Já dedicamos duas postagens aqui em nosso blog a analisar algumas mudanças que serão trazidas pela terceira edição do Missal Romano, cujo processo de tradução pela CETEL (Comissão Episcopal de Textos Litúrgicos) encontra-se em suas etapas finais. Lembrando que atualmente no Brasil usamos a segunda edição do Missal Romano, publicada em latim em 1975 e traduzida em 1991.
A primeira postagem foi dedicada ao Próprio do Tempo, isto é, aos diversos períodos do Ano Litúrgico, e a segunda trouxe as Missas dos santos. Nesta terceira e última parte vamos analisar as Missas rituais, para diversas necessidades e votivas.
Missal Romano, tradução da 3ª edição: Material de estudo (CNBB)
Missas rituais
As Missas rituais são aquelas utilizadas para alguns sacramentos e sacramentais quando estes são celebrados na Missa, conforme as normas dos respectivos Rituais.
1. Iniciação Cristã:
Começamos pela Iniciação Cristã de adultos, que antes dos sacramentos possui uma série de ritos preparatórios, durante o período do catecumenato.
O primeiro deles é o Rito da Eleição ou da Inscrição do nome, o qual possui uma Missa própria (cf. Missal Romano, 2ª edição, p. 777). Sobre esta se esclarece no novo Missal que deve ser celebrada quando se realiza o Rito fora do tempo próprio, isto é, o I Domingo da Quaresma (quando então se reza a Missa do dia).
Passamos então aos Escrutínios, que possuem três formulários próprios de orações (pp. 788-791). Na nova edição do Missal se esclarece que nestas Missas sempre se usam os prefácios próprios dos Domingos III, IV e V da Quaresma (pp. 197.204.212), mesmo em outro tempo litúrgico [1].
Há também, atualmente, uma intercessão própria pelos padrinhos dos catecúmenos a ser dita nas três celebrações quando se usa a Oração Eucarística I (Missal, p. 789; Ritual da Iniciação Cristã de Adultos, p. 200). Na terceira edição do Missal, porém, são acrescentadas intercessões pelos padrinhos também nas Orações Eucarísticas II e III.
Para o Batismo a nova edição traz apenas um esclarecimento: nesta Missa omite-se o Ato Penitencial (substituído pelos ritos de acolhida do Batismo) e o Creio (substituído pela renovação das promessas batismais), mas reza-se ou canta-se o Glória.
Praticamente o mesmo é dito para o sacramento da Crisma: omite-se o Creio (substituído pela renovação das promessas batismais), mas reza-se ou canta-se Glória.
Porém, aqui também há uma mudança similar à Missa dos escrutínios: além da intercessão própria pelos crismandos na Oração Eucarística I (Missal, p. 795; Pontifical Romano, p. 45), são acrescentadas intercessões próprias também nas Orações Eucarísticas II e III.
2. Demais sacramentos:
Passando aos demais sacramentos, começamos pela Unção dos Enfermos, sobre a qual não há menção no atual Missal. Na nova edição, porém, orienta-se que quando se celebra este sacramento na Missa tomam-se as orações do formulário “Pelos doentes” (Missal, pp. 924-925). Além disso, para a Unção o novo Missal traz duas fórmulas de bênção, tomadas do respectivo Ritual (p. 45)
Para o sacramento da Ordem, temos na atual edição do Missal apenas a intercessão pelos ordenados na Oração Eucarística I, remetendo, para as orações, às Missas para diversas necessidades “Pelo Bispo” (pp. 883-885), “Pelo sacerdote” (pp. 887-888) e “Pelos ministros da Igreja” (p. 892).
Esta referência aos formulários para as diversas necessidades trata-se de um erro, pois embora algumas orações dessas Missas sejam iguais aos do ritual das ordenações, presentes no Pontifical Romano, sobretudo as coletas são diferentes (e mesmo algumas orações iguais têm partes próprias no caso das ordenações).
A terceira edição típica do Missal (em latim) traz todas as orações das Missas rituais das ordenações, como estão no Pontifical Romano, além das intercessões pelos ordenandos nas Orações Eucarísticas I, II, III e IV (já presentes no atual Pontifical) e as bênçãos próprias para estas celebrações.
Papa Francisco preside uma Ordenação de presbíteros - 2019
(Na imagem usa-se a edição italiana do Ritual de Ordenações)
Não sabemos como a tradução brasileira tratará esta questão. Seria interessante (e aqui é a opinião do autor deste blog) reproduzir no Missal ao menos as intercessões das Orações Eucarísticas, para evitar uma “troca de livros” durante este momento. Para as demais orações, poderia remeter-se ao Pontifical.
Por fim, na ordem em que estão impressos os sacramentos no Missal, temos o Matrimônio, sobre o qual há três pequenos acréscimos:
A orientação de omitir o Ato Penitencial (substituído pelos ritos iniciais do sacramento), mas rezar ou cantar o Glória;
O acréscimo de intercessões próprias pelos noivos nas Orações Eucarísticas II e III, já presentes no Ritual (p. 118), enquanto que o atual Missal traz apenas a intercessão da Oração Eucarística I (p. 803);
O acréscimo de duas coletas alternativas.
3. Sacramentais:
Para os sacramentais, o novo Missal também traz alguns pequenos acréscimos e esclarecimentos. Primeiramente, para a Bênção de abade ou abadessa a terceira edição traz intercessões próprias pelo novo abade ou nova abadessa nas Orações Eucarísticas I, II, III e IV e as bênçãos próprias no fim da Missa. Cumpre dizer que, por alguma razão, nenhuma destas orações está presente no Pontifical, nem mesmo a eucologia menor (presente, porém, no Missal, às pp. 815-816) [2].
Na Missa para a Consagração de virgens o novo Missal acrescenta apenas outra opção de bênção, tomada do Pontifical Romano (p. 326).
Em relação à Instituição de leitores e acólitos, sobre a qual o atual Missal se cala, a terceira edição orienta celebrar a Missa “Pelos ministros da Igreja” (pp. 891-892).
Por fim, cumpre dizer que na edição típica as Missas em aniversário de matrimônio e aniversário de profissão religiosa foram deslocadas das Missas rituais para as Missas para diversas necessidades, sobre as quais falaremos a seguir.
Missas para diversas necessidades:
As Missas para diversas necessidades ou para diversas circunstâncias são formulários de orações por intenções específicas, tanto pela Igreja quanto por situações da vida pública.
Na terceira edição do Missal destaca-se, primeiramente, a mudança na ordem dos formulários, de modo a dar mais destaque a algumas celebrações. Por exemplo, a Missa “Pela família”, atualmente o formulário n. 43, tornou-se o formulário n. 12.
Papa Francisco abençoa com o Evangeliário durante o "Sínodo da Família" (2015)
A maior mudança, porém, é a inserção de um formulário novo: a Missa “Para pedir a castidade” (“Ad postulandam continentiam”), com a eucologia menor completa. Com a inserção deste formulário e das Missas em aniversário de matrimônio e de profissão religiosa, as Missas para diversas necessidades na terceira edição sobem de 46 para 49.
Além do novo formulário, três Missas já existentes na atual edição do Missal recebem alterações:
A Missa “Para promover a concórdia” foi enriquecida de uma nova coleta alternativa e a orientação a usar o prefácio da Missa pela unidade dos cristãos;
À Missa “Pelo perdão dos pecados” foi acrescentado um novo formulário alternativo completo (orações do dia, sobre as oferendas e após a Comunhão);
Também para a Missa “Em qualquer necessidade” foi acrescentado um novo formulário alternativo completo, somando-se aos dois já existentes no atual Missal.
Ainda sobre as Missas para diversas necessidades, temos na terceira edição um esclarecimento sobre quando usar as duas Orações Eucarísticas (OE) sobre a reconciliação (no atual Missal para o Brasil numeradas como VII e VIII).
Sobre as OE para diversas circunstâncias (VI-A, VI-B, VI-C e VI-D) o atual Missal já esclarece (p. 839), porém cala-se sobre as outras duas. Na terceira edição do Missal especifica-se quando usar as OE VII e VIII:
- nas Missas para diversas necessidades “Para promover a concórdia”, “Pela reconciliação”, “Pela conservação da paz e da justiça”, “Pelo perdão dos pecados” e “Para pedir a caridade”;
- nas Missas votivas da Santa Cruz, da Santíssima Eucaristia e do Preciosíssimo Sangue de nosso Senhor Jesus Cristo;
- nas Missas do Tempo da Quaresma, particularmente nos dias de semana.
Papa Francisco preside uma Liturgia Penitencial no Vaticano
Nos dois últimos casos (Missas votivas e da Quaresma), embora as duas OE sobre a reconciliação possuam prefácios próprios, é permitido rezá-las com outros prefácios, especialmente os da Quaresma. Isto as difere das OE VI-A até VI-D, as quais possuem prefácios próprios que não podem ser substituídos, razão pela qual não devem ser usadas nas Missas durante o Ano Litúrgico (no futuro podemos fazer uma postagem indicando quando usar cada OE).
Por fim, ainda sobre o tema das Orações Eucarísticas, na edição típica revisada do Missal Romano (2008), as OE para Missas com crianças (no atual Missal numeradas como IX, X e XI) foram omitidas. Embora seu uso continue permitido, deu-se a entender que, devido a seu uso extraordinário, poderiam ser impressas em um encarte à parte do Missal. Não sabemos, porém, como a CETEL vai proceder neste assunto.
Missas votivas:
Os últimos textos do Missal sobre os quais analisaremos as mudanças da terceira edição são as Missas votivas, celebrações em honra dos mistérios do Senhor, ou em honra da Virgem Maria ou dos santos que podem ser rezados para favorecer a devoção dos fiéis. Em relação a estas Missas temos pequenos esclarecimentos e acréscimos:
Primeiramente, em relação à Missa votiva à Divina Misericórdia (cf. Missal, p. 941) é reforçado que não pode ser celebrada no II Domingo da Páscoa, também chamada “da Divina Misericórdia”, o qual possui textos próprios.
A Missa votiva de Cristo, sumo e eterno sacerdote (p. 943), que no atual Missal é indicada como formulário B da Missa da Santíssima Eucaristia, recebeu título próprio, destacando assim sua importância, reforçada sobretudo após o Ano Sacerdotal celebrado pelo Papa Bento XVI entre 2009 e 2010.
À Missa votiva do Santíssimo Nome de Maria (p. 954), até então contando apenas com uma oração do dia, foram acrescentadas uma nova coleta alternativa e orações sobre as oferendas e após a Comunhão próprias, as duas ultimas tomadas da Coletânea de Missas de Nossa Senhora (pp. 124-125). As orações da Missa votiva são distintas da Memória do Santíssimo Nome de Maria, no dia 12 de setembro, sobre o qual falamos na segunda parte deste estudo.
Ainda para promover a piedade mariana foi acrescentada na terceira edição a Missa votiva de Maria, Rainha dos Apóstolos, com toda a eucologia menor própria, tomada da Coletânea de Missas de Nossa Senhora (pp. 108-109). A oração do dia desta Missa, porém, já está presente no atual Missal como coleta alternativa para o Comum de Nossa Senhora no Tempo Pascal (p. 738).
Maria, Rainha dos Apóstolos
Por fim, foi acrescentada a Missa votiva de São João Batista, na qual se tomam as orações da Missa da Vigília da Solenidade da sua Natividade (pp. 599-600). Esta, porém, não é uma novidade total, uma vez que o atual Missal já indica que a citada Missa da Vigília pode também ser celebrada como votiva (p. 600).
* * *
Concluímos assim nosso percurso pela terceira edição típica do Missal Romano, indicando algumas das mudanças em relação à segunda edição, atualmente usada no Brasil. Aguardemos agora que a CETEL conclua o processo de revisão do texto e o encaminhe para a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos.
Dada a relativa liberdade das Conferências Episcopais na tradução dos textos litúrgicos, sobretudo a partir do Motu proprio Magnum Principium, podemos esperar algumas adaptações, como já existem na tradução da segunda edição.
Até termos em mãos o novo Missal, peçamos ao Senhor: “Concedei, ó Deus, ao povo cristão conhecer a fé que professa e amar a Liturgia que celebra. Por Cristo, nosso Senhor. Amém” (Missal Romano, Oração sobre o povo n. 3, p. 531).
Notas:
[1] Na atual edição do Missal a orientação é usar o prefácio do tempo quando se celebram as Missas dos escrutínios fora dos domingos da Quaresma. É uma escolha bastante acertada da nova edição, uma vez que os referidos prefácios não estão atrelados necessariamente à espiritualidade quaresmal, mas aos Evangelhos proclamados: a samaritana, o cego de nascença e a ressurreição de Lázaro.
[2] Como vimos nas partes anteriores do nosso estudo, as três orações - oração do dia, sobre as oferendas e após a Comunhão - formam a eucologia “menor” em comparação à eucologia “maior”, que é a Oração Eucarística. A palavra “eucologia” significa “conjunto de orações”.
Na primeira postagem desta série começamos a analisar algumas mudanças que serão trazidas pela terceira edição do Missal Romano em relação à atual (no Brasil usamos a segunda edição do Missal Romano, publicada em latim em 1975 e traduzida em 1991).
Após percorrer as mudanças no “Próprio do Tempo”, isto é, nas celebrações dos diversos períodos do Ano Litúrgico, agora analisaremos as Missas dos santos, deixando para a próxima postagem as Missas rituais, para diversas necessidades e votivas.
Missal Romano, tradução da 3ª edição: Material de estudo (CNBB)
Próprio dos Santos
1. Novos santos inseridos na III edição:
O Próprio dos Santos contém as orações específicas para os santos celebrados em datas fixas do calendário. Desde a publicação da segunda edição do Missal, que usamos atualmente, diversos santos foram inscritos no Calendário Romano Geral e devem ter suas orações publicadas na nova edição, que está sendo traduzida pela CETEL (Comissão Episcopal de Textos Litúrgicos).
É importante dizer que nem todo santo canonizado é inserido no Calendário Geral: comumente é inscrito apenas no calendário próprio de seu país de origem ou atuação (ou de sua congregação, no caso de religiosos). Um santo só é inscrito no Calendário Geral, tendo sua devoção proposta a toda a Igreja, por Decreto da Congregação para o Culto Divino. Geralmente são escolhidos santos de maior importância, cuja devoção transcende apenas uma região.
Os novos santos inscritos no Calendário Geral já podem ser celebrados, sendo inclusive citados no Diretório Litúrgico publicado anualmente pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). Porém, estes não possuem ainda orações próprias no Missal. São estas orações, como veremos abaixo, que encontraremos na sua nova edição.
a) Celebrações cristológicas:
Seguindo a ordem de precedência das celebrações, começamos com uma festa do Senhor: a Memória facultativa do Santíssimo Nome de Jesus, no dia 03 de janeiro.
Antes da reforma litúrgica do Concílio Vaticano II celebrava-se no dia 01 de janeiro, oito dias após o Natal, a Festa da Circuncisão do Senhor, na qual se recordava a imposição do seu nome (Lc 2,21). Com a reforma litúrgica, a data foi ocupada pela Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus.
Considerando o fundamento bíblico, o rico simbolismo do “nome” e a devoção a ele cultivada por algumas famílias religiosas, a celebração foi reproposta de maneira facultativa no primeiro dia litúrgico livre após 01 de janeiro. Como no dia 02 já há uma memória obrigatória, como veremos adiante, a data definida foi 03 de janeiro.
Esta memória possui toda a eucologia menor própria: oração do dia, sobre as oferendas e após a Comunhão [1]. Há também a Missa votiva do Santíssimo Nome de Jesus, com outras orações, que continua presente na terceira edição (cf. Missal Romano, 2ª edição, pp. 944-945).
b) Celebrações marianas:
Passando às celebrações da Virgem Maria, temos três acréscimos: primeiramente, a Memória facultativa de Nossa Senhora de Fátima, no dia 13 de maio, que possui apenas a oração do dia própria.
Em seguida, retornando ao simbolismo do “nome”, temos a inserção da Memória facultativa do Santíssimo Nome de Maria, inscrita no dia 12 de setembro [2]. Assim como a memória do Nome de Jesus, esta celebração possui toda a eucologia menor própria. O nome de Maria possui também sua Missa votiva, sobre a qual falaremos na terceira parte do nosso estudo.
Há também uma celebração mariana que não consta na terceira edição típica do Missal, uma vez que foi inserida no Calendário após sua impressão, mas que com certeza virá na tradução brasileira. Trata-se da Memória facultativa de Nossa Senhora de Loreto, no dia 10 de dezembro, inserida no Calendário Romano Geral pelo Decreto divulgado em outubro de 2019.
Por fim, na edição revista do Missal Romano (2008) a celebração de Nossa Senhora de Guadalupe (12 de dezembro) foi proposta a toda a Igreja como memória facultativa. Porém, sendo padroeira da América Latina, esta advocação mariana já consta no calendário próprio do Brasil com o grau de Festa.
c) Celebrações hagiológicas:
A terceira categoria no Próprio são as celebrações hagiológicas, isto é, dos santos e santas. Na terceira edição típica do Missal temos a inserção de dez santos, sendo uma memória obrigatória (que deve ser celebrada) e nove memórias facultativas (que podem ser celebradas ou não, à critério da comunidade e do sacerdote).
Todas as dez celebrações indicadas abaixo possuem apenas a oração do dia própria (devendo as demais orações ser tomadas dos Comuns dos Santos). Os dois santos indicados com um asterisco (*) foram inseridos na versão revisada do Missal em 2008.
Memória obrigatória:
23 de setembro: São Pio de Pietrelcina, Presbítero (*) - Canonizado por João Paulo II em 2002, mesmo ano da publicação da edição típica.
Memórias facultativas:
08 de fevereiro: Santa Josefina Bakhita, Virgem;
21 de maio: São Cristóvão Magallanes, Presbítero, e seus companheiros, Mártires;
22 de maio: Santa Rita de Cássia, Religiosa;
08 de julho: Santo Agostinho Zhao Rong, Presbítero, e seus companheiros, Mártires [3];
20 de julho: Santo Apolinário, Bispo e Mártir;
24 de julho: São Charbel Makhluf, Presbítero;
09 de agosto: Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein), Virgem e Mártir;
25 de novembro: Santa Catarina de Alexandria, Virgem e Mártir;
09 de dezembro: São Juan Diego Cuauhtlatoatzin (*).
Temos ainda outras quatro memórias facultativas que foram inseridas no Calendário mais recentemente, durante o pontificado do Papa Francisco. São elas, em ordem de inserção no calendário:
11 de outubro: São João XXIII, Papa (Decreto divulgado em setembro de 2014);
22 de outubro: São João Paulo II, Papa (Decreto divulgado em setembro de 2014);
29 de maio: São Paulo VI, Papa (Decreto divulgado em fevereiro de 2019);
05 de outubro: Santa Faustina Kowalska, Virgem (Decreto divulgado em maio de 2020).
2. Calendário próprio do Brasil:
Além do Calendário Romano Geral, comum a toda a Igreja, sobre o qual já falamos acima, existem os calendários próprios de um determinado país, região, diocese ou família religiosa. No caso do Brasil, além da Solenidade de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, padroeira nacional, celebrada no dia 12 de outubro com o grau de Solenidade, temos como celebrações próprias as memórias dos santos brasileiros.
Primeiramente há o caso de São José de Anchieta, Presbítero, cuja memória já consta no atual Missal (p. 591), no dia 09 de junho, porém ainda indicado como beato. Esta informação será atualizada, dado que ele foi canonizado pelo Papa Francisco em 2014.
Além de Anchieta temos três outros santos canonizados após a atual tradução do Missal, em 1991, que já devem ser celebrados, pois os três são indicados no Diretório Litúrgico como Memórias obrigatórias, mas que ainda não possuem orações próprias no Missal (em suas celebrações atualmente tomam-se todas as orações do Comum dos Santos). É razoável supor que a CETEL proporá orações próprias (ao menos a oração do dia) para estas três memórias:
09 de julho: Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus, Virgem, canonizada pelo Papa João Paulo II em 2002;
03 de outubro: Santos André de Soveral, Ambrósio Francisco Ferro, Presbíteros, e seus companheiros, Mártires, canonizados pelo Papa Francisco em 2017;
25 de outubro: Santo Antônio de Sant’Ana Galvão, Religioso, canonizado pelo Papa Bento XVI em 2007.
Há ainda o caso mais recente de Santa Dulce dos Pobres, Religiosa, canonizada pelo Papa Francisco em 2019, cuja memória não consta no Diretório Litúrgico deste ano de 2020, mas cuja celebração provavelmente será inserida no dia 13 de agosto.
Canonização de Santa Dulce (13 de outubro de 2019)
3. Alterações em celebrações já existentes:
Além das celebrações novas inseridas na terceira edição do Missal, temos uma série de celebrações de santos já existentes na atual edição que sofrerão alguma alteração, seja com a inserção de novos textos ou com a substituição dos atuais.
a) Acrescentadas orações sobre as oferendas e após a Comunhão próprias:
Primeiramente temos quatro memórias obrigatórias que atualmente contam apenas com a oração do dia própria e que na terceira edição recebem também as orações sobre as oferendas e após a Comunhão:
02 de janeiro: São Basílio Magno e São Gregório Nazianzeno, Bispos e Doutores da Igreja (cf. Missal Romano, 2ª edição, p. 538);
26 de janeiro: São Timóteo e São Tito, Bispos (p. 545);
14 de fevereiro: São Cirilo, Monge, e São Metódio, Bispo (p. 555);
07 de março: Santas Perpétua e Felicidade, Mártires (p. 558);
b) Acrescentada uma coleta alternativa:
A Memória facultativa de São Luís Maria Grignion de Montfort, Presbítero (p. 574), no dia 28 de abril, recebe uma oração do dia alternativa, que se soma à atual, podendo ser proferida à escolha.
c) Elaborada uma nova coleta:
Temos outras duas celebrações que recebem uma nova coleta que substitui a atual. Nos dois casos a oração do dia presente na segunda edição do Missal é bastante “genérica”. Portanto, as novas orações trazem aspectos mais específicos da vida dos santos.
14 de outubro: Memória facultativa de São Calisto I, Papa e Mártir (p. 679) - A nova oração destaca sua piedade para com os fiéis defuntos (“pietatem erga christifideles defunctos”), tendo cuidado das catacumbas que levam seu nome em Roma;
22 de novembro: Memória obrigatória de Santa Cecília, Virgem e Mártir (p. 706) - A padroeira dos músicos recebe uma nova oração que recorda-nos como ela cantou as maravilhas do Senhor (“praedicent mirabilia”).
d) Elaborado um novo prefácio:
Por fim, temos uma celebração alterada durante o pontificado do Papa Francisco. Trata-se da Memória obrigatória de Santa Maria Madalena (pp. 618-619), no dia 22 de julho, que a partir do Decreto divulgado em junho de 2016 é elevada à categoria de Festa e recebe um prefácio próprio, “De apostolorum apostola” (“A apóstola dos apóstolos”). É este novo prefácio que devemos aguardar na nova edição brasileira do Missal.
Aparição do Ressuscitado a Maria Madalena - Alexander Ivanov (séc. XIX)
Comuns dos Santos
Passamos agora aos Comuns dos Santos, formulários de orações usados nas Missas dos santos que não possuem textos próprios, conforme as diversas categorias (Mártires, Pastores, Virgens...).
1. Comum de Nossa Senhora:
O primeiro Comum a receber alterações é o de Nossa Senhora. Atualmente há no Missal três formulários completos de orações “ordinários”, isto é, que podem ser usados em qualquer tempo (especialmente no Tempo Comum) e três para tempos específicos (Advento, Natal e Páscoa).
Os formulários “ordinários” na nova edição passam a ser oito: aproveitando as coletas alternativas já existentes (pp. 733-735.739), além da coleta n. I da Missa de “Maria, filha eleita de Israel” (Coletânea de Missas de Nossa Senhora, p. 34), o Comum é enriquecido especialmente com orações sobre as oferendas e após a Comunhão tomadas (literalmente ou com pequenas alterações) da Coletânea de Missas de Nossa Senhora.
Também as Missas de Nossa Senhora no Advento e no Natal recebem novas orações alternativas, algumas tomadas da Coletânea, outras de nova composição.
2. Comum dos Mártires:
O Comum dos Mártires, por sua vez, é enriquecido primeiramente de um novo prefácio, “De mirabilibus Dei in martyrum victoria” (“Das maravilhas de Deus na vitória dos mártires”), podendo ser usado à escolha ao lado do atual prefácio desta insigne categoria de santos.
Além disso, este Comum ganha um novo formulário completo de Missa, com as três orações da eucologia menor: “Por um missionário mártir” (“Pro uno missionario martyre”). Já há no Missal um formulário “Para vários missionários mártires”, com orações no plural, enriquecido agora por esse no singular.
3. Comum dos Pastores:
No Comum dos Pastores temos o acréscimo de três coletas alternativas, uma na Missa “Para um Papa” (“Pro Papa”) e duas na Missa “Para um Bispo” (“Pro episcopo”).
4. Comum dos Santos:
Por fim, para o Comum dos Santos, a nova edição do Missal traz três novos formulários completos de Missas (com as três orações da eucologia menor), englobando as seguintes subcategorias de santos: “Para um abade” (“Pro abbate”) [4], “Para um monge” (“Pro monacho”) e “Para uma monja” (“Pro moniali”)
Um santo monge retratado no Menológio de Basílio II (séc. X-XI)
* * *
Chegamos assim ao fim desta segunda parte da nossa análise de algumas mudanças na terceira edição do Missal Romano. Na terceira e última parte traremos as Missas rituais, para diversas necessidades e votivas.
Notas:
[1] Como vimos na primeira parte do nosso estudo, as três orações - oração do dia, sobre as oferendas e após a Comunhão - formam a eucologia “menor” em comparação à eucologia “maior”, que é a Oração Eucarística. A palavra “eucologia” significa “conjunto de orações”.
[2] A Natividade de Maria é celebrada (com grau de Festa) no dia 08 de setembro. Portanto, a data para a celebração do seu nome deveria ser 15 de setembro, oito dias depois. Porém, como no dia 15 se celebra a Memória obrigatória de Nossa Senhora das Dores, o Nome de Maria foi deslocado para o dia litúrgico livre mais próximo, 12 de setembro (dia 14 é a Festa da Exaltação da Santa Cruz e dia 13 a Memória obrigatória de São João Crisóstomo).
[3] No Calendário Romano geral a memória de Santo Agostinho Zhao Rong e seus companheiros está inscrita no dia 09 de julho. Mas, como no calendário próprio do Brasil celebra-se neste dia a Memória obrigatória de Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus, a memória dos mártires chineses foi antecipada.
[4] No Missal atual (2ª edição) há uma coleta para um santo abade dentro da subcategoria “Para religiosos” (p. 777), a qual integra o novo formulário completo.
A tradução da terceira edição típica do Missal Romano encontra-se em suas etapas finais. A CETEL (Comissão Episcopal de Textos Litúrgicos) está em processo de revisão do material antes de enviá-lo à Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos para sua aprovação.
Vale lembrar que usamos no Brasil a segunda edição do Missal Romano, publicada em sua forma típica (em latim) em 1975 e traduzida para o português do Brasil em 1991. A terceira edição foi publicada em latim em 2002 e revisada em 2008, sendo esta a tradução que aguardamos.
À luz deste processo, gostaríamos de apresentar algumas das mudanças que serão trazidas por esta terceira edição. Não vamos entrar aqui em questões de tradução, nos limitando a apresentar as mudanças que dizem respeito a toda a Igreja.
Missal Romano, tradução da 3ª edição: Material de estudo (CNBB)
Nesta postagem analisaremos o chamado “Próprio do Tempo”, isto é, as celebrações dos diversos períodos do Ano Litúrgico, enquanto que dedicaremos outras duas postagens às Missas dos santos, rituais, para diversas necessidades e votivas.
Próprio do Tempo
1. Missa da Vigília nas Solenidades da Epifania e da Ascensão
O Calendário Romano Geral possui dez solenidades do Senhor. Cinco delas, porém, são particularmente importantes, elencadas nos números 1 e 2 da Tabela de precedência dos dias litúrgicos: Páscoa, Natal, Epifania, Ascensão e Pentecostes.
Três destas celebrações já possuem vigílias: em primeiro lugar, naturalmente, a Vigília Pascal, “mãe de todas as vigílias” e coração do Ano Litúrgico; depois a Vigília de Pentecostes, que pode ser celebrada de forma simples ou de forma solene (com várias leituras); e por fim a Vigília do Natal, que raramente é celebrada, sendo “obscurecida” pela Missa da Noite.
Com a inserção das Missas da Vigília da Epifania e da Vigília da Ascensão, as cinco grandes solenidades do Senhor passam a contar com formulários próprios de orações a serem rezadas na tarde do dia anterior [1]. As duas novas vigílias são compostas de oração do dia (também chamada de “coleta”), oração sobre as oferendas e oração após a Comunhão próprias (a chamada “eucologia menor”) [2].
A coleta da nova Vigília da Epifania é a atual oração da segunda-feira após a Epifania (Missal Romano, 2ª edição, p. 168). Portanto, foi proposta uma nova oração para este dia. Para a Solenidade da Ascensão, por sua vez, foi acrescentada também uma nova coleta alternativa para a Missa do dia.
2. As estações quaresmais:
Antes de entrar no Tempo da Quaresma, a terceira edição do Missal aprofunda o tema das “estações quaresmais”, que são mencionadas vagamente na atual versão (p. 174). Recolhendo a contribuição do Cerimonial dos Bispos, se especifica como celebrar as estações.
3. As flores e instrumentos musicais na Quaresma:
Na mesma página é especificado que durante a Quaresma proíbe-se ornar o altar com flores e os instrumentos musicais devem apenas sustentar o canto - exceto no IV Domingo (Laetare), nas solenidades e festas. Estas informações estão ausentes na atual edição do Missal, embora sejam descritas no Diretório Litúrgico.
4. Orações sobre o povo para todos os dias da Quaresma:
Seguindo uma antiga tradição, que remete mais uma vez às antigas “estações quaresmais romanas”, a terceira edição do Missal traz uma oração sobre o povo para cada dia da Quaresma, desde a Quarta-feira de Cinzas até a quarta-feira da Semana Santa, as quais podem ser proferidas à escolha (ad libitum).
A oração sobre o povo é uma breve oração recitada antes da bênção final da Missa, logo após a invocação “O Senhor esteja convosco”. Atualmente é prevista uma oração sobre o povo para a Celebração da Paixão do Senhor na Sexta-feira Santa (sem a bênção em seguida), bem como uma série de 26 orações sobre o povo que podem ser usadas de maneira facultativa em qualquer Missa (pp. 531-534).
Inclusive algumas das orações próprias para os dias da Quaresma na terceira edição são tomadas desta série do atual Missal, a qual permanecerá na nova edição, sendo enriquecida de alguns formulários, substituindo os que foram transladados à Quaresma.
Apesar da inserção da série de orações sobre o povo para a Quaresma, esperamos (e aqui é a opinião do autor deste blog) que a tradução do novo Missal conserve a bênção solene própria para este tempo (cf. Missal Romano, 2ª edição, p. 521), dada a riqueza do seu texto.
Papa Francisco abençoa na Missa da Quarta-feira de Cinzas (2020)
5. Coleta alternativa para a sexta-feira da V semana da Quaresma:
Para a sexta-feira da V semana da Quaresma, a última sexta-feira deste tempo, é proposta uma segunda opção de oração do dia ou “coleta”, que pode ser proferida à escolha, a qual recorda a participação da Virgem Maria no Mistério Pascal do seu Filho.
Na edição de 1962 do Missale Romanum já havia neste dia uma Missa votiva às “Sete Dores de Nossa Senhora” (“Septem Dolorum Beatae Mariae Virginis”). Tal tradição é conservada na Terra Santa, onde se celebra a Missa na última sexta-feira da Quaresma no pequeno altar de Nossa Senhora das Dores junto ao Calvário na Basílica do Santo Sepulcro.
6. O sinal da cruz no Domingo de Ramos, na Vigília Pascal e na Festa da Apresentação do Senhor:
Embora seja uma questão menor, esta ainda gera dúvidas, sobretudo em relação aos dois primeiros casos a seguir. Na atual edição do Missal Romano, no início da Missa do Domingo de Ramos, da Vigília Pascal e da Festa da Apresentação do Senhor é dito somente: “o sacerdote saúda o povo como de costume” (pp. 220.271.547).
No novo Missal é esclarecido que nessas três celebrações, antes da saudação inicial, faz-se o sinal da cruz normalmente, como o Cerimonial dos Bispos já havia indicado.
7. A Missa Crismal:
Esta também é uma questão menor, mas a apresentamos aqui como curiosidade. Provavelmente na nova edição do Missal não serão mais impressas as orações para a Bênção dos Óleos dos Enfermos e dos Catecúmenos e para a Consagração do Crisma na Missa Crismal, celebrada na manhã da quinta-feira da Semana Santa (atualmente estas orações encontram-se às pp. 237-244).
A escolha segue um critério prático: de um lado economiza-se espaço (pois, como veremos na próxima postagem, o novo Missal será enriquecido por várias celebrações dos santos) e evita-se uma duplicação dos textos, uma vez que estes já se encontram no Pontifical Romano (pp. 525-533)
8. Tríduo Pascal:
Nas celebrações do Tríduo Pascal, as mais importantes do Ano Litúrgico, não há grandes novidades. Apenas alguns esclarecimentos sobre questões obscuras na segunda edição do Missal, que depois foram resolvidas pelo Cerimonial dos Bispos e pela Carta Circular Paschalis Sollemnitatis.
a) Missa da Ceia do Senhor:
Recorda-se que o altar deve ser ornado com flores “moderadamente” (de modo a não antecipar o júbilo da Vigília Pascal).
Sobre o Lava-pés, embora a terceira edição do Missal determine que dela participem apenas homens (“viri selecti”), a partir do Decreto de janeiro de 2016 é permitida também a participação de mulheres, mudando-se o texto para “Qui selecti sunt ex populo Dei” (“Aqueles que são escolhidos entre o povo de Deus”).
b) Celebração da Paixão do Senhor:
Antes das orientações da celebração propriamente dita, à frase “Hoje e amanhã, segundo antiquíssima tradição, a Igreja não celebra os sacramentos” (p. 254), o novo Missal acrescenta, esclarecendo: “exceto a Penitência e a Unção dos Enfermos”.
Sobre a Oração Universal a nova edição esclarece que, na ausência de diácono, as intenções são proferidas por um ministro leigo, do ambão. Embora na prática isto já venha sendo feito, a informação está ausente no atual Missal.
Na segunda forma da adoração da cruz, na qual se entoa a aclamação “Eis o lenho da cruz...” junto à porta, no meio da igreja e junto ao altar [3], permite-se que a cruz seja conduzida, na ausência do diácono, por um ministro leigo. Na atual versão do Missal apenas o sacerdote ou o diácono são autorizados a conduzir a cruz nesta segunda forma.
Papa Francisco venera a cruz apresentada pelo diácono (2019)
c) Vigília Pascal:
Sobre o sinal da cruz no início da Vigília já nos referimos acima. Além disso, o novo Missal reforça que na procissão com o círio não se levam nem a cruz nem os castiçais processionais, apenas o turíbulo com naveta do incenso que precedem o círio pascal.
Ainda sobre a procissão, na nova edição do Missal está claro que o círio pascal, na ausência do diácono, é conduzido por um ministro leigo e não pelo sacerdote, que caminha atrás com a sua vela.
Sobre a Liturgia da Palavra, ao recordar a possibilidade de omitir algumas leituras, é dito que devem ser proferidas ao menos três, tiradas “da Lei e dos Profetas”. Daqui pode se deduzir que deve ser escolhida ao menos uma leitura dentre as três primeiras, do Pentateuco (sendo que a leitura do Êxodo nunca pode ser omitida), e ao menos uma dentre as quatro últimas, dos Profetas.
9. Novas orações para o Tempo Pascal:
O Tempo Pascal é enriquecido por várias novas orações na terceira edição do Missal Romano, uma vez que muitas das orações deste tempo, particularmente as coletas (oração do dia), são repetidas em outras ocasiões.
Por exemplo, a oração do dia do V Domingo da Páscoa (p. 308) é a mesma do XXIII Domingo do Tempo Comum (p. 367). Assim, mantendo a oração no Tempo Comum, é proposto um novo texto para a Páscoa.
Os outros dias que recebem novos textos são:
Segunda-feira da II semana da Páscoa (p. 321): mesma oração do XIX Domingo do Tempo Comum (p. 363);
Quinta-feira da II semana da Páscoa (p. 325): mesma oração da segunda-feira da VI semana da Páscoa (p. 321);
Sexta-feira da II semana (p. 327): praticamente a mesma oração da quarta-feira da Semana Santa (p. 234), apenas invertida a ordem das frases;
Sábado da II semana (p. 328): praticamente a mesma oração do V Domingo da Páscoa, sobre a qual já falamos acima. Para este dia o novo Missal apresenta duas opções de oração do dia;
Segunda-feira da III semana (p. 331): mesma oração do XV Domingo do Tempo Comum (p. 359);
Segunda-feira da IV semana (p. 321): mesma oração do XIV Domingo do Tempo Comum (p. 358);
Sábado da IV semana (p. 329): a coleta deste dia se torna a nova oração do V Domingo da Páscoa. Portanto, é proposta outra oração para este sábado;
Segunda-feira da V semana (p. 331): mesma oração do XXI Domingo do Tempo Comum (p. 365);
Terça-feira da VI semana (p. 323): praticamente a mesma oração do III Domingo da Páscoa (p. 305).
10. Memória de “Maria, Mãe da Igreja” na segunda-feira depois de Pentecostes
Por fim, esta última mudança não se encontra na terceira edição do Missal, uma vez que foi realizada após sua impressão. Trata-se da inserção da memória de “Maria, Mãe da Igreja” na segunda-feira após o Pentecostes pelo Decreto divulgado em março de 2018.
As orações desta celebração, porém, já se encontram no Missal, como Missa votiva (p. 952), assim como na Coletânea de Missas de Nossa Senhora (p. 139).
Maria, Mãe da Igreja
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Concluímos assim a primeira parte da nossa análise de algumas mudanças na terceira edição do Missal Romano. Na segunda parte traremos as Missas dos santos, enquanto que na última postagem desta série analisaremos as Missas rituais, para diversas necessidades e votivas.
Notas:
[1] Também possuem uma Missa da Vigília as solenidades da Assunção de Maria (15 de agosto), da Natividade de São João Batista (24 de junho) e de São Pedro e São Paulo, Apóstolos (29 de junho).
[2] As três orações - oração do dia, sobre as oferendas e após a Comunhão - formam a eucologia “menor” em comparação à eucologia “maior”, que é a Oração Eucarística. A palavra “eucologia” significa “conjunto de orações”.
[3] Na primeira forma as três invocações são feitas junto ao altar pelo sacerdote.