segunda-feira, 11 de outubro de 2021

Resumo de português para concursos

 Ortografia Oficial e Acentuação Gráfica 

24  FONÉTICA E FONOLOGIA

Ramo da linguística que estuda os fonemas, isto é, os sons significativos emitidos por pessoas, que podem ser consoantes, vogais ou semivogais.

Vogal (vox): a, e, i, o, u - quando funcionam como centro de uma sílaba. Em cada sílaba há exatamente uma vogal (nem mais, nem menos).

Semivogal: são as letras e, i, o, u quando formarem sílaba com uma vogal, antes ou depois dela, e M/N em AM, EM e EN em final de palavra.


25  FONÉTICA E FONOLOGIA

Consoante (soa junto): Qualquer letra - ou conjunto de letras -representando um som só, que só possa ser soada com o auxílio de uma vogal (soa junto com...). É uma letra ou conjunto de letras representando um único som que não seja vogal ou semivogal.

b, d, f, g (ga, go, gu), j (ge, gi, j) k (c ou qu), l, m (antes de vogal), n (antes de vogal), p, r, s (s, c, ç, ss, sc, sç, xc), t, v, x (inclusive ch), z (s, z), nh, lh, rr.

Dígrafos consonantal: encontro consonantal com som único, embora grafado por mais de uma letra: rr, ss, sc, sç, xc, xs, lh, nh, ch, qu, gu.

Ex.: táxi (x=1 letra, 2 fon.); carro (rr=2 letras, 1 fon.)


26  FONÉTICA E FONOLOGIA

Encontros vocálicos: reunião de vogais entre si ou com semivogais.

Hiato: encontro de vogais propriamente ditas (isto é, vogais em sequência e que ficam em sílabas diferentes): sa-í-da, ra-i-nha, pa-ís, pi-a-da, ba-ú.

Ditongo: encontro de vogal e semivogal ou semivogal e vogal na mesma sílaba. Ditongo crescente (sv-v): á-gu-a. Ditongo decrescente (v-sv): cai-xa, pais. Ditongo nasal: tam-bém, pó-len, item, men-te (‘m’ ou ‘n’ em fim de sílaba).

Tritongo: encontro de vogal entre duas semivogais na mesma sílaba: a-guei (tritongo oral), a-guem (tritongo nasal: ‘m’ ou ‘n’ em fim de sílaba).


27  SEPARAÇÃO SILÁBICA

Não se separam ditongos e tritongos: ex.: rai-va, pneu, a-guei, pais, guar-da, chei-ro, he-roi-co.

Separam-se hiatos: sa-ú-de, ba-i-nha, ca-ir, com-pre-en-der, pi-a-da, ci-ú-me.

Não se separam os dígrafos ch, lh, nh, qu, gu: cho-ca-lho, ga-li-nha, quei-jo, guer-ra.

Separam-se os dígrafos rr e os iniciados com s e x: ex-ces-so, far-ra, nas-cer, nas-ço, cas-sar.

Separam-se vogais idênticas e os encontros consonantais cc e cç: Ca-a-tin-ga, re-es-tru-tu-rar, ni-i-lis-mo, vo-o, a-ben-ço-o, in-tros-pec-ção.

Separam-se prefixos terminados em consoante: sub-ter-râ-neo, trans-pa-ren-te. Exceção: se na sequência vier vogal: su-bal-ter-no, tran-sa-tlân-ti-co, hi-pe-ra-ti-vo.


28  ACENTUAÇÃO GRÁFICA TESTE DE PRONÚNCIAS ALTERNATIVAS:

sai-da, sai-dá, sa-í-da

TESTE DE SEMELHANÇA COM PALAVRAS CONHECIDAS:

ho-mem; i-tem

TESTE DE DIFERENÇA COM PALAVRAS CONHECIDAS:

pa-ra-béns; i-tens


29  ORTOGRAFIA / ACENTUAÇÃO

ENCONTROS VOCÁLICOS

Hiatos: encontro de duas vogais (em sílabas diferentes). Ex.: saída.

Ditongo: encontro de uma vogal e uma semivogal na mesma sílaba. Ex.: caixa.

Tritongo: encontro de semivogal, vogal e semivogal na mesma sílaba.

Dígrafo é o agrupamento de duas letras com apenas um fonema. Os principais dígrafos são rr, ss, sc, sç, xc, xs, lh, nh, ch, qu, gu.


30  Regras de Acentuação 1) PROPAROXÍTONAS: sempre acentuadas.

Ex: lúcido, econômico, flácido.

2) PAROXÍTONAS

a) Não acentuadas:

O padrão do português é que as palavras não acentuadas sejam paroxítonas. Isto é, se não houver sinal nenhum, há grande chance de a sílaba forte da palavra ser a penúltima.

Ex.: paralelo, padaria, corregedoria..


31  Regras de Acentuação * NOVA REGRA!!!

Ditongos abertos em paroxítona não serão acentuados. Isto é, a palavra já seria paroxítona sem a acentuação; o acento aberto só daria o timbre da vogal, não sua intensidade. Com a nova regra, o acento meramente de abertura / fechamento deixa de existir.

Ex.: ideia, boia, jiboia, colmeia, debiloide.

Atenção: há casos em que a paroxítona será acentuada porque está em outra regra de acentuação (Ex.: ‘contêiner’ é acentuados porque terminam em R).


32  Regras de Acentuação

b) Acentuadas (nos casos em que a palavra traz ao final uma consoante ou vogal tão forte que puxaria a tonicidade para si; o acento na última sílaba serve para anular a força da última sílaba):

b1) Paroxítonas terminadas em R, X, N, L (‘ROUXINOL’) são acentuadas.

Ex.: caráter, tórax, pólen, hífen, frágil.

b2) Paroxítonas terminadas em I, IS, UM, UNS, US, PS, Ã, ÃS, ÃO, ÃOS, DITONGOS CRESCENTES (com ou se ‘s’) são acentuadas.

Ex.: táxi, lápis, álbum, álbuns, vírus, fórceps, ímã, órfãos, cárie, árduo, malária.


33  Regras de Acentuação 3) OXÍTONAS a) Não acentuadas

a1) Oxítonas terminadas em L, N, R, X (LONA ROXA) e Z não são acentuadas.

Ex.: remeter, duplex, imbecil, juiz.

a2) Oxítonas terminadas em I, IS, UM, UNS, US, PS, Ã, ÃS, ÃO, ÃOS não são acentuadas.

Ex.: caqui, imbecis, bebum, urubus, Caimã, explosão, cárie, árduo, malária..


34  Regras de Acentuação

b) Acentuadas (todas as outras oxítonas não elencadas em ‘a’)

b1) Oxítonas terminadas em A, AS, E, ES, O, OS, EM, ENS são acentuadas, mesmo quando seguidos de pronomes oblíquos átonos em ênclise ou mesóclise.

Ex.: crachá(s), igarapé(s), avô, avó, refém, parabéns.

b2) Monossílabos tônicos terminados em em A, AS, E, ES, O, OS são acentuadas, mesmo quando seguidos de pronomes enclíticos ou mesoclíticos.

Ex.: pá(s), pé(s), mês, pó(s).

b3) Oxítonas terminadas em I, U sozinhos na sílaba ou com ‘s’ de plural na última sílaba são acentuadas.

Ex.: Itaú, Piauí, saí, baús...


35  Regras de Acentuação 4) REGRAS ESPECIAIS PARA ‘I’ e ‘U’:

a) A mesma regra de 4b3 vale para I e U sozinhos ou seguidos de ‘s’ na sílaba (hiatos), que levam acentos.

Ex.: balaústre, egoísmo, saúde, saída, faísca.

b) Essa regra não vale se I ou U vierem antes de ‘nh’:

Ex.: Rainha, bainha, tainha, ladainha, campainha, moinho.

* NOVA REGRA!!!

c) Nas paroxítonas, I e U não serão mais acentuados se vierem depois de um ditongo.

Ex.: baiuca, feiura, feiume, bocaiuva, maoista, saiinha (saia pequena), cheiinho (cheio).

d) Mas, nas oxítonas, mesmo se houver ditongo antes, I e U finais serão acentuados.

Ex.: tuiuiú, Piauí, teiú.


36  Regras de Acentuação 5) ACENTO DIFERENCIAL

Não afeta a pronúncia, nem deriva de uma regra geral. É usado para diferenciar o sentido entre duas palavras de pronúncia igual.

a) O acento diferencial não mudou para verbos derivados de ‘ter’ e ‘vir’.

Ele tem x eles têm; Ele mantém x eles mantêm

Ele vem x eles vêm (verbo ‘vir’); Ele intervem x eles intervêm

b) Também permanece o acento diferencial nos casos:

Pôde (passado) x pode (presente); Pôr (verbo) x por (preposição); porquê (substantivo) x porque (conjunção); quê (interjeição, substantivo ou no fim da frase) x que (pronome, preposição, conjunção, advérbio ou partícula expletiva).

* NOVA REGRA!!!

Não há mais acento diferencial em para (verbo ou preposição); pelo (substantivo ou preposição contraída); pera (substantivo ou preposição); polo (substantivo ou preposição antiga) etc.

É facultativo o acento diferencial em forma (verbo ou substantivo).


41  Exercícios

Ex.: Aponte qual a regra que justifica cada acentuação gráfica:

proparoxítonas; 2. paroxítonas terminadas em ditongo crescente; 3. paroxítonas terminas em letra forte (RXNL, til, I/U após consoante etc.); 4. oxítonas (que não terminam em “letra forte”); 5. monossílabos tônicos; 6. hiatos terminados em I ou U; 7. acento diferencial.

a) trânsito h) têm o) crachá

b) impróprio i) mantém p) pé

c) café j) corrói q) recaída

d) parabéns k) sótão r) pôr

e) táxi l) féretro s) látex

f) baú m) experiência t) açaí

g) álbuns n) amável u) lápis


42  Exercícios

Ex.: Observe a diferença entre as palavras. Grife a sílaba forte de cada uma, coloque o acento (quando necessário) e justifique o motivo do acentuo em uma das palavras de cada par.

a) Economia x Economico

b) Revolver (arma) x remover (verbo)

c) Latex x duplex

d) Sutil x habil

e) Taxi x caqui

f) Album x atum

g) Virus x urubus

h) Irmã x imã

i) Canção x benção

j) Varios x varia (verbo)


43  Exercícios k) Padaria x mamaria (adj.) l) Juri x gari

m) paralelepipedo x para-quedas

n) por (verbo) x por (prep.)

o) pode (presente) x pode (passado)

p) mantem (sing.) x mantem (plural)

q) Talvez x ipes (árvores)

r) Pais (parentesco) x pais (nação)

s) Parabens x homens

t) Semen x homem

u) vem (pl. de ‘vir’) x veem (pl. de ‘ver’)

v) possui-lo x parti-lo

w) canta-la x canta-o

x) contem (verbo ‘contar’) x contem (verbo ‘conter’)


44  Mais exercícios o) Bau x tatu

p) Cai (verbo ‘cair’ no passado) x abacaxi

q) Bebe (verbo) x bebe (subst.)

r) Saida x rainha

s) Saude x saudade

t) Mes x dentes

u) Salas x lilas

v) Sauna x sauva

w) Feiura x alaude

x) Pasteis x ideia

y) Linguistica x mulleriano

z) heroi x estoico


45  ORTOÉPIA OU ORTOEPIA

É o estudo do jeito correto de pronunciar uma palavra. Evitar erros de “silabada” (trocar a sílaba forte da palavra).

CORRETO: rubrica, mister, condor, lêvedo, munícipe, novel, ureter, ruim, austero, juniores, filantropo, pudico, recorde, privilégio, sobrancelha, superstição, piscina, problemas, empecilho, pneu, adivinhar, advogado, próprio, bandeja, bochecha, boteco, bueiro, cabeleireiro, caranguejo, emagrecer, estupro, mendigo, fragrância, frustrado, lagarto, meteorologia, mortadela, murchar, prazeroso, eletricista, cinquenta, ressuscitar.

ERRADO: rúbrica, míster, côndor, levedo, municipe, nóvel, uréter, ruím, áustero, júniores, filântropo, púdico, récorde, previlégio, sombrancelha, supertição, psina, poblemas/pobremas, impecilho, peneu, advinhar, adevogado, própio, bandeija, buchecha, buteco, boeiro, cabeileireiro, carangueijo, esmagrecer, estrupo, medingo, fragância, frustado, largato, meterologia, mortandela, muchar, prazeiroso, eletrecista, cincoenta, ressucitar.


46  Regras de Acentuação

Monossílabos Tônicos: Os monossílabos tônicos serão acentuados, quando terminarem em A, E, O, seguidos ou não de s.

Ex. pá, pás, má, más, vá, lá, já, pé, pés, mês, rês, Zé, né? pó, pós, dó, cós, pô!

Oxítonas: São as que têm a maior inflexão de voz na última sílaba. São acentuadas, quando terminarem em A, E, O, seguidos ou não de s, e em EM, ENS.

Ex. Corumbá, maracujás, maná, Maringá, rapé, massapê, filé, sapé, filó, rondó, mocotó, jiló, amém, armazém, também, Belém, parabéns, armazéns, nenéns.


47  Regras de Acentuação

Paroxítonas: São as que têm a maior inflexão de voz na penúltima sílaba. São acentuadas, quando terminarem em UM, UNS, L, PS, X, EI (s), ÃO (s), U (s), ditongo crescente (s), N, I (s), R, Ã (s). Só uma não é acentuada, que é a palavra latina superavit.

Ex. álbum, factótum, médiuns, ágil, flexível, volátil, fórceps, bíceps, tríceps, tórax, xérox (também pode ser xerox), fênix, pônei, vôlei, jóquei, órgãos, benção, sótão, ônus, bônus, Mário, secretária, hífen, pólen, gérmen, táxi, júris, fêmur, âmbar, revólver, ímã, órfãs.

Atenção: Paroxítonas terminadas em EEM e em OO não são mais acentuadas: creem, voo.

Proparoxítonas: São as que têm a maior inflexão de voz na antepenúltima sílaba. Todas as proparoxítonas são acentuadas, salvo a expressão per capita (latim).

Ex. síndrome, ínterim, lêvedo, lâmpada, sândalo.


48  Regras de Acentuação

ATENÇÃO: Antes da reforma ortográfica, os ditongos eu, ei, oi / éu, éi, ói recebiam acento, sempre quando fossem abertos, seguidos ou não de s.

Hoje, essa regra só vale quando a esses ditongos abertos ocorrerem em final de palavra (com ou sem o s do plural). Os ditongos fechados permanecem não acentuados.

Ex. meu, chapéu, deus, troféus, peixe, rei, réis, doido, estoico, foice, destrói, heróis, heroico, ideia. A palavra dêitico tem acento porque é proparoxítona.


49  VERBOS UIR/OER, UAR/OAR

UIR e OER

Os verbos terminados em -uir e -oer terão as 2ª e 3ª pessoas do singular do Presente do Indicativo escritas com -i-.

Exemplos: • tu possuis • ele possui • tu constróis • ele constrói

tu móis • ele mói • tu róis • ele rói

UAR e OAR

Os verbos terminados em -uar e -oar terão todas as pessoas do Presente do Subjuntivo escritas com -e-

Exemplos:

Que eu efetue • Que tu efetues

Que ele atenue • Que nós atenuemos

Que vós entoeis • Que eles entoem


50  ORTOGRAFIA

Ao escrever uma palavra com som de s, de z, de x ou de j, deve-se procurar a origem dela, pois, na Língua Portuguesa, a palavra primitiva, em muitos casos, indica como deveremos escrever a palavra derivada.

Sempre < semper

Cidade < ciutatem

Transação < transatio

Máximo < maximus

Nascer < nascere


51  ORTOGRAFIA – DICAS!!!

MEMÓRIA VISUAL: Escreva a palavra de diversas maneiras, até se lembrar qual é a certa: teimozia, coiza, eleissão (não!), teimosia, coisa, eleição (sim!)

MESMA FAMÍLIA: Como regra, se você sabe como se escreve uma palavra primitiva, saberá também as derivadas: paralisia, paralisar.

PALAVRAS DE MESMA TERMINAÇÃO: se o verbo termina com as mesmas letras, os substantivos também terminarão: compreender/compreensão; pretender/pretensão; defender/defesa

PALAVRAS DE UMA MESMA CLASSE: costumam terminar com as mesmas letras: limpeza/embriaguez (subst.abstratos), marquês/norueguesa (adjetivos de títulos ou origem), felicidade/maldade (subst.abstratos), certamente (adv.).


52  Resumindo Reforma Ortogr.

Principais mudanças de acentuação com a reforma ortográfica:

a) Nas paroxítonas, acento de timbre deixa de existir (ex.: heroico, ideia).

b) Nas paroxítonas, I e U não serão mais acentuados se vierem depois de um ditongo (ex.: maoista, feiura).

Cuidado: a regra não vale para oxítonas (ex.: Pi-au-í).

c) Trema deixa de existir (ex.: cinquenta, pinguim, ambiguidade), exceto em nomes próprios e palavras derivadas desses nomes (ex.: Müller, mülleriano).

d) Verbos terminados em –guar, –quar e –quir não levam mais trema nem acento agudo sobre o U (ex.: ague, enxague, averigue, apazigue, delinque).

e) Não há mais acento circunflexo na junção de duas vogais iguais (ex.: veem, voo, enjoo). A palavra herôon (espécie de santuário) tem acento porque é paroxítona terminada em N.

f) Fim dos acentos diferenciais, exceto para os casos vistos no item 5...


54  Ç

01) Escreveremos com -ção as palavras derivadas de vocábulos terminados em -to, -tor, -tivo e os

substantivos formados pela posposição do -ção ao tema de um verbo (Tema é o que sobra, quando se retira a desinência de infinitivo - r - do verbo).

Portanto deve-se procurar a origem da palavra terminada em -ção. Por exemplo: Donde provém a palavra conjunção? Resposta: provém de conjunto. Por isso, escrevemo-la com ç.

Exemplos:

• erudito = erudição; • exceto = exceção; • isento = isenção; • extinto = extinção

• setor = seção; • intuitivo = intuição; • relativo = relação; • ativo = ação

• redator = redação; • ereto = ereção; • instrutor = instrução; • eleitor = eleição

• educar - r + ção = educação;

• exportar - r + ção = exportação

• repartir - r + ção = repartição


55  Ç

02) Escreveremos com -tenção os substantivos correspondentes aos verbos derivados do verbo ter.

Exemplos:

• manter = manutenção

• reter = retenção

• deter = detenção

• conter = contenção

03) Escreveremos com -çar os verbos derivados de substantivos terminados em -ce.

• alcance = alcançar

• lance = lançar


56  S

01) Escreveremos com -s- as palavras derivadas de verbos terminados em -nder e -ndir

Exemplos:

• pretender = pretensão; • defender = defesa, defensivo; • estender = extensão; • apreender = apreensão

• despender = despesa; • compreender = compreensão; • repreender = repreensão; • suspender = suspensão; • distender = distensão

• fundir = fusão; • expandir = expansão

02) Escreveremos com -s- as palavras derivadas de verbos terminados em -erter, -ertir e -ergir.

• perverter = perversão; • converter = conversão; • verter = versão

• reverter = reversão; • divertir = diversão; • inverter = inversão

• aspergir = aspersão; • imergir = imersão


57  S

03) Escreveremos

-puls- nas palavras derivadas de verbos terminados em -pelir e

-curs-, nas palavras derivadas de verbos terminados em -correr.

Exemplos:

• expelir = expulsão; • impelir = impulso

• compelir = compulsório; • correr = curso; • concorrer = concurso

• discorrer = discurso; • recorrer = recurso; • percorrer = percurso

04) Escreveremos com -s- todas as palavras terminadas em -oso e -osa, com exceção de gozo.

• formosa; • glamorosa; • saboroso; • horroroso


58  S

05) Escreveremos com -s- todas as palavras terminadas em -ase, -ese, -ise e -ose, com exceção de gaze e deslize.

Exemplos: • frase • tese • crise • osmose


59  S 06) Escreveremos com -s- as palavras femininas terminadas em -isa.

Exemplos:

• poetisa

• profetisa

07) Escreveremos com -s- toda a conjugação dos verbos pôr, querer e usar.

• Eu pus

• Ele quis

• Nós usamos

• Eles quiseram

• Quando nós quisermos

• Se eles usassem


60  Ç ou S?

Após ditongo, escreveremos com -ç-, quando houver som de s, e escreveremos com -s-, quando houver som de z.

Exemplos: • eleição • traição • coisa

S ou Z?

01 a) Escreveremos com -s- as palavras terminadas em -ês e -esa que indicarem nacionalidades, títulos ou nomes próprios.

Ex.: • português • norueguesa • marquês • duquesa

b) Escreveremos com -z- as palavras terminadas em -ez e -eza, substantivos abstratos que provêm de adjetivos, ou seja, palavras que indicam a existência de uma qualidade.

Ex.:• embriaguez • limpeza • lucidez • nobreza • acidez • pobreza


61  S ou Z?

02 a) Escreveremos com -s- os verbos terminados em -isar, quando a palavra primitiva já possuir o -s-

Ex.: • análise = analisar • pesquisa = pesquisar

paralisia = paralisar • revisão = revisar 

improviso = improvisar • reprise = reprisar 

b) Escreveremos com -z- os verbos terminados em -zar, quando a palavra primitiva não possuir -s-.

Ex.: • economia = economizar • terror = aterrorizar • frágil = fragilizar

útil = utilizar • eterno = eternizar • símbolo = simbolizar

Cuidado: • catequese = catequizar • síntese = sintetizar

• hipnose = hipnotizar • batismo = batizar • ênfase = enfatizar

03 a) Escreveremos com -s- os diminutivos terminados em -sinho e -sito, quando a palavra primitiva já possuir o -s- no final do radical.

Ex.: • casinha • asinha • portuguesinho • camponesinha • Inesita (Inezita)

b) Escreveremos com -z- os diminutivos terminados em -zinho e -zito, quando a palavra primitiva não possuir -s- no final do radical.

Ex.: • mulherzinha • cafezinho • alemãozinho • aviãozinho


62  SS

01) Escreveremos com -cess- as palavras derivadas de verbos terminados em -ceder.

Ex. • anteceder = antecessor • exceder = excesso • aceder = acesso

• conceder = concessão • suceder = sucessão • interceder = intercessão • retroceder = retrocesso

02) Escreveremos com -press- as palavras derivadas de verbos terminados em -primir.

Ex.: • imprimir = impressão • comprimir = compressão • suprimir = supressão 

• deprimir = depressão • reprimir = repressão • oprimir = opressão • exprimir = expressão

03) Escreveremos com -gress- as palavras derivadas de verbos terminados em -gredir.

Ex.: • agredir = agressão • progredir = progressão

• transgredir = transgressão • regredir = regressão

04) Escreveremos com -miss- ou -mess- as palavras derivadas de verbos terminados em -meter e -mitir e -cuss- as palavras derivadas de verbos terminados em -cutir.

Ex.: • comprometer = compromisso • intrometer = intromissão

prometer = promessa • remeter = remessa

• demitir = demissão • admitir = admissão • permitir = permissão

• transmitir = transmissão • discutir = discussão • repercutir = repercussão 

• eletrocutir = eletrocussão • percutir = percussão

63  ÇS ou SS Em relação aos verbos terminados em -tir, teremos:

01) Escreveremos com -ção, se apenas retirarmos a desinência de infinitivo -r, dos verbos terminados em -tir.

Exemplo: • curtir - r + ção = curtição

02) Escreveremos com -são, quando, ao retirarmos toda a terminação -tir, a última letra for consoante.

Exemplo: • divertir - tir + são = diversão

03) Escreveremos com -ssão, quando, ao retirarmos toda a terminação -tir, a última letra for vogal.

Exemplo: • discutir - tir + ssão = discussão


64  J ou G J

01) Escreveremos com -j- as palavras derivadas dos verbos terminados em -jar.

Ex.: • trajar = traje, eu trajei. • encorajar = que eles encorajem

viajar = que eles viajem (verbo)

02) Escreveremos com -j- as palavras derivadas de vocábulos terminados em -ja.

Ex.: • loja = lojista • gorja = gorjeta • canja = canjica

03) Escreveremos com -j- as palavras de origem tupi, africana ou popular. Exemplos: • jeca • jibóia • jiló • pajé

G

01) Escreveremos com -g- todas as palavras terminadas em -ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio.

Ex.: • contágio • privilégio • vestígio • relógio • refúgio

02) Escreveremos com -g- todas as palavras terminadas em -gem, com exceção de pajem, lajem, lambujem e a conjugação dos verbos terminados em -jar.

Ex.: • a viagem (subst.) • a coragem • a personagem

a vernissagem • a ferrugem • a penugem


65  X

01) Escreveremos com -x- as palavras iniciadas por mex-, com exceção de mecha.

Ex.: • mexilhão • mexer • mexerica • México • mexerico • mexido • remexer

02) Escreveremos com -x- as palavras iniciadas por enx-, com exceção de encher, encharcar, enchumaçar e derivados.

Ex.: • enxame • enxoval • enxada • enxaqueca • enxurrada • enxofre • enxuto • enxugar • enxaguar • enxergar • enxerido

03) Escreveremos -x- após ditongo, com exceção de recauchutar e guache.

Ex.: caixa • ameixa • deixar • queixa • feixe • peixe • gueixa • trouxa • frouxo • rebaixar • baixela • paixão


66  IMPORTANTE: S OU Ç? CONFUNDIR > CONFUSÃO ALUDIR > ALUSÃO

EMITIR > EMISSÃO

COMPREENDER > COMPREENSÃO

PRETENDER > PRETENSÃO

CONCEDER > CONCESSÃO

REPETIR > REPETIÇÃO ("TI" NÃO CAI)

CONTER > CONTENÇÃO ("TE" NÃO CAI)


67  HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS HOMÔNIMOS são palavras que apresentam, entre si:

pronúncia idêntica (homônimos homófonos)

grafia idêntica (homônimos homógrafos)

PARÔNIMOS são palavras parecidas no som ou na grafia.

Abaixo, uma lista dos principais homônimos e parônimos:

acender (iluminar) / ascender (subir)

acento (sinal gráfico, entonação) / assento (banco)

acerca de (sobre) / cerca de (aproximadamente) / há cerca de (faz aproximadamente)

afim (semelhante, parente por afinidade, função matemática) / a fim de (que) (com a finalidade de)

asado (com asas) / azado (oportuno)

astral (astros) / austral (fica ao sul)

amoral (indiferente à moral) / imoral (contra a moral, devasso)

apreçar (ver preço) / apressar (pôr pressa)

apóstrofe (figura de linguagem) / apóstrofo (sinal gráfico)


68  HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS 

conjetura (suposição) / conjuntura (situação)

arrear (pôr arreios) / arriar (abaixar)

bucho (barriga) / buxo (arbusto)

caçar (perseguir) / cassar (anular)

cavaleiro (anda a cavalo) / cavalheiro (gentil)

cegar (tirar a visão) / segar (cortar)

cela (aposento) / sela (arreio)

censo (recenseamento) / senso (juízo, sentido)

cerração (névoa) / serração (serrar)

cessão (doação) / seção ou secção (setor, departamento) / sessão (reunião, intervalo de tempo)

chá (bebida) / xá (título de soberano do Irã)

chalé (casa de campo) / xale (vestimenta)

cheque (ordem de pagamento) / xeque (lance de xadrez)

cidra (fruta) / sidra (bebida)

comprimento (extensão) / cumprimento (ato de cumprir, saudação)

concerto (show) / conserto (reparo)

conjetura (suposição) / conjuntura (situação)


69  HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS 

coser (costurar) / cozer (cozinhar)

deferir (autorizar) / diferir (diferenciar)

delatar (denunciar) / dilatar (estender) / deletar (apagar)

descrição (ato de descrever, tipo textual) / discrição (qualidade de discreto)

descriminar (inocentar) / discriminar (segregar)

desencargo (desobrigação de uma tarefa) / descargo (alívio)

despensa (armazém) / dispensa (desobrigação)

despercebido (não notado) / desapercebido (desprevenido)

destratar (insultar) / distratar (desfazer)

discente (aluno) / docente (professor)

emergir (vir à tona) / imergir (mergulhar)

emigrante (que sai da pátria) / imigrante (que entra em outro país para nele morar)

eminente (ilustre) / iminente (prestes a acontecer)

esperto (inteligente) / experto (especialista)

espiar (observar) / expiar (sofrer pena)

estada (permanência de pessoa) / estadia (permanência de veículo)

estrato (camada) / extrato (resumo, essência)


70  HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS

inflação (desvalorização do dinheiro) / infração (violação)

intemerato (íntegro) / intimorato (corajoso)

facundo (eloquente) / fecundo (fértil)

flagrante (evidente) / fragrante (aromático)

fluir (transcorrer) / fruir (desfrutar)

fuzil (arma de fogo) / fusível (peça de instalação elétrica)

incerto (duvidoso) / inserto (inserido)

incipiente (iniciante) / insipiente (ignorante)

incidente (episódio) / acidente (desastre)

indefesso (incansável) / indefeso (sem defesa)

infligir (aplicar pena) / infringir (violar)

intercessão (súplica) / interseção (cruzamento)

história (narrativa de fatos, disciplina) / estória (narrativa de ficção)

laço (laçada, nó) / lasso (cansado, frouxo)

lactante (quem amamenta) / lactente (que mama) / latente (oculto)

lista (relação) / listra (linha)

mandado (ordem judicial) / mandato (procuração)

passo (caminho, etapa) / paço (palácio)


71  HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS 

perca (verbo) / perda (subst.)

pleito (disputa) / preito (homenagem)

preeminente (nobre) / proeminente (saliente)

prescrever (receitar, expirar) / proscrever (proibir, expulsar)

ratificar (confirmar) / retificar (corrigir)

remição (resgate) / remissão (perdão)

revezar (substituir alternadamente) / revisar (rever, conferir)

retaliar (pagar ofensa com ofensa) / retalhar (cortar em pedaços ou retalhos)

seda (fibra para tecido) / ceda (verbo ‘ceder’)

sedento (que tem sede) / cedente (que cede)

soar (produzir som) / suar (transpirar)

sortir (abastecer) / surtir (causar, provocar)

sustar (suspender) / suster (sustentar)

tacha (prego) / taxa (tributo)

tachar (censurar) / taxar (cobrar tributo)

tilintar (soar, fazer barulho) / tiritar (tremer de frio)

tráfego (trânsito, movimento) / tráfico (comércio ilícito)

usuário (quem usa) / usurário (avarento, agiota)

viagem (subst.) / viajem (verbo)

vultoso (grande) / vultuoso (inchado, avermelhado)


72  Reforma ortográfica

1) O alfabeto passa a ter, oficialmente, 26 letras. Inclusão do K, W, Y. Elas continuam sendo usadas em nomes próprios, abreviaturas, siglas, símbolos e palavras estrangeiras. Trata-se de uma oficialização.

2) Não se usa mais trema em palavras comuns: aguentar, bilíngue, cinquenta, frequente, tranquilo, consequência, sequestro, linguiça, pinguim, ambiguidade, sequência... O trema só continua sendo usado em nomes próprios e em palavras deles derivadas: Müller, mülleriano.

3) Nos ditongos abertos éi e ói não se usa mais acento, nas palavras paroxítonas: alcateia, androide, apoia, boia, colmeia, Coreia, debiloide, epopeia, geleia, heroico, ideia, jiboia, odisseia, paranoico, plateia, tramoia, estreia, traqueia, odisseia, onomatopeia, europeia, asteroide, tipoia, espermatozoide, tireoide, prosopopeia...

Nas oxítonas e nos monossílabos tônicos, o sinal permanece: herói, papéis, dói...

Dica: memorize o par “heroico” / “herói”.


73  Reforma ortográfica

4) Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i e no u tônicos quando vierem depois de um ditongo decrescente: feiura, cauila...

Atenção: se o i ou o u forem precedidos de ditongo crescente, o acento permanece. Exemplos: guaíba, Guaíra.

5) Não se usa mais o acento das palavras terminadas em êem e ôo(s): voo, abençoo, veem, creem, deem, enjoo, magoo, doo (verbo doar), perdoo, povoo...


74  Reforma ortográfica

6) Acento diferencial: não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/para, pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s), e pêra/pera.

Permanece o acento diferencial em pôde/pode, pôr/por e o acento marcando os verbos ter e vir e suas variantes na 3ª p. do plural: eles têm / vêm / contêm / mantêm / intervêm / convêm...

É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as palavras forma/fôrma.

7) Não se usa mais o acento agudo no u tônico das formas (tu) arguis, (ele) argui, (eles) arguem, do presente do indicativo do verbo arguir. O mesmo vale para o seu composto redarguir.


75  Reforma ortográfica

8) Há uma variação na pronúncia dos verbos terminados em guar, quar e quir, como aguar, averiguar, apaziguar, desaguar, enxaguar, obliquar, delinquir etc.

a) Se o a ou o i forem tônicos, recebem acento: averígue você, apazígues tu, ele deságua, eu delínquo.

b) Se o u for tônico, esses verbos deixam de ser acentuados: averigue você, apazigue tu, ele desagua, eu delinquo.

Dica: memorize que o u tônico em verbos deixa de receber acento nesses casos.


76  Reforma ortográfica

10) Usa-se o hífen em compostos que têm palavras iguais ou quase iguais, sem elementos de ligação. Exemplos: reco-reco, blá-blá-blá, zum-zum, tico-tico, tique-taque, cri-cri, glu-glu, rom-rom, pingue-pongue, zigue-zague, esconde-esconde, pega-pega, corre-corre.

11) Não se usa o hífen em compostos que apresentam elementos de ligação, inclusive “compostos oracionais”. Exemplos: pé de moleque, pé de vento, dia a dia, fim de semana, cor de vinho, ponto e vírgula, camisa de força, cara de pau, maria vai com as outras, leva e traz, diz que diz que, deus nos acuda, bicho de sete cabeças, faz de conta. 

Enquadram-se na regra as locuções substantivas, adjetivas, pronominais, adverbiais, prepositivas e conjuntivas.

Exceções: água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao deus-dará, à queima-roupa.


77  Reforma ortográfica

12) Usa-se o hífen nas palavras compostas derivadas de topônimos (nomes próprios de lugares), com ou sem elementos de ligação.

Exemplos: Belo Horizonte — belo-horizontino; Porto Alegre — porto-alegrense; Mato Grosso do Sul — mato-grossense-do-sul; Rio Grande do Norte — rio-grandense-do-norte; África do Sul — sul-africano.


78  Reforma ortográfica

13) Usa-se o hífen nos compostos que designam espécies animais e botânicas (nomes de plantas, flores, frutos, raízes, sementes), tenham ou não elementos de ligação.

Exemplos: bem-te-vi, peixe-espada, peixe-do-paraíso, mico-leão-dourado, andorinha-da-serra, lebre-da-patagônia, erva-doce, ervilha-de-cheiro, pimenta-do-reino, peroba-do-campo, cravo-da-índia

Exceção: não se usa o hífen, quando esses compostos são empregados fora de seu sentido original:

a) bico-de-papagaio (espécie de planta ornamental) - bico de papagaio (deformação nas vértebras).

b) olho-de-boi (espécie de peixe) - olho de boi (espécie de selo postal).


79  Reforma ortográfica USO DO HÍFEN COM PREFIXOS Regras gerais

1) Usa-se o hífen diante de palavra iniciada por “h”: anti-higiênico, anti-horário, mini-hotel, proto-história, sobre-humano, super-herói.

2) Usa-se o hífen se o prefixo terminar com a mesma letra com que se inicia a outra palavra. Exemplos: micro-ônibus, anti-inflamatório, contra-argumento, tele-entrega, sub-bibliotecário, inter-racial.


80  Reforma ortográfica

3) Não se usa o hífen se o prefixo terminar com letra diferente daquela com que se inicia a outra palavra. Exemplos: autoescola, antiaéreo, intermunicipal, supersônico, superinteressante, agroindustrial, aeroespacial, semicírculo.

4) Se o prefixo terminar por vogal e a outra palavra começar por r ou s, dobram-se essas letras. Exemplos: minissaia, antirracista, antirrugas, ultrassom, semirreta, extrasseco.


81  Reforma ortográfica Casos especiais com prefixos

1) Com os prefixos sub e sob, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r. Exemplos: sub-região, sub-reitor, sub-regional, sob-roda.

2) Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal. Exemplos: circum-murado, circum-navegação, pan-americano.

3) Usa-se SEMPRE com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, vice. Exemplos: além-mar, além-túmulo, aquém-mar, ex-aluno, ex-diretor, ex-hospedeiro, ex-prefeito, ex-presidente, pós-graduação, pré-história, pré-vestibular, pró-europeu, recém-casado, recém-nascido, sem-terra, vice-prefeito, vice-governador.


82  Reforma ortográfica

4) O prefixo co SEMPRE se junta com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por o ou h. Neste último caso, corta-se o h. Se a palavra seguinte começar com r ou s, dobram-se essas letras. Exemplos: coobrigação, coedição, coeducar, cofundador, coabitação, coerdeiro, corréu, corresponsável, cosseno.

5) Com os prefixos pre e re, NUNCA se usa o hífen, mesmo diante de palavras começadas por e. Exemplos: preexistente, preelaborar, reescrever, reedição.

Atenção: não confundir pré (sempre usa hífen) com pre (nunca usa hífen).


83  Reforma ortográfica

6) Na formação de palavras com ab, ob e ad, usa-se o hífen diante de palavra começada por b, d (regra de não juntar letras iguais) ou r. Exemplos: ad-digital, ad-renal, ob-rogar, ab-rogar.

Outros casos com hífen

1) Não se usa o hífen na formação de palavras com não e quase. Exemplos: (acordo de) não agressão, (isto é um) quase delito.

2) Com mal*, usa-se o hífen quando a palavra seguinte começar por vogal, h ou l. Exemplos: mal-entendido, mal-estar, mal-humorado, mal-limpo, maltratado.

* Se houver elemento de ligação, escreve-se sem o hífen (regra já conhecida). Exemplos: mal de lázaro, mal de sete dias.


84  Reforma ortográfica

3) Usa-se o hífen com sufixos de origem tupi-guarani que representamformas adjetivas, como açu, guaçu, mirim. Exemplos: capim-açu, amoré-guaçu, anajá-mirim.

4) Usa-se o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam, formando não propriamente vocábulos, mas encadeamentos vocabulares. Exemplos: ponte Rio-Niterói, eixo Rio-São Paulo.


85  Reforma ortográfica

5) Para clareza gráfica, se no final da linha a partição de uma palavra ou combinação de palavras coincidir com o hífen, ele deve ser repetido na linha seguinte. Exemplos:

Na cidade, conta-

-se que ele foi viajar.

O diretor foi receber os ex-

-alunos.

6) Não se usa o hífen com as palavras não e quase, com função prefixal. Exemplos: não violência, não agressão, não fumante, não participação, não governamental, não verbal, quase delito, quase posse, quase domicílio, quase irmão, quase morte.

7) Quanto ao prefixo hidro, pode haver duas grafias. Exemplos: hidroelétrica e hidrelétrica / hidroavião e hidravião.

8) Não se usa hífen com os prefixos numéricos bi, tri, tetra, penta, hexa, hepta etc. Exemplos: bicampeão, bimensal, bimestral, tridimensional, tricampeão, triênio, tetracampeão, tetraplégico, pentacampeão, pentágono, hexacampeão, hexadecimal, heptacampeão, heptassílabo, etc.

9) Quanto ao elemento socio, usa-se hífen quando funciona como substantivo, e não como prefixo (social ou sociedade). Exemplo: sociocultural / sócio-gerente.

Fontes:

Douglas Tufano, Guia Prático da Nova Ortografia, Editora Melhoramentos.

Academia Brasileira de Letras, Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP: 5ª edição, março de 2009).


86  REVISÃO FINAL Ortografia e Acentuação 

87  REVISÃO Classificação dos fonemas: vogais e consoantes

Contagem de fonemas: caixa, táxi, chiclete

Sílaba: menor unidade de articulação; tem sempre uma e somente uma vogal como centro (pode ter semivogais)

Encontros consonantais:

a) Perfeitos (na mesma sílaba: ár-bi-TRO)

b) Imperfeitos (em sílabas diferentes: poR-To)

c) Fonético (letra “x” com som de ks = ne-xo)

d) Dígrafos (duas letras com um som de uma consoante: caCHoRRo, niNHO, tamBÉM, QUeijo).


88  REVISÃO

Vogais: A,E,I,O,U mais destacados em uma sílaba tônica ou átona. Ex.: cAi-xA (A=vogais; i=semivogal)

Semivogais: vogais fracas, que são articuladas em conjunto com uma vogal, numa mesma sílaba. Uma vogal mais uma semivogal formam um ditongo, que pode ser crescente (far-má-ciA; i=semivogal, A=vogal) ou decrescente (pEi-xe; E=vogal, i=semivogal).

Encontros vocálicos: é a união:

duas vogais em sílabas diferentes: hiato (sa-í-da, ra-i-nha, ne-on, pi-a-da, di-a, ba-ú, pa-ís, ju-iz)

uma vogal com uma semivogal ou vice-versa: ditongo: (pais, bei-jo, sau-da-de)

uma vogal entre duas semivogais: tritongo (a-guEi)


89  REVISÃO

A maioria das gramáticas aceita as duas pronúncias em: réptil/reptil, acrobata/acróbata, Bálcãs/Balcãs, projétil/projetil, xerox/xérox, zangão/zângão, hieróglifo/hieroglifo, homília/homilia, ortoépia/ortoepia, dúplex/duplex, tríplex/triplex, eletrodo/elétrodo (se a prova perguntar a correta, prefira a forma mais usada, embora ambas estejam corretas).

Alfabeto: além das letras mais conhecidas, o alfabeto inclui também K, W e Y, nos seguintes casos:

a) Em antropônimos (palavras derivadas de nomes de pessoas) originários de outras línguas e seus derivados. Exemplos: Kant, kantismo; Darwin, darwinismo; Taylor, taylorista.

b) Em topônimos (palavras derivadas de nome de lugares) originários de outras línguas e seus derivados. Exemplos: Kuwait, kuwaitiano.

c) Em siglas, símbolos, e mesmo em palavras adotadas como unidades de medida de curso internacional. Exemplos: K (Potássio), W (West), kg (quilograma), km (quilômetro), Watt.

d) Em palavras estrangeiras não aportuguesadas. Exemplos: show, marketing.


90  REVISÃO

Tonicidade das palavras (acentuação tônica): diz qual a sílaba mais forte na palavra, acentuada graficamente ou não. Se houver só um acento gráfico, a sílaba que o comportar será a tônica.

Oxítona: a sílaba forte da palavra é a última. Não se acentuam oxítonas terminadas com as consoantes de RouXiNoL (cor-rer, du-plex, paiol) e terminadas com I/U/ÃO e suas variantes antecedidos de consoante, seguidos ou não de ‘s’ ou ‘um/uns’ (parti, tatu, salão, abacaxis, cajus, anã, atum, comuns).

Paroxítona: a sílaba forte da palavra é a penúltima. Via de regra, se não houver acento, se não for oxítona não acentuada (rouxinol e I/U antecedido de consoante) ou se não terminar em ditongo, a palavra será paroxítona. Ex.: Economia, droga, caixa, piada, caráter, pólen, hábil, bênção, sótão, ímã, farmácia.

Proparoxítona: a sílaba forte é a antepenúltima. Serão sempre acentuadas: Econômico, prático, último, pródigo, tráfego.


91  REVISÃO Ortografia das formas verbais seguidas de pronome:

Cantar: cantá-lo, cantávamos, cantamo-nos, cantam-nos.(3ª.p.pl)

Ver: vê-lo, víamos, veem-nos (1ªp.pl), veem-nos (3ªp.pl).

Partir: parti-lo, partíamos, partem-nos (1ªp.pl), partem-nos (3ªp.pl.)

Possuir: possuí-lo, possuíamos, possuem-nos (1ªp.pl), possuem-nos (3ªp.pl)

Acentos diferenciais:

Permanecem: tem(sing) / têm(pl) e seus derivados (mantém/mantêm, contém/contêm), por(prep.) / pôr(verbo), pode(pres.) / pôde(pret.).

Não há mais acento diferencial em pára(verbo), pólo(subst.), pela(verbo), pelo(subst.), pera(subst.).


92  SEPARAÇÃO SILÁBICA

Não se separam ditongos e tritongos: ex.: rai-va, pneu, a-guei, pais, guar-da, chei-ro, he-roi-co.

Separam-se vogais (hiatos): sa-ú-de, ba-i-nha, ca-ir, com-pre-en-der, pi-a-da, ci-ú-me.

Não se separam os dígrafos ch, lh, nh, qu, gu: cho-ca-lho, ga-li-nha, quei-jo, guer-ra.

Separam-se os dígrafos rr e os iniciados com s e x: ex-ces-so, far-ra, nas-cer, nas-ço, cas-sar.

Separam-se vogais idênticas (hiato), cc e cç: Ca-a-tin-ga, re-es-tru-tu-rar, ni-i-lis-mo, vo-o, a-ben-ço-o, in-tros-pec-ção.

Separam-se prefixos terminados em consoante: sub-ter-râ-neo, trans-pa-ren-te. Exceção: se na sequência vier vogal: su-bal-ter-no, tran-sa-tlân-ti-co, hi-pe-ra-ti-vo.


93  ACENTUAÇÃO GRÁFICA TESTE DE PRONÚNCIAS ALTERNATIVAS:

sai-da, sai-dá, sa-í-da

TESTE DE SEMELHANÇA COM PALAVRAS CONHECIDAS:

ho-mem; i-tem

TESTE DE DIFERENÇA COM PALAVRAS CONHECIDAS:

pa-ra-béns; i-tens


98  Exercícios

Ex.: Aponte qual a regra que justifica cada acentuação gráfica:

proparoxítonas; 2. paroxítonas terminadas em ditongo crescente; 3. paroxítonas terminas em letra forte (RXNL, til, I/U após consoante etc.); 4. oxítonas (que não terminam em “letra forte”); 5. monossílabos tônicos; 6. hiatos terminados em I ou U; 6. acento diferencial.

a) trânsito h) têm o) crachá

b) impróprio i) mantém p) pé

c) café j) corrói q) recaída

d) parabéns k) sótão r) pôr

e) táxi l) féretro s) látex

f) baú m) experiência t) açaí

g) álbuns n) amável u) lápis


99  Resumindo Reforma Ortogr.

Principais mudanças de acentuação com a reforma ortográfica:

a) Nas paroxítonas, acento de timbre deixa de existir (ex.: colmeia, ideia).

b) Nas paroxítonas, I e U não serão mais acentuados se vierem depois de um ditongo (ex.: maoista, feiura).

Cuidado: a regra não vale para oxítonas (ex.: Pi-au-í).

c) Trema deixa de existir (ex.: linguiça, linguistica, tranquilo), exceto em nomes próprios e palavras derivadas desses nomes (ex.: Müller, mülleriano).

d) Verbos terminados em –guar, –quar e –quir não levam mais trema nem acento agudo sobre o U (ex.: ague, enxague, averigue, apazigue, delinque).

e) Não há mais acento circunflexo na junção de duas vogais iguais (ex.: veem, voo, enjoo).

f) Fim dos acentos diferenciais, exceto para os casos vistos no item 5...


100  ORTOÉPIA OU ORTOEPIA

É o estudo do jeito correto de pronunciar uma palavra. Evitar erros de “silabada” (trocar a sílaba forte da palavra).

CORRETO: rubrica, mister, condor, lêvedo, munícipe, novel, ureter, ruim, austero, juniores, filantropo, pudico, recorde, privilégio, sobrancelha, superstição, piscina, problemas, empecilho, pneu, adivinhar, advogado, próprio, bandeja, bochecha, boteco, bueiro, cabeleireiro, caranguejo, emagrecer, estupro, mendigo, fragrância, frustrado, lagarto, meteorologia, mortadela, murchar, prazeroso,

ERRADO: rúbrica, míster, côndor, levedo, municipe, nóvel, uréter, ruím, áustero, júniores, filântropo, púdico, récorde, previlégio, sombrancelha, supertição, psina, poblemas/pobremas, impecilho, peneu, advinhar, adevogado, própio, bandeija, buchecha, buteco, boeiro, cabeileireiro, carangueijo, esmagrecer, estrupo, medingo, fragância, frustado, largato, meterologia, mortandela, muchar, prazeiroso,


101  ORTOGRAFIA – DICAS!!!

MEMÓRIA VISUAL: Escreva a palavra de diversas maneiras, até se lembrar qual é a certa: teimozia, coiza, eleissão (não!), teimosia, coisa, eleição (sim!)

MESMA FAMÍLIA: Como regra, se você sabe como se escreve uma palavra primitiva, saberá também as derivadas: paralisia, paralisar.

PALAVRAS DE MESMA TERMINAÇÃO: se o verbo termina com as mesmas letras, os substantivos também terminarão: compreender/compreensão; pretender/pretensão; defender/defesa

PALAVRAS DE UMA MESMA CLASSE: costumam terminar com as mesmas letras: limpeza/embriaguez (subst.abstratos), marquês/norueguesa (adjetivos de títulos ou origem), felicidade/maldade (subst.abstratos), certamente (adv.).


102  Resumindo Reforma Ortogr.

Principais mudanças de acentuação com a reforma ortográfica:

a) Nas paroxítonas, acento de timbre deixa de existir (ex.: colmeia, ideia).

b) Nas paroxítonas, I e U não serão mais acentuados se vierem depois de um ditongo (ex.: maoista, feiura).

Cuidado: a regra não vale para oxítonas (ex.: Pi-au-í).

c) Trema deixa de existir (ex.: linguiça, linguistica, tranquilo), exceto em nomes próprios e palavras derivadas desses nomes (ex.: Müller, mülleriano).

d) Verbos terminados em –guar, –quar e –quir não levam mais trema nem acento agudo sobre o U (ex.: ague, enxague, averigue, apazigue, delinque).

e) Não há mais acento circunflexo na junção de duas vogais iguais (ex.: veem, voo, enjoo).

f) Fim dos acentos diferenciais, exceto para os casos vistos no item 5...


104  HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS HOMÔNIMOS são palavras que apresentam, entre si:

pronúncia idêntica (homônimos homófonos)

grafia idêntica (homônimos homógrafos)

PARÔNIMOS são palavras parecidas no som ou na grafia.

Abaixo, uma lista dos principais homônimos e parônimos:

acender (atear fogo) / ascender (subir)

acento (entonação) / assento (banco)

acerca de (sobre) / cerca de (aproximadamente) / há cerca de (faz aproximadamente)

afim (semelhante) / a fim de (com a finalidade de)

asado (com asas) / azado (oportuno)

astral (astros) / austral (fica ao sul)

amoral (indiferente à moral) / imoral (contra a moral, devasso)

apreçar (ver preço) / apressar (pôr pressa)


105  HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS conjetura (suposição) / conjuntura (situação)

arrear (pôr arreios) / arriar (abaixar)

bucho (barriga) / buxo (arbusto)

caçar (perseguir) / cassar (anular)

cavaleiro (anda a cavalo) / cavalheiro (gentil)

cegar (tirar a visão) / segar (cortar)

cela (aposento) / sela (arreio)

censo (recenseamento) / senso (juízo, sentido)

cerração (névoa) / serração (serrar)

cessão (doar) / seção ou secção (repartição ou corte) / sessão (reunião)

chá (bebida) / xá (título de soberano)

chalé (casa de campo) / xale (vestimenta)

cheque (ordem de pagamento) / xeque (lance de xadrez)

cidra (fruta) / sidra (bebida)

comprimento (extensão) / cumprimento (saudação)

concerto (show) / conserto (reparo)

conjetura (suposição) / conjuntura (situação)


106  HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS coser (costurar) / cozer (cozinhar)

deferir (conceder) / diferir (adiar, diferenciar)

delatar (denunciar) / dilatar (alargar)

descrição (ato de descrever) / discrição (discreto)

descriminar (inocentar) / discriminar (diferençar)

desencargo (desobrigar-se de uma tarefa) / descargo (alívio)

despensa (compartimento) / dispensa (desobrigação)

despercebido (sem ser notado) / desapercebido (desprevenido)

destratar (insultar) / distratar (desfazer)

discente (aluno) / docente (professor)

emergir (vir à tona) / imergir (mergulhar)

emigrante (sai, ex) / imigrante (entra, in)

eminente (nobre) / iminente (prestes a acontecer)

esperto (ativo) / experto (especialista)

espiar (olhar) / expiar (sofrer pena)

estada (permanência de pessoa) / estadia (perman.de veículo)

estrato (camada) / extrato (extraído)


107  HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS

inflação (aumento dos preços) / infração (violação)

intemerato (puro) / intimorato (corajoso)

facundo (eloquente) / fecundo (fértil)

flagrante (evidente) / fragrante (aromático)

fluir (escorrer) / fruir (desfrutar)

fúsil (que se pode fundir) / fuzil (arma) / fusível (resistor)

incerto (duvidoso) / inserto (inserido)

incipiente (iniciante) / insipiente (ignorante, sem saber)

indefesso (incansável) / indefeso (sem defesa)

infligir (aplica pena) / infringir (violar)

intercessão (súplica) / interseção (cruzamento)

laço (laçada, nó) / lasso (cansado, frouxo)

lactante (quem amamenta) / lactente (que mama) / latente (pulsante)

lista (relação) / listra (linha)

mandado (ordem judicial) / mandato (procuração)

passo (caminhar) / paço (palácio)


108  HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS perca (verbo) / perda (subst.)

pleito (disputa) / preito (homenagem)

preeminente (nobre) / proeminente (saliente)

prescrever (receitar, expirar prazo) / proscrever (afastar)

ratificar (confirmar) / retificar (corrigir)

remição (resgate) / remissão (perdão)

seda (fibra para tecido) / ceda (verbo ‘ceder’)

soar (produzir som) / suar (transpirar)

sortir (abastecer) / surtir (causar, provocar)

sustar (suspender) / suster (sustentar)

tacha (prego) / taxa (tributo)

tachar (censurar, pejorar) / taxar (cobrar tributo)

tilintar (soar, fazer barulho) / tiritar (tremer de frio)

tráfego (trânsito, movimento) / tráfico (comércio)

usuário (quem usa) / usurário (avarento, agiota)

viagem (subst.) / viajem (verbo)

vultoso (grande) / vultuoso (inchado, avermelhado)


109  PORQUÊS 1. Porquê (substantivo, = motivo)

É um substantivo (=motivo), por isso somente poderá estar no singular ou no plural e poderá ser precedido de artigo (o, os), pronome adjetivo (meu(s), este(s), esse(s), aquele(s), quantos(s)...) ou numeral (um, dois, três, quatro)

Ex.: João compreendeu o porquê da revolta.

Quantos porquês ele colocou em seu pedido!

Dicas:

É possível substituir ‘porquê’ por ‘motivo’, 'razão' ou 'causa'.

Ex.: João compreendeu o motivo / a causa / a razão da revolta.

É possível passar o ‘porquê’ para o plural.

Ex.: João compreendeu os porquês da revolta.


110  PORQUÊS 2. Por quê (em final de frase, exceto se couber “porquê”).

Sempre que a palavra ‘que’ estiver em final de frase, deverá receber acento. Não importa se o período é ou não interrogativo e não importa qual o elemento que surja antes.

Ex. João não veio e não justificou por quê.

Você não me esperou por quê?

Este é o ônibus por que eu espero.

Dica:

‘Por quê’ e ‘por que’ podem ser substituídos por ‘por qual motivo’ ou ‘pelo(a) qual’ em frase interrogativas, exclamativas ou afirmativas. A diferença entre essas duas é que uma levará acento (final de frase) e outra não.

Ex.: Por qual motivo você não me esperou?

Você não me esperou por qual motivo?

Este é o ônibus pelo qual eu espero.


111  PORQUÊS 3. Por que (preposição + pronome, em início/meio de frase)

É usado quando houver a junção da preposição por com o pronome interrogativo que ou com o pronome relativo que.

Ex.: Eu vi o jogo por que esperamos (pelo qual)

Por que = preposição ‘por’ + pronome relativo ‘que’

Ex.: Por que o ônibus demorou tanto?

Por que = preposição ‘por’ + pronome interrogativo ‘que’.

Dica:

“Por que” é usado no começo ou meio de perguntas.

Em qualquer frase, inclusive as não interrogativas, podemos substituir por que por ‘por qual razão’, ‘pelo qual’, ‘pela qual’, ‘pelos quais’, ‘pelas quais’ ou ‘por qual’.

Ex.: Por qual motivo o ônibus demorou tanto?

Ex.: Eu vi o jogo pelo qual esperamos.


112  PORQUÊS 4. Porque (conjunção, =pois, =a fim de que, já que)

É uma conjunção subordinativa causal (já que) ou conjunção subordinativa final (para que) ou conjunção coordenativa explicativa (pois), portanto estará ligando duas orações, indicando causa, explicação ou finalidade.

Ex. Não saí hoje, porque estava chovendo.

Dica:

‘Porque’ iniciará uma explicação (Estudo, porque quero ir bem) ou uma finalidade (Estudem, porque passem), ou uma causa (As vítimas foram levadas à UTI, já que o estado era grave).

Pode ser substituído por ‘pois’ (Estudo, pois quero ir bem) ou por ‘a fim de que’ (Estudem, a fim de que passem) ou por ‘já que’.

Normalmente, é usado em frases afirmativas ou negativas.


114  RESUMINDO. PORQUÊS.

1. Porquê: substantivo, =motivo (aceita plural e artigo).

2. Por que: preposição + pronome relativo ou interrogativo.

Usado no início ou no final de perguntas.

Usado em outras frases, no sentido de ‘por qual motivo’, ‘pelo(a) qual’.

Em final de frase, deve-se usar “por quê”.

3. Por quê: em final de frase, exceto se couber “porquê”.

Pode ser substituído por ‘por qual motivo’ ou por ‘pelo(a) qual’, em fim de frase. Mesmo caso de 2, mas em final de frase.

4. Porque: explicação, causa ou finalidade, =pois, =já que, =a fim de que. Normalmente, não é usado em frases interrogativas.


115  PONTOS ESPECÍFICOS 1. Que e Quê

Que é pronome, preposição, conjunção, advérbio ou partícula expletiva.

Quê é substantivo (com o sentido de "alguma coisa"), interjeição (indicando surpresa, espanto) ou pronome em final de frase (imediatamente antes de ponto final, de interrogação ou de exclamação)

Ex. Que você quer? Você viu o quê? Tem um quê de beleza!

2. Mas, más e Mais

Mas é conjunção adversativa, de mesmo valor que "porém, contudo, todavia, no entanto, entretanto".

Mais é advérbio de intensidade; também dá ideia de adição (contrário de “menos”).

Ex. Não vou mais à sua casa. Você me chama, mas não vou.


116  PONTOS ESPECÍFICOS 3. Onde, Aonde e Donde

Onde significa "em que lugar".

Aonde significa "a que lugar".

Donde (=de onde) significa "de que lugar".

Ex. Onde você guardou o lápis?

Não sei ainda aonde vou? Donde você veio?

4. Mal e Mau

Mal é advérbio ou conj., antônimo de "bem".

Mau é adjetivo ou subst., antônimo de "bom"

Ex. João é um rapaz mau. Ele mal sabe e só vê o mal.


117  PONTOS ESPECÍFICOS 5. A par e Ao par

A par: "estar bem informado", ter conhecimento".

Ao par: indica equivalência cambial.

Ex. Estou a par do assunto. O dólar está ao par do peso.

6. ‘Ao encontro de’ e ‘De encontro a’

Ao encontro de: indica situação favorável, harmonia.

De encontro a: indica contrariedade, oposição, choque.

Ex. Concordo com você, porque suas ideias vêm ao encontro das minhas. Já meu inimigo vem de encontro a mim.

7. Há e A (indicando tempo ou distância)

Há: indica tempo decorrido (passado).

A: indica tempo futuro ou distância.

Ex. Viajei há duas semanas. Estou a três quilômetros do destino e a dez minutos de chegar.


118  PONTOS ESPECÍFICOS 8. ‘Acerca de’, ‘A cerca de’ e ‘Há cerca de’

Acerca de: locução prepositiva; "sobre, a respeito de".

A cerca de: aproximação.

Há cerca de: tempo decorrido ou existência.

Ex. Há cerca de vinte pessoas aqui. Há cerca de um mês, havia oito pessoas. Acerca da minha moradia, moro a cerca de cinco quilômetros daqui.

9. ‘Afim’ e ‘A fim de’

Afim: adjetivo equivalente a "igual, semelhante".

A fim de: locução prepositiva. Indica finalidade ou gosto. Ex. Nós temos interesses afins. Estamos a fim de estudar muito. Vamos comprar um livro a fim de fazê-lo melhor.


119  PONTOS ESPECÍFICOS 10. ‘Senão’ e ‘Se não’ Senão: a não ser, mas sim, caso contrário, defeito.

Se não: ocorre em orações subordinadas adverbiais condicionais; equivale a "caso não".

Ex. Nada fiz senão aguardar. Durma, se não ficará cansado.

11. Nós viemos e Nós vimos

Nós viemos: verbo ‘vir’ no pretérito perfeito do indicativo.

Nós vimos: verbo ‘vir’ no presente do indicativo e verbo ‘ver’ no pretérito perfeito do indicativo.

Ex. Ontem, viemos para cá, mas não vimos nosso tio. Por isso, vimos aqui agora.


120  PONTOS ESPECÍFICOS 12. ‘Ao invés de’ e ‘Em vez de’

Ao invés de: "oposição, situação contrária".

Em vez de indica: "substituição, simples troca".

Ex. Em vez dormir, fiquei estudando. Subi ao invés de descer.

13. Haja vista e Hajam vista

Haja vista: pode-se usar havendo ou não a preposição a à frente, estando o substantivo posterior no singular ou no plural. Não confunda com haja visto, tempo composto do verbo ver.

Hajam vista: pode-se usar quando não houver a preposição à frente e quando o substantivo posterior estiver no plural.

Ex. Haja vista aos conflitos. Haja vista os conflitos.

Hajam vista os conflitos.


121  MAPAS MENTAIS Acentuação e Ortografia 

127  MORFOLOGIA Classe de palavras Estrutura de palavras Formação de palavras 

128  MORFOLOGIA

É o estudo da palavra isoladamente, ou de locuções que tomam o lugar de uma palavra.

- Estrutura das palavras (radicais e afixos)

- Formação das palavras (derivação e composição)

- Classes gramaticais (10 “caixinhas”)


129  MORFOLOGIA Locução (+ de 1 palavra, exercendo a função de apenas uma):

- Adjetiva: amor de mãe (materno);

- Adverbial: correu de forma desesperada (desesperadamente);

- Verbal: eu vou estudar (estudarei), eu estou estudando (1 ação apenas);

- Conjuntiva: de encontro a (contra);


130  MORFOLOGIA ESTRUTURA DAS PALAVRAS

Radical: contém o sentido básico da palavra. Ex.: pedreiro, imperdoável, falei.

Vogal temática: aplicável somente a verbos. É a vogal existente na terminação da forma infinitiva (original) do verbo: cantar(A, 1ª conjug.), dizer(E, 2ª conjug.), partir(I, 3ª conjug.), pôr(E)*. “Pôr” é verbo de 2ª conjugação(-ER)

Tema: Nos verbos, é a junção do radical e a vogal temática. Ex.: estuda, come, parti. Em “pasta”, ‘past’ é o radical e ‘a’ é a vogal temática, sendo “pasta” o tema. Em “legal”, o radical e o tema são a palavra “legal”. Em “tatu”, o radical é “tatu” e a vogal temática é “u”.

O assunto de radicais, vogal temática e tema é mais explorado com verbos.


131  MORFOLOGIA ESTRUTURA DAS PALAVRAS

Desinências: é a terminação ou flexão de verbos (flexão verbal) ou de nomes (flexão nominal) das palavras que se flexionam (palavras variáveis), que vem depois do radical ou do tema, para marcar diferença de modo, tempo, gênero, pessoa ou número.

CANT-Á-VA-MOS:

Cant: radical. A: vogal temática. Canta: tema.

Va: desinência modo-temporal (indica que se trata do modo indicativo e do tempo pretérito imperfeito)

Mos: desinência número-pessoal (indica que se trata de plural e de 1ª pessoa: nós).

IN-DELICAD-O-S:

In: afixo do tipo “prefixo”. Delicad: radical e tema.

O: desinência de gênero. S: desinência de plural


132  MORFOLOGIA DESINÊNCIAS VERBAIS Desinências modo temporais: são 4:

VA e IA: pretérito imperfeito do indicativo: estudava, comia, partia.

RA: pretérito mais-que-perfeito do indicativo: estudara, comera, partira.

RIA: futuro do pretérito do indicativo: estudaria, comeria, partiria.

SSE: imperfeito do subjuntivo: estudasse, comesse, partisse.

Os outros tempos verbais não trazem marcas nítidas de desinências modo temporais: estudamos (pres.indicativo), estudamos (pret.perf.indicativo), estudemos (pres.subjuntivo) etc. Há apenas a desinência número-pessoal.


133  MORFOLOGIA DESINÊNCIAS VERBAIS

Desinências número-pessoais: indicam a pessoa e o número. São três os grupos:

Grupo I: i, ste, u, mos, stes, ram, para o Pretérito Perfeito do Indicativo = eu cantei, tu cantaste, ele cantou, nós cantamos, vós cantastes, eles cantaram.

Grupo II: -, es, -, mos, des, em, para o Infinitivo Pessoal e para o Futuro do Subjuntivo = Era para eu cantar, tu cantares, ele cantar, nós cantarmos, vós cantardes, eles cantarem. Quando eu puser, tu puseres, ele puser, nós pusermos, vós puserdes, eles puserem.

Grupo III: -, s, -, mos, is, m, para todos os outros tempos = eu canto, tu cantas, ele canta, nós cantamos, vós cantais, eles cantam.


134  MORFOLOGIA

DESINÊNCIAS NOMINAIS: usadas em nomes que variem (subst., adjetivos, pronomes, numerais).

De gênero: masc/fem. Ex.: cabeleireiro - cabeleireira. A vogal ‘a’ será desinência nominal de gênero (e não tema) sempre que indicar o feminino de uma palavra, mesmo que o masculino não seja terminado em o. Por exemplo: crua, ela, traidora.

De número: plural/singular. É a letra s, somente quando indicar o plural da palavra. Ex.: exemplo: cadeiras, pedras, águas. Não é plural em “lápis”.


135  MORFOLOGIA

AFIXAÇÃO: formar palavras com a junção de afixos, que podem ser prefixos ou sufixos.

Afixos: São elementos que se juntam a radicais para formar novas palavras. São eles:

a) Prefixo: É o afixo que aparece antes do radical. Por exemplo destampar, incapaz, amoral.

b) Sufixo: É o afixo que aparece depois do radical, do tema ou do infinitivo. Por exemplo pensamento, acusação, felizmente.

Vogais e consoantes de ligação: São vogais e consoantes que surgem entre dois morfemas, para tornar mais fácil e agradável a pronúncia de certas palavras. Ex: flores, bambuzal, gasômetro, canais, cantá-la, partem-nos (quando “os”=3ªp.pl.).


136  MORFOLOGIA FORMAÇÃO DAS PALAVRAS

Para analisar a formação de uma palavra, deve-se procurar a origem dela. Caso seja formada por apenas um radical, diremos que foi formada por derivação; por dois ou mais radicais, composição.

Processos de formação de palavras:

I. DERIVAÇÃO: Formação de novas palavras a partir de apenas um radical.

a) Derivação Prefixal: Acréscimo de um prefixo à palavra primitiva;: também chamado de prefixação. Por exemplo: antepasto, reescrever, infeliz.

b) Derivação Sufixal: Acréscimo de um sufixo à palavra primitiva; também chamado de sufixação. Por exemplo: felizmente, igualdade, florescer.


137  MORFOLOGIA

c) Derivação Prefixal e Sufixal: Acréscimo de um prefixo e de um sufixo, que podem ser tirados isolada ou conjuntamente; também chamado de prefixação e sufixação. Por exemplo: infelizmente, desigualdade, injustiça.

d) Derivação Parassintética: Acréscimo de um prefixo e de um sufixo, simultaneamente; também chamado de parassíntese. Por exemplo: enlouquecer, entardecer, anoitecer.

Para diferenciar Derivação Prefixal e Sufixal e Derivação Parassintética, retire o prefixo; se a palavra que sobrou existir, será Der. Pref. e Suf.; caso contrário, retira-se, agora, o sufixo; se a palavra que sobrou existir, será Der. Pref. e Suf.; caso contrário, será Der. Parassintética. Por exemplo, retire o prefixo de ‘enlouquecer’: não existe a palavra louquecer; agora, retire o sufixo: também não existe a palavra enlouco. Portanto, a palavra foi formada por parassíntese. Por exemplo, retire o prefixo de 'desigualdade', existe a palavra igualdade; agora, retire o sufixo, também existe a palavra desigual. Portanto, a palavra foi formada por derivação prefixal e sufixal.


138  MORFOLOGIA

e) Derivação Regressiva: É a retirada da parte final da palavra primitiva, obtendo, por essa redução, a palavra derivada. Normalmente, é a formação de substantivos a partir de verbos. Por exemplo: do verbo debater, retira-se a desinência de infinitivo -r: formou-se o substantivo debate.

f) Derivação Imprópria: É a formação de uma nova palavra pela mudança de classe gramatical. Por exemplo: as palavras ‘gelo’ e ‘limão’ são substantivos, mas podem ser transformadas em um adjetivo: camisa gelo, camisa limão.


139  MORFOLOGIA

II. COMPOSIÇÃO: formação de palavras a partir de dois ou mais radicais.

a) Composição por justaposição: Na união, os radicais não sofrem qualquer alteração em sua estrutura. Ex: pontapé (radicais ‘ponta’ e ‘pé’), mandachuva, passatempo, guarda-pó, guarda-roupa.

b) Composição por aglutinação: Na união, pelo menos um dos radicais sofre alteração em sua estrutura. Ex: aguardente (‘água’ e ‘ardente’; sumiu um ‘a’). O mesmo acontece com embora (em boa hora), planalto (plano alto).

c) Hibridismo: É a formação de novas palavras a partir da união de radicais de idiomas diferentes (por ex.,, grego e latim). Ex.: televisão, automóvel, sociologia, sambódromo, burocracia.


140  MORFOLOGIA

III. OUTROS

a) Onomatopeia: Criar palavras, tentando imitar sons da natureza. Por exemplo: zunzum, cricri, tiquetaque, pingue-pongue, bem-te-vi.

b) Abreviação Vocabular: Consiste na eliminação de um segmento da palavra, a fim de se obter uma forma mais curta. Ex.:: de extraordinário ou extrafino forma-se extra; de telefone, fone; de fotografia, foto; de cinematográfico, cinema ou cine; de otorrinolaringologista, otorrino.

c) Siglas: As siglas são formadas pela combinação das letras iniciais de uma seqüência de palavras que constitui um nome. Ex.: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística); IPTU (Imposto Predial, Territorial e Urbano). Algumas são pronunciadas como palavras, por exemplo: Inmetro (Instituto Brasileiro de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial); Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária); Detran (Departamento Estadual de Trânsito).

d) Neologismo semântico: Forma-se uma palavra por neologismo semântico, quando se dá um novo significado, somado ao que já existe. Por exemplo, a palavra ‘legal’ significa ‘dentro da lei’; a esse significado somamos outro: pessoa boa, pessoa legal.


141  MORFOLOGIA

III. OUTROS

e) Neologismo: Palavra formada por invenção do autor, podendo usar em conjunto outros mecanismos de formação de palavras. Ex.: dangerosíssima (palavra criada por Drummond, a partir de 'danger', perigo em inglês).

f) Empréstimo linguístico ou estrangeirismo

É o aportuguesamento de palavras estrangeiras; se a grafia da palavra não se modifica, ela deve ser escrita entre aspas. Por exemplo: estresse, estande, futebol, bife, "show", xampu, "shopping center“, “internet banking”. Pode ocorrer também por tradução literal: controle remoto, supermercado, cartão de crédito, cachorro-quente.


142  MORFOLOGIA Neologismo semântico

Forma-se uma palavra por neologismo semântico, quando se dá um novo significado, somado ao que já

existe. Por exemplo, a palavra legal significa dentro da lei; a esse significado somamos outro: pessoa

boa, pessoa legal.

Empréstimo lingüístico

É o aportuguesamento de palavras estrangeiras; se a grafia da palavra não se modifica, ela deve ser

escrita entre aspas. Por exemplo: estresse, estande, futebol, bife, "show", xampu, "shopping

center".


143  MORFOLOGIA As 10 classes de palavras GRUPO 1: GRUPO 2: Artigo * Verbo

Substantivo * Advérbio

Adjetivo SOLTOS:

Pronome * Preposição

Numeral * Conjunção

* Interjeição


144  CLASSES GRAMATICAIS

Vamos ver agora com mais detalhes as classes gramaticais, que pertencem ao ramo gramatical da MORFOLOGIA.

Primeiramente, vamos aprender a localizar essas classes gramaticais. Aprendendo isso, já estaremos prontos para resolver a maior parte das questões de concurso.

Depois, entraremos em mais detalhes em cada classe e aprenderemos suas classificações internas.


145  CLASSES GRAMATICAIS Verbo:  processo: ação, estado, existência, mudança de estado, desejo, acontecimento, atividade mental ou fenômeno da natureza;

 única classe que pode ser conjugada;

 via de regra, concorda com o sujeito;

Varia em:

Modo (indicativo, subjuntivo e imperativo)

Tempo (presente, pretérito e futuro)

Pessoa (1ª:eu/nós; 2ª:tu/vós; 3ª:ele/eles)

Número (plural e singular)

Voz (ativa, passiva e reflexiva)

Aspecto (iterativo / frequentativo, conclusivo / cessativo, incoativo / inceptivo, imitativo / onomatopaico, diminutivo, aumentativo)

Classe aberta de elementos.

2) Substantivo:

 ser de existência autônoma (‘coisa’)

 concreto/abstrato; comum/próprio; simples/composto; primitivos/derivados; coletivos


146  CLASSES GRAMATICAIS 3) Pronome:

 substitui ou acompanha um nome (em geral, um substantivo).

 tipos: pessoal (eu, me, mim...), possessivo (meu, minha...), demonstrativo (aquele, esse...), interrogativo (qual, quem...), indefinido (alguém, ninguém, nada...), relativo (que, o qual, a qual, cujo...).

O pronome demonstrativo, o possessivo e o interrogativo acompanham um nome; por isso, assim como os artigos, tem o poder de substantivar palavras que não sejam substantivos. Ex: Esse viver é complicado.


147  CLASSES GRAMATICAIS 4) Adjetivo:

 Modifica um substantivo ou um pronome.

O adjetivo não tem existência autônoma; depende sempre de um ser a quem se anexa para dar-lhe uma qualidade, concordando, em geral, com esse nome em gênero e número.

Varia para concordar com o nome que modifica.

Classe aberta de elementos.

5) Advérbio:

 Modifica um verbo, um adjetivo, outro advérbio ou uma oração inteira.

 É classe de palavra invariável, isto é, não se flexiona para concordar com outras palavras. Porém, alguns podem se apresentar nos graus comparativo e superlativo.

 Possui uma classe fechada (agora, não, nunca...) e uma classe aberta (adjetivos + ‘-mente’).


148  CLASSES GRAMATICAIS

6) Artigo: assim como alguns tipos de pronome, determina ou indetermina a expressão nominal seguinte.

classe fechada de elementos: Definidos: o(s), a(s). Indefinidos: um(ns), uma(s).

7) Conjunção: liga orações ou termos de mesma função sintática (mas, pois, e).

8) Preposição: liga palavras estabelecendo relações entre elas (de, por, para, a).

9) Numeral: três, décimo, metade, dobro.

10) Interjeição: expressa emoções e sentimentos (Ah! Nossa! Puxa! Ai! Ó!)


149  1) Substantivo

Dá nome aos seres, isto é, dá nome às palavras que nomeiam coisas concretas e abstratas que tem vida própria, independentemente de outros seres. 

1) Terá valor de substantivo qualquer palavra antecedida de um artigo, de um pronome demonstrativo ou de um pronome possessivo, se não houver um outro substantivo no “bloco” (grupo nominal):

Ex.: O carro; meu passar dos dias é lento; um amanhã virá; esse esperto me ultrapassou.

Essas expressões substantivam a palavra seguinte que não seja substantivo e que não tenha um substantivo em seu grupo nominal.


150  1) Substantivo

2) O substantivo admite os sufixos aumentativos ou diminutivos e a flexão de número (singular/plural):

Ex.: carro, carrinho; tijolo, tijolão; mesa, mesas...

3) Sintaticamente, o substantivo ocupa o núcleo de um grupo nominal, isto é, do sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, agente da passiva, predicativo do sujeito, predicativo do objeto, adjunto adnominal, adjunto adverbial, aposto e vocativo

Ex.: O menino tem necessidade de chocolate.

‘menino’: núcleo do suj.; ‘necessidade’: núcleo do OD; ‘chocolate’: núcleo do compl. nominal.


151  1) Substantivo Classificação dos substantivos:

1) quanto à sua estrutura e formação:

Simples (cachorro) ou compostos (beija-flor)

Primitivos (pedra) ou derivados (pedreiro)

2) quanto ao seu significado:

Comuns (menino) ou próprios (João)

Concretos (carro) ou abstratos (tristeza)

Classe aberta de elementos.

Ex.: Classifique os substantivos: Lisboa, corrida, elefante, guarda-chuva, amor, fada, bem-estar.


152  1) Substantivo Substantivos coletivos:

Armada ou Esquadra (de navios de guerra)

Arquipélago (de ilhas)

Banca (de examinadores)

Banda (de músicos)

Batalhão ou Exército (de soldados)

Cacho (de bananas, de uvas...)

Cáfila (de camelos)

Cancioneiro (de canções, de poemas líricos)

Caravana (de viajantes)

Cardume (de peixes)


153  1) Substantivo Substantivos coletivos: Chusma ou Multidão (de pessoas)

Constelação (de estrelas)

Esquadrilha (de aviões)

Fato (de cabras)

Frota (de navios, de carros, de táxi...)

Horda (de aventureiros, de bandidos)

Legião (de soldados, de demônios...)

Malta (de desordeiros)

Manada (de bois, de búfalos, de elefantes)

Molho (de chaves, de verdura)


154  1) Substantivo Substantivos coletivos: Ninhada (de filhotes)

Nuvem (de insetos)

Plateia (de espectadores)

Quadrilha (de ladrões)

Ramalhete (de flores)

Rebanho (de gado, de ovelhas)

Resma (de papel)

Réstia (de alho, de cebola)

Turma (de alunos, de trabalhadores)


155  1) Substantivo -e  -essa = abade / abadessa; conde / condessa.

FLEXÃO DE GÊNERO

1) Substantivos biformes: apresentam uma forma para o masculino e outra para o feminino.

-o / -e  -a = Menino / menina; mestre / mestra

-ês  -esa = Freguês / freguesa

-ão  -ao = Patrão / patroa; exceções: Barão / baronesa; ladrão / ladra; sultão / sultana.

-or  -ora = Leitor / leitora;

-or  -triz = Ator / atriz; imperador / imperatriz; embaixador / embaixatriz (ou embaixadora).

-e  -essa = abade / abadessa; conde / condessa.


156  1) Substantivo

Há substantivos biformes que formam o feminino de maneira especial ou que tem o feminino com um radical diferente da palavra masculina:

Czar / czarina; maestro / maestrina; frade / freira; herói / heroína; réu / ré.

Bode / cabra; boi / vaca; cão / cadela; cavalheiro / dama; frei / sóror; genro / nora; zangão / abelha.


157  1) Substantivo

2) Substantivos uniformes: não flexionam para se referir a uma palavra masculina ou feminina.

a) Comum de dois gêneros: o colega / a colega; o herege / a herege; o imigrante / a imigrante; o dentista / a dentista; o artista / a artista; o jovem / a jovem; pianista ótimo / pianista ótima.

b) Sobrecomuns: a identificação do sexo só é possível no contexto: o algoz, o cônjuge, a criança, a criatura, o ídolo; a pessoa, a vítima.

c) Epicenos: uma só forma para os dois gêneros + ‘macho’ ou ‘fêmea’, se necessário: arara-macho; jacaré-fêmea; girafa; minhoca; peixe; tatu; pulga...


158  1) Substantivo

3) Substantivos de gênero vacilante: aceitam a forma masculina e a feminina: o diabetes / a diabetes; o hélice / a hélice; o íris / a íris; o laringe / a laringe; o personagem / a personagem; o preá / a preá; o usucapião / a usucapião; o tapa / a tapa; o soprano / a soprano.

4) Substantivos que apresentam dificuldades: o clã; o champanha; o dó; o eclipse; o estigma; o estratagema; o guaraná; o lança-perfume; o magma; o milhar; o plasma; o telefonema; o trema; a aluvião; a bólide; a cal; a comichão; a dinamite; a faringe; a omoplata.


159  2) Numeral

1) Cardinal: indica quantidade (um, cem, mil, bilhões, dez trilhões).

2) Ordinal: indica ordem (primeiro, milésimo).

3) Multiplicativo: indica multiplicação de seres (dobro, triplo, quíntuplo).

4) Fracionário: indica divisão de seres (metade, meio, um terço, onze avos).

Atenção:

Um ladrão levou minha caneta (artigo indef.)

Apenas um ladrão foi identificado (numeral)


160  3) Pronomes

Substituem ou determinam um nome. Varia em gênero, número e pessoa.

1) Pronomes pessoais: substituem um substantivo, podendo ocupar vários papeis sintáticos. Veremos melhor na aula sobre colocação pronominal. Ex.:

Pronomes pessoais retos (exercem papel de sujeito, predicativo do sujeito ou vocativo, esse último com tu e vós): eu, tu, ele, nós, vós, eles.

Pronomes pessoais oblíquos (exercem outros papéis sintático]s) e se dividem em:


161  3) Pronomes

Pronomes pessoais oblíquos (exercem outros papéis sintáticos) e se dividem em:

Pronomes pessoais oblíquos átonos: exercem principalmente o papel de objeto direto, objeto indireto, adjunto adnominal, complemento nominal ou sujeito de infinitivo com verbo causativo ou sensitivo (não são preposicionados): me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes. ESTES PRONOMES INTERESSAM AO ESTUDO DE COLOCAÇÃO PRONOMINAL.

Pronomes pessoais oblíquos tônicos: exercem principalmente o papel de objeto indireto, objeto direto preposicionado, complemento nominal, agente da passiva e adjunto adverbial (são preposicionados, ou já possuem preposição integrada: mim, comigo, ti, contigo, ele, ela, si, consigo, nós, conosco, vós, convosco, eles, elas.


163  COLOCAÇÃO PRONOMINAL 1) Próclise obrigatória:

a) palavras atrativas (negativas; advérbios, pronomes indefinidos e demonstrativos; verbos proparoxítonos; que)

b) certos tipos de oração (iniciada por: pronomes e advérbios interrogativos, pronomes relativos e por expressões exclamativas; com gerúndio seguido de ‘em’; optativa; subordinada; coordenada alternativa).

2) Ênclise obrigatória:

a) verbo no início de frase;

b) verbo no imperativo afirmativo;

c) verbo no gerúndio (sem o ‘em’);

d) verbo no infinitivo pessoal.

3) Mesóclise:

verbos no futuro do presente ou do pretérito (não há ênclise com esses verbos; pode haver próclise).


164  3) Pronomes

2) Pronomes relativos: que, quem, o(s)qual(is), a(s)qual(is), cujo(a/s), onde, quando... Iniciam oração subordinada adjetiva.

Ex.: O menino que vi é seu primo.

O livro a que me referi está esgotado.

O homem com quem conversei é imbecil.

A época em que morei em Madri foi muito alegre.

A cidade onde estive ontem estava vazia.

O homem cuja barba é grande está na praça.

O velho cujos netos são chatos faleceu ontem.


165  3) Pronomes

3) Pronomes de tratamento: uso cerimonioso ou oficial.

Vossa Excelência (V.Exa.): Presidente da República, Senadores, Ministros, Governadores, Deputados, Prefeitos, Embaixadores, Vereadores, Cônsules, Desembargador de justiça, Oficiais generais (até coronéis), Promotor.

Vossa Magnificência (V.M.): Reitores de universidades e outras instituições de ensino superior.

Vossa Senhoria (V.Sa.): Diretores de empresas públicas, outras patentes militares, vereadores, delegados de polícia.

Meritíssimo (M.): Juiz de direito.


166  3) Pronomes 3) Pronomes de tratamento... Vossa Santidade (V.S.): Papa.

Vossa Eminência (V.Ema.): Cardeais, arcebispos e bispos.

Vossa Reverendíssima (V.Revma.): Religiosos, sacerdotes em geral e pastores.

Vossa Majestade (V.M.): Reis e imperadores.

Vossa Alteza (V.A.): Príncipes e duques.


167  3) Pronomes

4) Pronomes possessivos: indicam posse ou propriedade de uma das pessoas do discurso: meu(s), minha(s), teu(s), tua(s), seu(s), sua(s), nosso(s), nossa(s), vosso(s), vossa(s).

5) Pronomes demonstrativos: apontam seres no mundo.

Este, esta, isto: próximo no espaço ou no tempo de quem fala, ou algo que vai ser dito no texto.

Esse, essa, isso: mais distante de quem fala, ou algo que já foi dito no texto.


168  3) Pronomes 5) Pronomes demonstrativos: apontam seres no mundo.

Este, esta, isto: próximo no espaço ou no tempo de quem fala, ou algo que vai ser dito no texto.

Ex.: Este dia (hoje), A verdade é esta: ...

Esse, essa, isso: mais distante de quem fala, ou próximo da pessoa com quem se fala, ou algo que já foi dito no texto.

Ex.: Esse dia (exceto hoje), Essa sua camisa, Por falar nisso…

Aquele, aquela, aquilo: longe no espaço ou no tempo das pessoas em diálogo.

Atenção: Ex.1: A verdade é esta: o jogo foi ruim. Ex.2: O jogo foi ruim, a verdade é essa. Ex.3: Pedro e Mario não vieram; este estava com febre; aquele, viajando.


169  3) Pronomes

6) Pronomes indefinidos: referem-se à terceira pessoa do discurso de uma maneira vaga, imprecisa, genérica.

Ex.: alguém, ninguém, tudo, nada, algo, cada, outrem, mais, menos, demais, algum, alguns, alguma, algumas, nenhum, nenhuns, nenhuma, nenhumas, todo, todos, toda, todas, muito, muitos, muita, muitas, bastante, bastantes, pouco, poucos, pouca, poucas, certo, certos, certa, certas, tanto, tantos, tanta, tantas, quanto, quantos, quanta, quantas, um, uns, uma, umas, qualquer, quaisquer, além das locuções pronominais indefinidas cada um, cada qual, quem quer que, todo aquele que, qualquer um, seja quem for, seja qual for, todo o mundo, tudo o mais...

Fulano, sicrano e beltrano são substantivos, e não pronomes.

Algures, alhures e nenhures são advérbios de lugar, e não pronomes.


170  3) Pronomes

7) Pronomes interrogativos: São os pronomes que, quem, qual e quanto usados em frases interrogativas diretas ou indiretas.

Ex.

O que farei agora? - Interrogativa direta.

Quanto te devo, meu amigo? - Interrogativa direta.

Qual é o seu nome? - Interrogativa direta.

Não sei quanto devo cobrar por esse trabalho. - Interrogativa indireta


171  4) Adjetivos

Classe variável e aberta: lista virtualmente infinita e que varia em gênero e número para concordar com o substantivo que está sendo modificado (ex.: A menina bonita, Os meninos bonitos). Também pode variar em grau (bonitíssimo).

Adjetivos não aparecem sozinhos numa expressão. Dependem sempre de um substantivo ou pronome para modificar. Ex. A porta verde é legal. A verde porta é legal.

Se no bloco de texto (grupo nominal) não aparecer nenhum substantivo, o adjetivo terá sido substantivado, especialmente se vier após um artigo ou um pronome demonstrativo (como ocorre com qualquer palavra). Ex.: O verde é mais bonito. Verde é mais bonito.

Locução adjetiva: duas palavras com valor de um só adjetivo. Ex.: amor de pai: amor paterno.


172  5) Advérbios

São invariáveis: não variam para concordar com a palavra modificada.

Parte dos advérbios é uma lista fechada (hoje, agora, ontem, aqui, ali, lá, acolá, de repente) e parte é uma lista aberta.

Lista aberta: qualquer adjetivo no masculino singular pode funcionar como advérbio, se não for mesmo um adjetivo (isto é, se não estiver modificando um substantivo ou pronome). Ex.: A cerveja que desce redondo.

Praticamente qualquer adjetivo feminino acrescido do final “-mente” torna-se advérbio. Ex.: Alegre (adj.), alegremente (adv.); Linda (adj.), lindamente (adv.). Portanto, para ter certeza se uma palavra é advérbio, substitua por uma com final “-mente”; se a frase mantiver o mesmo sentido e correção, a palavra original era mesmo um advérbio.


173  5) Advérbios Advérbios podem modificar:

UM VERBO: Ele fala depressa. Ele fala rapidamente.

UM ADJETIVO: Ele é muito inteligente.

UM OUTRO ADVÉRBIO: Ele fala muito rapidamente.

UMA FRASE INTEIRA: Talvez, você entenda do assunto.

Adjetivos modificam substantivos ou pronomes; advérbios, não.

Ele é muito elegante. Ele é muito elegantemente (ilógico).


174  6) Artigos Definidos: o, a, os, as, Indefinidos: um, uma, uns, umas

Vêm sempre antes de substantivos, adjetivos ou pronomes. Substantivam a palavra seguinte, se não for substantivo e se não tiver um substantivo no grupo.

Ex.: O passar dos dias é lento. (verbo substantivado)

Ex.: O devagar chega longe. (advérbio substantivado)

Ex.: O verde é o sinal da esperança (adjetivo substant.)

7) Conjunções: lista fechada de palavras que ligam orações (mas, porque, pois, portanto, ou, e, no entanto…)

8) Preposições: lista fechada de palavras que ligam outras palavras (de, em, por, com, até, para, a, sobre, sob, ante)

9) Interjeições: expressão de sentimentos: Ai! Puxa! Nossa!

Classe aberta de elementos.


176  Conjunções (ligam orações)

Coordenativas (orações coordenadas):

Aditivas (adição): e, nem, mas também, como também (depois de não só).

Adversativas (adversidade, oposição): mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não obstante.

Alternativas (alternância, exclusão): ou (repetido ou não), ora, já, quer, seja (repetidos).

Explicativa (explicação, justificativa): pois, porque, porquanto, que

Conclusiva (conclusão, consequência): portanto, logo, assim, então, pois, por isso, por conseguinte, dessarte, destarte


177  Conjunções (ligam orações)

Subordinativas Adverbiais (orações adverbiais):

Causais (causa): que, visto que, já que, porque, porquanto, como, na medida em que

Consecutivas (consequência): tanto que, tal que, tamanho que, tão que, de maneira que, de forma que, de modo que, de sorte que...

Concessivas (concessão): embora, muito embora, apesar de que, malgrado, posto que, ainda que, mesmo que, conquanto, se bem que

Comparativas (comparação): como, mais/menos/melhor/pior que, como se, assim como, tanto quanto, tal...

Conformativas (conformidade): conforme, como, segundo, consoante

Condicionais (condição): se, caso, contanto que, salvo se, desde que, a menos que, a não ser que, exceto se, uma vez que


178  Conjunções (ligam orações)

Subordinativas Adverbiais (orações adverbiais):

Finais (finalidade): para que, que, a fim de que, porque

Proporcionais (proporção): à medida que, ao passo que, quanto mais...mais/menos, à proporção que...

Temporais (tempo): quando, enquanto, antes que, depois que, até que, logo que, sempre que, assim que, desde que, mal


179  Verbos Flexiona-se em pessoa, número, modo, tempo e voz.

Pessoa: 1ª (eu/nós), 2ª (tu/vós), 3ª (ele/eles)

Número: singular e plural.

Modo (tempo): Indicativo (presente, pretérito perfeito, pretérito imperfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro do presente, futuro do pretérito), Subjuntivo (presente, pretérito imperfeito, futuro) e Imperativo (afirmativo, negativo)

Formas nominais: infinitivo (impessoal=falar; pessoal=falar, falares, falar, falarmos, falardes, falarem) gerúndio (falando) e particípio (falado).


180  Verbos

Vozes verbais:

a) Voz ativa: o sujeito é também o agente da ação verbal. Ex.: Eu vi a prova.

b) Voz passiva: o sujeito é o paciente da ação verbal. Ex.: A prova foi vista por mim.

c) Voz reflexiva: o sujeito é também o objeto da ação verbal. Ex.: Carlos machucou-se.

d) Voz reflexiva recíproca: alguém faz algo para outra pessoa e esta outra pessoa faz a mesma coisa para alguém. Ex.: Os oponentes se ofenderam.


181  Verbos Conjugações: 1ª (-ar), 2ª (-er, -or) e 3ª (-ir).

Vogal temática: a, e, i.

Radical: expressa o significado essencial do verbo.

Terminação:

- Vogal temática (radical + VT = tema)

- Desinências modo-temporal e número verbal

Ex.: cant (radical) – á (VT) – va (des.modo-temp.) – mos (des.número-pessoal)


182  DESINÊNCIAS VERBAIS

NÚMERO-PESSOAIS: eu (x), tu (-s, -ste), ele (x), nós (-mos), vós (-is, -stes, -des), eles (-m, -ão)

MODO-TEMPORAIS:

INDICATIVO: presente (x), pretérito perfeito (x), pretérito imperfeito (ava=1ª / ia=2ª e 3ª), pretérito mais-que-perfeito (RA/RE átono), futuro do presente (RÁ/RE tônico), futuro do pretérito (RIA/RIE).

SUBJUNTIVO: presente (troque a vogal temática do pres.ind.), imperfeito (SSE), futuro (x).

IMPERATIVO: negativo (igual ao presente do subjuntivo), afirmativo (igual ao negativo, exceto nas 2ª pessoas do singular e do pural, que se formam do presente do indicativo sem o S final). 

Exceções: ser (sê tu e sede vós), verbos dizer, fazer e trazer - que aceitam duas formas na 2ª pessoa do singular (dize e diz, faze e faz, traze e traz).


183  Verbos Classificação dos verbos: 1) Quanto à flexão:

a) regulares: seguem o paradigma da conjugação (ex.: amar, comer, partir)

b) irregulares: não seguem o paradigma (ex.: ir, ser, estar).

c) defectivos: não se conjugam em todos os tempos, modos e pessoas (ex.: adequar, reaver, precaver, abolir, falir, ressarcir, demolir, colorir, explodir, computar, extorquir, viger).

d) abundantes: duas ou mais formas aceitas no particípio. Neste caso, a gramática aconselha usar:

- ter/haver = particípio regular. Ex.: Eles haviam aceitado...

- ser / estar / ficar = participio irregular. Ex.: Eles são aceitos...


184  Verbos 2) Quanto à existência do sujeito:

a) pessoais: sujeito simples, composto, oculto ou indeterminado.

b) impessoais: orações sem sujeito (suj.inexistente).

3) Quanto à necessidade de complemento:

a) intransitivo: Ele caiu em São Paulo.

b) transitivo direto: Os deputados promulgaram a lei.

c) transitivo indireto: Eu acredito em você.

d) transitivo direto e indireto: A promotora deu parecer favorável ao réu.

e) de ligação: O grupo estava feliz.


185  Verbos Derivação dos tempos verbais

Derivados do presente do ind. (canto, como, parto):

Pretérito imperfeito do ind. (cantava, comia, partia)

Presente do subj. (cante, coma, parta)

Imperativo negativo e afirmativo* (canta tu, cantai vós)

Derivados do pretérito perfeito do ind. (cantei, comi, parti, fui): (obs. IR=SER nesses tempos)

Pretérito mais-que-perfeito do ind. (cantara, comera, partira, fora)

Imperfeito do subj. (cantasse, comesse, partisse, fosse)

Futuro do subj. (se eu cantar, comer, partir, for)


186  Verbos

Derivados do infinitivo impessoal (cantar, comer, partir, ser, ir):

Futuro do presente do ind. (cantarei, comerei, partirei, serei, irei)

Futuro do pretérito do ind. (cantaria, comeria, partiria, seria, iria)

Infinitivo pessoal (para nós cantarmos, para nós sermos, para nós irmos)

Gerúndio (cantando, comendo, partindo, sendo, indo)

Particípio (cantado, comido, partido, sido, ido)


187  Verbos

O imperativo negativo deriva-se totalmente do presente do subjuntivo.

O imperativo afirmativo deriva-se do presente do indicativo “–s” na segunda pessoa e, nas outras pessoas, deriva-se do presente do subjuntivo. Exceção: ser (sê tu e sede vós)

Pres. ind.

Imp.Afirm.

Imp.Neg.

Pres.do subj.

Eu vou

--

Não vá

Que eu vá

Tu vais 

Vai tu

Não vás

Que tu vás

Ele vai

Vá você 

Que ele vá

Nós vamos

Vamos nós 

Não vamos

Que nós vamos

Vós ides 

Ide vós

Não vades

Que vós vades

Eles vão

Vão vocês 

Não vão

Que eles vão


190  Locuções Duas ou mais palavras fazendo a função de uma só.

A) Locução verbal: ele vai chegar, ele tinha chegado, ele havia saído, ele está falando.

B) Locução adjetiva: amor de pai (=paterno), diversão de jovens (=juvenil).

C) Locução conjuntiva: no entanto (=mas), por isso (=portanto).

D) Locução prepositiva: acerca de, a fim de, apesar de, através de, de acordo com, em vez de, junto de, para com, à procura de, à busca de, à distância de, além de, antes de, depois de, à maneira de, junto de, junto a, a par de...

E) Locução adverbial: muito rapidamente, de forma inteligente (=inteligentemente), às vezes, de repente, às cegas, às escondidas, aos poucos, de propósito, às pressas, à toa, lado a lado, a pé, em vão, em cima, à esquerda, em volta, em breve, hoje em dia, de modo algum, quem sabe, sem dúvida.


191  Locuções adjetivas

Duas ou mais palavras fazendo o papel de um adjetivo, isto é, modificando um substantivo ou um pronome.

de águia = aquilino

de aluno = discente

de anjo = angelical

de ano = anual

de aranha = aracnídeo

de asno = asinino

de baço = esplênico

de bispo = episcopal

de bode = hircino

de boi = bovino

de bronze = brônzeo ou êneo

de cabelo = capilar

de cabra = caprino

de campo = campestre ou rural

de cão = canino

de carneiro = arietino

de cavalo = cavalar, eqüino, eqüídio ou hípico

de chumbo = plúmbeo

de chuva = pluvial

de cinza = cinéreo

de coelho = cunicular

de cobre = cúprico

de couro = coriáceo

de criança = pueril

de dedo = digital

de diamante = diamantino ou adamantino

de elefante = elefantino

de enxofre = sulfúrico


192  Locuções adjetivas de esmeralda = esmeraldino

de estômago = estomacal ou gástrico

de falcão = falconídeo

de farinha = farináceo

de fera = ferino

de ferro = férreo

de fígado = figadal ou hepático

de fogo = ígneo

de gafanhoto = acrídeo

de garganta = gutural

de gelo = glacial

de gesso = gípseo

de guerra = bélico

de homem = viril ou humano

de ilha = insular

de intestino = celíaco ou entérico

de inverno = hibernal ou invernal

de lago = lacustre

de laringe = laríngeo

de leão = leonino

de lebre = leporino

de lobo = lupino

de lua = lunar ou selênico

de macaco = simiesco, símio ou macacal

de madeira = lígneo

de marfim = ebúrneo ou ebóreo

de mestre = magistral

de monge = monacal


193  Locuções adjetivas de neve = níveo ou nival de nuca = occipital

de orelha = auricular

de ouro = áureo

de ovelha = ovino

de paixão = passional

de pâncreas = pancreático

de pato = anserino

de peixe = písceo ou ictíaco

de pombo = columbino

de porco = suíno ou porcino

de prata = argênteo ou argírico

dos quadris = ciático

de raposa = vulpino

de rio = fluvial

de serpente = viperino

de sonho = onírico

de terra = telúrico, terrestre ou terreno

de trigo = tritício

de urso = ursino

de vaca = vacum

de velho = senil

de vento = eólico

de verão = estival

de vidro = vítreo ou hialino

de virilha = inguinal

de visão = óptico ou ótico


204  SINTAXE 

205  SINTAXE

Frase: menor unidade autônoma da comunicação. Em termos práticos, vai da primeira letra até o ponto final ou equivalente. Pode ter verbo ou não.

Oração: é um trecho contendo um verbo ou uma locução verbal.

Período: sempre que a frase possuir pelo menos um verbo, recebe o nome de período. Então, um período é uma frase composta por uma ou mais orações. O período terá tantas orações quantos forem os verbos não auxiliares que o constituem.


206  Socorro! (Frase)

Socorram-me! (Frase, período simples ou período de uma oração)

Verde e amarelo. (Frase)

Um belo disco de Cartola! (Frase)

Odeio rodeio. (Frase, período simples ou período de uma oração)

Eles chegaram à festa de carro e, quando menos se esperava, despediram-se, bateram a porta e saíram. (Frase, período composto por 5 orações)

Teriam deixado um recado caso fossem sair. (Frase, período composto por 2 orações)

Eu vou sair assim que eles retornarem minha ligação. (Frase, período composto por duas orações)


207  Termos essenciais da oração

São dois os termos essenciais da oração: sujeito e predicado. A expressão “termo essencial” quer dizer que, teoricamente, não deveria haver nenhuma oração que não tivesse, ao mesmo tempo, sujeito e predicado.

A forma mais simples de separar sujeito e predicado é localizar o sujeito. Via de regra, todo o restante é predicado.

Ex.: [ O João ] [ me disse que irá ao parque no sábado de Carnaval ]


208  Atenção: Apesar de a gramática afirmar que sujeito e predicado são termos essenciais da oração, a própria gramática admite o fenômeno da “oração sem sujeito”, que estudaremos a seguir.

Veremos, mais adiante, que não há oração sem predicado, mas pode haver oração sem sujeito (também chamadas de orações impessoais), que é uma exceção ao que vimos acima. Nas orações sem sujeito, temos uma oração que apresenta somente predicado.


209  1. SUJEITO

Existem várias formas de se definir o que é a função de “sujeito” de uma oração:

1a tentativa: Sujeito é o termo (palavra ou grupo de palavras) que executa a ação do verbo.

Ex.: Caminham todo dia João e Maria pela lagoa do Taquaral.

Atenção 1: A definição 1 não se aplica a todas as orações, pois há orações em que os verbos não são de ação, mas de estado.

Ex.: Brava está Maria com João.


210  Atenção 2: Alguns verbos são chamados de verbos pacientes, porque, apesar de serem verbos de ação e estarem na voz ativa, seu sujeito sofre a ação.

Ex.: O provocador Joãozinho apanhou da coleguinha de escola.


211  Atenção 3: Há ainda o caso da voz passiva, em que a ação expressa pelo verbo é realizada pelo agente da passiva, enquanto o sujeito da voz passiva é, na verdade, aquele que sofre a ação do verbo.

Veremos voz passiva mais adiante; por enquanto, tente diferenciar a estrutura da voz ativa com a voz passiva:


212  Depois de entendermos as 3 observações acima (verbos de estado, verbos pacientes e voz passiva), vemos que um verbo pode ser:

Verbo de ação: o sujeito pratica a ação do verbo

Verbo de estado: o estado é referido ao sujeito

Verbo paciente: o verbo está na voz ativa, mas seu sujeito é quem sofre a ideia de ação do verbo

Verbo na voz passiva: o verbo está na voz passiva e seu sujeito é chamado de paciente, porque é o termo que sofre a ação do verbo


213  Faz-se necessária, então, uma nova definição de sujeito, que seja mais completa. Vamos a ela:

2a tentativa: Sujeito é o termo (palavra ou grupo de palavras) que executa a ação do verbo, ou que exerce um verbo de estado, ou é o termo sobre o que, simplesmente, um predicado diz algo. Em síntese, sujeito é a palavra ou conjunto de palavras de quem se diz algo.

Ex.: Brava está Maria com João.

Ex.: O provocador Joãozinho apanhou da coleguinha de escola.

Ex.: A música mais bonita do Bob Dylan foi cantada pelo grande Belchior.


214  NÚCLEO DO SUJEITO

é o substantivo, pronome, numeral ou palavra substantivada (palavra de outra classe de palavras que, em determinada oração, tem natureza de substantivo) que é a palavra mais importante do sujeito.

Ex.: Janaína chegou cedo ontem. (se o sujeito só tem uma palavra, esta é seu núcleo)

Ex.: O sorvete derretido de uvas passas moçambicanas foi jogado no lixo pelas crianças bagunceiras da Rua 41. (núcleo do sujeito: sorvete)

Ex.: O passar dos anos fez bem para você. (núcleo do sujeito: passar)


215  Atenção: Não confundir sujeito com núcleo do sujeito

Atenção: Não confundir sujeito com núcleo do sujeito. O sujeito pode ter somente o núcleo ou então possuir (além do núcleo) adjuntos e complementos.

Atenção: Não é pelo fato de o sujeito ser longo (extenso) que devemos colocar vírgula. Em ordem direta e sem termo intercalado, não há vírgula entre sujeito e verbo, nem entre verbo e objeto. Em contrapartida, se houver um termo acessório “intruso” (aposto ou vocativo), ou um adjunto adverbial ou oração que interrompa a sequência SVC, essa expressão deverá ser isolada por vírgula(s).


216  Atenção: Qualquer palavra que seja determinada por um artigo ou pronome demonstrativo passa a ter natureza substantiva (isto é, vira uma ‘coisa’, um ‘ser’, concreto ou abstrato). Uma vez substantivada, a palavra pode exercer a função de sujeito da oração (ou de objeto da oração, que veremos mais adiante):

Ex. 1: O perto se torna longe quando se vai de Fusca.

‘Perto’ normalmente é advérbio; aqui, tem natureza substantiva e exerce a função de núcleo do sujeito da oração. [‘Quem se torna longe quando se vai de Fusca?’ R.: ‘O perto’]


217  Ex. 2: O feio bonito lhe parece.

‘Feio’ normalmente é adjetivo; aqui, tem natureza substantiva e exerce a função de núcleo do sujeito da oração. [‘Quem lhe parece bonito?’ Resp.: ‘O feio’]

Ex. 3: Perdido numa ilha, Robinson Crusoé não perdeu o contar dos dias.

‘Contar’ normalmente é verbo; aqui, tem natureza substantiva e exerce a função de objeto direto da oração.


218  Diferenciando Sujeito e Objeto

Ex.: Robinson Crusoé não perdeu o contar dos dias.

 para acharmos o sujeito (quem realiza a ação do verbo), perguntamos: ‘Quem não perdeu o contar dos dias?’ Resp.: Robinson Crusoé.

 para acharmos o objeto (quem sofre a ação do verbo), perguntamos: ‘O que Robinson Crusoé não perdeu?’ Resp.: ‘o contar dos dias’ [é o objeto direto; o verbo substantivado ‘contar’ é o núcleo do objeto direto].


219  TIPOS DE ORAÇÃO

De acordo com o tipo de sujeito (ou inexistência de sujeito), temos os seguintes tipos de oração:

Oração com sujeito determinado

- Expresso (pode ser simples ou composto):

Ex.: A Maria e o João são felizes. (2 núcleos; sujeito: “A Maria e o João”)

Ex.: Vendem-se casas em Campinas. (suj.: “casas”)

- Implícito ou elíptico (= sujeito desinencial)

Ex.: Sabemos bem do problema (oculto=“nós”)

Preferimos essas denominações à denominação sujeito oculto, porque oculto significa que está escondido.

Oração com sujeito indeterminado

- Sabe-se que são mentiras. Roubaram meu lápis.

Oração de sujeito inexistente (= oração sem sujeito)

- Faz 40 graus. Faz dez minutos. Há cem amigos. Chove.


220  Sujeito determinado

Divide-se em sujeito explícito (simples ou composto) ou sujeito oculto.

a) Sujeito expresso: está visível na oração.

a1) Sujeito simples: apenas uma palavra exerce a função de núcleo do sujeito. Não importa se essa palavra está no singular ou no plural.

Ex.: As crianças bagunceiras jogaram no lixo o sorvete. (núcleo do sujeito: ‘crianças’; ‘as’ e ‘bagunceiras’ são adjuntos adnominais)


221  Sujeito determinado

a2) Sujeito composto: quando há mais de uma palavra exercendo a função de núcleo do sujeito.

Ex.: A bolsa e o envelope estavam rasgados. (núcleos do sujeito: ‘bolsa’ e ‘envelope’)

Atenção: não confundir substantivo composto com sujeito composto. Na frase “o guarda-chuva está quebrado”, o núcleo do sujeito (‘guarda-chuva’) é sujeito simples (um só núcleo do sujeito), apesar de ser um substantivo composto.


222  Atenção: o sujeito não pode ser preposicionado, isto é, ser iniciado por uma preposição (de, em, para, por etc.). Ele pode ter complemento, mas não ser complemento. 

Errado: É tempo da Assembléia destituir o governador.

Certo: É tempo de a Assembléia destituir o governador.

Errado: Não vejo mal na Paulina mudar de cidade para estudar.

Certo: Não vejo mal em a Paulina mudar de cidade para estudar.

Errado: Antes destas exigências serem cumpridas, precisamos reavaliar o estudo.

Certo: Antes de estas exigências serem cumpridas, precisamos reavaliar o estudo.

A regra não é rígida. Muitos gramáticos aceitam essa contração como uma variante linguística.


223  Sujeito determinado

b) Sujeito elíptico, implícito ou desinencial: o sujeito não está expresso, mas é possível facilmente identificá-lo pela terminação verbal (desinência) e pela sequência textual. 

Ex.: Carla e Andréa disputaram a tapas o buquê da noiva (sujeito definido composto). Derrubaram a mesa com o bolo do casamento (sujeito definido oculto).

Exercício: classifique as duas orações abaixo quanto ao tipo de sujeito:

1) A noite estava linda.

2) À noite estava linda.


224  Sujeito indeterminado

Embora se saiba que alguém praticou uma ação, não se pode ou não se quer identificar quem a praticou.

Para que seja sujeito indeterminado, é preciso que o verbo esteja:

 na terceira pessoa do singular + ‘-se’

 na terceira pessoa do plural (e não haja referência).

Ex.: Precisou-se de vários seguranças para apartar a disputa generalizada pelo buquê da noiva (sujeito indeterminado). Derrubaram a mesa com o bolo do casamento (sujeito indeterminado).


225  Atenção: cuidado para não confundir sujeito indeterminado (que, na 3a pessoa do singular+ ‘-se’, acompanhando sempre VTI, VI ou VL) e oração na voz passiva sintética (que tem sujeito e se forma sempre com VTD ou com VTDI). Pode haver VTD com o pronome SE, desde que o OD venha preposicionado.

Ex.: Precisou-se de muitos seguranças. Trata-se de casos graves. (SUJ.INDET.)

O “se” das orações acima é chamado de índice de indeterminação do sujeito.

Ex.: Contrataram-se muitos seguranças. Alugam-se casas. (VOZ PASSIVA)

O “se” das orações acima é chamado de pronome apassivador.


226  PARTÍCULA “-SE” Exercício: Classifique as duas orações abaixo

Voz passiva sintética

VTD ou VTDI, concordando com o sujeito

SE: pronome apassivador

Sujeito indeterminado

Outros verbos, na 3ª pessoa do singular

SE: índice de indeterminação do sujeito

Exercício: Classifique as duas orações abaixo

como voz passiva ou sujeito indeterminado:

1) Contratam-se motoristas com experiência.

2) Precisa-se de motoristas com experiência.


227  Diferenciando sujeito oculto e sujeito indeterminado

Pessoa/

número

Frase

Tipo de sujeito

1ª p sing.

Conversei no cinema.

Sujeito oculto

2ª p sing.

Conversastes no cinema.

3ª p sing.

Conversa no cinema.

Sujeito oculto*

1ª p pl.

Conversamos no cinema.

2ª p pl.

Conversastes no cinema.

3ª p pl.

Conversaram no cinema.

Sujeito oculto ou suj.indeterminado**

* se não for [VTD ou VTDI] + ‘se’, será oração c/suj.indet.

** se a frase estiver fora de um contexto, deve-se consi-

derá-la como oração c/suj.indet.


228  Atenção: A maioria dos gramáticos considera como simples o sujeito representado por pronome indefinido, embora semanticamente haja uma indeterminação:

Ex.: Ninguém parecia estar satisfeito. (sujeito simples)

Ex.: Tudo estava ao seu alcance. (sujeito simples)

Exercício: Corrija as frases, se necessário:

1) Tratam-se de assuntos importantes.

2) Conhece-se muitos alunos da escola.

3) Assiste-se a muitos jogos da Copa.


229  Oração de sujeito inexistente

Nesse tipo de oração, o verbo (principal e auxiliar, se houver) assume a 3ª pessoa do singular (exceto com o verbo ‘ser’ indicando tempo e distância, que deve concordar com o predicativo).

Ex.: Havia muitas diferenças entre mim e ela.

Atenção: o verbo ‘existir’ é pessoal; o que é impessoal é o verbo ‘haver’ com o sentido de ‘existir’:

Existiam muitas diferenças entre nós.

Havia muitas diferenças entre nós.


230  Oração com sujeito inexistente

Ex.: Faz calor hoje. Faz 30 graus agora. Ontem trovejou muito. Chove todos os dias à tarde. Faz dez anos que a vi pela última vez. Faz 20 minutos que cheguei. Já passa das nove da noite. Chega de balbúrdias! Basta de paciência e gratidão!

Atenção: há casos em que, no sentido conotativo, os verbos acima podem ser pessoais e, nesse caso, devem concordar com o sujeito:

Ex.: Eles trovejaram críticas após o anúncio do índice de aumento salarial.

Ex.: Choveram denúncias contra o governador.


231  Oração com sujeito inexistente

Atenção: em frases como “são dez horas e vinte minutos”, “é zero hora”, “é uma hora e cinco minutos agora”, o verbo “ser” é impessoal, mas concorda com o predicativo.

Atenção: quando o verbo “haver” for impessoal, o verbo auxiliar que o acompanha também fica invariável, na 3ª pessoa do singular:

Ex.: Deve haver motivos para ele não ter ido à aula.


232  Oração com sujeito inexistente

Atenção: o verbo “haver” quando for verbo auxiliar é pessoal.

Ex.: Eles haviam chegado há menos de uma hora.

Dica: Há duas formas para diferenciar verbo principal e auxiliar:

1) o verbo auxiliar vem sempre antes; verbo principal vem sempre depois (é a regra mais prática de todas);

2) o verbo principal tem maior carga semântica, seu sentido está em evidência;

3) o verbo auxiliar carrega as marcas de flexão verbal (flexão de modo, tempo, pessoa, número).


233  RESUMINDO: Oração com suj. inexistente ou c/ verbo impessoal

 Não tem sujeito, mas pode ter objeto.

 Fica na 3ª pessoa do singular (Chovia muito; precisa-se de ajudantes), exceto no caso do verbo ‘ser’, que concordará com o predicativo (É uma e meia; são quinze pras duas).

 O caso mais cobrado em provas sobre verbo impessoal é o verbo ‘haver’ no sentido de tempo decorrido (Há anos não o vejo) ou de ‘existir’ (Havia muitas pessoas no local).

 O verbo ‘haver’ usado como auxiliar é pessoal, e portanto deve concordar com o sujeito (Ele havia passado por ali; eles haviam passado por ali).


234  2. PREDICADO Tipos de predicado: nominal verbal verbo-nominal

Predicativos: do sujeito (aparece no predicado nominal e no predicado verbo-nominal) e do objeto (só aparece no predicado verbo-nominal). Não há predicativo em predicados verbais.

Para entender os tipos de predicado, é preciso entender os tipos de verbo em uma oração.


235  Os verbos na oração

A) VERBO DE LIGAÇÃO: a gramática diz que é verbo sem valor semântico, que apenas liga o sujeito a uma característica do predicado nominal. É também chamado de verbo não nocional.

Os verbos de ligação mais usados são: ser, estar, tornar-se, permanecer, continuar, ficar, parecer, andar, viver, virar.

Atenção: Os verbos estar, permanecer, ficar e andar podem ser empregados também como verbos nocionais (verbos intransitivos), indicando circunstância de espaço físico. Isso ocorre também com o verbo virar.


236  VERBO DE LIGAÇÃO

VERBO INTRANSITIVO

Ela é uma pessoa agradável.

-

Carlos já foi meia do Guarani.

A lição tornou-se simples.

Eu continuo estudando.

Eu permaneço sozinha.

Eu permanecerei em casa.

Os políticos ficam impunes.

Ele ficou no sítio até tarde.

Carlos anda meio desatento.

Carlos anda mais de 6 quilômetros por dia.

Mariângela vive ocupada com o curso.

Mariângela vive em Campinas há 2 anos.

A loja está fechada hoje.

A loja está na esquina da rua A com a rua B.


237  Os verbos na oração

B) Verbo intransitivo: não exige complemento (pode haver adjunto ou predicativo)

Ex.: Ele corre muito. Ela vai ao cinema.

Antonieta adoeceu de pneumonia.

C) Verbo transitivo: a ação transita do verbo para um complemento, chamado de objeto.


238  Os verbos na oração

C1) Verbo transitivo direto: exige um objeto direto como complemento. Eventualmente, pode ter preposição acidental (objeto direto preposicionado)

Ex.: Quem vê, vê alguma coisa.

Ex.: Carlota viu uma moeda de dez centavos no chão.

Pergunta: ‘O que Carlota viu no chão?’

Resposta: ‘uma moeda de dez centavos’


239  Os verbos na oração

C2) Verbo transitivo indireto: exige um objeto indireto como complemento. Quem crê, crê em alguma coisa.

Ex.: Carlinhos ainda acredita em Papai Noel.

Pergunta: ‘Em que Carlinhos acredita?’ ou ‘No que Carlinhos acredita?’

Resposta: ‘em Papai Noel’ ou ‘no Papai Noel’.

Obs.: a pergunta para achar um OI e a resposta consistente em um OI começam sempre com uma preposição, porque um OI também começa sempre com uma preposição.


240  Os verbos na oração

C3) Verbo transitivo direto e indireto: exige um OD e um OI.

Quem dá, dá alguma coisa [OD] a alguém [OI].

Ex.: A professora Carmela entregou exercícios realmente difíceis ao alunos da quinta série.

Pergunta para achar o OD: ‘O que a professora Carmela entregou?’

Resposta: ‘exercícios realmente difíceis’ (OD)

Pergunta para achar o OI: ‘A quem a professora Carmela entregou?’

Resposta: ‘aos alunos da quinta série’ (OI)


241  Atenção: Os VTD e os VTDI (e somente esses dois tipos de verbo) admitem voz passiva.

Voz ativa: Alguns grandes empresários condenam os direitos trabalhistas.

Voz passiva analítica: Os direitos trabalhistas são condenados por alguns grandes empresários.

Voz passiva sintética: Condenam-se os direitos trabalhistas.


242  Atenção: Alguns verbos intransitivos possuem adjuntos adverbiais que se parecem com complemento, mas não o são.

Mari e Rodô vão [ao cinema] [hoje à tarde]

AAdv local AAdv tempo


243  Diferença entre complemento (OD e OI) e adjunto.

1. Sujeito - verbo intransitivo - (adj.adverbial)

O Presidente - regressou - (ontem).

2. Sujeito - verbo transitivo direto - objeto direto - (adjunto adverbial)

O Chefe da Divisão - assinou - o termo de posse - (na manhã de terça-feira).

3. Sujeito - verbo transitivo indireto - objeto indireto - (adjunto adverbial).

O Brasil - precisa - de gente honesta - (em todos os setores).

O garoto - acredita - em Papai Noel.


244  Diferença entre complemento (OD e OI) e adjunto.

4. Sujeito - verbo transitivo direto e indireto - obj. direto - obj. indireto - (adj. adv.)

Os desempregados - entregaram - suas reivindicações - ao Deputado - (no Congresso).

5. Sujeito - verbo intransitivo - (adj.adverbial)

A reunião do Grupo de Trabalho - ocorrerá - (na próxima semana).

O Presidente - chegou - (na sexta-feira).

6. Sujeito - verbo de ligação - predicativo - (adjunto adverbial)

O problema - será - resolvido - prontamente.


245  TIPOS DE PREDICADO

1. Predicado verbal: verbo intransitivo e verbo transitivo faz com que o seu predicado seja chamado de predicado verbal (ou, em alguns casos, predicado verbo-nominal, como veremos adiante).

O núcleo do predicado verbal é sempre o verbo de ação.

Ex.: A moça [dançou até o clube fechar].


246  TIPOS DE PREDICADO

2. Predicado nominal: quando tivermos VL, teremos sempre um predicado nominal, isto é, um predicado que diz alguma coisa sobre um nome. Nas frases que vimos antes, o predicado nominal está em itálico e o sujeito, em letra normal.

O nome pode estar exercendo a função de sujeito (e o predicado nominal será do tipo ‘predicativo do sujeito’, como em todos os exemplos acima) ou de objeto (e o predicado nominal será do tipo ‘predicativo do objeto’).


247  TIPOS DE PREDICADO

O núcleo do predicado nominal é sempre um nome (substantivo, adjetivo, pronome ou numeral) que indica estado, qualidade ou característica do outro nome a que se refere.

A vida na cidade grande é [VL] dura [PS].

O predicado nominal está em itálico; VL, sublinhado; o predicativo do sujeito, em negrito.


248  TIPOS DE PREDICADO

3. Predicado verbo-nominal: é um predicado que, ao mesmo tempo, é verbal e nominal.

Ocorre predicado verbo-nominal quando a oração traz um verbo intransitivo ou transitivo (é nocional; isso caracteriza o predicado verbal) e há um verbo de ligação implícito (isso caracteriza o predicado nominal).

O verbo traz uma ação e, ao mesmo tempo, a frase nos traz uma informação sobre o sujeito (predicativo do sujeito) ou sobre o objeto (predicativo do objeto).


249  TIPOS DE PREDICADO

Ex.: Os pedestres caminham irritados em direção ao trabalho. [verbo ‘estar’ implícito]

Os pedestres caminham em direção ao trabalho e estão irritados.

‘Irritados’ é predicativo do sujeito, pois caracterizam ‘os pedestres’, termo que na frase exerce a função de sujeito.

Ex.: Achei o bombardeio aéreo uma droga. [verbo ‘ser’ implícito]

Achei que o bombardeio aéreo era uma droga.

‘Uma droga’ é predicativo do objeto, pois caracteriza ‘o bombardeio’, termo que na frase exerce a função de objeto.


250  TIPOS DE PREDICATIVOS Na prática, predicativo é

o predicado nominal sem VL:

Ex.: O estudo de Joana era sério.

a parte nominal do predicado verbo-nominal.

Ex.: Neusa caminhava triste pela rua.

Ex.: Neusa [caminhava pela rua = PV] e [ estava triste = PN]


251  TIPOS DE PREDICATIVOS

1. Predicativo do sujeito: aparece no predicado nominal e no predicado verbo-nominal.

PS no predicado nominal: Os jovens estavam alegres.

PS no predicado verbo-nominal: Os jovens dançavam alegres. [está subentendido o verbo ‘estar’; ‘dançar’ é verbo de ação].

Desenvolvendo a frase: Os jovens dançavam e estavam alegres.


252  TIPOS DE PREDICATIVOS PS no predicado verbo-nominal:

Juan saiu do escritório nervoso.

Atenção: cuidado com os casos de ambiguidade envolvendo os predicativos. No exemplo acima, se ‘nervoso’ estiver se referindo a ‘Juan’, é predicativo do sujeito; se estiver se referindo a ‘escritório’, é adjunto adnominal.


253  TIPOS DE PREDICATIVOS 2. Predicativo do objeto: aparece apenas no predicado verbo-nominal.

PO: O médico considerou grave o estado do paciente. [está subentendido que “o estado do paciente é grave”].

Desenvolvendo a frase: O médico considerou o estado do paciente como sendo grave.

[Como o predicado se refere a ‘estado’, que exerce a função de OD, ‘grave’ é predicativo do objeto].

Ambiguidade: diga se a palavra ‘culpada’ é PS ou PO na oração abaixo:

A juíza condenou a ré culpada.


254  TIPOS DE PREDICATIVOS

Exercício: explique a ambiguidade em cada uma das sentenças:

a) Os alunos lêem os livros apressados.

b) Carlos encontrou o Eugênio bêbado.

c) Lúcia achou o cavalo morto.

Exercício: grife e classifique os predicados e os predicativos:

a) Os desistentes não eram brasileiros.

b) Os brasileiros chegaram apressados.

c) Carlos visitou a sogra internada.


255  RESUMINDO TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO

Sujeito: é o termo sobre o qual se declara algo. Possui um núcleo.

Predicado: é tudo o que se declara sobre o sujeito. Não existe oração sem predicado.


256  RESUMINDO TIPOS DE ORAÇÃO EM RELAÇÃO AO SUJEITO:

Oração com sujeito determinado (simples, composto ou oculto)

Oração com sujeito indeterminado (com 3ª p.sing.+ ‘-se’ ou 3ª p.plural)

Oração sem sujeito (fenômenos da natureza, ‘haver’ no sentido de ‘existir’ ou de tempo decorrido etc.


257  RESUMINDO

PREDICADOS

nominal (sempre com VL; o núcleo é o nome constante no predicado)

verbal (verbo de ação; o núcleo é o verbo);

verbo-nominal (verbo de ação com VL subentendido; os núcleos são o verbo e o nome constante no predicado)


258  RESUMINDO

PREDICATIVOS (aparecem nos predicados nominal e verbo-nominal; não há predicativo em predicados verbais):

do sujeito (em todo predicado nominal e quando, no predicado verbo-nominal, o predicativo se refere ao sujeito)

do objeto (quando, no predicado verbo-nominal, o predicativo se refere ao objeto)


259  RESUMINDO TIPOS DE VERBOS Verbo de ligação (integra predicado nom.)

Verbo intransitivo (não tem complemento)

Verbo transitivo (tem complemento)

-- VTD: exige OD

-- VTI: exige OI

-- VTDI: exige OD e OI


260  TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO

Complemento verbal (OD e OI);

Complemento nominal

Agente da passiva


261  TERMOS INTEGRANTES

1) Complemento verbal: pode ser objeto direto (complementa um VTD ou VTDI) ou objeto indireto (complementa um VTI ou VTDI).

2) Complemento nominal: complementa um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e vem sempre preposicionado.

Ex.:

O cumprimento das regras nem sempre é justo.

Paola mostrou-se favorável à igualdade social.

Paola se posicionou favoravelmente à igualdade social.


262  TERMOS INTEGRANTES

3) Agente da passiva: é o termo que indica o ser que pratica a ação de um verbo na voz passiva (quem executa a ação do verbo, por isso, ‘agente da passiva’), mas esse ser não é o sujeito do verbo.

É o termo que, se estivesse na voz ativa, seria, ao mesmo tempo, o sujeito e o agente do verbo.


263  Transformação para a voz passiva

Voz ativa:

[Os estudos de Freud] atingiram [o núcleo da tradição cristã].

Sujeito e agente VTD OD e paciente

Voz passiva analítica:

[O núcleo da tradição cristã] foi atingido [pelos estudos de Freud].

Sujeito e paciente VTD Agente da passiva

Voz passiva sintética:

Atingiu-se [o núcleo da tradição cristã]

Sujeito e paciente


264  Transformação para a voz passiva

Ex.: Zumbi foi morto por Domingos Jorge Velho.

A frase acima está na voz passiva?

‘Morrer’ é VI  VI, VL e VTI não formam voz passiva; somente VTD e VTDI formam VP;

O sujeito de ‘morrer’ é, ao mesmo tempo, agente da ação de morrer (Zumbi), o que nos indica que a oração está na voz ativa.

Atenção: o verbo da oração não é ‘matar’ (VTD) e sim ‘morrer’.


265  Transformação para a voz passiva

1) O agente da passiva pode ser omitido. Ex.: O núcleo da tradição cristã foi atingido.

2) O agente da passiva se inicia por uma preposição (‘por’, ‘pelo’ ou ‘de’). Ex.: A turma constitui-se de bons alunos.

3) O verbo na voz passiva é formado por ‘ser’ (no mesmo tempo do verbo original) + particípio do verbo original. Se, no exemplo, o verbo original estivesse no presente (atingem), dizer-se-ia, na voz passiva, “é atingido”; se estivesse no futuro (atingirão), dizer-se-ia “será atingido”.


266  Transformação para a voz passiva

4) O verbo na voz passiva concorda sempre com o sujeito da passiva e não com o agente da passiva. Essa é a principal diferença para a voz ativa, em que o sujeito é via de regra o agente do verbo.

5) Na voz passiva, o termo que era OD na voz ativa torna-se sujeito da passiva, enquanto que o termo que era sujeito torna-se agente da passiva.

6) A voz passiva sintética se chama assim porque é mais enxuta (mais resumida: não apresenta o agente da passiva). O ‘se’ da voz passiva sintética é chamado de pronome apassivador.


267  Transformação para a voz passiva

7) Se você ficar em dúvida se uma oração de VP sintética (com um verbo + ‘se’) é mesmo voz passiva, realize os seguintes passos:

Veja se o verbo é VTD ou VTDI; se for VL, VTI ou VI, a oração será voz ativa;

Tente passar a oração da voz passiva sintética para a voz passiva analítica. Se a mudança for possível, a frase estava na VP sintética e seu verbo deve concordar com o sujeito. Caso contrário, não se trata de VP sintética (provavelmente será oração com sujeito indeterminado, devendo o verbo permanecer na 3ª pessoa do singular):


268  Transformação para a voz passiva

Ex.: Atingiu-se o núcleo da tradição cristã

 O núcleo da tradição cristã foi atingido [por alguém].

O verbo ‘atingir’ é VTD, pois ‘quem atinge, atinge alguma coisa’. Como é possível mudar para a VP analítica, a oração inicial estava na VP sintética.

O ‘se’ é pronome apassivador e o verbo deve concordar com o sujeito (‘o núcleo da tradição cristã’).


269  Transformação para a voz passiva

Ex.: Acredita-se muito em seres fantásticos

 Seres fantásticos são muito acreditados por alguém*

* Essa transformação é impossível, pois faltou a preposição ‘em’ e o sentido foi modificado de uma frase para outra. ‘Quem acredita, acredita em alguma coisa’ (VTI).

Então, o ‘se’ é índice de indeterminação do sujeito, a oração é de sujeito indeterminado e o verbo deve ficar na 3ª pessoa do singular + ‘se’.


270  Transformação para a voz passiva

Exercício: classifique as orações como sendo de voz passiva sintética ou de sujeito indeterminado:

1) Analisa-se o problema.

2) Analisam-se os problemas.

3) Precisa-se de balconista

4) Clama-se por alguém que entenda o caso.

5) Desconfia-se muito do pobre rapaz.

6) Assistiu-se o doente na enfermaria.

7) Duvida-se da nossa capacidade.

8) Obedecem-se os sinais de trânsito.


271  Transformação para a voz passiva

Exercício: passe, quando possível, as frases abaixo para a voz passiva analítica e sintética:

1) O terremoto atingiu a capital do Haiti.

2) A loja exige vendedoras com experiência.

3) A multidão comprará livros de auto-ajuda.

4) Darei as caixas ao senhor Alfredo.

5) A multidão assistiu aos jogos do São Paulo.

6) A clínica de repouso assiste o seu Alfredo.

7) Amou ao próximo com a si mesmo.

8) Não pagaremos/perdoaremos aos corruptos.


272  TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO

Adjunto adnominal

Adjunto adverbial

Aposto

Vocativo

Obs.: Diferenciando adjetivo e advérbio:

Adjetivo: modifica substantivo ou pronome.

Advérbio: modifica outras classes que podem ser modificadas (verbo, adjetivo, outro advérbio ou oração inteira), nunca substantivo ou pronome.


273  TERMOS ACESSÓRIOS

1) Adjunto adnominal: é a palavra que acompanha um substantivo ou palavra com valor de substantivo, formando um termo sintático. Em geral, são pronomes, artigos e adjetivos que acompanham um substantivo.

Aquele[pron.] grande[adj] jogador brasileiro[adj] foi contratado pelo Guarani.

 temos 3 adjuntos adnominais nesse trecho.

Atenção: É muito cobrada em concurso (especialmente de nível médio) a diferença entre complemento nominal (termo integrante) e adjunto adnominal (termo acessório).


274  Concordância verbal e nominal 

275  Concordância verbal

A regra (há exceções, que veremos na parte sobre concordância) é o verbo concordar com o sujeito.

Atenção: Regra básica de concordância verbal:

Sujeito no singular  verbo no singular

Sujeito no plural  verbo no plural


276  Essa regra vale tanto para a voz ativa quanto para a voz passiva:

VOZ ATIVA: Os Engenheiros do Hawaii gravarão mais uma canção famosa do Dylan.

VOZ PASSIVA: Mais uma canção famosa do Dylan será gravada pelos Engenheiros do Hawaii.


277  ENCONTRANDO O SUJEITO

Ex. 1: Milhões de pessoas no Brasil ainda não participam da rede mundial de computadores.

Ex. 2: Ainda não participam da rede mundial de computadores milhões de pessoas no Brasil.

Ex. 3: Foram divulgados por Carlos há cinco minutos os comunicados a respeito da crise.

Ex. 4: Pedrinho apanhou da coleguinha.


278  Dica: o jeito mais prático de encontrar o sujeito é perguntar quem exerce a ação ou estado do verbo, ou de quem o predicado está dizendo alguma coisa:

Quem ainda não participa da rede mundial de computadores?

Resposta: ‘milhões de pessoas no Brasil’ (é o sujeito).

A dica dá certo também com o verbo na voz passiva (Ex. 3), desde que seja mantido o verbo na forma passiva:

Quem foi divulgado por Carlos há cinco minutos?

Resposta: ‘os comunicados a respeito da crise’ (é o sujeito). Núcleo do sujeito: ‘comunicados’.


279  Padrão sintático do português:

S-V-C-[Adjuntos]

A ordem sintática padrão do português é SVC (ou SVO), ou seja, o sujeito é anteposto ao verbo:

Ex.: O comportamento de Juliana inquieta Rodolfo.

Atenção com a inversão da ordem padrão do português! Para dificultar, as questões de concurso costumam trazer o sujeito posposto ao verbo:

Ex.: Inquieta Aline as crises de Juliana.


280  Atenção com as frases longas

Atenção com as frases longas! Outra forma de dificultar o candidato a encontrar o sujeito e fazer a correta concordância é apresentar frases longas, com vários termos intercalados. Veja a questão:

(FCC) As pesquisas desenvolvidas nos vários centros nacionais e internacionais, tanto em animais quanto em seres humanos, têm demonstrado que o tratamento regenerativo com células-tronco está deixando de ser uma utopia.

Questão: É correto afirmar que “têm” está no plural para concordar com “seres humanos”?


281  RESUMINDO É importante localizar pelas seguintes razões:

1) porque a questão pergunta qual o sujeito;

2) para verificar se a concordância verbal está correta;

3) para melhor compreensão e interpretação do texto.


282  Atenção: Em ordem direta e sem termos intercalados, não há vírgula entre sujeito, verbo e complemento (objeto).

Quando há inversão da ordem padrão, a vírgula deve isolar o adjunto adverbial anteposto ao verbo. A vírgula será facultativa quando o adjunto for de curta extensão (isto é, de uma ou duas palavras).

Ex.: Ivo viu a uva meio-dia e meia em Cabreúva.

Ex.: Meio dia e meia, em Cabreúva, Ivo viu a uva.

Ex.: Ontem, Ivo viu a Uva. Ontem Ivo viu a uva

Ex.: De manhã, Ivo viu a Uva. De manhã Ivo viu a uva.


283  Atenção: Se houver qualquer termo intercalado (um aposto, uma explicação, um adjunto) que não seja S-V-C e que possa ser excluído sem prejuízo gramatical (ainda que haja prejuízo de sentido) para a frase, deverá vir isolado por vírgula, por travessões ou por parênteses:

Freewheelin’, segundo disco de Dylan, foi gravado só com voz, gaita e violão.

Freewheelin’ – segundo disco de Dylan – foi gravado só com voz, gaita e violão.

Freewheelin’ (segundo disco de Dylan) foi gravado só com voz, gaita e violão.

Freewheelin’ foi gravado só com voz, gaita e violão.


284  Concordância verbal

Estudar concordância verbal é, basicamente, localizar o sujeito da oração, pois é com este que o verbo deve concordar.

Há alguns casos que essa concordância sujeito-verbo apresenta dificuldades ou mais de uma possibilidade de concordância. Vamos a esses casos.


285  Concordância verbal 1) Coletivos funcionando como sujeito

a) sem qualquer termo restritivo: o verbo fica no singular.

O bando roubou o banco.

A maioria apóia a ministra.

b) com um termo restritivo no plural: o verbo pode ficar no singular ou ir para o plural.

O bando de ladrões roubou/roubaram o banco.

A maioria das pessoas apóia/apóiam a ministra.

Um milhão de pessoas assistiu/assistiram ao show.


286  Concordância verbal

c) sem qualquer termo restritivo, mas com certa distância do sujeito, ou quando o enunciado falar explicitamente em ‘concordância ideológica’: o verbo pode ficar no singular ou no plural.

O pessoal todo, após a aula, entenderam a matéria.

Obs.: esse uso (‘c’) é mais polêmico, e o candidato deve acatar ou descartar essa alternativa em comparação com as outras alternativas da questão.

d) A cidade de São Paulo tem 1,5 milhão de desempregados.


287  Concordância verbal 2) Mais de, menos de, cerca de...

O verbo concordará com o numeral que vier após essas expressões.

Mais de uma criança se machucou no parque.

Menos de duas pessoas se machucaram.

Mais de uma pessoa se agrediram. (vai pro plural somente nesse caso de ‘reciprocidade’).

Obs.: normalmente, a concordância desses exemplos que apresentamos segue uma lógica: ideia de plural = verbo no plural; ideia de singular = verbo no singular. Nos dois primeiros exemplos, não se segue essa lógica. Convém, então, memorizar esse caso.


288  Concordância verbal 3) Nomes próprios no plural

a) nome de uma obra: pode ficar no singular ou no plural:

Ex.: “Os Sertões” imortalizou/imortalizaram Euclides da Cunha.

b) nome de um lugar: só irá para o plural se estiver acompanhado de artigo:

Ex.: Campinas é uma cidade grande.

Ex.: Os Estados Unidos entraram em guerra.

Ex.: As Minas Gerais têm belos lugares.


289  Concordância verbal 4) Qual de nós / Quais de nós

Qual de, quem de, cada um, algum de, nenhum de nós: falou.

Quais de, alguns de, muitos de, vários de nós: falamos (se quem fala se inclui) ou falaram (se quem fala não se inclui)

5) Sujeito como pronome relativo ‘que’

Concordará com o elemento o qual retoma (antecedente).

Ex.: Fui eu que gritei. Fomos nós que gritamos.

Ex.: Esses são os alunos que foram aprovados.


290  Concordância verbal 6) Sujeito como pronome demonstrativo +‘que’

O verbo concordará com o pronome demonstrativo.

Se você estiver em dúvida se ‘o’ e ‘a’ são pronomes demonstrativos em uma oração, substitua-os por ‘aquele’ e ‘aquela’ (também pronomes demonstrativos), respectivamente.

Ex.: Fui eu o que gritou. Fui eu aquele que gritou.

Ex.: Fomos nós os que gritaram.

Ex.: Foste tu a que gritou.


291  Concordância verbal 7) Pronome relativo ‘quem’

O verbo ficará na 3ª pessoa do singular. Contudo, há gramáticos que admitem a concordância com o antecedente, por razões de ênfase.

Ex.: Fui eu quem gritou. Foi ele quem gritou.

Ex.: Fomos nós quem gritou.

Como pronome interrogativo, há concordância. Quem esteve? Quem são os irmãos?


292  Concordância verbal 8) Um dos que...

Aqui, vale o sentido a ser expresso:

a) Se o elemento é o único que realizou a ação, o verbo ficará na 3ª pessoa do singular.

Ex.: O Brasil é um dos países com maior número de Copas do Mundo.

b) Se o elemento não é o único que realizou a ação, o verbo irá para a 3ª pessoa do plural.

Ex.: O Brasil é um dos países que ganharam Copa do Mundo.

Obs.: quando não se sabe se é o único, a concordância singular ou plural é facultativa.


293  Concordância verbal 9) Nenhum dos que...

Use a lógica. Dentre os muitos que fizeram uma ação (plural), nenhum fez outra (singular).

Ex.: Nenhum dos alunos que fizeram a prova foi reprovado.

 Os alunos fizeram a prova.

 Nenhum foi reprovado.


294  Concordância verbal 10) Porcentagem + substantivo

a) sem determinante (artigo ou pronome demonstrativo) da porcentagem: o verbo pode concordar com o numeral da porcentagem ou com o substantivo.

Ex.: Apenas 1% dos alunos não trabalha/trabalham.

Ex.: Dez por cento da turma trabalha/trabalham.

b) com determinante da porcentagem: o verbo concordará com o determinante:

Ex.: Os 10% da turma trabalham.

Ex.: Este 1% da turma será aprovado.


295  Concordância verbal

c) mais de, menos de, cerca de, perto de: o verbo deverá concordar exclusivamente com o numeral da porcentagem:

Ex.: Cerca de 1% dos alunos trabalha.

Ex.: Menos de 2% da turma trabalham.

11) Pronomes de tratamento: são pronomes de 3ª pessoa e por isso devem concordar como 3ª pessoa.

Ex.: Vossa Senhoria deseja renunciar?

Ex.: Vossas Excelências desejam renunciar?


296  Concordância verbal

12) Sujeito com núcleos de sentidos semelhantes, sem determinante (artigo ou pron.demonstrativo)

Facultativamente, podem ficar no singular:

Ex.: Saúde e alegria faz / fazem bem.

13) Núcleos no singular ligados por conjunção ‘ou’

a) com ideia de exclusão: o verbo fica no singular: Ex.: Serra ou Dilma será presidente.

b) com ideia de inclusão: o verbo fica no plural: Ex.: Kaká ou Robinho farão gol.


297  Concordância verbal

14) Sujeito composto com pelo menos um núcleo no singular e ligados por conjunção ‘com’

a) verbo após os núcleos: concordância facultativa.

Ex.: O professor com o alunos fará/farão a prova.

b) verbo antes dos núcleos: concordará com o mais próximo, mesmo se o núcleo mais distante estiver em número (singular / plural) diferente.

Ex.: Fará a prova o professor com os alunos.

15) Aposto resumitivo (em geral, pronomes indefinidos: tudo, nada, ninguém, alguém, todos):

verbo concorda com o aposto e não com o sujeito.


298  Concordância verbal 16) Um e outro: concordância facultativa.

Ex.: Um e outro foi / foram ao cinema.

17) Um ou outro: verbo no singular.

Ex.: Um ou outro foi ao cinema.

18) Nem um nem outro: verbo no singular.

Ex.: Nem um nem outro foi ao cinema.


299  Concordância: verbos especiais

1) ser: sujeito e predicado em números distintos

a) se ambos forem coisas, o verbo fica no plural:

Ex.: Palavras são a esperança para muita gente.

Ex.: Palavra são os remédios para muita gente.

b) se um for coisa e outro for pessoa, o verbo concorda com a pessoa:

Ex.: Júlio é as alegrias do pai.

Ex.: A sua relíquia são seus filhos.


300  Concordância: verbos especiais

c) se o sujeito é uma quantidade no plural e o predicado tem o verbo ‘ser’ + muito, pouco, o bastante, o suficiente, uma fortuna, uma miséria  o verbo ficará no singular:

Ex.: Cem reais é muito para lhe dar de mesada.

Ex.: Duzentos gramas de presunto é pouco.

d) na indicação de tempo ou distância, o verbo ‘ser’ é impessoal e concorda com o predicativo:

Ex.: São dez quilômetros até o bar. É 1h40 agora.

Obs.: Na indicação de datas, é facultativo, pois:

Ex.: É 10 de fevereiro = É dia 10 de fevereiro.

Ex.: São 10 de fevereiro = São 10 dias de fevereiro.


301  Concordância: verbos especiais

2) haver: no sentido de ‘existir’ ou de tempo decorrido: fica no singular.

Ex.: Havia muitas pessoas ali. Há 10 anos não o vejo.

Obs.: quando o verbo ‘haver’ for usado com sentido diferente desses ou quando for verbo auxiliar, concordará com o sujeito:

Ex.: Eles haviam estudado muito. Haverão de passar.

Obs.: recomenda-se que o estudante volte à primeira lição deste curso, sobre verbos impessoais. Todos eles, exceto o verbo ‘ser’ (já tratado aqui), serão conjugados seguindo a 3ª pessoa do singular.


302  Concordância nominal

Regra geral: os termos ‘orbitantes’ (artigo, pronome, numeral, adjetivo, particípio) concordam em gênero e número com o substantivo a que se referem.


303  Concordância nominal 1) Adjetivo como adjunto adnominal

a) Adjetivo vem antes do substantivo:

Concorda com o subst. mais próximo:

Ex.: Tinha imensa alegria e bom humor.

b) Adjetivo vem depois do substantivo:

Concorda com o subst. mais próximo ou com os dois:

Ex.: Letícia tinha uma força de vontade imensa.

Ex.: Ela tinha força de vontade e bom humor imensos. (adjetivo referindo-se a dois substantivos).


304  Concordância nominal c) Dois adjetivos referindo-se a um subst.:

Ex.: O presidente brasileiro e o italiano se encontraram. (subst. no singular e uso do artigo antes dos adjetivos).

Ex.: Os presidentes brasileiro e italiano se encontraram. (subst. no plural, sem o artigo antes dos adjetivos, que ficam no singular).


305  Concordância nominal 2) Adjetivo como predicativo de sujeito composto

a) Adjetivo vem depois dos subst.:

Ex.: Sua força de vontade e bom humor são imensos.

b) Adjetivo vem antes dos subst.:

Ex.: São imensos sua força de vontade e bom humor.

Ex.: É imensa sua força de vontade e bom humor.

Ex.: É imenso seu bom humor e sua força de vontade.


306  Concordância nominal 3) Casos particulares

a) Anexo, obrigado, mesmo, incluso, quite, leso

Quando forem adjetivos, concordam com o nome a que se referem:

Ex.: O arquivo está anexo / A folha está anexa ao processo.

Ex.: Ela mesma respondeu: “muito obrigada”.

Ex.: Estou quite com a justiça / Estamos quites...

Ex.: O racismo é crime de lesa-humanidade.


307  Concordância nominal b) Alerta

Só terá variação de número (sing./plural) quando for subst., isto é, quando puder ser seguida de um artigo:

Ex.: Os guardas estavam alertas.

Ex.: Os alertas da ONU não foram respeitados.

c) Menos: não existe a palavra ‘menas’

d) Bastante, caro, barato, meio, longe

Quando funcionam como advérbios, são invariáveis.

Ex.: Ele falou bastante (adv) e bastantes (adj.) coisas.


308  Concordância nominal e) É proibido / É necessário / É bom / É preciso / É permitido / É vedado

Só concordam com sujeito se este vier acompanhado de artigo ou outro determinante:

Ex.: É proibido entrada / É proibida a entrada.

Ex.: Prudência é necessário.

Ex.: É necessário calma. / Muita calma é necessária.

f) O mais... possível / Os mais... possíveis

‘Possível’ concorda com o art.que inicia a expressão.

Ex.: O jogo foi o mais fácil possível.

Ex.: As respostas eram as mais óbvias possíveis.


309  Concordância nominal g) Só / sós / a sós

Quando ‘só’ for adjetivo (=sozinho), concordará com o termo a que se refere. Se for advérbio (=somente), fica invariável.

Ex.: Estou só / Estamos sós / Estamos sozinhos.

Ex.: Só (adv.) elas ficaram / Sós (adj.)elas ficaram.


310  Concordância nominal SILEPSE OU CONCORDÂNCIA IDEOLÓGICA

É a concordância que segue o sentido (concordância semântica) e não a forma gramatical.

a) Silepse de gênero

Ex.: Senhor, Vossa Excelência está enganado.

b) Silepse de número

Ex.: A turma estava feliz, pois passaram no concurso.

c) Silepse de pessoa

Ex.: Os brasileiros não desistimos nunca.


311  Concordância verbal Marque C para Certo e E para Errado:

1. Havia muitas pessoas no local.

2. Haviam dez anos de sua separação.

3. Poderia haver soluções melhores.

4. Fazia 40 graus naquela tarde.

5. Faziam 10 anos que eu não o via.

6. Choviam críticas ao nobre deputado.


312  Concordância verbal Marque C para Certo e E para Errado:

7. Precisa-se de motoristas.

8. Aluga-se casas.

9. Relatam-se vários casos a nós.

10. Comem-se bem em Campinas.

11. Roubaram meu lápis.

12. Praia e mar são bons.

13. É boa praia e mar.


313  Concordância verbal Marque C para Certo e E para Errado:

14. A maioria das pessoas estuda.

15. A maioria das pessoas estudam.

16. Uma grande parte da multidão gritaram.

17. Os brasileiros somos/são solidários.

18. O professor e o aluno estudam inglês.

19. Estuda inglês o professor e o aluno.


314  Concordância verbal Marque C para Certo e E para Errado:

20. Estudam inglês o professor e o aluno.

21. Concorda com a solução todas as pessoas.

22. Faltam cinco dias para a prova.

23. Mais de uma pessoa comunicaram o problema.

24. Menos de duas pessoas reclamou.

25. Fomos nós que estudamos.

26. Fomos nós quem estudou.


315  Concordância verbal

A regra (há exceções, que veremos na parte sobre concordância) é o verbo concordar com o sujeito.

Atenção: Regra básica de concordância verbal:

Sujeito no singular  verbo no singular

Sujeito no plural  verbo no plural


316  ENCONTRANDO O SUJEITO

Ex. 1: Milhões de pessoas no Brasil ainda não participam da rede mundial de computadores.

Ex. 2: Ainda não participam da rede mundial de computadores milhões de pessoas no Brasil.

Ex. 3: Foram divulgados por Carlos há cinco minutos os comunicados a respeito da crise.

Ex. 4: Pedrinho apanhou da coleguinha.


317  Dica: o jeito mais prático de encontrar o sujeito é perguntar quem exerce a ação ou estado do verbo, ou de quem o predicado está dizendo alguma coisa:

Quem ainda não participa da rede mundial de computadores?

Resposta: ‘milhões de pessoas no Brasil’ (é o sujeito).

A dica dá certo também com o verbo na voz passiva (Ex. 3), desde que seja mantido o verbo na forma passiva:

Quem foi divulgado por Carlos há cinco minutos?

Resposta: ‘os comunicados a respeito da crise’ (é o sujeito). Núcleo do sujeito: ‘comunicados’.


318  Padrão sintático do português:

S-V-C-[Adjuntos]

A ordem sintática padrão do português é SVC (ou SVO), ou seja, o sujeito é anteposto ao verbo:

Ex.: O comportamento de Juliana inquieta Rodolfo.

Atenção com a inversão da ordem padrão do português! Para dificultar, as questões de concurso costumam trazer o sujeito posposto ao verbo:

Ex.: Inquietam Aline as crises de Juliana.


319  Concordância: verbos especiais

1) ser: sujeito e predicado em números distintos

a) se ambos forem coisas, o verbo fica no plural:

Ex.: Palavras são a esperança para muita gente.

Ex.: Palavra são os remédios para muita gente.

b) se um for coisa e outro for pessoa, o verbo concorda com a pessoa:

Ex.: Júlio é as alegrias do pai.

Ex.: A sua relíquia são seus filhos.


320  Concordância: verbos especiais

2) haver: no sentido de ‘existir’ ou de tempo decorrido: fica no singular.

Ex.: Havia muitas pessoas ali. Há 10 anos não o vejo.

Obs.: quando o verbo ‘haver’ não for usado nesses sentidos ou quando for verbo auxiliar, concordará com o sujeito:

Ex.: Eles haviam estudado muito. Haverão de passar.

Obs.: recomenda-se que o estudante volte à primeira lição deste curso, sobre verbos impessoais. Todos eles, exceto o verbo ‘ser’ (já tratado aqui), serão conjugados seguindo a 3ª pessoa do singular.


321  Concordância nominal

Regra geral: os termos ‘orbitantes’ (artigo, pronome, numeral, adjetivo) concordam em gênero e número com o substantivo a que se referem.


322  Concordância nominal 1) Adjetivo como adjunto adnominal

a) Adjetivo vem antes do substantivo:

Concorda com o subst. mais próximo:

Ex.: Tinha imensa alegria e bom humor.

b) Adjetivo vem depois do substantivo:

Concorda com o subst. mais próximo ou com os dois:

Ex.: Letícia tinha uma força de vontade imensa.

Ex.: Ela tinha força de vontade e bom humor imensos. (adjetivo referindo-se a dois substantivos).


323  Concordância nominal c) Dois adjetivos referindo-se a um subst.:

Ex.: O presidente brasileiro e o italiano se encontraram. (subst. no singular e uso do artigo antes dos adjetivos).

Ex.: Os presidentes brasileiro e italiano se encontraram. (subst. no plural, sem o artigo antes dos adjetivos, que ficam no singular).


324  Concordância nominal 2) Adjetivo como predicativo de sujeito composto

a) Adjetivo vem depois dos subst.:

Ex.: Sua força de vontade e bom humor são imensos.

b) Adjetivo vem antes dos subst.:

Ex.: São imensos sua força de vontade e bom humor.

Ex.: É imensa sua força de vontade e bom humor.

Ex.: É imenso seu bom humor e sua força de vontade.


325  Concordância nominal 3) Casos particulares

a) Anexo, obrigado, mesmo, incluso, quite, leso

Quando forem adjetivos, concordam com o nome a que se referem:

Ex.: O arquivo está anexo / A folha está anexa ao processo.

Ex.: Ela mesma respondeu: “muito obrigada”.

Ex.: Estou quite com a justiça / Estamos quites...

Ex.: O racismo é crime de lesa-humanidade.


326  Concordância nominal b) Alerta

Só terá variação de número (sing./plural) quando for subst., isto é, quando puder ser seguida de um artigo:

Ex.: Os guardas estavam alerta.

Ex.: Os alertas da ONU não foram respeitados.

c) Menos: não existe a palavra ‘menas’

d) Bastante, caro, barato, meio, longe

Quando funcionam como advérbios, são invariáveis.

Ex.: Ele falou bastante (adv) e bastantes (adj.) coisas.


327  Concordância nominal e) É proibido / É necessário / É bom / É preciso

Só concordam com sujeito se este vier acompanhado de artigo ou outro determinante:

Ex.: É proibido entrada / É proibida a entrada.

Ex.: Prudência é necessário.

Ex.: É necessário calma. / Muita calma é necessária.

f) O mais... possível / Os mais... possíveis

‘Possível’ concorda com o art.que inicia a expressão.

Ex.: O jogo foi o mais fácil possível.

Ex.: As respostas eram as mais óbvias possíveis.


328  Concordância nominal g) Só / sós / a sós

Quando ‘só’ for adjetivo (=sozinho), concordará com o termo a que se refere. Se for advérbio (=somente), fica invariável.

Ex.: Estou só / Estamos sós / Estamos sozinhos.

Ex.: Só (adv.) elas ficaram / Sós (adj.)elas ficaram.


329  Regência verbal e nominal 

330  Regência

É a relação de dependência entre um termo regente (verbo, substantivo, adjetivo ou advérbio) e um termo regido.

Ex.: Regência verbal:

Assisti ao filme. O verbo ‘assistir’ no sentido de ‘ver’ é VTI e rege a preposição ‘a’.

Ex.: Regência nominal:

Qual a chance de ele vir? (‘chance’: subst.)

Cida é favorável ao aborto. (‘favorável’: adj.)

Agiu favoravelmente ao réu. (‘fav...: advérbio)


331  Regência verbal

Atenção: na regência verbal, o importante é saber se o verbo rege ou não preposição e, se usa, qual é a preposição que deve ser usada. Alguns verbos apresentam mais de um sentido, dependendo da regência.

Todo verbo tem sua regência. O estudo da regência verbal deve ser feito caso a caso, memorizando os verbos mais importantes, os que possuem mais de uma regência e que costumam criar maiores dificuldades nas provas. Vamos a eles.


332  Regência verbal Agradar: 1) algo (VTD)  ‘acariciar’:

Ex.: Agradou os deputados com a propina.

Ex.: O pai agrada os filhos antes de sair.

2) a algo (VTI)  ‘satisfazer’:

Ex.: Aquele disco agrada a gregos e troianos.

Aspirar:

1) algo (VTD)  ‘respirar’:

Ex.: Quero aspirar fumaça de óleo diesel.

2) a algo (VTI)  ‘almejar’:

Ex.: Eu aspiro a um cargo em um concurso.


333  Assistir:

1) algo (VTD)  ‘ajudar’:

Ex.: O bom hospital assiste os doentes.

2) a algo (VTI)  ‘ver’:

Ex.: Nós assistimos à peça Othelo.

3) a algo (VTI)  ‘pertencer’

Ex.: Assistia a ele o direito de reclamar.

4) em algo (VI + adj.adv.lugar)  ‘morar’

Ex.: O presidente assiste em Brasília.


334  Chamar:

1) alguém (VTD)  ‘convocar’:

Ex.: Um amigo chamou João para viajar.

2) por alguém (VTI)  ‘invocar’:

Ex.: Ulisses chamou pela deusa Vênus.

3) a alguém algo (VTD + pred.objeto)  ‘qualificar’, ‘apelidar’

Ex.: Comecei a chamar-lhe senhor.

4) alguém de algo (VTD + pred.objeto)  ‘qualificar’, ‘apelidar’

Ex.: Chamei-o de senhor.

ERRADO: Chamei-lhe de senhor.


335  Chamar:

5) pronominal  ‘ter o nome de’:

Ex.: O jogador se chamava Márcio.

Chegar:

1) VI  ‘atingir um momento’

Ex.: A hora da decisão já chegou.

2) a algum lugar (VI + prep.‘a’ + adj.adv.lugar)

Ex.: Devo chegar a São Paulo em uma hora.

3) a algo (VTI)  ‘elevar-se’, ‘conseguir’

Ex.: A gasolina chegou a R$ 3,00 e eu não cheguei a ser amado.


336  Custar:

1) VI + predicativo  ‘ter valor’

Ex.: O arroz custa caro.

2) a alguém (VTI)  ‘ser difícil ou custoso’:

Ex.: Custou-lhe entender química. Ele custava para entender química.

Implicar:

algo (VTD)  ‘acarretar’

Ex.: O estudo correto implica aprovação.

Obs.: algumas bancas admitem o mesmo sentido com a construção ‘implicar em’ (VTI):

Ex.: O estudo correto implica em aprovação.

com alguém (VTI)  ‘ter implicância’

Ex.: Os vizinhos implicaram com o novo morador.

alguém em algo (VTDI)  ‘envolver-se’

Os parlamentares implicaram-se em escândalos por causa dos desvios de verbas públicas.


337  Esquecer e lembrar: aceitam várias formas

1) algo (VTD)  Tentei esquecer Carmela. Não lembro a data do início do namoro.

2) –se (pronominal)  Ele se esqueceu de ti. Ele não se lembrou do número do CPF.

3) VTI + OI + sujeito  Nunca me esqueceu nem o mês nem o ano. (M.de Assis)


338  Informar: é VTDI e aceita várias formas

1) alguém de algo / sobre algo (VTDI)

Ex.: Informou os colegas da sua demissão.

Ex.: Informou-os da sua demissão.

2) algo a alguém (VTDI)

Ex.: Informou aos colegas da sua demissão.

Ex.: Informou-lhes da sua demissão.

CONSTRUÇÕES ERRADAS:

Informou-lhes da sua demissão. (2 OI)

Informou-os a sua demissão. (2 OD)


339  Obedecer: a algo ou a alguém (VTI)

Ex.: Ele obedecia aos pais, mas não às leis.

Obs.: a maioria dos gramáticos entende que é o único VTI que admite voz passiva, porque antigamente esse verbo era transitivo direto:

Ex.: As leis não eram obedecidas por ele.

Pagar e perdoar: pode ser VTD (para coisas) ou VTI (pessoas):

Ex.: Tenho que pagar o carnê das Casas Bahia.

Ex.: Tenho que pagar ao miserável do Salim.

Ex.: Ana perdoou a falta de gratidão de Bento.

Ex.: Ana perdoou a seus devedores.


340  Preferir: algo a outra coisa (VTDI)

Ex.: Prefiro futebol a basquete.

CONSTRUÇÕES ERRADAS:

Ex.: Prefiro futebol do que basquete.

Ex.: Prefiro mais futebol a basquete.

Proceder

1) VI  ‘portar-se’, ‘ter fundamento’, ‘originar-se’

Ex.: Seu argumento não procede.

Ex.: Como proceder em caso de acidentes?

Ex.: Outras línguas, como o italiano, o espanhol e o francês, procedem do latim.

2) a algo (VTI)  ‘fazer’

Ex.: O contador procedeu aos ajustes.


341  Querer:

1) algo (VTD)  ‘desejar’

Ex.: Eu quero ser aprovado no concurso.

2) a alguém (VTI)  ‘gostar’, ‘estimar’

Ex.: Eu quero bem aos meus amigos.

Resultar:

1) em algo (VTDI): ‘algo’ é a consequência

Ex.: O acidente resultou em briga.

2) de algo (VTDI): ‘algo’ é a causa

Ex.: A briga resultou do acidente.


342  Simpatizar e antipatizar: com algo ou com alguém

Ex.: A garota não simpatizou com ele.

Ex.: Antipatizava com todas as religiões.

ERRADO: A garota não se simpatizou com ele.

Visar:

1) algo (VTD)  ‘dar visto’, ‘mirar’

Ex.: O professor visou as provas.

Visou o alvo e apertou o gatilho.

2) a algo (VTI)  ‘ter em vista’

Ex.: Eu viso a um cargo melhor.

Obs.: algumas bancas aceitam o sentido de 2) com a construção de VTD: Eu viso o cargo...


343  Regência verbal

Atenção: Em orações subordinadas iniciadas por pronomes relativos, pronomes interrogativos ou advérbios interrogativos, a preposição exigida pelo verbo deve sempre preceder essas palavras:

Não encontrei os amigos com quem simpatizo.

A que peça teatral você assistirá amanhã?

De onde você retirou esse caderno?


344  Regência verbal

Atenção: Em construções com dois verbos de regências diferentes, opte pela construção que melhor destaque a diferença regencial:

 Li e gostei do livro.

Correto: Li o livro e gostei dele.

 Como eu preciso, vou chamar um encanador.

Correto: Como eu preciso de encanador, vou chamá-lo / vou chamar um.

Se os verbos tiverem a mesma regência, podem ter o mesmo complemento.


345  Regência verbal: exercícios

1) Reescreva as frases, substituindo o verbo grifado pelo verbo entre parênteses:

a) Ver televisão pode prejudicar a pessoa. (assistir)

b) Sorveu o ar do campo. (aspirar)

c) A prova não contentou os candidatos. (agradar)

2) Reescreva as frases usando todas as possi-bilidades sintáticas (use também pronomes):

a) Claudiana esqueceu o celular.

b) Informei o médico da minha dor.

c) Chamei o Edson de Pelé.


346  Regência verbal: exercícios

3) Reescreva as frases, substituindo o trecho grifado pelo verbo ‘custar’ (faça ajustes):

a) Era difícil para mim acreditar no governador.

b) João teve dificuldade em aceitar a proposta.

c) É penoso, para nós, estudar aos domingos.

d) Biana teve dificuldade em chegar aqui.

4) Reescreva a frase abaixo trocando o verbo grifado por ‘precisar’, ‘visar’, ‘sonhar’ e ‘aspirar’:

a) Este é o cargo que queremos.


347  Regência verbal: exercícios

5) Transforme os dois períodos simples em um único período composto. Para isso, inclua a segunda oração no lugar marcado por ‘|’:

a) O filme | foi horrível. Assistimos ao filme ontem.

b) O homem | morreu. Não me lembro o nome dele.

c) As regras | são injustas. Fomos obrigados a obedecer a essas regras.

d) O rapaz | já saiu. Vi o rapaz na fila.

e) Vera | é arrogante. Não simpatizo com Vera.

f) O sonho | é real. Eu viso a esse sonho.

g) O jogo | começa às 16h. Referi-me a esse jogo.


348  Regência verbal: exercícios

6) Substitua os trechos grifados por um pronome oblíquo adequado:

a) Ela pôde perdoar ao ex-namorado.

b) Perdoei sua falta de solidariedade.

c) Paguei todos os carnês das Casas Bahia.

d) Paguei aos meus credores.

e) O pobre trabalhador aspira lã de vidro.

f) Antonio estuda porque aspira a um cargo melhor.

7) Reescreva as frases, conforme a gramática:

a) Entrei e saí do prédio muitas vezes hoje.

b) Assisti e não gostei do filme.


349  Regência nominal

É a parte da gramática que estuda se um substantivo, um adjetivo ou um advérbio (=nomes) exigem ou não preposição e, se exigem, qual é a preposição adequada.

Acostumado – a, com:

Acostumado a viajar. Acostumado comigo.

Adaptado – a, de, para:

Ele é adaptado ao clima. O filme é adaptado do livro. O livro foi adaptado para o cinema.


350  Afável – a, com, para com:

Ele é afável com os jornalistas, mas não é afável com / para com os colegas.

Aflito – com, em, para, por:

Estou aflito com a prova. Estou aflito em assumir o cargo. Estou aflito para / por receber o telegrama.

Alheio – a:

Não estou alheio aos acontecimentos políticos.

Alienado – a, de:

O carro é alienado ao banco. Estou alienado do assunto.


351  Alusão – a:

O autor faz alusão ao livro de Freud.

Analogia – com, entre:

O autor faz uma analogia com o Édipo de Freud. Há uma analogia entre o corpo e a máquina.

Apto – a, para:

Estou apto a / para assumir a tarefa.

Atento – a, em:

Sou atento ao seu aviso. Tenho um olhar atento nos problemas.

Avesso – a:

Sou avesso a novelas mexicanas.


352  Ávido – de, por:

Marilyn era ávida de fama. Sou ávido por cinema.

Constituído – de (matéria), por (partes):

O prédio era constituído de tijolos. A fábrica é constituída por setores especializados.

Contemporâneo – a (coisa), de (pessoa):

Meu avô era contemporâneo à Segunda Guerra. Portanto, ele era contemporâneo de Mussolini.

Contíguo – a:

Meu terreno é contíguo ao seu.

Curioso – de, para, por:

O jovem é curioso de / para / por descobertas.


353  Devoto – a, de:

Era devoto aos / dos deuses gregos.

Falho – de, em:

Estou falho de/em dinheiro.

Imbuído – de (alimentado), em (imerso):

Estou imbuído de um ideal. Estou imbuído nos meus estudos.

Incompatível – com:

O mercado financeiro é incompatível com a distribuição equânime da renda.

Medo – a, de:

Persiste o meu medo ao fracasso. Tenho medo do trânsito.


354  Passível – de:

Sua teoria é passível de crítica.

Preferível – a:

A saúde é preferível à doença.

Propenso – a, para:

Estou propenso a sair do meu emprego. Não sou propenso para o luxo.

Residente – em:

O carteiro era residente na Rua Canoas.

Situado – em:

A loja era situada na Rua Canoas.


355  Transversal – a:

Sua rua é transversal à minha.

Vinculado – a:

O crescimento econômico está vinculado ao aumento dos salários.

Vizinho – a, de:

A casa é vizinha à igreja. Sou vizinho da igreja.

Ida – a:

Não confirmou sua ida ao Paraguai.

Atenção: geralmente, se um verbo (‘ir a’) pede certa preposição, o substantivo relacionado a este verbo (‘ida a’) pedirá a mesma preposição.


356  VI

Atenção: quase todos os verbos de movimento são verbos intransitivos. A informação do lugar que é o destino do movimento (apesar de vir preposicionada) não é OI, mas somente um adjunto adverbial de lugar (termo ‘desnecessário’): ir/voltar (a São Paulo), chegar (de/em Paris), caminhar/andar (até a loja), cair (no bueiro), correr (até o ponto)...

Outros verbos intransitivos importantes: morrer, nascer, chover, trovejar, nevar, gritar, viver, dormir, assistir (=morar), proceder (ter fundamento: ‘sua ideia não procede), morar, residir, deitar-se, levantar-se, ...

Atenção: esses verbos podem aparecer como VTD em certas frases, principalmente com sentido figurado. O melhor a se fazer é ver o sentido do verbo e se foi dado a ele algum complemento (um termo que seja o objeto da ação verbal):

Ex.: Trovejei reclamações (OD). Eu vivi um amor (OD).


357  VTD

1) Os pronomes oblíquos átonos que funcionam como OD: : me, te, se, o, a, nos, vos, os, as.

2) Os pronomes oblíquos tônicos que funcionam como OD: mim, ti, si, ele, ela, nós, vós, eles, elas.

Os pronomes tônicos só são usados com preposição; por isso, são mais vistos integrando um OI.

Um OD com pronome tônico é chamado de OD preposicionado:

Ex.: Elaine ama-me (pronome oblíquo átono)

Ex.: Elaine ama a mim (pronome oblíquo tônico)


358  VTD Aspirar (absorver o ar, sorver) Visar (dar um visto)

Querer (desejar)

Assistir (ajudar)

Chamar

Desfrutar

Lembrar e esquecer

Usufruir

Implicar

Namorar (a gramática não aceita a construção “namorar com alguém”)

Compartilhar (algumas gramáticas classificam esse verbo como VTI: “compartilhar algo com alguém”)


359  VTI

1) Pronomes oblíquos átonos que funcionam como OI: : me, te, se, lhe, nos, vos, lhes.

2) Pronomes oblíquos tônicos que funcionam como OI: mim, ti, si, ele, ela, nós, vós, eles, elas.

Os pronomes tônicos só são usados com preposição; por isso, são mais vistos integrando um OI.

Atenção: Embora o pronome ‘ela’ possa ser pronome reto, na frase abaixo, pelo fato de não ocupar a função de sujeito e estar preposicionado, é um pronome oblíquo átono:

Ex.: Elaine perdoou a ela (pronome oblíquo tônico)

Ex.: Elaine perdoou a mim (pronome oblíquo tônico)

Ex.: Elaine perdoou-lhe (pronome oblíquo átono)


360  VTI com a prep. ‘a’ Aspirar (almejar, objetivar)

Visar (almejar; algumas bancas o aceitam também como VTD)

Agradar (ser agradável, satisfazer)

Querer (estimar: “quero bem aos meus filhos”)

Assistir (ver)

Custar (ser difícil: “custou-me acreditar em você”)

Proceder (dar início: “vamos proceder aos exames”).

Obedecer e desobedecer

Revidar

Responder (será VTI quando possuir apenas um complemento: “respondi ao cliente com interesse”)

Alguns verbos transitivos indiretos, com a prep. a, não admitem a utilização do complemento lhe. No

lugar, deveremos colocar a ele, a ela, a eles, a elas. Dentre eles, destacam-se os seguintes:

Aspirar, visar, assistir(ver), aludir, referir-se, anuir.

Quando houver, na oração, um verbo transitivo indireto, com a prep. a, seguido de um substantivo

feminino, que exija o artigo a, ocorrerá o fenômeno denominado crase, que deve ser caracterizado pelo

acento grave (à ou às).

• Assisti à peça das meninas do terceiro colegial.


361  VTI com a prep. ‘a’

Atenção: Alguns VTI com a prep. a não admitem o uso do OI ‘lhe’. Nesse caso, devemos usar o pronome oblíquo tônico: a ele(s), a ela(s), a nós, a vós, a mim, a ti. Dentre esses verbos, estão:

Aspirar, visar, assistir(ver), aludir, referir-se, anuir.

CERTO: Aspirou a ele, visou a ela, assistiu a ela, aludiu a nós, referiu-se a nós...

ERRADO: Aspirou-lhe, visou-lhe, assistiu-lhe, aludiu-nos, referiu-se-nos...

Atenção: Se o VTI exige a prep. ‘a’ e a palavra seguinte a essa preposição é também um ‘a’ (artigo, pronome demonstrativo) ou é iniciada por ‘a’ (‘aquele’, ‘aquilo’...), ocorrerá a crase:

Ex.: Assisti à apresentação dos colegas.


362  VTI com a prep. ‘de’ VTI com a prep. ‘em’ Lembrar-se e esquecer-se

Proceder (originar-se de: “a dor procede do choque”)

Precisar

Consistir de (ser construído de: “a parede é constituída de tijolos”)

Resultar (ser resultado de: “sua dor resulta do choque”).

VTI com a prep. ‘em’

Consistir (ter por base: “o ato consiste em má-fé”)

Sobressair (não é verbo pronominal)

Acreditar e crer (ter confiança em)

Resultar (ser a causa de: “o choque resulta em dor”).


363  VTI com a prep. ‘por’ VTDI Torcer

Chamar (invocar: “chamei pelos céus”)

VTDI

Chamar (repreender: “chamei o menino à atenção”)

Implicar (envolver alguém: “impliquei o pai no caso”)

Dar, entregar, responder, pedir, preferir, Agradecer, pagar e perdoar: algo a alguém (‘agradeci a ela o convite’, ‘paguei o carnê ao Salim)

Avisar, advertir, certificar, cientificar, comunicar, informar, lembrar, noticiar, notificar, prevenir : admitem duas construções: “informar algo a alguém” ou “informar alguém de algo”.


364  Regência nominal: exercícios

1) Corrija as frases, se necessário:

a) Os trabalhadores viviam em condições análogas a da escravidão.

b) Antonia era devota para Santo Expedito.

c) As medidas são vinculadas na área da saúde.

d) Qualquer ação é preferível que o descaso.

e) O deputado não era imune da propina.

f) Não é possível de que isso esteja ocorrendo.

g) Sua ida no parque desagradou o Gustavo.

h) Agi contrariamente dos seus conselhos.


365  Crase 

366  Crase

Crase não é um acento. Crase é a junção de uma preposição com um artigo feminino ou pronome demonstrativo.

O sinal que marca a crase chama-se ‘acento grave’. O acento grave indica a ocorrência de crase da preposição a com o artigo ou demonstrativo feminino a, as ou com os demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo.


367  Crase Só haverá crase (fusão) se houver dois “a”:

um deles será necessariamente a preposição ‘a’, exigida pelo termo regente (verbo, substantivo, adjetivo ou advérbio),

e o outro, como termo regido, pode ser:

artigo definido feminino (sing.ou plural): a(s).

- pronome demonstrativo: a(s), aquele(s), aquela(s), aquilo;

- pronome relativo: a qual / as quais.


368  Crase Uso facultativo de crase (prep.+ artigo) antes de:

 pronome possessivo: Refiro-me à/a sua amiga Julia. O uso é facultativo porque é facultativo o artigo antes de pronome possessivo.

 com a locução prepositiva “até a”: Andei até à entrada de sua casa. O uso é facultativo porque existe tanto a preposição até quanto a locução prepositiva até a.


369  Crase Não há crase antes de:

 verbo: Trabalharei a partir de terça-feira. Não se usa o artigo e, consequentemente, não ocorre crase, porque verbos não têm flexão de gênero, exceto o particípio da voz passiva.

 pronome pessoal: Dei o livro a ela. Não se usa o artigo antes de pronomes pessoais e, consequentemente, não ocorre crase.

 artigo indefinido: Pedi carona a uma amiga. Não se usa artigo definido antes de artigo indefinido, consequentemente, dispensa-se a crase.

 substantivo masc.: O sol estava a pino. Não se usa artigo feminino antes de substantivo masculino, porque o artigo masculino é o, e não a, consequentemente, dispensa-se a crase.


370  Crase 25 frases para não errar o uso da crase:

1) João deu um incentivo à amiga. (=ao amigo).

2) Não vou a festas sozinho. (=a bailes; não há artigo para haver crase de prep.+artigo).

3) João dá incentivo às amigas. (=aos amigos).

4) João deu um incentivo a uma amiga (=a um amigo).

5) Carla chegará à uma da tarde. (=ao meio-dia; uma: numeral subst.)

6) Venda à vista; venda a prazo. (Exceção).

7) Fez um gol à Pelé. (= à moda de Pelé)


371  Crase

8) Ele não se referiu àquele autor. (... referiu a + aquele autor)

9) A autora à qual me referi. / A caneta a qual comprei. (O autor ao qual me referi / A caneta a qual comprei)

10) Quero uma bicicleta igual à de seu tio. (=igual àquela bicicleta de seu tio)

11) Pedi uma dica a ela / a V.Exa. (=a ele; ela: pronome pessoal; V.Exa.: pronome tratamento)

12) Dei o livro à/a sua prima. (sua: pronome possessivo)


372  Crase 14 ) De segunda a sexta-feira. / Das segundas às sextas-feiras.

13) A festa começa a partir das 12h. (‘partir’: verbo)

14 ) De segunda a sexta-feira. / Das segundas às sextas-feiras.

15) Perdemos dinheiro ante a inflação. (ante: prep.)

16) Fomos até à/a Bahia (até: prep.)

17) Fomos à Bahia. (Voltamos da Bahia)

18) Fomos a Florianópolis. (Voltamos de Florianópolis)

19) Fomos à Florianópolis dos meus sonhos. (art.+prep.)

20) Às vezes fico triste. (adj.adv. ‘femininos’)


373  Crase

21) Observei-o a distância. / Observei-o à distância de dez metros. (caso especial)

22) Preencha o formulário a caneta. (adjuntos adv. de meio ou instrumento: sem crase; polêmico!).

23) Cheguei a casa de manhã. / Cheguei à casa de Joana de manhã.

24) A nave voltou à Terra. (substantivo próprio)

25) O barco voltou a terra. / Fui à terra de meus pais.

Atenção: antes de ‘casa’, ‘distância’ e ‘terra’ (substantivo comum), só haverá crase se essas palavras estiverem especificadas.


374  Crase

Atenção: Com as regras e exemplos dos slides anteriores, praticamente todos os usos ou não de crase estão previstos. O estudo de gramática está muito ligado ao estudo da regência verbal e nominal. Isto é, muitas vezes a dúvida sobre a existência da crase recai sobre a dúvida se o verbo exige preposição (regência verbal), ou se o substantivo, adjetivo ou advérbio exigem preposição (regência nominal).


375  Crase 25 frases para não errar o uso da crase:

1) João deu um incentivo à amiga. (=ao amigo).

2) Não vou a festas sozinho. (=a bailes; não há artigo para haver crase de prep.+artigo).

3) João dá incentivo às amigas. (=aos amigos).

4) João deu um incentivo a uma amiga (=a um amigo).

5) Carla chegará à uma da tarde. (=ao meio-dia; uma: numeral subst.)

6) Venda à vista; venda a prazo. (Exceção).

7) Fez um gol à Pelé. (= à moda de Pelé)


376  Crase

8) Ele não se referiu àquele autor. (... referiu a + aquele autor)

9) A autora à qual me referi. / A caneta a qual comprei. (O autor ao qual me referi / A caneta a qual comprei)

10) Quero uma bicicleta igual à de seu tio. (=igual àquela bicicleta de seu tio)

11) Pedi uma dica a ela / a V.Exa. (=a ele; ela: pronome pessoal; V.Exa.: pronome tratamento)

12) Dei o livro à/a sua prima. (sua: pronome possessivo)


377  Crase 14 ) De segunda a sexta-feira. / Das segundas às sextas-feiras.

13) A festa começa a partir das 12h. (‘partir’: verbo)

14 ) De segunda a sexta-feira. / Das segundas às sextas-feiras.

15) Perdemos dinheiro ante a inflação. (ante: prep.)

16) Fomos até à/a Bahia (até: prep.)

17) Fomos à Bahia. (Voltamos da Bahia)

18) Fomos a Florianópolis. (Voltamos de Florianópolis)

19) Fomos à Florianópolis dos meus sonhos. (art.+prep.)

20) Às vezes fico triste. (adj.adv. ‘femininos’)


378  Crase

21) Observei-o a distância. / Observei-o à distância de dez metros. (caso especial)

22) Preencha o formulário a caneta. (adjuntos adv. de meio ou instrumento: sem crase; polêmico!).

23) Cheguei a casa de manhã. / Cheguei à casa de Joana de manhã.

24) A nave voltou à Terra. (substantivo próprio)

25) O barco voltou a terra. / Fui à terra de meus pais.

Atenção: antes de ‘casa’, ‘distância’ e ‘terra’ (substantivo comum), só haverá crase se essas palavras estiverem especificadas.


379  Pontuação 

380  Lógica da pontuação

1º) Dois-pontos (:) : iniciam uma explicação, uma enumeração, um exemplo, nota ou observação ou representam a mudança de fala para outro personagem.

2º) Reticências (...) : mostram hesitação (dúvida), interrupção, omissão de pensamento, continuidade de ação ou retirada de trecho de uma citação.

3º) Ponto de interrogação (?) : usado em perguntas.

4º) Ponto de exclamação (!) : usado para exprimir emoções (espanto, grito, surpresa etc.), em frases exclamativas, imperativas e optativas, em vocativos e interjeições.

5º) Travessão (-) : isola elementos (como vírgulas ou parênteses), mostram a mudança de fala para outra pessoa ou personagem, destacam palavras e expressões que se quer pôr em evidência.

6º) Aspas (“”) : mostram discurso direto (fala, citação), palavras em destaque, gírias, estrangeirismos, neologismos, arcaísmos, nomes de livros, filmes, músicas, obras de arte, ironia ou sentido conotativo.


381  Relações entre . : ,

1º) Parágrafo: quebra “capítulos” de texto (épocas, focos, subtemas)

2º) Ponto final (“mesma linha”): quebra enfoques ou sujeitos, dentro de um mesmo assunto. O mesmo papel é exercido por ? ou ! (em frases interrogativas ou exclamativas, respectivamente)

3º) Ponto-e-vírgula: pode ser trocado por ponto final ou por vírgula. Está num nível hierárquico acima da vírgula e abaixo do ponto final. Essencialmente opicional.

4º) Vírgula: essencialmente, separa elementos intrusos ou intercalados, separa elementos de uma enumeração e separa orações.


384  Pontuação Uso da vírgula no período simples:

1) Para isolar termos intercalados (intrusos) ou deslocados:

a) Maria, sem dúvida alguma, virá. (adj.adv.=obrig.)

b) Maria virá, sem dúvida alguma(adj.adv.=opcional)

c) Maria, inevitavelmente, virá. (adj.adv.=opcional)

d) Estudamos; iremos, pois, passar. (conjunção)

e) Venha, Carlos, comigo! (vocativo)

f) O Brasil, sexta maior economia do planeta, é um país ainda muito desigual (aposto explicativo)

2) Para isolar os objetos pleonásticos:

Ex. Os meus amigos, sempre os respeito.

3) Para isolar o aposto explicativo:

Ex. Campinas, a cidade em que moro, é legal.


385  Pontuação

g) Nasci em Campinas, isto é, sou campineiro. (palavras e expressões explicativas ou retificadoras: além disso, aliás, a saber, assim, com efeito, então, isto é, ou seja, em outras palavras, por assim dizer, por exemplo, digo, ou melhor, na verdade, ou antes...).

h) O importante, insistiam os amigos, era persistir. (orações intercaladas)

2) Para separar elementos de uma enumeração, ou “de uma mesma função sintática”:

Ex.: Brasil, Argentina e Uruguai já venceram copas do mundo. (função: sujeito)


386  Pontuação Uso da vírgula no período simples:

3. Para indicar a elipse do verbo:

Ex.: Ela gosta de sorvete de morango; o namorado, de chocolate.

4. Para separar, nas datas, o lugar:

Ex. Londrina, 20 de novembro de 1996.

5. Para isolar pleonasmos antes do verbo:

Ex. As meninas, não as vi hoje.


387  Pontuação Uso da vírgula no período composto:

por coordenação: devem sempre ser separadas por vírgula.

Ex.: Todos estudamos, no entanto apenas um de nós foi bem na prova.

Atenção: as orações coordenadas aditivas iniciadas pela conjunção e só terão vírgula quando os sujeitos forem diferentes e quando o e aparecer repetido.

Ex.: Ela viajou às 8h, e seus filhos, às 9h.

Ex.: João berrava, e gritava, e pulava.


388  Pontuação Uso da vírgula no período composto: por subordinação:

a) substantivas: somente a apositiva é separada por vírgula (ou dois-pontos).

Ex. Só queria uma coisa: que fossem juntos.

b) adjetivas: só a explicativa é separada por vírgula.

Ex.: O brasileiro, que não desiste, joga na loteria.

c) adverbiais: vírgula obrig., se a adverbial vier primeiro na frase. Ex. Assim que chegaram, puseram chinelos.


389  Pontuação

Uso do ponto-e-vírgula

O ponto-e-vírgula é usado onde o ponto final também poderia ser usado (exceto em quebra de parágrafo), indicando uma interrupção mais branda que o ponto final e mais severa que a vírgula.

Portanto, o uso do ponto-e-vírgula será, no fundo, facultativo, quando não se queira quebrar um período (no lugar do ponto final) ou quando se queira dar uma interrupção mais forte que a da vírgula.

Normalmente, esse uso ocorre para:


390  Pontuação

separar or.coordenadas que já contenham vírgulas ou que sejam muito longas.

Ex.: O diretor e a coordenadora já avisaram a todos os alunos que não serão permitidas brincadeiras durante o intervalo nos corredores; porém alguns alunos ignoram essa ordem.


391  Pontuação 1) para iniciar uma enumeração.

Uso dos dois pontos

1) para iniciar uma enumeração.

Ex.: Já venceram três ou mais Copas do Mundo: Brasil, Itália e Alemanha.

2) para introduzir a fala de um personagem.

3) para esclarecer algo que foi dito.

Ex.: Não te conheço: foi o que disse Aluana a Beto.


392  Pontuação Uso das reticências (...)

1) para demonstrar indecisão ou interrupção da fala ou da ideia de alguém.

Ex.: Quero um sorvete de... milho verde!

Ex.: Ela é cha... quer dizer, difícil de lidar.

2) para indicar ao leitor que este deve completar o raciocínio.

Ex.: Lula disse que o biodiesel não encarece os alimentos, mas...

3) para indicar que um trecho foi suprimido.


393  Pontuação - RESUMO

1) Entre sujeito, verbo e objeto, em ordem direta e sem termo intercalado, não há vírgula.

2) Um termo intercalado (aposto expl., vocativo...) deve ser isolado por vírgula(s) (exceto adj.adverbiais curtos, em que o uso de vírgulas é opcional); as vírgulas podem ser trocadas por parênteses ou travessão, quando isolarem elementos.

3) Via de regra, orações diferentes são separadas por vírgulas (exceto as orações coordenadas aditivas com “mesmo sujeito” e as orações subordinadas substantivas e adjetivas restritivas).

4) O ponto final separa assuntos, épocas ou visões.

5) O ponto-e-vírgula substitui o ponto final ou a vírgula, sendo uma opção intermediária em relação a essas.


394  Colocação pronominal (pronomes pessoais oblíquos átonos) 

395  Colocação pronominal

Os pronomes pessoais oblíquos átonos apresentam mais dificuldades em relação à sua posição na frase, que pode ser de:

próclise: pronome antes do verbo;

ênclise: pronome depois do verbo;

mesóclise: pronome no meio do verbo.

Quando não houver uma regra explícita, a colocação nominal é livre. Algumas gramáticas dizem que, nesse caso, deve-se preferir à ordem enclítica, que é a ordem padrão do português de Portugal.


396  Pronomes pessoais Núm. Pessoa Retos (sujeito) Oblíquos Átonos* (OD/OI)

Substituem substantivos (valor de substantivo).

Núm.

Pessoa

Retos (sujeito ou predicativo)

Oblíquos (complemento ou adjunto)

Átonos (usados sem preposição)* (OD/OI, CN, AA, suj. de infinitivo)

Tônicos (usados com preposição)** (OI, CN, OD prep., AP, A ADV)

Sing.

1ª eu

me (OD/OI)

mim, comigo

2ª tu

te (OD/OI)

ti, contigo

ele(a)

se (OD/OI)

o, a (só OD)

lhe (só OI)

si, consigo, ele, ela

Plural

nós

nos (OD/OI)

nós, conosco

vós

vos (OD/OI)

vós, convosco

eles(as)

os, as (só OD) lhes(só OI)

si, consigo, eles, elas

* únicos com regra de colocação (próclise, mesóclise e ênclise)

** únicos que levam preposição


397  RESUMO 1) Próclise obrigatória:

a) palavras atrativas (negativas; advérbios, pronomes indefinidos e demonstrativos; ‘que’);

b) certos tipos de oração (iniciada por: pronomes e advérbios interrogativos, pronomes relativos e por expressões exclamativas; com gerúndio seguido de ‘em’; optativa; subordinada; coordenada alternativa).

2) Ênclise obrigatória:

a) verbo no início de frase;

b) verbo no imperativo afirmativo;

c) verbo no gerúndio (sem o ‘em’);

d) verbo no infinitivo pessoal.

3) Mesóclise:

verbos no futuro do presente ou do pretérito (não há ênclise com esses verbos; pode haver próclise).

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