Observe, leitor (a), a seguinte frase:
O grupo de funcionários acorreram ao local, no momento do acidente com o colega.
Você diria que ela está certa, ou errada?
Está certa, sim! Em verdade, nessa frase não se está usando a concordância gramatical, mas sim, a ideológica (silepse).
Há dois tipos de concordância: a gramatical (a que obedece à gramática) e a ideológica (silepse). A primeira o leitor já sabe que é aquela em que o verbo concorda com o núcleo do sujeito; a segunda (menos frequente e mais literária) é aquela em que o autor concorda com a ideia expressa na frase, e não com a gramática.
Por exemplo:
Supondo que você se encontre com o governador e o veja muito cansado. Você vai perguntar:
- Vossa Excelência está surpresa, governador?
Claro que não!
Embora Vossa Excelência seja uma palavra feminina, como o nosso governador é um homem você vai dizer:
Vossa Excelência está surpreso, governador?
Note que, aí, a concordância foi feita com a ideia: usou-se o masculino: surpreso, para concordar com governador, idem.
Suponhamos, agora, outra situação:
Você é integrante de uma turma concluinte do ensino médio e, então, dirige-se ao diretor da escola e diz:
– Os terceiranistas estamos muito felizes com a nossa formatura.
Note que o sujeito da oração é os terceiranistas (3ª pessoa do plural), mas, como você quis se incluir, concordou com a ideia (= nós).
Na verdade, a silepse não está rigorosamente no campo da gramática, mas sim, da estilística; no entanto, os gramáticos e a prática assimilaram tal concordância e a aceitam, pacificamente, como figura de sintaxe.
TIPOS DE SILEPSE
1.De número:
O grupo de militares liberou a rodovia; evacuaram o local, usando bombas de efeito moral contra os manifestantes.
2.De gênero:
São Paulo continua violenta.
3.De pessoa
“Os modernistas da Semana de Arte Moderna não devemos servir de exemplo a ninguém.” (Mário de Andrade).
O Presidente da República faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
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