sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

Simplificação do alfabeto

 1.    A letra “c” será usada sempre com o som de “k” (oclusiva velar surda), quando formar sílaba com as vogais “a”, “o” e “u”: coitado, cauda, custo, acordo, etc. Antes de “i” e “e”, será empregado, como já o é, o dígrafo “qu”: aquilo, aquele. No valor de “cê” e “ç” (fricativa alveolar surda) será sempre empregado o “s” ou  o “ss” (veja explicativo número 12). Excepcionalmente,  usar-se-á a  letra “c” na formação do dígrafo “ch” (fricativa palatal surda), com o valor fonético de origem.  A letra Ç (cedilhado) será extinta, permanecendo tão somente nos nomes próprios ou em marcas registradas anteriormente.


 


2.    A letra “f” passará a ser denominada de “fê”, como é pronunciada em suas formações de sílabas: feito, fizeste, foi, cafeicultura, confiscar, fatia, fizemos, afastar, etc.


 


3.    A letra “g” será denominada tão somente de “guê” (oclusiva velar sonora), como já é nos empregos antes de “a”, “o” e “u”: agora, garra, degustar. Antes de “e” e “i”, para se manter a tradição, será usado o dígrafo “gu”: guitarra, guerra, aguerrido, etc.


 


4.    A letra “h”, que não é propriamente uma consoante, mas um símbolo,  não deverá mais ser empregada, a não ser na formação dos dígrafos “nh”, “lh” e “ch” (amanhã, trabalho, achado): homem = omem, humildade = umildade, hospital = ospital, humano = umano, hoje = oje, hora = ora, hotel = otel, etc. Note como certas palavras, anteriormente escritas com “h”, hoje não possuem mais essa letra: eixo, êxito, ombro, ontem  úmido, espanhol, erva.


 


5.    A letra “j” chamar-se-á “jê” (palatal fricativa sonora) e será empregada em todas as palavras onde já está consagrada: jatobá, jibóia, acarajé, berinjela, cafajeste, cerejeira, jibóia, pajé, sarjeta, lojista, canjica, etc. Passará também a ser usada sempre, no lugar de “g”, antes de “e” e “i”: coragem = corajem, eleger = elejer, fugir = fujir, álgebra = aljebra, faringe = farinje, sugerir = sujerir, tigela = tijela, girafa = jirafa,  megera = mejera,  etc.         


 


6.    As letras “k”, “w” e “’y”, agora integradas ao alfabeto português, serão usadas em casos especiais, mormente em palavras estrangeiras e abreviaturas: km, watts, Nova York, show, etc. 


 


7.    A letra “l” (ele) passará a ter  a pronúncia  de “lê”. É uma letra polivalente, sendo empregada no início de palavras (lindo), no início de sílabas (enlevar), no interior de sílabas (clava), no final de sílabas (culto)  e no final de palavras (pontal).


 


8.    A letra “m”, polivalente, terá sua denominação alterada de “eme” para “mê”. É empregada no início de palavras (menor), no início de sílabas (remo), no final de sílabas, antes de “p” e “b” (amparo, embora) e no final de palavras (concorrem, cursaram).


 


9.    A letra “n”, polivalente, é usada no início de palavras (navio), no início de sílabas (anedota), no final de sílabas (tanto), na formação do dígrafo “nh” (conheço). Nos finais de palavras, perderá seu emprego para a letra “m” (pólen = polem, hífen = hifem, glúten = glutem, próton = protom, elétron = eletrom, nêutron = neutrom, sêmen = semem), etc.


 


10. A letra “q” será usada somente na formação do dígrafo “qu”, quando precedida de “e” e “i” (aquele, quilombo, quiosque, quero), etc.


 


11. A letra “r”, hoje chamada “erre”, passará a ser denominada de “rê”. É polivalente  Por isso, empregada na formação de diversos fonemas. No início de palavras, com o som forte (rindo, roupa), no início de sílabas (Arábia, Araribá, carimbo), no interior de sílabas (cru, crase), no final de sílabas (acordo, cargo), no final de palavras (acordar, marcar, preferir). Tem também o som forte, quando dobrada (carro, corrida) e também depois de consoantes (bilro, honra).  


 


12. É a letra “s” a mais polivalente das letras do alfabeto. É empregada no início de palavras (sistema, sendo), no início de sílabas (contensão, ensejo) e nos finais de sílabas e palavras (sistema, costura, poste, lápis, prédios, através).  Nas formações de sílabas, ocupará, sozinha ou dobrada, sempre os lugares do “c” e do “ç”  (cidra = sidra, dança = dansa, intenção = intensão, acesso = assesso, cócegas = cóssegas, cansaço = cansasso).   O “s” duplo (ss) será usado sempre entre duas vogais. Os dígrafos “sc” e “sç” (ascender, desça, florescer, recrudescer, renascer, ascender, nascença, etc), que já tendem a desaparecer, não mais existirão (ascender = assender, desça = dessa, florescer = floresser, etc).  A letra “s” não mais será empregada com o som de “z”,  sendo  substituída  por  esta  letra todas as vezes que for pronunciado esse som (basílica = bazílica, gasolina = gazolina, revesar = revezar, despesa = despeza, surpresa = surpreza, tesoura = tezoura, vaso = vazo, besouro = bezouro, empresa = empreza, mesada = mezada, usuário = uzuário, etc).   


 


13. Nos finais  de palavras, contudo, ao invés de “z”, só se usará a letra “s” (acidez = acidês, polidez = polidês, surdez = surdês, escassez = escassês, estupidez = estupidês, arroz = arrôs, cartaz = cartás, surdez = surdês ). Já são escritas com a letra “s” final: camponês, marquês, japonês, francês, descortês, rês, gás, cós, jus, pôs, pus, quis, etc.


 


14. A letra “x” (xis) sofrerá profundas alterações no tocante à sua fonética. Passará a ter o nome de “cs” e só será usada, quando assim pronunciada (anexo, oxigênio, sexo, perplexo, fluxo, amplexo, fixar, maxilar, nexo, reflexo, sexagenário, tóxico, táxi, oxítona, prefixo, complexo, hexacampeão, clímax, intoxicar, etc.) Nos demais casos, será substituída pelas grafias que se pronunciam:


A)   som de “ch”: xerife = cherife, faixa = faicha, lixa = licha, ameixa = ameicha, caxumba = cachumba, coxo = cocho, enxada = enchada, laxante = lachante, xarope = charope, xícara = chícara,  xará = chará,  enfaixar = enfaichar, etc.;


B)   som de “z”: exame = ezame, êxodo = êzodo, exato = ezato, execução = ezecução, exilar = ezilar, exagero = ezagero, exonerar = ezonerar, exotérico = ezotérico, exemplo = ezemplo, existir = ezistir, executivo = ezecutivo, exótico = ezótico, exercer = ezercer, exuberante = ezuberante, exausto = ezausto etc.;


C)   som de “ss”:  próximo = próssimo, máximo = mássimo, auxílio = aussílio,  sintaxe = sintasse, etc;


  som de “s”: texto = testo, expectativa = espectativa, extensão = estensão, explicar = esplicar,       extremo = estremo, expoente = espoente,  experiente = esperiente, etc.;


D)   Estando já para entrar em desuso, o dígrafo “xc” desaparecerá, quando for empregado sem          valor fonético: excitar = ecitar = essitar, exceto = eceto = esseto, excessivo = ecessivo = essessivo,      exceder = eceder = esseder, exceção = eceção = esseção, excepcional = ecepcional = essepcional, excelente = ecelente = esselente, excêntrico = ecêntrico = essêntrico, excipiente = ecipiente = essipiente, etc.      


 


15. A letra “z” será usada sempre que for pronunciada (casa = caza, blusa = bluza, duquesa, duqueza,        gasômetro = gazômetro, pêsames = pêzames, visar = vizar, blusão = bluzão). Nos finais de palavras, como já comentamos, será substituída por “s” (acidez=acidês, embriaguez=embriaguês, altivez = altivês, feroz = ferós, eficaz = eficás, giz = gis, matriz = matris, nariz = naris, raiz = raís, surdez = surdês, veloz = velós, juiz = juís, nudez = nudês, capuz = capus, faz = fás). 


 


Observações:


1)    Deixamos de considerar o som de GZ nalgumas palavras formadas pelo prefixo grego (hexágono, hexaedro, hexadecimal, hexassílabo) por seu inexpressivo valor numérico.


2)    Por tradição, deverá a letra X ser usada com o som de XIS, quando se referir a incógnitas - na matemática, quantidades indeterminadas, etc. (exemplo: Isso é o x da questão).


3)    Estabelecendo a predominância fonética e a sistematização, como se nota, relegamos o valor da etimologia.  Nenhuma simplificação ou modernização linguística poderá haver se não forem retirados os entraves etimológicos.

 SIMPLIFICAÇÃO DAS REGRAS  DE  ACENTUAÇÃO 

  

Embora, dentro das normas gramaticais da língua portuguesa, as regras de acentuação sejam perfeitas, por terem sido elaboradas e normalizadas sistematicamente, os membros da ONG ALFABETO SEM AMARRAS decidiram propor que também fossem simplificadas, extrapolando também para outros itens das notações léxicas, como a crase, o apóstrofo e a cedilha. 

Assim propomos:

 

A CRASE


 Não ser mais usado o acento grave para indicar a contração da preposição “a” com o artigo “a” (à, às) e com os pronomes demonstrativos “a”, “aquele” (s), aquela (s), aquilo, aqueloutra (s), aqueloutro (s).(= àquele (s), àquela (s), àquilo, àqueloutra (s), àqueloutro (s). Entendemos que o próprio sentido da frase explica a desnecessidade  do uso da crase. No exemplo: “Contarei tudo a mamãe”. Com ou sem o uso da crase, o sentido é o mesmo. 

       O uso da crase, porém, poderia ser usado nos casos em que haja necessidade de se estabelecer a clareza, como nos seguintes exemplos: ”Cheirar a gasolina, ou cheirar à gasolina”; “chegar a noite ou chegar à noite”.


      

O APÓSTROFO



     É proposta também a supressão do apóstrofo. Exemplos: c’roa = croa = coroa, ‘tá bem = tá bem = está bem, esp’rança = esprança = esperança. 

   O uso e os costumes fazem regra, indubitavelmente. Antigamente, ao se escrever “de onde”, era escrito sem o e da preposição e, em seu lugar, colocava-se o apóstrofo e assim em outras inúmeras palavras. Modernamente não se usa mais o apóstrofo. Se perdeu sua finalidade histórica, por que não extingui-lo de vez. É o que propomos.


ACENTOS DIFERENCIAIS NA REFORMA DE 1971


       Nessa reforma foram abolidos o acento grave da sílaba subtônica(só = sòmente), o acento circunflexo da sílaba subtônica (cômoda=cômodamente).

       Embora essa reforma  tenha abolido o acento circunflexo como diferencial nos homógrafos de tônica fechada (almôço), deixou, especificamente, uma exceção na acentuação da palavra “pôde” (3a pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo) para diferenciar da palavra “pode” (3a pessoa do singular do presente do indicativo). Todavia, por interpretação à lei, outros acentos diferenciais continuaram a ser usados: pólo (substantivo), pára (verbo), pêlo (cabelo), pélo (verbo), péla (verbo), pólos (substantivo), pêra (substantivo), péra (substantivo), pôr (verbo), quê (substantivo e no fim de frase) e porquê (substantivo).


O Novo Acordo Ortográfico, suprimindo a maioria dos acentos supracitados, manteve  obrigatoriamente a colocação de acento circunflexo tão somente nas palavras: “porquê”, “quê”(quando substantivos ou em final de frase), “pôr”(verbo), “pôde” (verbo no pretérito), têm e vêm, nas forma do plural da 3ª.pessoa,   obrigatoriamente. Só não entendemos a retirada do acento agudo na forma verbal ”para”.

A apresentação desta disposição legal serve mais para indicar nossa  considerando sobre o seu valor positivo.           

      

 


     


        


 


 


 


Outras Alterações


 


 


DENTRE OUTRAS, ENCONTRAM-SE EM ESTUDOS, NAS COMISSÕES DE NOSSA ONG, OS SEGUINTES TEMAS PARA ALTERAÇÕES:       

           

UNIFORMIZAÇÃO DAS TERMINAÇÕES VERBAIS 


           Pelas  regras vigentes, atualmente, empregam-se a terminação “e”:  

           A) nas formas verbais dos verbos regulares que terminam em “ir”, na segunda e terceira pessoa do presente do indicativo e modo imperativo e negativo afirmativo:

            Acudir  - acodes – acode

            Fugir – foges – foge               

            B) nas formas verbais dos verbos terminados em “uar” e “oar”, no presente do subjuntivo e modo imperativo:

                                    Cultuar – cultues – cultue – cultue

                                    Perdoar – perdoes – perdoe – perdoe

                                    Caçoar – caçoe – caçoes – caçoe

                                    Atuar – atue – atues - atue                               

           É empregada a letra “i” nas formas verbais dos verbos em “uir”,  “air” e “oer”, na segunda e na terceira pessoa do singular do presente do indicativo e na segunda e terceira pessoa do modo imperativo afirmativo e negativo: 

                                    Contribuir  -  contribuis  -  contribui

                                    Cair – cais - cai    

                                    Doer  - dói    

Observação: o verbo “doer”, sendo defectivo, não possui a segunda pessoa do presente do indicativo.

           Nossa sugestão (ou proposta) é que as terminações todas acima referidas sejam uniformizadas, passando a ser usada tão somente a terminação “e”. Assim: aflues, aflue, acodes, acode, cultues, cultue, perdoes, perdoe, caçoe, caçoes, atue, atues, caes, cae, doe, etc.         

  

 USO DO PRONOME DO CASO RETO COMO OBJETO DIRETO 


           O pronome, como sabemos, é a  palavra que substitui o nome, indicando a pessoa gramatical em que se encontra, evitando, assim, sua repetição  na oração.  Ao invés de dizermos: “Antônio trabalha somente quando é Antônio visto pelo patrão, o qual já surpreendeu Antônio sem trabalhar”, dizemos: “Antônio trabalha somente quando (ele) é visto pelo patrão, o qual já o surpreendeu sem trabalhar”  

           É regra geral que os pronomes do caso reto – eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles e elas – só funcionam como sujeito da oração.  Como objeto direto só podem ser usados os pronomes  pessoais oblíquos átonos: o, a, os, as (ex. – Eu o vi; Ele a quer, Ela trazia-o). Também  nas operações com os verbos terminados em “r”, “s” e “z”, quando são substituídos  por: lo, la, los, las  ( aplaudir + o = aplaudi-lo;  quis + o = qui-lo;  fez  + as = fê-las)   

            Nossa ONG propõe o uso também, oficialmente, sem detrimento da forma usual, dos pronomes do caso reto também como objeto direto  como já o é na  linguagem coloquial, e como a literatura já registra:

           Eu encontrei ele trabalhando à noite.

           Maria viu ele carregando as mercadorias roubadas.

           Não consigo ver ele nesta escuridão.

           Quanto ao prisioneiro, traga ele aqui.

           Há muito tempo que não vejo ela.


 

ABOLIÇÃO  DOS  PRONOMES DA 2ª. PESSOA


           Nossa proposta é para que sejam abolidos ou colocados em desuso, para futura extinção, se for o caso, os pronomes pessoais retos TU e VÓS e os pronomes pessoais oblíquos não reflexivos átonos e tônicos: TE, TI, CONTIGO e VOS, VÓS, CONVOSCO.  Em seus lugares, como já se tornaram comuns, são colocados os pronomes de tratamento que valem por verdadeiros pronomes pessoais, como: VOCÊ, O SENHOR, VOSSA SENHORIA, A SENHORA, VOSSA EXCELÊNCIA, etc. 

           Antes de prosseguirmos, necessário se torna explicar que os pronomes de tratamento também podem figurar na terceira pessoa (pessoa de quem se fala).  Em lugar de VOSSA, colocaríamos SUA.

           Em quase todo o território nacional, exceto no extremo sul, a forma pronominal TU já foi substituída por VOCÊ, o SENHOR, a SENHORA. E sem que seja denominado de corruptela ou alteração fonética, mas sim “forma coloquial”, a palavra “seu” em lugar de  SENHOR.           

           As formas oblíquas também, por consequência, seriam colocadas em desuso: TE, TI, CONTIGO, VOS e CONVOSCO, além dos pronomes adjetivos possessivos: TEU, VOSSO, TUA, VOSSA e plurais correspondentes. 

          Com as alterações propostas, teríamos as seguintes pessoas dos verbos e suas flexões (singular e plural):

           Primeira pessoa: EU estudo gramática;

           Segunda pessoa: VOCÊ ( o senhor, etc.) estuda geografia;

          Terceira pessoa:  ELE estuda ciências;

           Primeira pessoa: NÓS estudamos biologia;

           Segunda pessoa: VOCÊS (os senhores, etc.) estudam mecatrônica;

           Terceira pessoa: ELES estudam literatura. 

Observação: Colocar em desuso não quer significar proibir o uso, não só dos pronomes dos casos retos como oblíquos, mas sim, priorizar o uso dos pronomes de tratamento nas segundas pessoas. 

           Vamos ilustrar abaixo, com um trecho de Guimarães Rosa (A hora e vez de Augusto Matraca), o uso comum de você, na segunda pessoa:

           “Que é?!...Você tem perna de manuel-fonseca, uma fina e outra seca! E está que é só osso, peixe cozido sem tempero...Capim pra mim, com uma assombração dessas!... Vá-se embora,  frango-d’água!”

                                

 

ELIMINAÇÃO  DO  EMPREGO  DO  “M” ANTES  DO “P” e “B”


           Os vocábulos com som nasal antes do P e do B são escritos com a consoante M (amplo, ambulatório).  No português arcaico, não era uniforme a colocação do M antes do B e do P. Elas vieram por via erudita, tornando-se regra. Temos alguns exemplos na formação das palavras por composição, quando as palavras perdem sua integridade para a formação duma outra: “em + boa + hora = embora”. No caso presente, não resta dúvida que a colocação do M antes do B é totalmente justificada. 

           Naturalmente,  a determinação da colocação do M antes do P e B foi estabelecida  pelos tabeliães do tempo do antanho, embora, como falamos, não tenha uniformidade. O que pode comprovar é que a nasalidade é expressa por M e também por N (ambos, campos, contudo, enquanto, nuvenzinha). Tanto faz o emprego de M ou de N, a nasalidade é a mesma. Por que não simplificar e acabar de vez  com mais uma regra? 

          Passaríamos então, para indicar a nasalidade no interior do vocábulo, a usar somente a consoante N: 

          Anbos, canpo, tanbém, conbinar, anpliação, contenplação, etc.

          Com esse avanço, estaríamos usando a simplificação idiomática já usada inúmeras vezes.

          Caso  o leitor  manusear livros antigos, verificará, nos  textos arcaicos, que não havia a regularidade etimológica. Destacamos:

          Viimte – gramde – coinbra – nouenbro – corronper – homrra – comde.   

 

 

SIMPLIFICAÇÃO DO USO O  HÍFEN 


          O “hífen” é um sinal diacrítico. É usado para ligar os elementos de palavras compostas (couve-flor, ex-diretor, pré-escolar), para unir pronomes átonos aos verbos (ofereceram-me),  para separar as sílabas (a-ca-ba-men-to) e, no final da linha, separar uma palavra em duas partes (encomen-da).

           As regras que determinam o uso do hífen continuam a  confundir  . Esperava-se que, com o Acordo Ortográfico de 1990, assinado pelos sete países lusófonos, as regras se tornariam claras, mas o que podemos constatar é que continuam complexas a ponto de confundir. Veja o leitor alguns exemplos firmados no Acordo: “pré-escolar”, “reencarnação” , “bem-falante”, “benfazejo”, “cor de café”, “cor-de-rosa”, 

          Nossa proposta é que haja  quatro ou cinco regras tão somente. Por exemplo, seria colocado o  hífen em todas as palavras compostas por justaposição cujos elementos constituam uma unidade própria, ou que se combinem, e nas formações verbais sintagmáticas e semânticas. Exemplos: primeiro-ministro, ano-luz, guarda-chuva, conta-gotas, segunda-feira, tenente-coronel, porta-chapéus, “pediu-me”. Propomos que, nas formações com prefixos ou falsos prefixos,  não se colocaria mais o hífen em nenhum caso. Exemplos: extraescolar, aeroespacial, antiaéreo, coordenar, autoescola, antealérgico, 

          Corroborando com nossa tese, eis alguns exemplos oficiais disciplinados pelo Novo Acordo Ortográfico: coobrigação, coordenar, malnascido, benfazejo, reencarnação, antiarte, antiasmático, antibacteriano, autoescola, prejulgar, autocorretivo, pseudofobia, semipronto, tio-avô, porta-frasco, segunda-feira, porto-riquenho, boi-bumbá, conta-gotas, cação-martelo, guarda-pó, lesa-pátria.

               

                                                  

 O SÍMBOLO “H”


           Conforme é explicado nas instruções para a organização do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, aprovadas pela Academia Brasileira de Letras, na sessão de 12 de agosto de 1943 (tornadas obrigatórias pela Lei Federal nº 2.623, de 21 de outubro de 1955), com as alterações introduzidas pela Lei nº 5.765, de 18 de dezembro de 1971, e mantidas pelo novo Acordo Ortográfico, a letra “ h” não é propriamente consoante, mas sim um símbolo que, em razão da etimologia e da tradição escrita do nosso idioma,  conserva-se no princípio e final de diversas palavras: haver, hélice, hidrogênio, hóstia, humildade; hã,  ah!,  hem?, puh!, etc. 

           Também há que se considerar:

       Atualmente, no interior do vocábulo, só se emprega o “h” em três casos: quando faz parte do “ch”, do “lh” e do “nh”, que representam fonemas palatais. 

           Nossa proposta é no sentido de que não se empregue mais o símbolo ”h”, a não ser na composição dos digramas “ch” e “nh”: chegou, chá, venha, amanhece, etc.

           Nos dígrafos supracitados não está faltando o “lh”? ,Esta interrogação já deve ter passado pela mente do leitor.  Acontece que pretendemos  desfazê-lo!  Naturalmente em nossa proposta.

          Impulsionam-nos a sugerir o desfazimento do dígrafo “lh” as palavras do professor Cândido de Oliveira, em seu livro “Revisão Gramatical” – 7ª edição – página  21: “A linguagem culta é adquirida, e dentro de conceitos sociológicos e psicológicos.  Na concepção moderna, a função da Gramática é sistematizar o comportamento da língua literária  atual.  A Gramática não é depósito de regras imutáveis, antes ela está vigilante e atenta, a marchar paralelamente com o objeto de sua observação – a língua, que é ser vivo, de desenvolvimento fatal”.

          A língua falada no Brasil é diferente da falada em Portugal. Lá se pronunciam as palavras muito rapidamente, aqui são elas articuladas com vagar. Lá se usam cotidianamente as figuras históricas de supressão de letras e mesmo sílaba, denominadas de aférese, síncope e apócope. 

           Em Portugal, é cabível o uso do “lh”. No Brasil, o “h” dá lugar ao “i” átono.  Faça você, leitor, uma experiência: pronuncie a palavra “malho” devagar, sem a vogal “i”. Conseguiu? Achamos que não. Tente pronunciar as palavras: “alho” e “folha”. Repare na pronúncia de “galha” (excrescência produzida por insetos nos vegetais) e de “Gália” (cidade paulista). Parece-nos (não somos videntes) que o leitor começa a nos dar razão...

           Então vamos prosseguir.  Nossa proposta é para que se desfaça o dígrafo LH, retirando-se  dele o H e, em seu lugar, colocar  o “i” átono, que naturalmente vai formar com a vogal seguinte um “ditongo oral crescente”. Assim  teríamos: galhada = galiada; galhardo = galiardo; filho = filio; milho = mílio, etc.

           Nossas razões não se apegam tão somente na caracterização do falar brasileiro, menos rápido do que o português europeu, mas também nas origens das palavras cujas grafias já eram grafadas com li ou Le: Mulher=muliere; filho=filium; folha=folia; conselho=consilium, etc. 

           Obs.: No explicativo inicial, referente ao alfabeto, mantivemos os três dígrafos com o H, que é para lembrar nossa proposta inicial, agora, com estudos mais completos dos membros da ONG Alfabeto Sem Amarras, ficou resolvida esta nova proposta. 


 



ELIMINAÇÃO  DOS  DÍGRAFOS  “SC” , “SÇ” E “XC”



            O dígrafo SC, SÇ e XC  , considerados falsos dígrafos, desapareceriam, permanecendo, contudo, o “c” ou “ç”, segundo a reforma que propomos. Exemplos  de palavras com ortografia atual:

           Adolescência, aquiescer, ascender, consciência, cônscio, convalescer, crescer, descender, descer, desça, discente, discernir, disciplina, fascículo, fascinar, fascínio, florescer, imprescindível, incandescente, nascer, néscio, prescindir, rescindir, rescisão, excitar, exceto, excessivo, etc.

          Como nos explicam os professores Celso Cunha e Luís F. Lindley Cintra em sua Nova Gramática do Português Contemporâneo, 2ª. Edição- página 53, as combinações de letras “sc”, “sç” e “xc”, situadas entre letras-vogais, podem representar, no português normal do Brasil e no de algumas regiões de Portugal, o mesmo som que se transcreve também por “c” ou “ç”: florescer (comparar a amanhecer), desça (comparar a pareça), excede (comparar a preceder).

           O leitor não deve se confundir com o emprego do “s” no final das sílabas, que não formam  dígrafo: asco, escravo, prescrito, posto, prestação, costa, casta, prescrever, questão, pescar, espero, justo, inscrição, etc. Estes consistituem encontro consonantal.


          

AFLORAMENTO  DO  “i”  EUFÔNICO



           Conforme já expusemos no desfazimento do dígrafo “lh”, haveria o afloramento gráfico do “i” eufônico: gralha = grália, etc. Também nos demais casos em que seja ele simplesmente pronunciado, é nossa proposta que seja colocado graficamente. Exemplos:

            Absolver .........abisolver           -    abster ..........abister

            Hipnose ..........hipinose            -    psiquiatria.......pisiquiatria

            Etnografia.......etinografia         -    oftalmologia..ofitalmologia

            Tecnologia .....tequinologia      -  substantivo.subistantivo 

             

    Eis algumas palavras em que aparecem oficialmente algumas vogais eufônicas: cafeicultura, (café+i+cultura), gasoduto (gás+o+duto).

       Embora tão somente de passagem, eis o que o  Prof. Celso Ferreira da Cunha nos ensino em sua Gramática da Língua Portuguesa – 5a. edição – pág. 60: “Na  linguagem coloquial brasileira há, porém, uma acentuada tendência a destruir esses encontros (digno, ritmo,apto) de difícil pronúncia pela intercalação da vogal “i” (ou “e”): díguino, peneu, rítimo.

        Não raro, temos de admitir a existência desta “vogal epentética”, embora não escrita, para que versos de poetas nossos conservem a regularidade. Por exemplo, no segundo destes setissílabos de Gonçalves Dias: ”Deixa-me ouvir teus cantores, admirar teus verdores”.

        A palavra admirar deve ser emitida em quatro sílabas (a-di-mi-rar) para que o verso mantenha aquela medida.


      

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Anvisa discute regulamentação de cigarro eletrônico, nesta sexta-feira

A diretoria colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária vai se reunir nesta sexta-feira (1º), para avaliar se coloca em consulta p...