Próclise - Usamos a próclise nos seguintes casos:
1 - com palavras ou expressões negativas: não, nada, nunca, ninguém, jamais, nem, de modo algum, de jeito nenhum, em hipótese alguma - Ninguém me falou a respeito do show.
2 - com conjunções subordinativas integrantes ou adverbiais: que, quando, se, porque, conforme, embora - Vamos estabelecer critérios, conforme lhe avisaram.
3 - com advérbios: aqui, já, lá, muito, talvez, sempre, realmente - Ele sempre nos repete os mesmos conselhos.
4 - com pronomes relativos, indefinidos e demonstrativos: que, quem, qual, cujo, onde, quanto, como, quando, alguém, ninguém, tudo, outros, muitos, alguns, este, esse, aquele, isto, isso, aquilo - Este é o lugar onde me sinto bem. (relativo) / Todos se alegraram com a festa. (indefinido) / Isso me fez mudar de opinião. (demonstrativo)
5 - em frases interrogativas: Qual lhe interessa?
6 - em frases exclamativas: Como se parece com seu pai!
7 - em frases optativas: A terra lhes seja leve! (Machado de Assis)
8 - com formas verbais proparoxítonas: Nós lhe desobedecíamos.
9 - com verbo no gerúndio precedido da preposição em: Em se tratando de cinema, ele é um expert.
10 - nas orações sindéticas alternativas: Ou se inscreve no concurso, ou desiste.
11 - com o numeral ambos: Ambos nos indicaram o caminho certo.
12 - verbo no infinitivo pessoal precedido de preposição: Serão punidos por me faltarem ao respeito.
Mesóclise - Usamos a mesóclise quando o verbo estiver no futuro do presente ou do pretérito do indicativo: Convidar-me-ão para a solenidade de posse da nova diretoria. / Convidar-te-ia para viajar comigo, se pudesse.
Caso o verbo no futuro do presente ou do pretérito venha precedido de alguma palavra que exija a próclise, esta será de rigor - Não me convidarão para a solenidade de posse da nova diretoria. / Sempre te convidaria para viajar comigo, se pudesse.
A mesóclise é usada numa linguagem literária, religiosa, jurídica e científica, por isso não ocorre na fala espontânea de nenhum falante do português do Brasil, a menos que seja intencional. Geralmente é substituída pela próclise ou por uma locução verbal formada pelo verbo auxiliar ir. Deve ser evitada em textos argumentativos, por conferir um tom cerimonioso ao discurso.
Ênclise - Usamos a ênclise nos seguintes casos:
Verbo no início da frase - Cansei-me de esperar.
Verbo no imperativo afirmativo - Amem-se uns aos outros.
Verbo no gerúndio - Não prestou atenção, fazendo-se de distraída.
Verbo no infinitivo impessoal - Viver é adaptar-se.
Preposição + verbo no infinitivo - próclise ou ênclise: Saí para ajudá-lo. / Saí para o ajudar.
Se a preposição for a e o pronome for o (e flexões), ocorrerá somente a ênclise: Voltou a encontrá-los.
Segundo a norma culta, a ênclise é a forma básica de colocação pronominal. Embora seja a forma básica, no português do Brasil está generalizado o uso da próclise, tanto na linguagem falada quanto na linguagem escrita. Nas situações em que não haja proibição para o deslocamento do pronome para antes do verbo ou que não exista fator de próclise, o uso da próclise ou ênclise se torna facultativo. Isso ocorre com substantivos, numerais, pronomes pessoais retos e de tratamento e conjunções coordenativas. Com verbos monossilábicos ou proparoxítonos, a eufonia ordena que se use a próclise. Se o verbo estiver no futuro do presente ou do pretérito, a ênclise a ele é substituída pela mesóclise, mas a colocação continua facultativa.
Colocação pronominal nas locuções verbais e nos tempos compostos:
Verbo auxiliar + infinitivo:
Sem palavra atrativa - A economia brasileira se vai estabilizar. / A economia brasileira vai se estabilizar. / A economia brasileira vai-se estabilizar. / A economia brasileira vai estabilizar-se.
Com palavra atrativa - A economia brasileira não se vai estabilizar. / A economia brasileira não vai se estabilizar. / A economia brasileira não vai estabilizar-se.
Verbo auxiliar + gerúndio:
Sem palavra atrativa - A economia brasileira se está estabilizando. / A economia brasileira está se estabilizando. / A economia brasileira está-se estabilizando. / A economia brasileira está estabilizando-se.
Com palavra atrativa - A economia brasileira não se está estabilizando. / A economia brasileira não está se estabilizando. / A economia brasileira não está estabilizando-se.
Verbo auxiliar + particípio:
Sem palavra atrativa - A economia brasileira se tem estabilizado. / A economia brasileira tem se estabilizado. / A economia brasileira tem-se estabilizado.
Com palavra atrativa - A economia brasileira não se tem estabilizado. / A economia brasileira não tem se estabilizado.
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