Apareceu na telinha da tevê: “Equipe do presidente não gostou do TSE reabrir casos”. Espectadores atentos estranharam a passagem “do TSE”. Recorreram à coluna. Perguntaram: no caso, o casamento da preposição com o artigo está correto? Resposta: na norma culta, não.
Nós e a língua
A língua se parece com os falantes. Cheia de caprichos, tem preferências. Tem, também, amigos e inimigos. O sujeito serve de exemplo. Mandão, forçou o verbo a concordar com ele. Não satisfeito, cortou relações com a preposição. A maior inimiga: de. Diante da monossilábica criatura, fica uma lá e outro cá. É a tal história conhecida em Europa, França e Bahia: dois bicudos não se beijam.
Um lá, outro cá
O sujeito é pra lá de elitista. Não se mistura com a preposição. Por isso, antes dele, a combinação da preposição com o artigo ou pronomes não tem vez. Fuja como o diabo foge da cruz. Fica um lá e outro cá: Equipe do governo não gostou de o TSE (sujeito) reabrir o caso. Apesar de o ministro (sujeito) negar, é certa a edição de medida provisória. Passou da hora de essa informação (sujeito) ser confirmada. A fim de ele (sujeito) continuar no páreo, arranjos foram improvisados.
Tira-teima 1
A incompatibilidade da preposição com o artigo fica clara com o pronome eu. Escrever “está na hora deu sair”? Nãooooooooo! Deu é forma do verbo dar. É bom fazer as pazes com a língua: Está na hora de eu sair.
Tira-teima 2
O mesmo ocorre com o pronome ele. “Está na hora dele sair”? Volta pro mar, oferenda! Melhor: Está na hora de ele sair.
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