segunda-feira, 30 de maio de 2022

Pronomes demonstrativos, possessivos e interrogativos - o que é e como usá-los

 Os pronomes interrogativos são palavras que empregamos em perguntas diretas (com ponto de interrogação) ou perguntas indiretas (sem ponto de interrogação). São considerados pronomes interrogativos: que, quem, qual e quanto.


Exemplos de uso dos pronomes interrogativos

Exemplos de perguntas diretas:


– Quem mexeu na minha carteira?


– Quanto custa esta calça?


Exemplos de perguntas indiretas:


– Quero saber quem mexeu na minha carteira!


– Pergunte quanto custa esta calça.


Flexão dos interrogativos

a) São pronomes interrogativos invariáveis:


– que


– quem


b) São pronomes interrogativos variáveis:


– qual / quais (flexão em número)


– quanto / quanta / quantos / quantas (flexão em gênero e número)


Pronomes substantivos x pronomes adjetivos

Os interrogativos podem ser pronomes substantivos e pronomes adjetivos.


São pronomes interrogativos substantivos quando substituem o substantivo ao qual se referem, e são pronomes interrogativos adjetivos quando acompanham o substantivo ao qual se referem. Para ficar claro, acompanhe o exemplo a seguir.


Imagine que você está numa adega com um amigo e ele pergunta:


– Qual vinho você quer?


Nesse contexto, o interrogativo qual acompanha o substantivo vinho, portanto ele é um pronome adjetivo. Contudo, se o seu amigo, diante de tantas opções, apenas pergunta:


 – Qual você quer?


Nesse caso, perceba que o interrogativo não só pergunta, mas também assume o lugar do substantivo. Dessa forma, qual passa a ser um pronome substantivo.


Valor semântico e emprego dos interrogativos

1. Que


O interrogativo que, quando significa “que coisa”, é pronome substantivo.


– Que pretende fazer quando terminar sua leitura?


– Não sei que respondeu a menina.


Quando significa “que espécie de”, é pronome adjetivo e pode fazer referência a pessoas e a coisas.


– Que cachorro ele é?


– Ainda estou tentando descobrir que gente é aquela…


A fim de dar ênfase à pergunta, utiliza-se “o que”, sendo o artigo “o” uma partícula expletiva:


– O que é isso, mãe?


– Diga-me o que você está assistindo.

 

Esse O não tem função sintática. Seu uso é apenas estilístico, mas não constitui erro.


2. Quem


O interrogativo quem é pronome substantivo e só pode fazer referência a pessoas ou algo personificado.


– Mas a ideia é de quem?


– Perguntei ao professor quem foi Pedro Álvares Cabral.


3. Qual


O interrogativo qual pode ser pronome substantivo ou adjetivo e pode fazer referência a pessoas e a coisas.


– Qual casa é a sua?


– Qual criança é a sua nesta foto?


Como pronome adjetivo, nem sempre estará próximo ao substantivo.


– Qual é a sua sugestão?


Qual seguido da preposição de indica seleção.


– Qual desses dois é melhor?


4. Quanto


O interrogativo quanto pode ser tanto pronome substantivo quanto pronome adjetivo. Refere-se a um quantitativo indefinido e pode ser usado com pessoas e coisas.


– Quanto custa isso?


– Gostaria de saber quantas pessoas você convidou para a festa.


Emprego exclamativo dos interrogativos

Os pronomes interrogativos também podem ser facilmente encontrados em frases exclamativas que expressam admiração, surpresa, desejo e outros valores afetivos.


– Que amor, hein!


– Quem me dera ser médica!


– Quanta vida ainda temos pela frente!


Pronomes interrogativos x advérbios interrogativos

Pronomes interrogativos são comumente confundidos com os advérbios interrogativos. No entanto, fazer a distinção entre eles é bem fácil.


Advérbio é uma classe que modifica ou amplia o sentido de um verbo, um adjetivo ou de outro advérbio, e o pronome, como já vimos, substitui ou acompanha um substantivo.


Os advérbios interrogativos são: quando, como, onde e por que, ou seja, são vocábulos diferentes dos pronomes interrogativos. Além disso, cada um deles expressa tempo, modo, lugar e causa, respectivamente.


– Viajaremos quando?


– Como viajaremos com pouco dinheiro?


– Onde está localizado o hotel?


– Por que decidiu conhecer a Itália?

Os pronomes demonstrativos indicam a posição temporal ou espacial em que se encontram os seres em relação às três pessoas do discurso.


São pronomes demonstrativos:

1) Variáveis: este, esta, estes, estas esse, essa, esses, essas, aquele, aquela, aqueles, aquelas.

2) Invariáveis: isto, isso e aquilo.

Emprego dos pronomes demonstrativos

Analisemos agora o emprego dos demonstrativos no tempo (função temporal), no espaço (função espacial) e no discurso (função referencial).


1. Este, estes, esta, estas e isto


a) No espaço: referem-se a um ser próximo à pessoa que fala.


– Esta bolsa é nova.


– Estes documentos são meus.


b) No tempo: indicam tempo presente em relação à pessoa que fala.


– Este é o dia mais divertido da minha vida!


– Esta é a hora de sentar e estudar.


c) Quando se redige um texto: referem-se ao que ainda será falado ou escrito (elemento catafórico).


– A regra principal do jogo é esta: passar mais tempo com a bola que o adversário.


– Isto é o que acredito: Deus existe!


Também são usados quando o autor de um texto deseja referir-se ao próprio texto.


– Esta pesquisa é um estudo de caso. 


2. Esse, esses, essa, essas e isso


a) No espaço: referem-se a um ser próximo à pessoa com quem se fala.


– Isso daí é a sua prova?


– Essas roupas ficam lindas em você!


b) No tempo: indicam um passado recente ou futuro.


– Semana passada saímos para jantar. Esse foi nosso último passeio.


– Sei que a festa desse final de semana será gigante.


c) Quando se redige um texto: referem-se a algo que já foi falado ou escrito (elemento anafórico).


– Concordo com isso que você disse.


– Disciplina e foco: esses foram os principais ensinamentos do meu pai.


3. Aquele, aqueles, aquela, aquelas e aquilo


a) No espaço: referem-se a um ser distante tanto de quem fala quanto de com quem se fala.


– Que saudade daquela praia!


– Aquele homem era o seu pai?


b) No tempo: indicam um passado remoto, um tempo distante e vago.


– Pena que aqueles anos de infância não voltam mais.


– Até hoje me lembro daquela vitória do Brasil em 2002.


Função distributiva dos demonstrativos - em um período ou parágrafo

Utilizamos os pronomes demonstrativos este e aquele para retomar dois elementos que já foram ditos no texto.


Este retoma o elemento mais próximo ou citado por último.


Aquele retoma o elemento mais afastado ou citado em primeiro lugar.


– Pedro e Tiago são excelentes alunos. Este se destaca mais em Matemática e aquele em Português.


Este = Tiago


Aquele = Pedro


No entanto, quando temos três ou mais elementos, devemos utilizar os numerais de retomada: primeiro, segundo, terceiro etc.


– Maria, Pedro e Tiago são excelentes alunos. A primeira se destaca em Química, o segundo em Português e o terceiro em Matemática.


Outros pronomes demonstrativos

Algumas palavras de outras classes gramaticais, dependendo do contexto, podem ter valor de pronome demonstrativo:


a) mesmo(a/s): quando tiver sentido de “idêntico, exato, em pessoa”.


– A mesma pessoa que vende faz a entrega. (= pessoa exata)


b) próprio(a/s): quando tiver sentido de “idêntico, exato, em pessoa”.


– Ele próprio cultiva as frutas que consome. (= em pessoa)


c) tal/tais: quando puder ser substituído pelos demonstrativos tradicionais (este, esse, aquele e variações).


– Nunca mais diga tais baboseiras. (= essas baboseiras)


d) semelhante(s): quando puder ser substituído pelos demonstrativos tradicionais (este, esse, aquele e variações).


– Jamais vi semelhante tolice. (= essa tolice)


e) o, a, os, as: quando puderem ser substituídos por “aquele(a/s), aquilo, isso”.


– Os que foram pontuais, pegaram os melhores lugares no auditório. (= Aqueles que foram pontuais…)


Contrações com demonstrativos

Os pronomes demonstrativos podem se contrair com as preposições a, de, em:


a + aquele / aquela / aquilo = àquele / àquela / àquilo

de + este e variações = deste / desta / disto…

de + essa e variações = desse / dessa / disso…

de + aquele e variações = daquele / daquela / daquilo

em + este e variações = neste / nesta / nisto…

em + esse e variações = nesse / nessa / nisso…

em + aquele e variações = naquele / naquela / naquilo…

Os pronomes possessivos são palavras que acompanham ou substituem o substantivo, estabelecendo uma relação de posse (na maioria das vezes) entre o item possuído e as pessoas do discurso. 


São pronomes possessivos:


A imagem mostra um quadro com todos os pronomes possessivos. São eles:

- 1ª pessoa:   meu, minha, meus, minhas, nosso, nossa, nossos, nossas

- 2ª pessoa:   teu, tua, teus, tuas, vosso, vossa, vossos, vossas

- 3ª pessoa:   seu, sua, seus, suas

Concordância nominal dos pronomes possessivos

Os possessivos concordam em pessoa com o substantivo que representa o possuidor, além de concordarem em gênero e número com o substantivo que designa a coisa possuída. Exemplo:


– José deixou uma bela casa como herança para suas filhas.


Possuidor: José (substantivo)


Item possuído: filhas (as filhas de José)


Pronome possessivo: suas (3ª pessoa do singular / feminino e plural)


Note que suas faz referência à 3ª pessoa do singular, que é José, ao mesmo tempo em que é feminino e plural, pois também concorda com filhas.


Emprego dos pronomes possessivos

1. Diferenças semânticas:


Em alguns contextos, os possessivos não indicam relação de posse, mas sim, de respeito, afetividade, estimativa, ironia, indefinição entre outros.


– Com licença, meu senhor. (respeito)


– Minha Maria, como você está linda! (afetividade) 


– Lá pelos seus dezoito anos, faça um intercâmbio. (estimativa)


– Meu bem, lava essa boca antes de falar de mim! (ironia)


– Ele bem que tem tido suas regalias no trabalho. (indefinição)


2. Nosso de modéstia e de majestade (Plural majestático)


A fim de evitar um tom impositivo ou muito pessoal no discurso, é comum o tratamento de nós em vez de eu. Dessa forma, o possessivo meu (minha) muda para nosso(a).


a) Nosso de modéstia:


“Nossa pesquisa foi realizada com base no último censo demográfico do IBGE…”


b) Nosso de majestade (plural majestático):


“Nossos homens não deixarão passar um inimigo sequer pelas portas do nosso reino.”


3. Vosso de cerimônia


Num tratamento cerimonioso, é comum utilizarmos o pronome vosso(a), ainda que estejamos falando com uma única pessoa.


“Nunca vosso avô, meu senhor e marido, achou que me não fosse possível compreender o ânimo dum grande português.”


(José Régio em “El-Rei Sebastião”)


4. Ambiguidade


Os possessivos de terceira pessoa – seu(s), sua(s) – podem causar ambiguidade em certas frases.


– O pai discutia com a filha o seu futuro. (O futuro do pai ou da filha?)


Para desfazer a ambiguidade, é necessário reescrever o trecho mudando os termos da oração de ordem ou acrescentando dele(s), dela(s) sempre que possível.


– O pai discutia o seu futuro com a filha.


– O pai discutia com a filha o futuro dela.


5. Pronomes oblíquos como possessivos


Os pronomes oblíquos me, te, lhe, lhes, nos e vos assumem valor de pronomes possessivos em algumas construções. Esse uso confere elegância e desenvoltura ao texto.


– Ardiam-me os olhos. (= Meus olhos ardiam)


– Segurei-lhe a mão. (= Segurei a sua mão)

 

Muitas vezes, o artigo substitui o possessivo em nomes de partes do corpo, peças de vestuário e qualidades do espírito.

Numeral - conceito, classificação e exemplos

 Numeral é, segundo Celso Cunha e Lindley Cintra, a classe gramatical que usamos para indicar uma quantidade exata de pessoas ou coisas ou para assinalar o lugar que elas ocupam numa série.


Os numerais podem ser cardinais, ordinais, multiplicativos, fracionários ou coletivos. Neste artigo, vamos falar de cada uma dessas classificações e mostrar como e quando utilizar esses termos. Também vamos falar sobre as funções morfológica e sintática dessas palavras. Vejamos!


Classificação dos numerais

Os numerais são classificados em cinco tipos. Vamos analisar cada um deles mais detalhadamente.


Cardinais

Os numerais cardinais são aqueles que representam uma quantidade de seres ou coisas:


2 – dois;

16 – dezesseis;

60 – sessenta;

745 – setecentos e quarenta cinco;

1.389 – mil trezentos e oitenta e nove.

Vale destacar que nossos numerais são de origem árabe. Por isso, são chamados de algarismos arábicos.


Na língua portuguesa, contudo, também usamos os algarismos romanos (I, IV, DC, LX, etc.), em . Esse tipo de numeral, por convenção, é considerado ordinal até X (décimo/décima) e cardinal a partir de XI (onze). Vejamos:


João Paulo II (João Paulo segundo);

Século XXI (século vinte e um);

Henrique VIII (Henrique oitavo);

Bento XVI (Bento dezesseis);

Pio X (Pio décimo);

João XXIII (João vinte e três);

Luís XV (Luís quinze).

Ordinais

Os numerais ordinais são aqueles que indicam o lugar de uma coisa ou de um ser em uma série.


1º – primeiro;

13ª – décima terceira;

50ª – quinquagésima;

900º – nongentésimo ou noningentésimo.

1000º – milésimo.

Vale destacar que, segundo Evanildo Bechara, por tradição, os numerais ordinais a partir de 2.000 são acompanhados por numerais cardinais:


2000º – dois milésimos;

3500º – três milésimos quingentésimo;

1.100º – onze milésimos.

Multiplicativos

Os numerais multiplicativos indicam a quantidade de vezes por qual um número foi multiplicado.


Dobro (2 vezes);

Quádruplo (4 vezes);

Décuplo (10 vezes);

Cêntuplo (100 vezes);

Undécuplo (11 vezes).

Apenas dobro, duplo e triplo são de uso corrente. Os demais pertencem à linguagem erudita. Em seu lugar, usa-se o numeral cardinal seguido mda palavra vezes: quatro vezes, oito vezes, doze vezes etc.

Fracionários

Os numerais fracionários representam partes de um todo ou partes de uma divisão.


1/2 (um meio ou metade)

3/7 (três sétimos)

9/10 (nove décimos)

2/15 (dois quinze avos);

16/100 (dezesseis centésimos).

Apenas três têm formas próprias: meio, metade e terço. Os demais são expressos pelo cardinal que representa o numerador, pelo ordinal que representa o denominador e pela palavra avos, usada nos denominadores maiores que dez.

Coletivos

Os numerais coletivos são aqueles que indicam um conjunto específico de coisas ou de seres.


Dúzia (conjunto de doze);

Semestre (seis meses);

Dezena (conjunto de dez);

Novena (nove dias);

Trezena (treze dias);

Quarteto (quatro versos).

Classificação morfológica do numeral

Do ponto de vista morfológico e discursivo, o numeral é uma classe gramatical variável. Isso significa que ela possui variação de gênero (masculino e feminino) e número (plural e singular). Nesse sentido, vejamos alguns exemplos dessas variações:


Variação de número


O primeiro colocado receberá um troféu.

Os primeiros colocados receberão um troféu.

Variação de gênero


Os dois casarões foram vendidos.

As duas casas foram vendidas.

Casos específicos da variação dos numerais

Como mostra o professor Fernando Pestana, sobre a variação de gênero e número dos numerais, é importante observar os seguintes pontos:


Nos grupos dos numerais cardinais, os que possuem variação de gênero são um (uma) e dois (duas) e as centenas a partir de duzentos (duzentos/duzentas, trezentos/trezentas, quinhentos/quinhentas, etc.).

Ainda no grupos dos numerais cardinais, vale destacar que números como milhão, bilhão, trilhão, etc. têm variação de número (milhões, bilhões, trilhões). Os demais são invariáveis.

Todos os numerais ordinais variam em gênero e número (terceiro, terceira, terceiros, terceiras).

Os numerais multiplicativos apresentam variação de gênero e número quando acompanham um substantivo (ex: os saltos triplos recebem pontuação alta na ginástica artística).

Os numerais fracionários variam em gênero e número (um quarto, dois quartos, uma quarta, duas quartas).

Flexão de grau dos numerais

Ainda que as gramática normativa não registre flexão de grau dos numerais, isso acontece na linguagem coloquial e nos textos literários. Vejamos alguns exemplos:


Esse ingresso custou cincão.

Paguei cinquentinha nesta camisa.

Só vou tomar mais umazinha;

O Vasco da Gama caiu para a segundona.

Mário já é um cinquentão.

Número adjetivo x Numeral substantivo

O numeral funciona como um determinante, tendo um comportamento semelhante aos pronomes. Nesse contexto, ele pode acompanhar ou substituir um substantivo. No primeiro caso, temos um numeral adjetivo; no segundo, um numeral substantivo. Vejamos alguns exemplos de cada situação:


Os dois homens saíram na mesma hora. (numeral adjetivo)

Os dois saíram na mesma hora. (numeral substantivo)

Classificação sintática do numeral

Do ponto de vista sintático, o numeral, quando acompanha um substantivo, exerce a função de adjunto adnominal.


Contudo, se o numeral estiver substituindo um substantivo, ele pode exercer qualquer das funções próprias do substantivo: sujeito, predicativo, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, agente da passiva, adjunto adverbial ou aposto).


Ambos

Ambos e ambas são considerados numerais duais. Eles são utilizados, em geral, para retomar termos anteriormente citados:


Márcio e Francisco entraram juntos na empresa. Ambos passaram por um processo seletivo bem concorrido.

A professora e a diretora conversaram sobre a situação do aluno. Ambas concordaram que ele precisa de reforço em matemática.

Em decorrência dessa função anafórica, de retomada, o gramático Evanildo Bechara defende que ambos e ambas podem ser classificados como pronome.


Ambos os dois

A expressão “ambos ou dois” ou “ambas as duas” é considerada enfática. Nesse sentido, o seu uso não é consensual entre os gramáticos.


Valor discurso do numeral

O numeral pode ser usado com uma função estilística ou com uma função textual. Vamos analisar cada um dos casos.


Função estilística

O autor de um texto pode utilizar um numeral para enfatizar determinada ideia:


Já falei mil vezes para você não fazer isso.

Deus é dez. Romário é onze.

Troquei apenas duas palavras com você. Por isso, mal o conheço.

Função textual

Os numerais têm a função textual de retomar os referentes substantivos, evitando a repetição de palavras e melhorando a coesão do texto:


Jonas, Mariela e Samuel chegaram cedo hoje. Os três começaram a trabalhar antes das 8h.

Jonas, Mariela e Samuel chegaram cedo hoje. O primeiro chegou às 6h30, a segunda às 7h e terceiro às 7h40.

O início do ano é sempre mais corrido. Por isso, é importante focar os esforços nesse semestre.

Tabela dos numerais

Cardinais Ordinais Fracionários Multiplicativos

1 – um 1.º – primeiro

2 – dois 2.º – segundo 2 – meio ou metade 2x – dobro

3 – três 3.º – terceiro 3 – terço 3x – triplo

4 – quatro 4.º – quarto 4 – quarto 4x – quádruplo

5 – cinco 5.º – quinto 5 – quinto 5x – quíntuplo

6 – seis 6.º – sexto 6 – sexto 6x – sêxtuplo

7 – sete 7.º – sétimo 7 – sétimo 7x – sétuplo

8 – oito 8.º – oitavo 8 – oitavo 8x – óctuplo

9 – nove 9.º – nono 9 – nono 9x – nônuplo

10 – dez 10.º – décimo 10 – décimo 10x – décuplo

20 – vinte 20.º – vigésimo 20 – vinte avos 11x – undécuplo

30 – trinta 30.º – trigésimo 30 – trinta avos 12x – duodécuplo

40 – quarenta 40.º – quadragésimo 40 – quarenta avos

50 – cinquenta 50.º – quinquagésimo 50 – cinquenta avos

60 – sessenta 60.º – sexagésimo 60 – sessenta avos

70 – setenta 70.º – septuagésimo ou setuagésimo 70 – setenta avos

80 – oitenta 80.º – octogésimo 80 – oitenta avos

90 – noventa 90.º – nonagésimo 90 – noventa avos

100 – cem 100.º – centésimo 100 – centésimo 100x – cêntuplo

200 – duzentos 200.º – ducentésimo 200 – duzentos avos

300 – trezentos 300.º – trecentésimo ou tricentésimo 300 – trezentos avos

400 – quatrocentos 400.º – quadringentésimo 400 – quatrocentos avos

500 – quinhentos 500.º – quingentésimo 500 – quinhentos avos

600 – seiscentos 600.º – seiscentésimo ou sexcentésimo 600 – seiscentos avos

700 – setecentos 700.º – septingentésimo ou setingentésimo 700 – setecentos avos

800 – oitocentos 800.º – octingentésimo 800 – oitocentos avos

900 – novecentos 900.º – nongentésimo ou noningentésimo 900 – novecentos avos

1000 – mil 1000.º – milésimo 1000 – milésimo

1 000 000 – milhão 1 000 000.º – milionésimo 1 000 000 – milionésimo

1 000 000 000 – bilhão 1 000 000 000.º – bilionésimo 1 000 000 000 – bilionésimo

 

lista dos numerais coletivos

tempo - dias, meses e anos

 

tríduo - 3 dias

semana - 7 dias

novena - 9 dias

trezena - 13 dias

quinzena - 15 dias

mês - 28, 29, 30 ou 31 dias

quarentena - 40 dias

bimestre - 2 meses

trimestre - 3 meses

semestre - 6 meses

ano - 12 meses

biênio - 2 anos

triênio - 3 anos

lustro - 5 anos

década - 10 anos

século / centenário - 100 anos

sesquicentenário - 150 anos

milênio - mil anos

 

quantidades

par - 2 coisas

trinca, terno, tríade, trilogia, trio, trindade - 3 coisas ou pessoas

quina - 5 coisas

dezena - 10 coisas

centena - 100 coisas

milhar - mil coisas


versos

monóstico - 1 verso

dístico - 2 versos

terceto - 3 versos

quarteto - 4 versos

quinteto - 5 versos

sextilha - 6 versos

septilha - 7 versos

oitava - 8 versos

nona - 9 versos

décima - 10 versos

Sintaxe de concordância, regência e colocação

 Você sabe o que é sintaxe?


A sintaxe é a área da gramática que se ocupa do estudo da disposição das palavras na frase e das frases quando inseridas em um discurso. Diz-se que um texto está sintaticamente correto quando as frases estabelecem relação lógica entre si, ou seja, os elementos de uma oração estão dispostos de maneira que nos permita compreender o conteúdo de determinada mensagem. Mesmo que não saiba – ou não soubesse – o que é sintaxe, você é capaz de produzir enunciados que obedeçam às suas regras, já que a finalidade da comunicação é produzir discursos inteligíveis, cujo significado seja acessível e compreensível. Observe:


Ontem choveu bastante. As ruas ficaram alagadas e o trânsito ficou congestionado em vários pontos da cidade


ou


Bastante choveu ontem. Alagadas ficaram ruas as congestionado ficou trânsito e o cidade da em pontos vários?


Entre as orações acima, qual das duas você seria capaz de produzir? A primeira, não é verdade? Ambas são compostas pelas mesmas palavras, mas uma delas ficou privada de inteligibilidade (a segunda) porque seus elementos não foram sintaticamente bem dispostos, tornando-a agramatical. Por isso a importância da sintaxe: instrumento indispensável para a correta combinação das palavras nas orações.


Pensando em sintaxe, falemos sobre suas subdivisões: a sintaxe de concordância, regência e colocação. Você sabe para que serve cada uma delas? Vamos conhecer um pouco mais sobre a língua portuguesa e sua gramática? Fique atento à explicação e bons estudos!


O que é sintaxe de concordância?


A sintaxe de concordância estuda a solidariedade existente entre dois termos. Ela pode ser verbal ou nominal. Observe os exemplos:


► Concordância verbal:


Os alunos ficaram entusiasmados com o passeio no museu


ou


Os alunos ficou entusiasmados com o passeio no museu?


A primeira opção é aquela que estabelece a harmonia entre o verbo e o sujeito. Se o sujeito (alunos = eles) está no plural, o verbo da oração deverá ser flexionado na terceira pessoa do plural: eles 'ficaram'.


► Concordância nominal:


Os aluno indisciplinado foram suspenso da escola


ou


Os alunos indisciplinados foram suspensos da escola?


O segundo exemplo obedece às regras da concordância nominal porque nele o substantivo – alunos – concorda com seus determinantes, que podem ser artigo, numeral, pronome, adjetivo ou particípio. A concordância nominal é, portanto, a relação harmônica entre os nomes e seus determinantes.


O que é sintaxe de regência?


A sintaxe de regência ocupa-se do estudo dos tipos de ligação existentes entre um verbo (regência verbal) ou nome e seus complementos (regência nominal). Dessa maneira, haverá os termos regentes, aqueles que precisam de um complemento, e os termos regidos, aqueles que complementam o sentido dos termos regentes.


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► Regência verbal:


A regência verbal ocupa-se do estudo da relação de dependência estabelecida entre os verbos e os termos que os complementam ou caracterizam. Estudá-la nos permite aprimorar nossa capacidade expressiva, pois a partir da análise de uma preposição um mesmo verbo pode assumir diferentes sentidos, a depender da transitividade. Observe:


Os parlamentares implicaram-se em escândalos por causa do desvio de verbas públicas. (implicar = envolver)


O casamento implica verdadeiro sacerdócio. (implicar = acarretar)


Os alunos implicaram com o novo coordenador. (implicar = ter implicância).


► Regência nominal:


A regência nominal estuda a relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos por ele regidos. É a partir da análise da preposição que essa relação será construída. Observe os exemplos:


A nova tarifa é acessível a todos os cidadãos.

Os atentados contra a embaixada deixaram vários feridos.

Eles preferiram ficar longe de todos.


Na regência nominal é interessante observar que alguns nomes apresentam o mesmo regime dos verbos de que derivam: se você conhece o regime de um verbo, conhecerá também o regime dos nomes cognatos, ou seja, dos nomes que têm a mesma raiz ou origem etimológica:


As crianças devem obedecer às regras.(obedecer = verbo)

Eles foram obedientes às regras. (obediente = nome cognato)


O que é sintaxe de colocação?


A sintaxe de colocação mostra que os pronomes oblíquos átonos, embora possam ser dispostos de maneira livre, possuem uma posição adequada na oração. Quando há liberdade de posição desses termos, o enunciado poderá assumir diferentes efeitos expressivos, o que nem sempre é bem-vindo. Existem três possíveis colocações para os pronomes oblíquos átonos:


► Próclise: o pronome será posicionado antes do verbo. Veja os exemplos:


Não se esqueça de comprar novos livros.

Aqui se vive melhor do que na cidade grande.

Esse é o lugar onde me sinto bem.

Tudo me incomoda quando não estou em casa.

Quem te chamou para a festa?

Quanto me custa entender as verdadeiras razões!

'A terra lhes seja leve' (Machado de Assis)


► Mesóclise: será empregada quando o verbo estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito do indicativo. O pronome surge intercalado ao verbo. A mesóclise é mais encontrada na linguagem literária ou na língua culta, não ocorrendo na fala espontânea, a menos que seja intencional, e, havendo possibilidade de próclise, ela deverá ser eliminada. Observe os exemplos:


Dizer-lhe-ei sobre tuas queixas (Direi + lhe)

Convidar-me-iam para a formatura, mas viajei para o campo. (convidariam + me)


► Ênclise: o pronome surgirá depois do verbo, obedecendo à sequência verbo-complemento (ordem direta). Observe os exemplos:


Diga-me o que você fez nas férias.

Espero encontrá-lo (la) na festa hoje à noite.

Acolheram o filhote abandonado, dando-lhe abrigo e comida.

Vou-me embora agora mesmo.

domingo, 29 de maio de 2022

cmteruanzinho - encerramento Três Irmãs + início A Favorita

 novela das sete e novela das oito em horários invertidos por causa do horário de verão / Rede Fuso

direitos reservados a Rede Globo de Televisão

Vídeo é cultura. Se repostar o vídeo, por favor dê os devidos créditos. 

créditos da novela Três Irmãs:

autorização especial - SATED RJ

supervisor e op. sistema - Adelto Martins, Roberto Brasil, Lucas Zardo, Guassalin Nagen, Marco Cheriff, Marco Aurélio de Souza Cardozo, Luiz Cláudio da Rocha Santos

gerente de projetos - Francisco Mesquita

supervisão de produção de cenografia - Guilherme Senges, Geraldo Fonseca da Silva, Gilmar Bela, Lenilson Scarpini, Jorge Luiz Brito Moreira da Rocha

continuidade - Vanilda Teles, Regina Wygoda, Luana Auaxe

assistentes de direção - Henrique Sauer, Luísa Lima, Joana Jabace, Giovanna Machline, Rodrigo Estefan

produção de engenharia - Marcelo Bette

gerência de produção - Carla Mendonça

núcleo - Dennis Carvalho

cmteruanzinho - vinheta de início do horário de verão (19/10/2008)

 Exibida durante o filme 'Kill Bill: Volume 2' no Supercine. Após alguns segundos, plantão sobre a morte de Eloá.

cmteruanzinho - vinheta Intercine (2009-2010)

 Vinheta atual da sessão de cinema interativa da Globo. Capturada em outubro de 2009.

vinheta interprogramas / classificação indicativa do filme (14 anos) / vinheta da sessão / trecho inicial do filme

sábado, 28 de maio de 2022

Prof. Letícia - uniformidade de tratamento

Se, ao conversarmos com uma pessoa, a tratarmos por você, todos os pronomes e o verbo deverão ficar na terceira pessoa do singular, já que você é um pronome de tratamento, de terceira pessoa. Caso haja mais de um interlocutor, a concordância se efetiva na terceira pessoa do plural (vocês).

Se tratarmos a pessoa por tu, todos os pronomes e o verbo deverão ficar na segunda pessoa do singular. Caso haja mais de um interlocutor, a concordância se efetiva na segunda pessoa do plural (vós)

Os pronomes referentes à segunda pessoa são os seguintes: tu, te, ti, contigo, teu, tua, teus, tuas; vós, vos, convosco, vosso, vossos, vossa, vossas.

Os pronomes referentes à terceira pessoa são os seguintes: você, vocês, o, a, os, as, lhe, lhes, se, si, consigo, seu, sua, seus, suas.

Outro problema de desuniformidade de tratamento ocorre no uso do verbo, principalmente no imperativo, que é o uso do verbo para pedido, ordem, conselho, súplica, convite, recomendação, proibição.

Se o interlocutor for tratado por tu, o verbo no imperativo deve ser conjugado da seguinte maneira (peguemos como exemplo o verbo experimentar):


 


Constrói-se a frase assim: Todos os dias tu experimentas; retira-se a letra s do verbo: Experimenta. Este é o imperativo do verbo experimentar para a segunda pessoa do singular: Experimenta!. O mesmo ocorre com vós: Todos os dias vós experimentais; retira-se o s: Experimentai!


 


Se o interlocutor for tratado por você, o verbo no imperativo será conjugado da mesma maneira que o presente do subjuntivo, que é caracterizado pela frase Espero que…. O verbo experimentar, então, fica assim: Espero que você experimente. O imperativo de experimentar para você é Experimente!. O mesmo ocorre com os pronomes nós e vocês: Espero que nós experimentemos. Espero que vocês experimentem. O imperativo, então, fica Experimentemos! e Experimentem!.

As frases 'Vem pra Caixa você também', 'Se você gosta de cerveja, experimenta esta', 'Saia da Sibéria e vem pra Net já', 'Sai que é sua, Taffarel' e 'Você quer um desconto? Faz um 21' estão gramaticalmente erradas.


Só segunda pessoa ou só terceira, a cerveja vai descer redondo.

Misturou, qualquer cerveja vai descer quadradinho, quadradinho.

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