O QUE É O PREDICATIVO DO SUJEITO?
É o termo qualificador do sujeito, ou seja, indica um estado, uma qualidade, um defeito e até uma condição própria do sujeito. Observe:
- Juquinha permanece quieto.
- Juquinha está estressado.
- Juquinha continua tristonho.
- Juquinha é agoniado.
- Juquinha parece alegre.
- As meninas estão emocionadas.
- Meus alunos andam preocupados.
- Juquinha virou professor.
- Ele tornou-se sério.
- Nosso vizinho vive bem.
(mas “Nosso vizinho fala bem.”, pois nesse caso o vocábulo “bem” não caracteriza o “vizinho”, e sim modifica o verbo “falar”, funcionando como adjunto adverbial de modo)
- Você é assim.
- Sua chácara é longe?
- É primavera. *
- Está frio. *
- São quatro horas. **
* Nessas orações, embora os verbos “ser” e “estar” sejam impessoais, ou seja, não apresentem sujeito, eles são verbos de ligação. Por conta disso, temos “primavera” e “frio” como predicativos do sujeito.
** Temos aí um caso em que o verbo “ser” também é impessoal (embora esteja no plural), não possui sujeito, mas é VL. E, por conta disso, apresenta PS. No entanto, Luiz Antônio Sacconi, em “Nossa Gramática Completa”, chama-o de “predicativo neutro”, já que – como não há sujeito – por que deveria haver predicativo?
COMENTÁRIO DIDÁTICO 1
Há profissionais que enfatizam que o predicativo do sujeito (abreviado como “PS”) vem somente após verbos de ligação como nos exemplos acima. Esse ensino, no entanto, é equivocado, uma vez que o PS possui relação sintática com o seu sujeito, e não com nenhum verbo. Por conta disso, o nosso amável PS pode vir próximo a qualquer verbo. Veja logo abaixo.
- O pai recebeu os filhos ansioso. (“receber” é VTD e “os filhos” é OD)
- A vizinha chega cansada. (“chegar” é VI)
- Os moradores distribuíram extasiados alimentos aos venezuelanos.
(“distribuir” é VTDI, “alimentos” é OD, “aos venezuelanos” é OI)
- Juquinha sempre conversa eufórico com seus pais.
(“conversar” é VTI, “com seus pais” é OI)
- Minha amiga nasceu rica. (“nascer” é VI)
COMENTÁRIO DIDÁTICO 2
Outro ensino equivocado é dizer que o PS é sempre adjetivo. Na verdade, ele tem “valor” de adjetivo, mas pode assumir diferentes estruturas com as diversas contribuições de outras classes gramaticais. Observe:
- Meu amor é um vício. (PS em forma de substantivo)
- Esse aluno novo banca o machão. (PS em forma de substantivo)
- Todo momento é um viver eterno. (PS em forma de palavra substantivada = “viver”)
- Aquele copo parece de vidro. (PS em forma de locução adjetiva)
- Isso será tudo. (PS em forma de pronome indefinido)
- Eu não sou eu. (PS em forma de pronome pessoal)
- Nós éramos seis. (PS em forma de numeral)
- A verdade é que Deus é fofo. (PS em forma de oração substantiva predicativa - desenvolvida)
- Meu desejo é preservar minha índole. (PS em forma de oração subordinada predicativa - reduzida de infinitivo)
- Eu não sou mentiroso, mas Juquinha o é. (ou seja, “Juquinha é isso.” PS em forma de pronome demonstrativo. Em boas gramáticas, chamam o “o” de predicativo do sujeito pleonástico, uma vez que há uma redundância sintática; o pronome demonstrativo retoma o predicativo “mentiroso”)
COMENTÁRIO DIDÁTICO 3
Ainda sobre a estrutura do predicativo do sujeito, vale dizer que ele é muito confundido com o adjunto adverbial de modo, todavia - para sanar essa “treta” - basta que você compreenda que aquela palavra ou expressão estão diretamente ligadas ao sujeito, funcionando como caracterizador. Nesse caso, ele pode inclusive vir preposicionado. Veja:
- Juquinha está com saúde. (= saudável)
- Os policiais estavam sem munição.
- O aluno continua sem fala. (= mudo)
- Ainda estou com sono. (= sonolento)
- Minha família está de luto.
- Finalmente Juquinha está de pé.
- O meliante ficou sem punição. (= impune)
- Os dias maus em Cristo são de pouca duração. (= pouco duradouros)
- Nosso avô caiu de cama. (= doente)
- Sua falsidade não é de estranhar. (= estranhável)
- O percurso é de cinco quilômetros.
Afinal, como saber se a conjunção PORQUE é coordenada explicativa ou subordinativa adverbial causal?
Não quero entrar no mérito de explicar a diferença entre coordenação e subordinação, pois - mesmo explicando - não seria suficiente para resolver de uma vez por todas essa treta gramatical. Então, dito isso, o melhor é entender o sentido do conectivo, da conjunção.
1. Como conjunção subordinada causal
- na linha do tempo, a causa sempre vem antes da consequência, ou seja, em toda sentença que houver uma causalidade, haverá também um fato consecutivo, que indica o efeito, o impacto da causa apontada na sentença;
- a causa é sinônimo de razão, motivo.
Juquinha não se inscreveu no vestibular, porque estava sem dinheiro.
Observe que a oração iniciada pela conjunção revela a causa, o motivo, a razão para para Juquinha não ter feito sua inscrição no vestibular. Já a oração desprovida da conjunção revela a consequência, isto é, o efeito (não se inscrever no vestibular) que veio a partir do fato de Juquinha não ter dinheiro. Moleza, né?
2. Como conjunção coordenada explicativa
- a conjunção inicia uma oração que revela a justificativa de ordem ou sugestão dada na oração anterior; digo isso, pois, na oração anterior, há com frequência um verbo no modo imperativo.
- ela também pode ser explicativa quando indica dedução.
a) Estude muito, porque o concurso virá em breve. (justificativa para uma sugestão dada; a ordem é transmitida pelo verbo "Estude")
b) Cale a boca, porque eu preciso de silêncio. (justificativa para uma ordem dada)
c) Esse cachorro tem pulgas, porque está se coçando. (O cachorro só se coça, porque tem pulgas? Não! Na opinião de quem observa o pobre do animal se coçando, deduz que isso ocorre por causa das pulgas. Trata-se de uma dedução.)
d) Juquinha deve estar doente, porque acabou de entrar na drogaria. (dedução, pois os que entram na drogaria também podem estar com saúde, né? Hehehe...)
Nenhum comentário:
Postar um comentário