Cofre
Do grego “kophinos”, passando pelo latim “cophinus”, diminutivo de cofo, cesto de vime usado em áreas rurais; chegou ao português pelo francês “coffre”, caixa, cofre.
Móvel em forma de caixa ou móvel para guarda de objetos valiosos e dinheiro; móvel metálico para torná-lo inviolável, munido de fechadura e segredo para evitar roubos, onde se guardam objetos de valor, documentos secretos, dinheiro, etc. Os proprietários zelam de todas as formas, dentre elas o uso de cofres, para preservar joias, dinheiro, documentos, enfim o que representa alto valor financeiro em pequenos objetos. De outra parte, o mesmo cofre é o motivo de cobiça de ladrões, pois sabem que ali se encontra parte da riqueza de uma família. Para tanto, especializam-se em destruir, desvendar segredos, ultrapassar barreiras a fim de chegar ao interior de lugar tão protegido. Paradoxalmente, o local mais seguro torna-se o mais frágil, na medida em que atrai a cobiça de criminosos especializados.
Colchão
Aumentativo de colcha (colcha + ão), semelhante ao espanhol “colchon” colcha grande.
Espécie de almofada ou coxim muito grande, com recheio de lã, penas ou outro material de consistência macia, sintético ou natural, que, colocado sobre o estrado da cama, recobre a superfície do móvel, servindo de amortecimento para o corpo, na hora do descanso e do sono. Em tempos mais antigos, os colchões continham palha que envolve as espigas de milho ou folhas de capim seco. Atualmente, há colchões com amortecedores de molas e também colchões de ar ou água, para propiciar maior conforto, particularmente no caso de pessoas enfermas e que passam longo tempo sobre a cama. Para os antigos, o colchão também era um bom esconderijo para o dinheiro, uma vez que os ladrões teriam que despertá-los e afastar o corpo dos donos para chegar aos bens. Literalmente, os donos dormiam sobre o dinheiro poupado.
Déficit
Do verbo latino “deficere”, fazer falta, extinguir-se, falecer, conjugado na terceira pessoa do singular do presente do Indicativo. Embora o termo não esteja registrado no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP) da Academia Brasileira de Letras, edição dentro das normas da última reforma ortográfica, ‘déficit’, próprio da Economia e da Contabilidade, já foi aportuguesado pelos dicionários. Por essa razão, recebe acento agudo, pronunciado como proparoxítono.
O que falta para completar determinada quantidade de numerário ou para inteirar uma conta; diferença a menor entre a demanda prevista e o que existe na realidade; na contabilidade, excesso de passivo em relação ao ativo; prejuízo, falta.
Déficit negativo é um pleonasmo, ou seja, uma expressão desnecessária, porque se for positivo, será superávit.
Erário
Do latim “aerarium”, derivado de “aes”, “aeris”, todo material bruto extraído da terra, salvo ouro, prata, latão, bronze, cobre; dinheiro, salário.
Termo da Economia. Conjunto de recursos públicos; os dinheiros e bens do Estado; fazenda, tesouro.
Erário público é um pleonasmo vicioso, pois erário são os recursos financeiros do poder público, não existe erário privado.
Guaiaca
Do espanhol, da região platina, “guayaca”, a partir do quichua (língua de indígenas dos Andes) “huayaca” saco.
Cinto largo de couro ou de camurça com bolsos onde se guarda dinheiro, objetos miúdos; também serve para o porte de armas.
Adágio gauchesco: Mais cheio que guaiaca de turco. Os turcos aqui estabelecidos geralmente se dedicam, com rara habilidade, ao comércio de bens, tecidos, iguarias. Supostamente, fazem riqueza, simbolizada na guaiaca recheada de dinheiro.
Superávit
Do verbo latino “superare”, elevar-se acima de, superar, ultrapassar, exceder, sobrar, conjugado na terceira pessoa do singular do presente do Indicativo. O termo ‘superávit’ já foi aportuguesado com acento agudo para marcar a sílaba tônica (rá), sendo paroxítono terminado em T, mantendo, assim, a pronúncia latina.
Diferença a mais entre a despesa e a receita, saldo positivo.
Superávit positivo é um pleonasmo, porque se for negativo, será déficit.
Alguns termos populares para designar dinheiro
Dindim – provavelmente como onomatopeia que reproduz o barulho de moedas.
Gaita – qualquer soma definida ou indefinida de dinheiro.
Grana – provavelmente, palavra originária de grão.
Tutu – dinheiro. Estar montado no tutu: ser muito rico. Segundo versão não confirmada, tutu seria de origem onomatopaica, referindo-se a “tutu”, do umbundo - língua antiga de região da Angola - com o significado de presente para subornar juiz.
Vultoso e vultuoso – não confunda a grafia dos parônimos
Do latim “vultus”, rosto, semblante, fisionomia, aspecto, retrato.
- Vultoso: em grande volume, em grande quantidade, considerável, volumoso, de grande proporção ou importância. O negócio envolveu vultosa soma de dinheiro.
- Vultuoso: refere-se somente ao estado de inchaço e edema facial, com rosto e lábios vermelhos e inchados, com os olhos salientes. O mendigo estava com o rosto vultuoso.
Atirar dinheiro pela janela
Diz-se de ação de quem gasta em excesso ou de quem desperdiça recursos sem parcimônia, sem critério, fazendo despesas em valores superfaturados ou em finalidades impróprias ou inúteis, fora dos propósitos a que se destinam.
Elefante branco
Falando em desperdício de recursos, logo vem à tona a expressão elefante branco. Coisa pouco prática, que causa grande incômodo; presente incômodo e sem utilidade; obra grande e pomposa sem serventia; tudo que serve para nada, mas custa caro para ser dispensado.
A expressão teve origem em costume do antigo Reino de Sião, atual Tailândia. Naquele reino, o elefante branco era raríssimo e, além disso, considerado animal sagrado. Quem encontrasse um exemplar tinha o dever imediato de doá-lo ao rei. Quando um dos subalternos, por alguma razão, caía na desgraça do rei, este o presenteava com um desses raros paquidermes. Não podia recusar o presente, nem passá-lo adiante, pois se tratava de um animal sagrado e de um presente real. A obrigação era cuidá-lo, dar-lhe alimentação, manter seu pelo sempre impecável. Para o pobre morador, isso representava elevado custo, um trabalho constante e inócuo, sem nenhum retorno ou utilidade prática.
Pé-de-meia
Economias guardadas para uma eventualidade, pecúlio, poupança; valor acumulado para aquisição de um bem.
No tempo em que não havia inflação – lá se vai muito tempo, as pessoas guardavam o dinheiro em casa. O problema era encontrar um lugar seguro e discreto. Alguns preferiam o colchão, até porque, por dormirem em cima dele, poucos se aventurariam a procurar algo por aí. Outros apostavam no disfarce da meia velha, a que formava o par de carpins com a que furou e perdeu a serventia. Ali dentro deixavam o seu dinheirinho bem enrolado, dia após dia, pois acreditavam que a meia velha e solitária não despertaria a atenção de ninguém.
Obs: A palavra pé-de-meia consta do VOLP com hífen, mesmo depois da reforma ortográfica, embora não seja termo da botânica e da zoologia. Teria sido um vacilo dos revisores da Academia Brasileira de Letras? Possivelmente, em futuras edições, poderá haver a retificação. Por ora permanece com hífen.
Ditado popular
Tristezas não pagam dívidas
Não adianta ficar triste, cair no choro, lamentar-se, no caso de dívidas contraídas, se o indivíduo não dispuser de recursos para quitá-las. A tristeza não resolve o problema. A solução mais racional é procurar os credores e renegociar as dívidas, tentar reduzir seu valor e estabelecer um plano de pagamento dentro da capacidade. É claro que a circunstância também serve de lição para o futuro. Não se pode fazer o passo maior que a perna. Neste momento de crédito fácil, muitas pessoas avançam nas despesas e empréstimos acima de sua capacidade financeira. Na inadimplência inevitável, perdem o crédito e caem em situação insolúvel, em beco sem saída.
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