sábado, 21 de agosto de 2021

Explicação sobre os cantos litúrgicos (2)

 06 – CANTO DE PROCISSÃO DAS OFERENDAS

(Acompanha uma Ação Ritual)

Com a Procissão das oferendas se inicia o segundo momento da Liturgia – a Fração do Pão ou Eucaristia. Nunca chamar este momento de ofertório, pois o verdadeiro ofertório da Missa só acontece depois da Consagração.

Este cântico acompanha uma ação litúrgica, a procissão do Pão e Vinho até o altar. Estes dons deveriam sair preferencialmente da nave da igreja, ou seja, do meio da assembléia, expressando que é a comunidade que traz os frutos para serem apresentados a Deus. 

Para reflexão - Um problema:

Por questões práticas, com o passar do tempo, se inseriu nas comunidades o costume de no momento da Procissão e Apresentação das Oferendas a fazer a partilha de seus bens em prol da comunidade. Esta partilha é algo muito antigo e bonito (vêm desde a Igreja Apostólica), mas que está fora de lugar e acaba tirando a centralidade da apresentação das oferendas realizada pelo sacerdote no altar. A partilha é importante, mas infelizmente, da maneira como acontece ela tira o foco do principal; neste momento, como povo reunido em mandato do Senhor, deveríamos bendizê-lo, acompanhando a apresentação dos dons feita pelo sacerdote no altar.

Esta é a Apresentação das Oferendas:

Sacerdote – Bendito sejais Senhor, Deus do Universo, pelo pão que recebemos de vossa bondade, fruto da terra e do trabalho humano que agora vos apresentamos e para nós vai se tornar pão da vida. 

Assembléia – Bendito seja Deus para sempre!

Sacerdote – Bendito sejais Senhor Deus do Universo, pelo vinho que recebemos de vossa bondade, fruto da videira e do trabalho humano, que agora vos apresentamos e para nós vai tornar vinho da salvação.

Assembléia – Bendito seja Deus para sempre!

Esta bela oração, à qual poucas vezes podemos ouvir, por causa do movimento na assembléia e do canto que se prolonga muito, esta prece é feita pelo sacerdote sozinho. 

Solução – esta partilha deveria ser realizada após as Preces e antes da Apresentação das Oferendas. Porém deveria se realizar da forma mais rápida possível, com a disponibilidade de inúmeros acólitos/coroinhas para receber a partilha. Mas isto é algo que precisa ser muito discutido e trabalhado, mas cabe a nós saber que há algo fora do normal, um elemento estranho no Rito Eucarístico, que devemos trabalhar para que não tire o brilho da ação litúrgica. Em resumo, o canto entoado acaba não sendo de Apresentação das Oferendas, mas um canto de Partilha da Assembléia.

Nas Celebrações da Palavra, para não confundir a assembléia é conveniente não entoar cantos que falem de Pão, Vinho, sacrifício, etc. Nestas celebrações acontece somente a Partilha e não a Apresentação das Oferendas. Valorizar os cantos que expressam o sentido de comunidade, pão, vinho, partilhar a vida, bendizer ao Senhor etc.

☺ ☺ ☺ Cantos que expressam uma ação comunitária: “Trabalhar o pão” , “Ofertar NOSSA vida queremos”, “Bendito seja Deus para sempre!”, etc...

Cantos que não expressam ação comunitária, intimistas: Ex: “Só em Ti viver”, “Venho Senhor minha vida oferecer, como oferta viva em teu altar”, etc...

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07– SANTO, SANTO, SANTO

(CANTO RITUAL)

Santo, Santo, Santo, Senhor Deus do universo

O céu e a terra proclamam a Vossa Glória

Hosana nas alturas!

Bendito o que vem em nome do Senhor,

Hosana nas alturas!

O Santo é um cântico antiqüíssimo de origem na Sagrada Escritura. É um louvor ao Pai que nos deu o seu Filho. O Santo tem um sentido que vai além de nossa consciência humana, poderíamos dizer que neste momento o “céu se abre” para o encontro da Igreja Peregrina (terra) com a Igreja Gloriosa (céu). Nós, cristão que ainda estamos neste mundo nos reunimos àqueles que nos antecederam na fé (santos) e também ao coro celeste (anjos) para todos A UMA SÓ VOZ CANTAR. No “Santo” antecipamos a “Eterna Liturgia” que se realiza junto do Pai. Não existe nenhuma outra letra para o canto de “Santo” que não seja o descrito acima. E será que pode existir alguma letra mais bonita, do que esta composta de versículos da Sagrada Escritura?

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08 – AGNUS DEI (CORDEIRO DE DEUS)

(CANTO RITUAL DA FRAÇÃO DO PÃO)

Cordeiro de Deus que tirais o pecado do mundo tende piedade de nós...

Cordeiro de Deus que tirais o pecado do mundo tende piedade de nós...

Cordeiro de Deus que tirais o pecado do mundo dai-nos a paz...

É o canto que acompanha o gesto da fração do pão. O gesto da fração realizado por Cristo na última ceia, significa que muitos fiéis pela comunhão no único pão da vida, que é Cristo, morto e ressuscitado pela salvação do mundo, formam um só corpo (1Cor 10,17). O Cordeiro de Deus não tem o sentido de ato penitencial – de pedir perdão dos pecados. Cantando o Cordeiro de Deus enquanto o ministro parte o pão, a assembléia reconhece que “Jesus Cristo, por sua morte e ressurreição”, é o pão partido e multiplicado, o sangue derramado, para a salvação do mundo. Nas celebrações onde não se faz a fração do pão (celebração da palavra ou outros sacramentos), não se reza nem se canta o Cordeiro de Deus. É preciso cuidar para que este canto não se torne uma maneira delicada para encerrar o abraço da paz e recriar o silêncio respeitoso à comunhão eucarística. Deve ser iniciado pela assembléia (não esqueçamos que a Equipe faz parte da Assembléia!) e não pelo presidente da celebração. 

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