Problema de pontuação, principalmente da vírgula. É comum encontrar o sujeito separado do verbo, ou o verbo separado do complemento, pelo uso de vírgula. Duas normas são essenciais: 1 – Jamais se separa o sujeito do predicado (verbo), mesmo que ambos estejam distantes. “Todos os empregados que precisem viajar para fora do país, devem comparecer ao serviço de medicina...” A vírgula depois de “país” separa o sujeito (empregados) de seu verbo (devem comparecer). 2 – Jamais se separa o verbo de seus complementos. Mesmo que o verbo esteja longe deles. “A Bolsa do Rio garantia, a bancos e corretoras, o pagamento da compra de ações feita...” “A bancos e corretoras” é objeto indireto; não pode aparecer entre vírgulas. Separam-se por vírgulas orações intercaladas ou adjuntos adverbiais deslocados, no começo da frase (deslocados porque a ordem natural dos adjuntos é no fim da frase). O presidente, enquanto viajou, foi informado de tudo. Enquanto viajou, o presidente foi informado de tudo. Falta de revisão do que escreve A leitura e releitura do texto são fundamentais para evitar a divulgação de impropriedades, incoerências e repetições. A revisão contribui para obter a concisão, essencial no texto preciso e enxuto, expurgado de palavras desnecessárias, principalmente adjetivos, advérbios, pronomes, conjunções, aumentativos, diminutivos e superlativos, e com mais verbos e substantivos. A revisão é sobretudo um recurso para adequar o texto à norma culta, sempre com cuidado para preservar as informações fundamentais. Se as pessoas fizerem uma rápida leitura do que escrevem, eliminariam vários dos problemas detectados. Muitas pessoas têm bom português, mas fazem tudo com um senso de urgência que nem sempre se justifica. Acabam enviando mensagens com erros de digitação e de gramática.
Escrito por Joyce | Publicado: Segunda, 09 Setembro 2013 10:58 | Última Atualização: Quarta, 04 Outubro 2017 18:44 | Acessos: 978 Infinitivo flexionado: Convém limitar a flexão do infinitivo aos casos em que for importante identificar o sujeito a que se refere. Mas não se flexiona o infinitivo quando: 1.Forma locução verbal (dois verbos funcionando como um; o verbo auxiliar – grifado – já indica o plural): Estavam impedidos de estender a ajuda a todos. (Não: “estenderem”.) 2. O sujeito é o mesmo da oração principal: Alguns políticos acham que têm direito de enganar. (Não: “enganarem”). 3. A oração infinitiva completa o sentido de substantivo e adjetivo – grifados – (o sujeito também é o mesmo): Não tiveram tempo de terminar a prova. (Não: “terminarem.”) 4. O infinitivo depender dos verbos causativos e sensitivos: deixar, fazer, mandar, ouvir, sentir e ver – e tiver por sujeito um pronome oblíquo (o, a, os, as): Deixei-os esperar. Sentiu-as puxar-lhe a perna. Flexiona-se o infinitivo quando ele tiver sujeito próprio, diferente do sujeito da oração principal, ou quando for preciso deixar claro tal sujeito: Era comum deitarem-se na mesma cama três pessoas. Lula disse existirem grandes problemas no país.
Má colocação de pronomes: Uma das falhas mais comuns no texto é a má colocação dos pronomes oblíquos (o, a, os, as, lhe, lhes, me, te, se, nos, vos, se,...). Nos exemplos seguintes, a boa colocação aparece entre parênteses. “Não ficarão órfãs porque deixei-as já adultas ...” (porque as deixei) “... quando transferiu-se para ...” (quando se transferiu) “ ... havia formado-se ...” (havia-se formado ou havia se formado) “... há os que acham que deve-se implantar...” . (que se deve) “... chamarei-a de a descoberta da ...” (chamá-la-ei ou a chamarei) “... como manda-o...” (como o manda) “... assim é que nós colocamos-lhe...” (que nós lhe colocamos) Nesses casos, os pronomes oblíquos átonos são atraídos na oração para antes do verbo por palavras negativas e advérbios (não, nem, ainda, bastante, talvez, tanto, aqui, já, lá, muito, sempre, realmente, nada, nunca, ninguém, jamais...); conjunções (quando, enquanto, se...); pronomes relativos, indefinidos, demonstrativos e interrogativos (que, quem, qual, cujo, onde, quanto, como, quando, alguém, ninguém, tudo, outros, muitos, alguns, este, esse, aquele, isto, isso, aquilo, quem, qual, que, quanto, quando, como, onde, por que...); pronomes pessoais e de tratamento (eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles, elas, você, senhor, senhora, senhorita, Vossa Senhoria, Vossa Excelência, Vossa Majestade, Vossa Alteza, Vossa Santidade...). Jamais o pronome vem depois de verbos no particípio passado (formado, partido), no futuro do presente (caberá) ou do futuro do pretérito, o velho condicional (caberia). Nos casos em que não houver atração, será “havia-se formado”, “caber-lhe-ia”. Escrever como fala: Comunicação escrita e oral são muito diferentes. A linguagem escrita tem de ser mais elaborada, mais clara, mais definida, mais contida do que a oral. Ela não conta com os recursos do gesto, do tom, da mímica, das pausas, das repetições comuns à linguagem oral, é claro. Claro também que quem fala tem o ouvinte à frente e se dirige a um público definido num contexto determinado. Por tudo isso não se deve escrever como se fala, com as repetições e as ênfases naturais à expressão oral. Pelo menos do ponto de vista da norma culta. O fato é que escrever e falar bem e agradar ao público ou destinatário certo constituem quase sempre um trabalho difícil, que exige empenho permanente
7- Problemas de regência: Não: O Senador entrou e saiu do Congresso rapidamente. Entrar em, sair de. Sim: O senador entrou no Congresso e saiu rapidamente. Não: Olhei e simpatizei com Raimunda. “Olhar” é verbo transitivo direto, rejeita preposição. “Simpatizar” é transitivo indireto, exige preposição (com) Sim: Olhei Raimunda e simpatizei com ela. Não: Assisti e gostei do jogo. Assistir ao jogo. Gostar do jogo. Sim: Assisti ao jogo e gostei dele. Melhor: Gostei do jogo. (Se gostou é porque viu.). Há quem defenda a mistura de regências porque o resultado é sintético. Mas o texto informativo deve evitar usos polêmicos. 8 – Dificuldade com “haver”: Costuma-se confundir a concordância de “existir” com a de “haver”. “Haver” é impessoal e fica na 3ª pessoa quando significa “existir”: há seguros, há bons motivos. “Haver” impessoal: Com sentido de existir, acontecer, realizar-se, decorrer, fazer (tempo), haver é usado como impessoal e na 3ª pessoa do singular. Também fica na 3ª pessoa do singular o auxiliar do haver impessoal. Há bons redatores na editora. Com a queda das bolsas, houve pessoas que se mataram. É preciso que haja roupas para todos. Se o ponto de referência é uma data passada, e não hoje, deve-se usar o pretérito imperfeito (havia) e não o presente (há). A troca por “fazer” torna clara a necessidade de correspondência de tempos passados: Lenise estava naquela escola fazia (não “faz”) dez meses. 9 – Mau uso do “fazer” para indicar tempo: “Fazer” é pessoal em seu sentido próprio, com sujeito e complementos. Ela fez tudo. Eles fazem anos no mesmo dia. É impessoal quando: a) Expressa tempo decorrido (forma correta entre parênteses): “Fazem dez anos que a conheci”. (Faz dez anos) “Vão fazer três anos que o governo ...” (Vai fazer) Quando se expressa tempo decorrido, usa-se “fazer” sem sujeito, na 3ª pessoa do singular. O auxiliar de “fazer” também fica no singular. b) Expressa fenômeno climático:Faz calor. Fazia muito frio. 10 – Dúvidas de ortografia: Quando se fala em norma culta a que o texto deve ser subordinado, fala-se em concordância, regência, colocação pronominal, pontuação, acentuação, crase e ortografia. Estará desqualificado um texto em que aparecem coisas como “A minha família é vocês”; A porta está meia aberta”; “Jamais farei-lhe mal.” “Duas miligramas de solução...“ mussarela, maizena e outras barbaridades.
5 – Gerundismo: É um estranho encadeamento de verbos: “Vamos estar mandando isso na semana que vem” e algo que deveria ser traduzido como “mandaremos ou vamos mandar ...” . Há quem diga que, pela imprecisão da fórmula, representa um modo talvez inconsciente do falante de não se comprometer. Por enquanto, concentra-se na fala. Nestes exemplos, a forma conveniente aparece entre parênteses: “Vou estar transferindo o senhor para o vendedor. “ (Vou transferir.) “Ninguém sabe quando ele vai estar voltando.” (Vai voltar, voltará.) “Vamos estar marcando aquela reunião...” (Vamos marcar.) “Vou poder estar passando...” (Vou passar, posso passar.) 6 – Tropeços ao usar a crase: O “à” acentuado consiste na fusão ou contração de um “a” com outro. O primeiro “a” é uma preposição, palavra que serve para relacionar duas outras. O segundo “a” pode ser o artigo definido feminino “a” ou o pronome feminino “a” ou o “a” inicial dos demonstrativos aquele, aquela, aquilo.
Exemplos de palavras que exigem a preposição “a”: Obedecer a: obedece à mulher. Dedicação a: dedicação à mulher. Útil a: útil à mulher. Contrariamente a: contrariamente à mulher.
Ele foi a redação. Ou Ele foi à redação? Na duvida, troca-se a palavra feminina diante do “a” por equivalente masculino. Ele foi ao escritório. Portanto: Ele foi à redação.
Com horas determinadas: Morreu às duas horas.
À moda de: Gosta de buchada à FHC
Em locuções adverbiais, conjuntivas e prepositivas com palavras femininas: às vezes, à moda de, à noite, à tarde, à vontade, à beça, às pressas, à francesa, à esquerda, à direita, à deriva, à toa, à espera de, à medida que, à proporção que, à custa de, à procura de etc.
Em nomes de lugares que admitem o artigo a. Nestes casos, deve-se substituir o verbo por outro que exija a preposição de:
Eu fui à Paraíba. / Eu voltei da Paraíba. (com crase)
Eu fui a Alagoas. / Eu voltei de Alagoas. (sem crase)
Com as palavras casa, terra e distância, quando devidamente especificadas: Retornaram à casa de João. / Os aventureiros chegaram à terra dos leões. / O cinema fica à distância de 300 m.
Acento jamais:
Antes de palavras masculinas: Falou a respeito de tudo.
Em “a” seguido de plural: Ela não vai a missas. Se o a vier seguido de s, haverá crase.
Antes de verbos: Começou a acelerar sua aposentadoria.
Antes de pronomes de tratamento: Disse a Vossa Senhoria.
Antes de pronomes pessoais, indefinidos, interrogativos e demonstrativos: Recorri a ela. Não devo dinheiro a ninguém. A quem você fará homenagem? Dei nota zero a esta aluna.
Antes de pronomes relativos: Este é o pintor a cuja obra fiz referência.
Entre palavras repetidas: Ficou cara a cara com a verdade.
Antes da expressão Nossa Senhora e de nomes de santas: Fez uma promessa a Santa Luzia.
Quando, antes do a, houver uma preposição: A reunião foi marcada para as 18h.
A partir desta semana, abordaremos as 15 maiores dificuldades com a língua portuguesa que incomodam alguns profissionais. Embora algumas atuações exijam uma produção oral ou escrita mais frequente, como docência e advocacia, muitos profissionais precisam escrever relatórios, dissertação, tese, artigo, comunicado. Falta de clareza, prolixidade, queísmo, gerundismo, tropeços ao usar a crase, problemas de regências estão entre os assuntos que discutiremos durante algumas semanas. Nesta semana, veremos: 1 – Falta de clareza: Clareza é a qualidade essencial do texto, principalmente o informativo, seja comunicado, relatório, carta, e-mail. Obtém-se em geral a clareza por meio da disposição das orações em ordem direta, sempre que possível: sujeito, verbo e complementos, nessa ordem. Devem-se evitar orações intercaladas, mais ainda se longas, e palavras técnicas, a não ser as essenciais. 2 - Prolixidade: No texto profissional a linguagem não pode ser obstáculo para a fluência da mensagem; tem de ser veículo. Mas não pode ser cheias de orações intercaladas e ordens inversas. Deve ser correta, clara, fluente, precisa, objetiva, concisa, sem repetição de palavras e, se possível, elegante, harmoniosa, sem ecos (qualidade da poesia, mas defeito na prosa), cacófatos e asperezas. 3 – Queísmo: “Que” tem muitas funções morfológicas e sintáticas, mas mesmo autores cuidadosos evitam usá-lo na mesma frase, pois o excesso de “quês” tende a tornar o texto duro e desarmonioso. 4 – Falta de concordância de verbo antes do sujeito: A forma adequada está entre parênteses: “Chama-me a atenção os desdobramentos...” (Chamam-me...os) “Falta dez minutos para terminar a sessão.” (Faltam dez) “Basta alguns votos para concluir a contagem.” (Bastam alguns votos) “Existe, que se sabia, bons motivos...” (Existem ... bons motivos) O verbo concorda com o sujeito, mesmo posposto.
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