, gênero/género. No segundo caso, a primeira é a forma usada no Brasil e a segunda, usada em Portugal.


NÂO SE ACENTUAM:

As vogais dobradas OO, EE, em qualquer caso – enjoo, voo, veem, creem.

Os grupos “gue”, “gui”, “que”, “qui”

2.1 quando do u tônico: argui, averigue, oblique;


2.1.2 São aceitas as variantes coloquiais de verbos do tipo “aguar”: águo, averigúe;


2.2 Extingue-se o uso do trema na regra de acentuação portuguesa: frequente, cinquenta, consequência, tranquilo, sequência, pinguim, bilíngue, linguiça, sagui, aguentar, ambiguidade. Deve-se atentar que não há alteração na pronúncia dos vocábulos.


2.3 Usa-se o trema apenas em vocábulos derivados de palavras estrangeiras: mülleriano, de Müller.

ProEnem - fonologia

 A língua é algo essencialmente oral. Nossa capacidade humana manifestou-se inicialmente pela fala. A escrita é algo posterior, inventada para tentar reproduzir graficamente os sons que produzimos. Quando dizemos que vamos estudar Fonologia, afirmamos estudar os sons que compõem a língua.


Por essa definição, podemos perceber que nem todos os sons serão objetos de estudo de nossa matéria, pois apenas alguns deles têm valor significativo para nossa língua. Desta maneira, temos sons que compõem palavras e outros – que até nos auxiliam na fala, para representar algum fato ou imitar algo enquanto falamos – que são meros ruídos, por não possuírem um valor distintivo no idioma.


FONEMA? O QUE É ISSO?

Ora, se nem todos os sons são válidos para nosso estudo, é claro que devemos classificar aqueles que para nós terão valor. Chamaremos fonema à unidade sonora de uma língua, isto é, a menor unidade de som que constitui uma palavra, servindo como elemento distintivo vocabular.


Veja a palavra a seguir:


OLHO


Ponha sua cabeça para pensar e responda: de quantas maneiras podemos ler essa palavra? Ela nos permite duas leituras: uma, com o a vogal inicial fechada [olho] e outra, com o timbre aberto [ólho]. No primeiro caso, trata-se de um substantivo (órgão responsável pela visão); no segundo, da forma de primeira pessoa do singular do presente do indicativo do verbo olhar. Essa diferença se dá porque, apesar de que a escrita seja apenas uma, há duas maneiras de realizar-se a palavra no plano fonológico, isto é, na língua falada são duas palavras diferentes.


ATENÇÃO: FONEMAS NÃO SÃO LETRAS!

É fundamental que se diferencie o fonema, uma unidade sonora, de letra, uma representação gráfica dos fonemas da fala.  Os fonemas não correspondem necessariamente às letras do alfabeto, havendo a possibilidade de um fonema ser representado por mais de uma letra, ou mesmo uma letra representando mais de um fonema. Fonema é som, letra é representação do som.


Se você leu com atenção o quadro acima, percebeu que o número de letras e de fonemas de uma palavra pode ser diferente. Tanto pode apresentar mais letras do que fonemas quanto o inverso. Veja:


folha – [foλa] = cinco letras e quatro fonemas.


táxi – [taksi] = quatro letras e cinco fonemas.


amante – [amãti] = seis letras e cinco fonemas.


CLASSIFICAÇÃO DOS FONEMAS

Os fonemas podem ser classificados do ponto de vista de suas propriedades físicas e biológicas ou por seus aspectos gramaticais. Em quaisquer casos, encontraremos três tipos de fonemas:


VOGAL

Pelo aspecto físico, é o som produzido por uma corrente de ar que, vinda dos pulmões passa livremente pela cavidade bucal à sua passagem. No aspecto gramatical, constitui a base da sílaba portuguesa, isto é, cada vogal corresponde somente a uma sílaba.


CONSOANTE

Pelo aspecto físico, é o som produzido por uma corrente de ar proveniente dos pulmões que encontra alguma interferência por essa passagem.  As consoantes sempre formam sílaba com vogais, sem as vogais, as consoantes são simples ruídos.


SEMIVOGAL

É o fonema produzido como vogal, pronunciado de maneira menos intensa, não constituindo sílaba isoladamente, devendo sempre estar acompanhado por uma vogal. No português, correspondem aos sons /y/ e /w/ quando juntos a uma vogal e com esta formando sílaba.


Quando juntos em uma mesma emissão expiratória, isto é, em única emissão de voz, esses grupos de fonemas formam as conhecidas sílabas. Uma sílaba pode conter diversos fonemas ou mesmo apenas um. Lembramos que é obrigatória a existência de apenas uma vogal em cada sílaba e que não há sílaba sem vogal.


FENÔMENOS FONÉTICOS

Dá-se o nome de fenômenos fonéticos aos encontros envolvendo sons vocálicos, sons consonantais e às particularidades de correspondência entre a fala e a escrita vigente.


ENCONTROS VOCÁLICOS

Ditongo


É o encontro de semivogal com vogal na mesma sílaba, ou vice-versa. Pode ser crescente, quando formado por semivogal + vogal (qual, frequência, linguiça) ou decrescente quando composto por vogal + semivogal (pai, mau, muito); Classifica-se também em oral, quando a vogal-base é oral (pai, qual, mau), ou nasal, nos casos em que vogal- base é nasal (frequência, muito, porém).


Tritongo


Consiste no encontro de vogal entre duas semivogais na mesma sílaba (Paraguai, Uruguai, saguão).


Hiato


Sequência de duas vogais sem que haja uma consoante entre elas. (viúva, saúde, poeta).


Para efeito de nomenclatura, os encontros de ditongo e vogal, como os que ocorrem nas palavras meio, saia, maio, papagaio, goiaba etc., devem sem considerados preferencialmente como ditongos decrescentes + hiato (/say.a/), apesar de alguns bons autores defenderem a existência de dois ditongos: um decrescente seguido de outro crescente (/say.ya/). 


ENCONTRO CONSONANTAL

Constitui uma sequência de consoantes em uma mesma palavra, estando ou não presentes em uma mesma sílaba. Daí classificar-se como separável, também chamado de impróprio ou imperfeito (car-ta) ou inseparável, também chamado de próprio ou perfeito (Bra-sil). 

Existem encontros consonantais que misturam os dois tipos descritos, chamados de mistos (fil-tra-ção, dis-pli-cên-cia, des-tre-za, des-tru-i-ção)


DÍGRAFO

É o emprego de duas letras que representam um único fonema. O dígrafo não se confunde de maneira alguma com o encontro consonantal, já que representa apenas um fonema. Os dígrafos podem representar sons consonantais, como em QUerer, CHá, maLHa, naSCer, entre outros.


Alguns autores incluem entre os dígrafos sons vocálicos nasais como os que ocorrem em cAMpo, vENto, lINdo etc.


Os dígrafos apresentam sempre uma letra diacrítica, isto é, aquela que se junta à outra para lhe dar um valor fonético especial. Em português, isso pode ocorrer com as letras h, r, s, c, ç, u.


ORTOEPIA OU ORTOÉPIA?

Antes de saber exatamente como se pronuncia essa palavra, você provavelmente deve querer saber o que ela significa: a parte da gramática que trata da correta pronúncia dos fonemas nas palavras. Orthos é um radical grego que significa certo ou correto, como em “ortografia”. Ao erro de pronúncia das palavras, dá-se o nome de cacoépia.


Por uma grande ironia, a palavra que dá nome a esse estudo admite duas pronúncias diferentes: tanto ortoépia quanto ortoepia são corretas.


DIFERENÇAS DE TIMBRE



VALORES FONÉTICOS DE X

A letra “x” pode representar diversos fonemas, por isso é importantíssimo ler com bastante atenção a lista de palavras abaixo com suas respectivas chaves de pronúncia.


1.Equivalente a “ch”


Este é o valor comumente atribuído ao “x”. Xarope, Caxias, caixa, peixe etc.


2. Equivalente a “z”


Exagero, exalar, exaltar, exame, exasperar, exato, executar, exequível, exercício, exaurir, exibir, exigir, exilar, exílio, exímio, existir, êxito, êxodo, exonerar, exorbitar, exorcismo, exótico, exuberante, exultar, exumar, inexorável, hexágono.


3. Equivalente a “s”


Auxílio, fênix, máximo, próximo, sintaxe, trouxe, trouxera, trouxer, explicar, experiente, experiência, expectativa, texto, sexta.


4. Equivalente a “ks”


Afluxo, anexo, axila, complexo, convexo, crucifixo, fixo, flexão, fluxo, hexacampeão, índex, intoxicar, léxico, maxilar, nexo, ortodoxo, prolixo, paradoxo, reflexo, sexagésimo, sexo, tórax, tóxico.


FONÉTICA EXPRESSIVA

Além de ser um dos traços mais marcantes de uma língua, a sonoridade tem importância também como recurso de expressividade, por meio da repetição de consoantes (aliteração), de vogais (assonância) e da onomatopeia.


– Onomatopeia: criação de uma palavra a partir da imitação ou reprodução aproximada de um som natural a ela associado. Ruídos, gritos, sons de animais, som de instrumentos musicais ou o barulho que acompanha os fenômenos da natureza são onomatopeias.


A menina não fazia outra coisa senão chupar jabuticabas…Escolhia as mais bonitas, punha-as entre os dentes e tloque. E depois do tloque, uma engolidinha do caldo e plufe! Caroço fora. E tloque, tloque, plufe, tloque, plufe, lá passava o dia inteiro na árvore.


(Monteiro Lobato)


Aliteração: repetição de sons consonantais.


Pedro pedreiro penseiro esperando o trem/ Manhã parece, carece de esperar também


(Chico Buarque)


Assonâncias: repetição de sons vocálicos.


Sou Ana, da cama da cana, fulana, bacana. Sou Ana de Amsterdam.


(Chico Buarque de Holanda)


As propagandas também empregam recursos fonéticos expressionais. Veja:



Na guerra das cervejas, o adjetivo adverbializado “redondo”  em “Skol, a cerveja que desce redondo” traz ideia de algo bom, que desce macio, suave.



O efeito acústico expressivo pode ser percebido no slogan “Tomou Doril, a dor sumiu”.

Perguntas e respostas sobre normas litúrgicas

 1º É realmente necessário, na hora de rezar o Pai-Nosso, erguer as mãos como o sacerdote? Se sim, pq?


Pelo contrário! Não se deve erguer as mãos.


2º Na hora da comunhão o sacerdote deve sempre comungar primeiro?


Sim, e só a comunhão do celebrante é necessária para a licitude da Missa. Se os fiéis não comungarem, não há problema, mas o celebrante é obrigado.


3º O sacerdote pode, antes de comungar (logo após o Cordeiro de Deus), alertar os fiéis que estiverem em pecado que eles não poderão comungar?


Claro! Pq não poderia? Se não devem comungar, devem fazer uma comunhão espiritual e conversar com Ele, na intimidade do seu coração.


4º Nas missas durante a semana, é permitido trocar a primeira leitura por um trecho da vida de um santo? Pq eu fui até uma Igreja de São Francisco e lá eles leram a vida desse santo no lugar da primeira leitura...Eu achei mto estranho.


Estranho e ERRADO! É preciso fazer o que está no Missal, ler o que está no Missal... As leituras são as propostas, pelo Lecionário, para o dia (exceto nas semanas do Tempo Comum, quando outras, em ocasião especial, podem ser escolhidas; ou nas missas votivas, rituais e para diversas circunstâncias, quando há Lecionário específico). Isso é igual a Papai Noel: não existe.


Aqui no Rio não se costuma levantar as mãos durante o Pai Nosso, mas é costume dar as mãos. Isto é errado?


Sim. O que não está previsto, não se deve fazer. Não há sentido litúrgico no ato, além disso.


Quando se ora: Por Cristo, com Cristo...levanta-se a mão ou não?


A chave para entender as normas litúrgicas é se perguntar: pra que serve tal ato?


Aplica nesse caso: qual o sentido de levantar a mão, estendendo-a ao altar? É tornarmo-nos participantes do oferecimento que o padre faz, não? Ora, se não se pode dizer a oração com ele, justamente porque o oferecimento é algo específico de sua condição sacerdotal, pq iríamos fazer a mesma coisa que dizer a oração, só que de outro modo (levantando as mãos)?


--> Neste ponto, um interlocutor tenta contra-argumentar:


"Levantar as mãos é uma atitude orante. Pode significar súplica, louvor e entrega a Deus." - Assim definem alguns autores.


Sabemos que o Batismo e a Crisma conferem o Sacerdócio Comum dos fiéis (1Pd2,4-6); todos os fiéis oferecem juntos o sacrifício do Cristo Sacerdote e também são oferecidos com Cristo Hóstia em cada Eucaristia.


Sabemos também que a Doxologia Final é o verdadeiro e próprio ofertório da missa, porque é o próprio Cristo que oferece e é oferecido. O momento inicial da Liturgia Eucarística, que o senso comum chama ofertório, na verdade se chama 'preparação e apresentação das oferendas'.


Logo, o gesto de levantar as mãos nesse momento tem sentido. Pode não estar previsto no Missal, mas sentido tem. 


Por essa tua definição, o sacerdócio comum dos fiéis em nada se diferencia do sacerdócio hierárquico.


Reitero que não há sentido em elevar as mãos no "Por Cristo", nem em nome do sacerdócio comum dos fiéis, dado que tal ato é próprio do sacerdócio hierárquico. O "Por Cristo" nada mais é do que o oferecimento do sacrifício recém efetuado. Ora, é próprio do sacerdócio oferecer o sacrifício da Missa, que com a Cruz possui uma identidade substancial.


Entender que o gesto tem sentido à luz do sacerdócio comum dos fiéis é desvalorizar o sacramento da Ordem, e dessacralizar a Missa, já tão pouco crida e entendida como sacrifício. Os ritos da Missa devem apontar para a sua substância sacrifical e, para tal, colabora a previsão de palavras, gestos e cerimônias que ressaltem o sacerdócio hierárquico, o poder de tornar presente a Cruz durante a Missa, a ação in Persona Christi.


O modo pelo qual oferecemos, com o sacerdote, o sacrifício da Missa, é distinto. Tanto é assim que, em latim, o celebrante convida os fiéis, antes da Oração sobre as Oferendas: "Orai, irmãos e irmãs, para que o meu e o vosso sacrifício sejam aceitos por Deus Pai todo-poderoso." Não bastaria dizer "nosso" em vez de "meu"+"vosso"? Não. Pois essa distinção de termos implica na distinção de sacrifícios, na distinção de modos de participação no sacrifício. O padre sacrifica, oferecendo a substância do sacrifício da Cruz, tornando-a realmente presente. Nós sacrificamos pelo sacrifício de louvor, i.e., pela união com os sentimentos, a inteligência e a vontade de Cristo que no altar renova, de modo incruento, seu sacrifício.


É lícito ao sacerdote omitir as 2 leituras e o salmo da Missa de Domingo quando esta é a chamada Missa das Crianças?


A Liturgia da Palavra não pode ser alterada. A omissão de leituras só ocorre, dentro das regras, e com suficiente motivo, na Solene Vigília Pascal.


Missa com Crianças NÃO tem rito próprio: apenas muda-se a Oração Eucarística, utilizando-se uma das duas que estão no Missal especialmente para tal.


A prática de omitir leituras, embora comum, é proibida.


Na minha paróquia era comum o seminarista presidir a celebração da missa das 17h, 11h e 19h15.


Se não é sacerdote, não é Missa. Missa é o sacrifício de Cristo na Cruz tornado novamente presente. Sacrifício pressupõe sacerdote. Sem sacerdote, não há sacrifício. Sem sacrifício não há Missa.


Insisto que não se trata de decorar regras litúrgicas, mas de entender a teologia por trás disso.


A celebração pode ser feita por um seminarista??


Bem, ordinariamente, o Rito da Sagrada Comunhão com Celebração da Palavra de Deus, que é composto da Liturgia da Palavra e da distribuição da Santíssima Eucaristia consagrada em uma Missa anterior, só pode ser feito quando não se pode celebrar Missa. O seminarista pode presidir, porque ele é um leigo.


Sempre entendi que a Santa Ceia remete ao sacrifício da cruz. Entretanto já ouvi alguns defenderem a idéia de que já naquela última refeição Jesus ofertava realmente seu corpo e sangue, como se naquela ceia tivesse acontecido a primeira transubstanciação. Não entendo essa hipótese, porque o sacrifício ainda não havia acontecido.


Então pergunto, na última ceia, o que os apóstolos comeram e beberam já era o corpo e sangue de Cristo, ou era vinho e pão? Se já era corpo e sangue, como isso foi posível antes do sacrifício da cruz? 


Assim como a Missa atualiza o Sacrifício da Cruz, a Santa Ceia o antecipa.


Missa, Cruz e Ceia são uma só realidade, com a mesma identidade substancial. Assim como o Corpo e o Sangue de Cristo tornam-se presentes na Missa pela perpetuação da Cruz, igualmente tornaram-se presentes na Última Ceia pela antecipação da Cruz.


Por isso, os elementos foram, sim, transformados.


Tenho dúvidas quanto ao momento em que dizemos: "Cordeiro de Deus que tirais..." 1. Ele pode ser cantado? Porque dependendo de onde assisto a missa, a equipe de música embala logo após o cumprimento da "Paz de Cristo".


Existem cantos na Missa e cantar a Missa. Toda a Missa pode ser cantada. Infelizmente, isso é raro no Brasil, ainda mais em latim.

Existem cantos que acompanham o rito, como entrada, aclamação ao Evangelho, preparação das oferendas, comunhão, ação de graças e final, e cantos que são o rito, como ato penitencial, Glória, salmo responsorial, Creio, Santo, Pai Nosso e Cordeiro de Deus.


O Cordeiro não é um canto de Missa, mas uma parte do Ordinário da Missa. Como tal, pode ser recitado ou cantado.


2. No momento em que proclamamos "Cordeiro de Deus..." não devemos estar virados para o altar? Complementando a primeira questão: porque ou quando o Padre diz "Cordeiro de Deus..." as pessoas ficam se abraçando ou quando a equipe de música canta as pessoas continuam dispersas...


Pois é... Aí um dos problemas da tal "música de paz", que não existe!


Outra coisa que me incomoda muuuuuuito é quando inventam de cantar: "Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui..."


(erguendo os braços)

"Para louvar e agradecer, bendizer e adorar, estamos aqui, ao teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar, te aclamar, (salva de palmas) Deus Trino de Amor!"


De fato, é antilitúrgico, e ainda um erro teológico, pois a invocação tradicional diz apenas uma vez "em nome de", para significar que, embora três Pessoas, é um só Deus, e não três deuses individualmente. Usando a matemática, não é 1+1+1=3 e sim 1x1x1=3. Ele se encaixa para outros momentos, como reuniões, encontros, retiros, grupos de oração ou shows.


Ou então quando alguém toma o microfone depois da oração pós-comunhão e começa com as invenções: "Agora eu queria..."


Se for depois da oração pós-comunhão não pode. Mas na Ação de Graças, é possível, sim, rezar orações em voz alta, e mesmo espontâneas, desde que ordenadas, calmas, sem euforia.


Não gosto nem quando


Não é nem questão de gostar, caríssimo. É desobediência mesmo.


em vez da invocação à Ssma. Trindade, o padre diz: "Bom dia", 'Boa tarde' ou 'Boa noite'.


Sim. A Missa não é para o povo, mas para Deus. Logo, o "bom dia" deve ser para Deus, hehehe, e esse "bom dia" é dado nas diferentes orações litúrgicas previstas. A saudação ao povo é dada no início, após o sinal-da-cruz, e é com ela que o padre deve saudar o povo.


Há um tempo li num site não-tradicionalista um professor dizendo que mulheres não devem fazer as leituras. Isto é correto? 


Não. A IGMR não proíbe, a Cúria Romana já disse que pode, os maiores especialistas em liturgia (entre eles, o Mons. Peter Elliott, que é minha fonte de consulta permanente) dizem que pode. Aliás, nas Missas do Papa seguidamente mulheres fazem leituras.


O que não pode é uma mulher receber o ministério ("ordem menor") de leitor. Mas servir como leitora em Missas, sem o ministério instituído, pode.


O momento imediatamente depois que comungamos, o que fazer? Uma oração de agradecimento? Pedidos? Um Pai-Nosso? Alguma outra oração específica para o momento? Ou essa parte é livre e de escolha individual? 


Fazer uma ação de graças, conforme a piedade de cada um. Agradece-se a Deus pelo dom recebido da presença de Cristo na alma. Pode-se pedir algo, contemplar, simplesmente, agradecer por outros favores, dialogar com Jesus.


Comunidades (paróquias, movimentos, associações) podem, após o período de silêncio necessário à ação de graças pessoal, ter um momento de ação de graças comum: um canto, uma oração etc.


Os membros do Regnum Christi, por exemplo, sempre rezam, individualmente, algumas das muitas orações sugeridas em nosso Manual: "Oração a Jesus Crucificado", "Oração de Clemente XI", "Oferecimento de Santo Inácio de Loyola", "Alma de Cristo", "Oração a Cristo Rei" etc. E, nas nossas Missas, além dessa ação de graças pessoal, rezamos, em comum e em voz alta, a "Oração pelo Papa" e a "Oração pelo Diretor Geral". Em determinadas solenidades, a "Oração pela fidelidade dos membros do RC e dos Legionários de Cristo".



O breviário (o livro que contém a Liturgia das Horas, Ofício Divino) do rito novo (não sei se no antigo há) traz, como apêndice, algumas orações sugeridas para o sacerdote após a Comunhão (algumas delas são as que usamos no Manual de Orações do RC).


Eu fiz um encontro de formação com o Frei Joaquim Fonseca, Coordenador de música-litúrgica da CNBB, ele nos ensinou bater palmas no Glória, além de ensaiarmos uns minutos antes com a Assembléia, para q todos cantem. E eu 'sabia' que só na Quaresma não podia bater palmas. Mas com o que escrevestes, posso concluir que na Missa palmas não debem existir de maneira alguma? 


No circo, no cinema, no teatro, mas na Missa não se bate palmas. Missa não é show, é sacrifício.


O tal frei pode ser assessor de liturgia da CNBB, mas continua errado. Aliás, isso só explica o motivo do estado lamentável de nossas celebrações. Aqueles que deveriam ensinar o certo são os primeiros a fazer o errado.

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