Dúvidas gráficas são muito comuns. A grafia de algumas palavras depende das situações em que são usadas. Veja a seguir.
1ª) SENÃO ou SE NÃO?
a) SE NÃO = se (conjunção condicional = caso) + não (advérbio de negação):
“Se não chover, haverá jogo.” (= caso não chova)
“O presidente nada assinará, se não houver consenso.” (= caso não haja consenso)
Antes de vírgula, devemos escrever SE NÃO:
“Ele prometeu muita dedicação; se não, o fracasso será inevitável”
b) Usaremos SENÃO em quatro situações:
- SENÃO = de outro modo, do contrário:
“Resolva agora, senão estamos perdidos.” (= do contrário estamos perdidos)
- SENÃO = mas sim, porém:
“Não era caso de expulsão, senão de repreensão.” (= mas sim de repreensão)
- SENÃO = apenas, somente:
“Não se viam senão os pássaros.” (= somente os pássaros eram vistos)
- SENÃO = defeito, falha:
“Não houve um senão em sua apresentação.” (= não houve nenhuma falha, nenhum defeito)
2ª) SOB ou SOBRE?
a) SOB = embaixo:
“Estamos sob uma velha marquise.”
“Ficou tudo sob controle.”
b) SOBRE = em cima de:
“A lágrima corria sobre a face.”
“Deixou os livros sobre a mesa.” (= em cima da mesa)
3ª) TAMPOUCO ou TÃO POUCO?
a) TAMPOUCO = nem:
“Não trabalha tampouco estuda. (= nem estuda)
OBSERVAÇÃO: “Não trabalha nem tampouco estuda.” (= nem tampouco é redundante)
Basta: “Não trabalha nem (ou tampouco) estuda.”
b) TÃO POUCO = muito pouco:
“Estudou tão pouco que foi reprovado.”
4ª) TODO ou TODO O?
a) TODO = qualquer:
“Ele realiza todo trabalho que se solicita.” (= qualquer trabalho)
“Toda mulher merece carinho.” (= todas as mulheres)
“Todo país tem seus problemas.” (= qualquer país, todos os países)
b) TODO O = inteiro:
“Ele realizou todo o trabalho.” (= o trabalho inteiro)
“Acariciava toda a mulher.” (= a mulher inteira)
“Haverá vacinação em todo o país.” (= no país inteiro)
CURIOSIDADES ORTOGRÁFICAS
Você sabia que a grafia oficial é...
Adivinhar
Advogado
Aleijado
Arteriosclerose
Asterisco
Aterrissar (o dicionário Aurélio também registra “aterrizar”)
Bandeja
Beneficente
Cabeleireiro
Calvície
Caranguejo
Chimpanzé OU chipanzé (formas variantes)
Cinquenta
Companhia
Depredar
Descarrilar OU descarrilhar (idem)
Disenteria
Empecilho
Enfarte OU enfarto OU infarte OU infarto (idem)
Estupro
Freada
Hidrelétrica OU hidroelétrica (formas variantes) - Hidrolétrica não existe
Lagartixa
Macérrima (magérrima é um brasileirismo, ou seja, invenção do povo)
Manteigueira
Meritíssimo
Nhoque
Octogésimo
Ovos estrelados OU estalados (idem)
Privilégio
Propriedade
Quatorze OU catorze (idem)
Receoso
Seriíssimo OU seríssimo (idem)
Terraplenagem OU terraplanagem (idem)
Trecentésimo OU tricentésimo (idem)
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Terça-feira, 28/10/2014, às 14:00, por Sérgio Nogueira
Recordar e aprender: uso dos 'porquês', mau ou mal, mais ou mas e outras dúvidas
1ª) EM VEZ DE ou AO INVÉS DE?
a) AO INVÉS DE = ao contrário de:
“Ele entrou à direita ao invés da esquerda.’
“Subiu ao invés de descer.”
b) EM VEZ DE = em lugar de:
“Foi ao clube em vez de ir à praia.”
“Apertou o botão vermelho em vez do azul.”
OBSERVAÇÃO:
Como AO INVÉS DE só pode ser usado quando há a ideia de “oposição”, não há restrições ao uso de EM VEZ DE.
EM VEZ DE pode ser usado sempre que existe a ideia de “substituição, troca”, mesmo se for de “oposição”. Há quem aceite o uso indistinto das duas formas.
2ª) MAIS ou MAS ou MÁS?
a) MAIS = opõe-se a MENOS:
“Hoje estou mais satisfeito.” (=poderia estar menos satisfeito)
“Compareceram mais pessoas que o esperado.” (=poderiam ser menos pessoas)
b) MAS = porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não obstante:
“Estudou mas foi reprovado.” (=porém)
“Não foram convidados, mas vieram à festa.” (=entretanto)
c) MÁS = plural do adjetivo MÁ; opõe-se a BOAS:
“Não eram más ideias.” (=eram boas ideias)
“Estavam com más intenções.” (=não tinham boas intenções)
3ª) MAL ou MAU?
a) MAU é um adjetivo e se opõe a BOM:
“Ele é um mau profissional.” (x bom profissional);
“Ele está de mau humor.” (x bom humor);
“Ele é um mau caráter.” (x bom caráter);
“Tem medo do lobo mau.” (x lobo bom);
b) MAL pode ser:
1. advérbio (=opõe-se a BEM):
“Ele está trabalhando mal.” (x trabalhando bem);
“Ele foi mal treinado.” (x bem treinado);
“Ele está sempre mal-humorado.” (x bem-humorado);
“A criança se comportou muito mal.” (x se comportou muito bem);
2. conjunção adverbial temporal (=logo que, assim que, quando):
“Mal você chegou, todos se levantaram.” (=Assim que você chegou);
“Mal saiu de casa, foi assaltado.” (=Logo que saiu de casa);
3. substantivo (=doença, defeito, problema):
“Ele está com um mal incurável.” (=doença);
“O seu mal é não ouvir os mais velhos.” (=defeito).
Na dúvida, use o velho “macete”:
MAL x BEM;
MAU x BOM.
4ª) PORISSO ou POR ISSO?
“PORISSO” não existe.
Use sempre POR ISSO:
“Ele trabalha muito, por isso merece uns dias de folga.”
5ª) PORQUE, POR QUE, PORQUÊ ou POR QUÊ?
a) PORQUE é conjunção causal ou explicativa:
“Ele viajou porque foi chamado para assinar contrato.”
“Ele não foi porque estava doente.”
“Abra a janela porque o calor está insuportável.”
“Ele deve estar em casa porque a luz está acesa.”
b) PORQUÊ é a forma substantivada (=antecedida de artigo ou outro determinante):
“Quero saber o porquê da sua decisão.”
“A professora quer um porquê para tudo isso.”
c) POR QUÊ = só no fim de frase:
“Parou por quê?”
“Ele não viajou por quê?”
“Se ele mentiu, eu queria saber por quê.”
“Eu não sei por quê, mas a verdade é que eles se separaram.”
d) POR QUE
1. em frases interrogativas diretas ou indiretas:
“Por que você não foi?” (=pergunta direta)
“Gostaria de saber por que você não foi.” (=pergunta indireta)
2. quando for substituível por POR QUAL, PELO QUAL, PELA QUAL, PELOS QUAIS, PELAS QUAIS:
“Só eu sei as esquinas por que passei.” (=pelas quais)
“É um drama por que muitos estão passando.” (=pelo qual)
“Desconheço as razões por que ela não veio.” (=pelas quais)
3. quando houver a palavra MOTIVO, RAZÃO ou CAUSA expressa ou subentendida:
“Desconheço os motivos por que a viagem foi adiada.” (=pelos quais)
“Não sei por que motivo ele não veio.” (=por qual)
“Não sei por que ele não veio.” (=por que motivo – por qual motivo).
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Terça-feira, 21/10/2014, às 14:00, por Sérgio Nogueira
Não erre mais: a ou há, abaixo ou a baixo, afim ou a fim e outras dúvidas comuns
1ª) A ou HÁ?
"Espero que não haja obstáculos à realização das provas, daqui A ou HÁ uma semana" ?
a) HÁ (=de verbo HAVER) só poderia ser usado caso se referisse a um tempo já transcorrido:
"Não nos vemos há dez dias." (=FAZ dez dias que não nos vemos)
"Há muito tempo, ocorreu aqui uma grande tragédia." (=FAZ muito tempo)
b) Quando a ideia for de “tempo futuro”, devemos usar a preposição "A":
Portanto, o correto é:
"Espero que não haja obstáculos à realização das provas, daqui a uma semana."
"Só nos veremos daqui a um mês."
Decore a "dica":
Tempo passado = HÁ (=FAZ);
Tempo futuro = A
OBSERVAÇÃO:
Quando a ideia for de "distância", também devemos usar a preposição "A":
"Estamos a dez quilômetros do estádio."
"O estacionamento fica a poucos metros do aeroporto."
2ª) A CERCA DE ou HÁ CERCA DE ou ACERCA DE?
a) A CERCA DE = A (preposição) + CERCA DE (perto de, aproximadamente):
"Estamos a cerca de dez quilômetros do estádio." (=Estamos aproximadamente a dez quilômetros do estádio – ideia de distância);
ou
A CERCA DE = A (artigo) + CERCA (substantivo) + DE (preposição):
"A cerca de arame farpado foi cortada."
b) HÁ CERCA DE = HÁ (verbo) + CERCA DE (perto de, aproximadamente):
"Não nos vemos há cerca de dez anos." (=FAZ aproximadamente dez anos que não nos vemos);
ou
"Há cerca de dez pessoas na sala de espera." (=EXISTEM perto de dez pessoas na sala de espera)
c) ACERCA DE = a respeito de, sobre:
"Falávamos acerca do jogo de ontem."
3ª) ABAIXO ou A BAIXO?
a) ABAIXO = embaixo, sob:
"Sua classificação foi abaixo da minha."
b) A BAIXO = para baixo, até embaixo:
"Ela me olhava de alto a baixo."
4ª) ABAIXO-ASSINADO ou ABAIXO ASSINADO?
a) O documento que se assina é um ABAIXO-ASSINADO:
"Entregamos o abaixo-assinado ao diretor."
b) Quem assina o documento é um ABAIXO ASSINADO:
"O abaixo assinado, Dr. Fulano de Tal, vem respeitosamente..."
5ª) AFIM ou A FIM?
a) AFIM= semelhante, parente por afinidade ou função matemática:
"As duas amigas têm pensamentos afins."
b) A FIM DE= para, com o propósito de:
"Estuda a fim de vencer a barreira do vestibular."
"Veio a fim de trabalhar."
6ª) A PAR ou AO PAR?
a) A PAR = estar ciente:
"Ele está a par de tudo."
b) AO PAR = título ou moeda de valor idêntico:
"O câmbio está ao par."
7ª) AO ENCONTRO DE ou DE ENCONTRO A?
a) AO ENCONTRO DE = a favor, na direção:
"Qualidade é ir ao encontro das necessidades e das expectativas do cliente."
"Estamos satisfeitos porque sua decisão vem ao encontro das nossas reivindicações."
b) DE ENCONTRO A = contra, em sentido contrário:
"Ficamos insatisfeitos porque a sua proposta vai de encontro aos nossos desejos."
"Discutimos, pois suas ideias vão de encontro às minhas."
8ª) BEM-VINDO ou BENVINDO?
a) A saudação é BEM-VINDO (=bem recebido):
"Seja bem-vindo."
"Ele será bem-vindo a esta cidade."
b) BENVINDO é nome próprio de pessoa:
"Ele se chama Benvindo."
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Terça-feira, 14/10/2014, às 14:00, por Sérgio Nogueira
Veja dicas para usar S, SS, Ç ou Z
Não há regras para resolver todos os casos de ortografia, porém algumas dúvidas podem ser tiradas com as dicas a seguir.
1º) –SÃO ou -SSÃO ou -ÇÃO?
Em todos os substantivos derivados de verbos terminados em GREDIR, MITIR, CEDER, CUTIR, METER e PRIMIR, devemos usar “SS”:
agredir > agressão
regredir > regressão
progredir > progressão
transgredir > transgressão
omitir > omissão
demitir > demissão
admitir > admissão
permitir > permissão
transmitir > transmissão
ceder > cessão
suceder > sucessão
conceder > concessão
interceder > intercessão
aceder > acesso
retroceder > retrocesso
exceder > excesso
proceder > processo
imprimir > impressão
deprimir > depressão
reprimir > repressão
oprimir > opressão
comprimir > compressão
exprimir > expressão
suprimir > supressão
discutir > discussão
percutir > percussão
repercutir > repercussão
eletrocutir (eletrocutar) > eletrocussão
Em todos os substantivos derivados de verbos terminados em ENDER, VERTER, PELIR e CORRER, devemos usar “S”:
tender > tensão
compreender > compreensão
apreender > apreensão
pretender > pretensão
distender > distensão
suspender > suspensão
repreender > repreensão
ascender > ascensão
verter > versão
reverter > reversão
converter > conversão
inverter > inversão
perverter > perversão
subverter > subversão
expelir > expulsão
repelir > repulsão
compelir > compulsório
impelir > impulso
correr > curso
concorrer > concurso
discorrer > discurso
percorrer > percurso
recorrer > recurso
Em todos os substantivos derivados dos verbos TER e TORCER e seus derivados, e verbos terminados em UZIR, devemos usar “Ç”:
reter > retenção
deter > detenção
ater > atenção
abster > abstenção
obter > obtenção
torcer > torção
distorcer > distorção
contorcer > contorção
reduzir > redução
produzir > produção
conduzir > condução
seduzir > sedução
traduzir > tradução
deduzir > dedução
induzir > indução
reproduzir > reprodução
introduzir > introdução
2º) –ISAR ou -IZAR?
Escrevem-se com “s” (=ISAR) os verbos derivados de palavras que já têm “s”:
análise > analisar
aviso > avisar
paralisia > paralisar
pesquisa > pesquisar
Escrevem-se com “z” (=IZAR) os verbos derivados de palavras que não têm a letra “s”:
ameno > amenizar
civil > civilizar
fértil > fertilizar
legal > legalizar
normal > normalizar
real > realizar
suave > suavizar
3º) –SINHO ou -ZINHO?
Escrevem-se com “s” (=SINHO) os diminutivos derivados de palavras que já têm a letra “s”:
casa > casinha
lápis > lapisinho
mesa > mesinha
país > paisinho
pires > piresinho
tênis > tenisinho
princesa > princesinha
curso > cursinho
vaso > vasinho
bolso > bolsinho
Escrevem-se com “z” (=ZINHO) os diminutivos derivados de palavras que não têm a letra “s”:
animal > animalzinho
balão > balãozinho
café > cafezinho
chapéu > chapeuzinho
flor > florzinha
pai > paizinho
papel > papelzinho
cão > cãozinho
jornal > jornalzinho
João > Joãozinho
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Terça-feira, 07/10/2014, às 14:00, por Sérgio Nogueira
A língua falada e a escrita: dúvidas sobre uso de E ou I
Como já vimos muitas vezes, para sabermos ortografia, é preciso “memória visual”. Isso é muito importante quando o assunto é a grafia das vogais “e” e “o” átonas.
No Rio de Janeiro, falamos /futibol/; em São Paulo, /futebol/. Sabemos que, quando o problema são sotaques e regionalismos, não há “certo ou errado”. Isso é coisa de ciência exata. Todas as linguagens são válidas. Não há por que determinar uma forma ou pronúncia como “certa” e a outra “errada”.
Assim sendo, podemos falar /futibol/ ou /futebol/. O importante é que na hora de escrevermos a grafia seja uma só: futebol com a letra “e”.
Na terra da Bozena, lá em Pato Branco, é comum ouvirmos frases do tipo “leitE quentE dá dor dE dentE”. Essa mesma frase, no Rio de Janeiro, seria um festival de “chiados”. A maioria provavelmente pronunciaria /leiti/, /quenti/, /di/, /denti/. Isso tudo é normal e válido. Importante é que a grafia seja única.
Precisamos é saber distinguir aquelas palavras em que a pronúncia das vogais “e” (átona) e “i” se confundem: palito e paletó.
O mesmo vale para vogal “o” (átona): água e mágoa.
Temos ainda o problema da vogal átona “i” pronunciada, mas não escrita: pneu, adaptar, optar, advogado... A pronúncia é clara e a escrita só será correta se houver “memória visual”.
1) Escrevem-se com E:
a) As pessoas do singular do presente do subjuntivo dos verbos terminados em “-OAR” e “-UAR”:
Abençoar: abençoe, abençoes, abençoem;
Magoar: magoe, magoes, magoem;
Acentuar: acentue, acentues, acentuem;
Atuar: atue, atues, atuem;
Continuar: continue, continues, continuem;
b) Os substantivos e adjetivos relacionados com substantivos em “-EIA”:
Baleeiro (de baleia) – candeeiro (de candeia);
Correame (de correia) – traqueano (de traqueia);
c) Ditongos nasais (geralmente):
Cães, pães, mãe, escrivães, alemães, pões, balões...
2) Escrevem-se com I:
a) A 2ª e a 3ª. pessoa do singular do presente do indicativo de verbos em “-UIR”:
Possuir: possuis, possui;
Influir: influis, influi;
Contribuir: contribuis, contribui;
b) O verbo CRIAR e vocábulos cognatos:
criança, criador, cria, criado, crie, criamos, criatividade, criativo;
c) Os verbos em “-EAR” recebem um “i” nas formas rizotônicas (acento no radical):
Passear: passeio, passeias, passeia, passeiam, passeie, passeiem;
Frear: freio, freia, freie, freiem;
Recear: receio, receia, receie, receiem.
Obs.: Formas rizotônicas são as três pessoas do singular e a 3ª. pessoa do plural do presente do indicativo e do presente do subjuntivo, e as correspondentes do imperativo afirmativo e negativo.
d) Os verbos MEDIAR (e o derivado INTERMEDIAR), ANSIAR, REMEDIAR, INCENDIAR e ODIAR (grupo de verbos que formam o vocábulo “MÁRIO”) recebem um “e” nas formas rizotônicas:
Ansiar: anseio, anseias, anseia, anseiam, anseie, anseiem;
Odiar: odeio, odeias, odeia, odeiam, odeie, odeiem;
Intermediar: intermedeio, intermedeia, intermedeiam.
Os verbos NEGOCIAR e PREMIAR também podem ser conjugados como os verbos MARIO: premeio, premeias, premeia, premeiam, premeie, premeiem, negoceio, negoceias, negoceia, negoceiam, negoceie, negoceiem.
Dúvidas sobre o uso do E e do I:
1) Escrevem-se com E, e não com I:
Abençoe, abotoe, acareação, acordeão, antediluviano, areento, argênteo, arrear (pôr arreios), arrepiar, baleeira, cumeeira, cardeais (pontos), cardeal, confessionário, creolina, deferir (autorizar), delatar (denunciar), descriminar (inocentar), descrição (ato de descrever, tipo de texto), descortinar, descortino, desfrute, despender, desprendimento, destilação, desvencilhar, embutir, eminente (ilustre), empecilho, enfezar, encarnação, entalho, entonação, espaguete, grandessíssimo, irrequieto, mexerica, paletó, paralelepípedo, parêntese, páreo, periquito, pexote, Pireneus, quepe, quesito, rédea, sanear, sequer, seringa, seringueiro, sortear, umedecer, várzea, veado...
2) Escrevem-se com I, e não com E:
Aborígine, açoriano, alumiar, ele argui, arriar (abaixar), balzaquiana, beribéri, calcário, caminhonete, camoniano, casimira, comtiano (de Comte), crânio, criador, crioulo, dentifrício, diferir (diferenciar ou adiar), digladiar, dilatar (estender), dilapidar, discriminar (separar ou especificar). discrição (qualidade do que é discreto), dispêndio, escárnio, frontispício, iminente (prestes a acontecer), incandescente, incorporar, inigualável, intitular, lampião, meritíssimo, pontiagudo, privilégio, ravióli, requisito, silvícola, terebintina...
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Terça-feira, 30/09/2014, às 14:00, por Sérgio Nogueira
Veja dicas para uso do H, X, S e Z
Do H inicial e final
1) O H inicial emprega-se:
- Por força da etimologia: haver, hélice, hera, hoje, hora, homem, humor;
- Em virtude de adoção convencional: hã?, hem?, hum!
2) O H inicial suprime-se:
- Quando, apesar da etimologia, a sua supressão está inteiramente consagrada pelo uso erva, em vez de herva; e, portanto, ervaçal, ervanário, ervoso (em contraste com herbáceo, herbívoro, herbicida, formas de origem erudita), o mesmo para inverno, hibernal, hibernar, hibernação, Espanha, hispânico;
- Quando, por via de composição, passa a interior e o elemento em que figura se aglutina ao precedente: biebdomadário (hebdomadário); desarmonia (harmonia); desumano (humano); exaurir (haurir); inábil (hábil); lobisomem (homem); reabilitar (habilitar); reaver (haver); reidratar (hidratar); desonesto (honesto); desonra (honra).
3) O H inicial mantém-se, no entanto, quando numa palavra composta ou derivada pertence a um elemento que está ligado ao anterior por meio de hífen: anti-higiênico, contra-haste, pré-história, sobre-humano.
4) O H final emprega-se em interjeições: ah! oh!.
Do uso do X, do S ou do Z
1) Exemplos de palavras em que se emprega a letra X:
Exagero, exalar, exaltar, exame, exangue, exasperar, exato, exaurir, exegese, exemplo, exéquias, exequível, exibir, exigir, exíguo, exílio, exímio, existir, êxodo, exonerar, exorbitar, exorcismo, exótico, exuberante, exumar, inexaurível, inexorável, exortar...
2) Devemos usar a letra S:
- Adjetivos com sufixo OSO (e feminino OSA): amorosa, ditosa, gloriosa, piscoso, saboroso, famoso, apetitoso, famoso;
- Femininos indicativos de dignidade, posição social ou profissão (ESA ou ISA). São formados de substantivos: duquesa, marquesa, baronesa, poetisa, profetisa, sacerdotisa;
- Vocábulos que indicam naturalidade, procedência, título (ÊS, ESA, ESES): português, francesa, camponês, marqueses, chineses;
- Vocábulos com TRANS- se suas variantes TRAS- e TRES-: transeunte, transação, transitório, transitivo, trânsito, transe, traspassar, tresandar, transubstanciação;
- Depois de ditongo só se escreve com S: causa, náusea, Neusa, Sousa;
- Verbos terminados em ISAR (derivados de palavras que já apresentam S): alisar (liso), frisar (friso), divisar (divisa), paralisar (paralisia), avisar (aviso), analisar (análise), pesquisar (pesquisa), revisar (revisão), reprisar (reprise), improvisar (improviso);
- Verbos formados de vocábulos terminados em S: atrasar (atrás), bisar (bis);
- Palavras derivadas de substantivos ou adjetivos terminados em S: cortesia (cortês); freguesia (freguês); burguesia (burguês); mesada (mês).
- Verbos em USAR: abusar, acusar, escusar;
- As formas dos verbos PÔR (e derivados) e QUERER: pus, pôs, puser, puseram, pusesse, dispuser, repusesse, quis, quiseram, quiser, quisesse;
- Geralmente, os vocábulos terminados em ÉS são grafados com S: através, invés, revés, viés.
Atenção: escrevem-se com Z: dez e fez (singular de fezes).
3) Devemos escrever com a letra Z:
- Verbos terminados em ZER e ZIR: fazer, conduzir, seduzir, cozer (cozinhar), traduzir, produzir, conduzir, reduzir, induzir, deduzir, reproduzir, introduzir, dizer, trazer, aprazer;
- Vocábulos derivados com ZADA, ZAL, ZARRÃO, ZEIRO, ZINHO, ZITO: anguzada, cafezal, homenzarrão, juazeiro, pezinho, cafezinho, cãozinho;
Observação: o diminutivo será com S se for de palavra que já apresenta S: lápis / lapisinho; chinês / chinesinho; casa / casinha; princesa / princesinha;
- Verbos em IZAR, derivados de vocábulos que não têm S no final: amenizar (ameno); realizar (real); urbanizar (urbano); suavizar (suave); aterrizar (terra); fertilizar (fértil);
- Verbos derivados de vocábulos que terminam em Z: cruzar (cruz); enraizar (raiz); envernizar (verniz); luzir (luz); cicatrizar (cicatriz);
- Substantivos derivados de adjetivos: maciez (macio); avidez (ávido); sensatez (sensato); aspereza (áspero); tristeza (triste); fortaleza (forte); pobreza (pobre).