quarta-feira, 17 de março de 2021

Como celebrar a Quaresma e a Semana Santa

 De maneira semelhante como o antigo povo de Israel partiu durante quarenta anos pelo deserto para ingressar na terra prometida, a Igreja, o novo povo de Deus, prepara-se durante quarenta dias para celebrar a Páscoa do Senhor. Embora seja um tempo penitencial, não é um tempo triste e depressivo. Trata-se de um tempo especial de purificação e de renovação da vida cristã para poder participar com maior plenitude e gozo do mistério pascal do Senhor.


 


A Quaresma é um tempo privilegiado para intensificar o caminho da própria conversão. Este caminho supõe cooperar com a graça, para dar morte ao “homem velho” que atua em nós. Trata-se de romper com o pecado que habita em nossos corações, nos afastar de todo aquilo que nos separa do Plano de Deus, e por conseguinte, de nossa felicidade e realização pessoal.


 


As celebrações mais importantes do tempo da Quaresma são:


Quarta-feira de cinzas, através da qual abrimos o tempo de preparação pascal: “Convertei-vos, e crede no Evangelho” (Mc 1,15).


 


Depois temos cinco domingos da Quaresma, nos quais as comunidades se reúnem para celebrar a presença viva do Senhor que nos mostra o caminho para a vitória definitiva da Páscoa. São cinco etapas de preparação para a festa da Páscoa.


 


Depois vem o Domingo de Ramos da Paixão do Senhor, no qual lembramos a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, onde Ele sofrerá a paixão e mergulhará na morte, para depois ressuscitar vitorioso.


 


Ainda como parte da Quaresma, se celebra na Quinta-feira Santa a missa dos Santos Óleos (Missa do Crisma) ou em outro dia da Semana Santa de acordo com a realidade de cada diocese.


 


Nas comunidades, durante a Quaresma, fazem-se também celebrações penitenciais, como sinais da nossa busca de conversão e da misericórdia de Deus que nos acolhe em seu perdão.


 


Seria também interessante organizar a oração do Ofício Divino das Comunidades, exercícios quaresmais, Via Sacra, a caridade, o amor ao próximo e também caminhadas penitenciais, etc.


 


AMBIENTE: O ambiente deve estar despojado a austero. “A austeridade dos elementos com que se apresenta nestes dias a igreja (o templo), contraposta à maneira festiva com que se celebrará a Páscoa e o tempo pascal, ajudará a captar o sentido de passagem” (páscoa = passagem) que têm as celebrações deste ciclo.


 


Devemos “fazer uma limpeza” de tudo o que é supérfluo no espaço celebrativo, como cartazes, folhagens, fitas, adornos, faixas, muitas imagens, etc. Os exageros de enfeites causam uma verdadeira poluição visual, e é preciso achar um lugar para pousar o olhar e contemplar. Por outro lado, devemos valorizar e destacar o que é realmente essencial para a celebração do Mistério de Cristo, isto é, o altar, a mesa da Palavra, a cadeira presidencial e a pia batismal. Durante a Quaresma outros símbolos fortes são importantes, como a cruz, a cor roxa e outros próprios para cada celebração.


 


Durante a Quaresma há que suprimir as flores em todos os espaços celebrativos. É aceitável uma planta tipo cáquito por ser mais sóbria. Suprimir também os tapetes não necessários etc... No IV Domingo, “Domingo Laetare” pode ser usado algumas flores e instrumentos para acompanhar os cantos. Cuidado com a extravagância, pois ainda não é Páscoa!!!  


 


Usa-se a cor rosa (“róseo”) no Domingo Laetare – quarto Domingo da Quaresma, “próximo ao grande dia”.


 


Durante a Celebração Eucarística ou mesmo na Celebração da Palavra, o Altar seja coberto com toalha branca. Fora da celebração, se quiser, pode cobri-lo com um tecido roxo.


 


SOBRIEDADE: A equipe procure caracterizar o ambiente e organizar toda a celebração dentro do espírito de sobriedade (cor roxa, sem flores, sem glória, sem aleluia e sem o canto de louvor a Deus após a comunhão). Isso não quer dizer que o ambiente seja de tristeza. A fé cristã une numa mesma celebração a dor e a alegria, a luta e a festa. Celebramos a liturgia com palavras, gestos, cantos, orações e símbolos. Celebramos com nosso corpo, com nossos sentimentos, com nossa atitude espiritual.


 


CARTAZ DA CF: Apresentar o cartaz no momento da abertura oficial da Campanha da Fraternidade e depois fixá-lo na entrada da igreja e em outros ambientes onde ele possa ser bem visualizado. Não se deve fixar o cartaz no altar ou na mesa da Palavra.


 


A Via-Sacra, geralmente feita nas sextas-feiras, seja um momento de catequese, oração e penitência. Pode utilizar a criatividade para que seja de fato uma experiência da caminhada com Jesus nos calvários atuais. Alguns lugares fazem Via-sacra nas ruas, nas escolas, nas casas etc.


As Imagens: existem costumes variados. Lugares que as cobrem na Quarta-feira de cinzas até a Vigília Pascal. Outros após a Missa do Sábado que precede o Domingo de Ramos. Ou ainda na Quinta-feira Santa. É bom que faça o gesto de cobrir as Imagens. Se possível, no início da Quaresma.


 


CINZAS E ÁGUA PARA ASPERSÃO: Preparar as cinzas com antecedência, se possível com os ramos entregues no Domingo de Ramos do ano anterior. As cinzas e os recipientes com água para a aspersão deverão ser preparados na credencia e não em cima do altar. A imposição das cinzas pode ser feita na cabeça ou na testa de cada pessoa que se aproxima.


 


SINO: O sino das Igrejas também silenciam na Quarta-feira de Cinzas e voltam a tocar no momento do canto do Glória na Vigília Pascal. Se tiver sino eletrônico, deixe-o apenas para marcar as horas durante o dia. Nas celebrações ele devem se manter silenciosos.


 


SILÊNCIO / CANTOS / INSTRUMENTOS: Na Quaresma se retoma o silêncio, as celebrações são mais silenciosas, sóbrias, austera. Não deve ter baterias e instrumentos de percussão. É o silêncio que predomina. Para ajudar nessa vivência, é aconselhável também que, se for possível, evite na Quaresma tocar instrumentos musicais. A não ser que seja somente para sustentar o canto, caso contrário, não se utiliza música instrumental.  Na Quinta-feira Santa após a celebração os instrumentos devem permanecer guardados até o Glória na Vigília Pascal. Se tiver mesmo a necessidade, use um instrumento que faça o acompanhamento, pois o que deve predominar nestes dias é a voz do povo como instrumento principal. Observem que, não basta só saber que os cantos são da Quaresma, é preciso executá-los com atitude espiritual.


 


Não basta só ter consciência de que devemos cantar os cantos próprios da Quaresma. Os cantos e músicas, executados com atitude espiritual condizentes com o tempo e com cada domingo, ajudam a comunidade a penetrar no mistério celebrado. Por isso, deve-se integrar tudo isso no mistério que estamos celebrando. É necessário “cantar a liturgia da Quaresma”, com cantos próprios para este tempo e para cada parte da celebração. Os cantos de encontros e de movimentos não são próprios para a celebração litúrgica.


 


“Cantar a Quaresma, é antes de tudo, cantar a dor que se sente pelo pecado do mundo que, em todos os tempos e de tantas maneiras, crucifica os filhos de Deus e prolonga, assim, a Paixão de Cristo... É um canto de luto, um canto sem “glória” e sem “aleluia”, um canto sem flores e sem as vestes da alegria, um canto “das profundezas do abismo” em que nos colocaram nossos pecados (Sl 130); um grito penitente de quem implora e suplica: “Tende piedade de mim, Senhor, segundo a vossa bondade, e conforme a vossa misericórdia, apagai a minha iniquidade” (Sl 51). (Hinário Litúrgico – 2, introdução, página 5).


 


O hino da Campanha da Fraternidade pode ser cantado após a homilia, no ofertório ou após a comunhão depois de uns momentos de silêncio, também como canto final, se de fato couber. Nunca deve ser canto de entrada. Além do hino da Campanha da Fraternidade, devemos dar maior importância aos cantos propostos pelo Hinário Litúrgico da CNBB, volume II. (Muitos desses cantos estão gravados nos cds Liturgia XIII e XIV da Paulus.)


 


Sobre o canto de entrada – deve ser penitencial e nos dias sexta-feira e nas duas últimas semanas, tem o caráter e alusão à cruz do Senhor. Portanto, terá que pôr muito cuidado em sua escolha.


 


Ato penitencial – Seria recomendável destacar, durante este tempo, esta parte da celebração. Poderiam, por exemplo, variar-se cada dia da semana as invocações e cantar diariamente – não limitar-se a rezar – o “Senhor tenha piedade”. É uma maneira singela de sublinhar o caráter penitencial destes dias. Outra possibilidade é fazer o rito da aspersão com água rezando ou cantando o Salmo 50 no lugar do ato penitencial.


 


Glória – deve ser omitido. Este hino,  diz-se apenas nas solenidades e festas.


 


Salmo Responsorial – deve respeitar sempre na liturgia na Celebração da Palavra ou da Missa e não pode ser alegremente substituído por qualquer canto. Não nos cansaremos de dizer que o Salmo forma parte integral da Liturgia da Palavra; que é Palavra de Deus, e que a palavra divina nunca pode ser substituída por qualquer melodia que evidencia mais a palavra humana do que a Palavra Divina. É melhor que seja sempre cantado. Contudo, há a possibilidade de cantar apenas o refrão e recitar as estrofes. Se de tudo o salmista não souber cantar, que o recite de forma clara e compreensiva por todos.


 


Canto de Aclamação – não pode aparecer “Aleluia”. No livro de cantos existem opções com melodias que nos indicam que de fato estamos aclamando o Senhor que vai falar. Também a Campanha da Fraternidade pode sugerir cantos que contemplam este momento. Geralmente cada Domingo tem o versículo correspondente com o Evangelho do dia.


 


Ofertório – Poderíamos realizar esse momento de maneira bem simples, sem procissão, sem canto. Interiormente nos dispomos a participar da mesa que Deus nos prepara no deserto desta Quaresma, no deserto de nossa vida, no deserto da vida da comunidade e no deserto da vida da sociedade em que vivemos... (Sl 78,19). Se tiver canto, que seja também sóbrio manifestando nossa caridade com a Igreja e com os Irmãos e Irmãs.


 


Abraço da Paz – Durante o Tempo da Quaresma, pode-se abolir o abraço da paz para realizar com mais alegria no tempo da Páscoa e retomá-lo na Quinta-feira Santa após o Lava-pés como símbolo de serviço ou somente na Vigília Pascal (Animação da Vida Litúrgica no Brasil, documento da CNBB nº 43, pág. 110, nº 313). Obs.: A oração pela Paz na Missa é do presidente da Celebração; o abraço da paz é opcional e móvel dentro da celebração.


 


O canto de comunhão – no momento de comungar não se trata de criar um ambiente quaresmal, mas sim acompanhar festivamente a procissão eucarística. Por isso é bom para este momento da Santa Missa escolher cantos alusivos ao convite eucarístico.


Evitem-se as palmas. Se for cantar, por exemplo, “parabéns” que automaticamente o povo que bater palmas, é melhor evitar o canto até a Vigília Pascal. Substitua por um abraço fraterno e a recitação da “Ave Maria”, por exemplo.


Por ora, apresento estas orientações. Com o desenrolar do tempo, vamos ver outras necessidades e dúvidas. Celebremos bem este tempo a fim de nos encontrar convertidos na Páscoa do Senhor.

“A Liturgia da Semana Santa seja realizada de modo a poder oferecer ao povo cristão a riqueza dos ritos e orações; é importante que seja respeitada a verdade dos sinais, se favoreça a participação dos fiéis e seja assegurada a presença de ministros, leitores e cantores”.


É nessa perspectiva que nasce não sei se poderia chamar de “Pequeno Manual da Semana Santa”, e que se dirige de maneira peculiar às Equipes de Liturgia, Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística, enfim, a todas aquelas pessoas que estão empenhadas e colaboram com os sacerdotes nas comunidades paroquiais.


Pois, nas várias paróquias, comunidades e capelas por onde passei ainda como seminarista, senti as dificuldades e ao mesmo tempo a disponibilidade daqueles leigos e leigas em preparar bem a “GRANDE SEMANA”.


O nosso “pequeno manual” apesar de ser pautado no Magistério atual e nos livros litúrgicos renovados, têm falhas! E se você tem uma sugestão para o enriquecimento destes grandes dias, envie-nos.


E que seja para Maior Glória de Deus e Salvação das Almas!


I – DOMINGO DE RAMOS:

a) Deve-se marcar uma única e grande, procissão. De preferência os fiéis se reunindo numa Igreja menor para a sede paroquial;


b) Para o sacerdote deve-se preparar um ramo maior e mais esplendoroso e amarrado com um laço de fita vermelha;


c) Deve-se preparar uma folha com cânticos apropriados, bem como um carro de som para o início da cerimônia e também para toda a procissão, de maneira que não haja improvisação.


d) Caldeirinha e hissope de água benta.


e) Após a benção dos ramos, segue-se precedidos pelo sacerdote e ministros a procissão com cânticos, turíbulo, cruz e velas (lanternas);


f) Toda a liturgia da palavra deve ser distribuída entre os leitores com antecedência para não haver improvisação;


g) Todo o caminho onde passará o cortejo processional, poderá ser decorado com ramos, e no chão podem-se jogar folhas de árvores picadas fazendo um grande tapete.


h) Na leitura da Paixão não se usa incenso, nem velas, sem a saudação do povo e sem o beijo no livro do sacerdote;


i) A cruz processional pode ser decorada com ramos bentos;


j) Na procissão, à frente do celebrante vai se o Evangeliário, ou na falta deste, o lecionário correspondente devidamente marcado;


k) O celebrante poderá usar na procissão pluvial vermelho ou na falta deste, casula de cor vermelha;


m) O celebrante ao chegar ao presbitério, se usou pluvial na procissão, retira-o coloca a casula (que está sobre o altar), reverencia o altar e incensa o mesmo.


n) Devem-se preparar ramos para os fiéis como também para serem guardados para a quarta-feira de cinzas do próximo ano (para se fazer as cinzas).


o) Na procissão do ofertório, podem ser conduzidos três símbolos evocativos dos três mistérios que a Igreja irá celebrar no Tríduo Pascal: O PÃO E O VINHO (lembrando a Ceia do Senhor na Quinta-Feira Santa); UMA CRUZ (lembrando a crucificação do Redentor a ser celebrada na Sexta-Feira Santa); CIRIO PASCAL (lembrando a vitória da luz sobre as trevas com a Ressurreição de Cristo a ser celebrada na Vigília Pascal e no Domingo de Páscoa). Pode-se fazer a coleta da Campanha da Fraternidade.


II – MISSA DA CEIA DO SENHOR (Lava-pés):

a) Inicia-se o tríduo sagrado, chamado também de o “Tríduo do crucificado, do sepultado e do ressuscitado”.


b) Cruz processional, velas, turíbulo fumegando.


c) Matracas.


d) Pode-se entrar na procissão de entrada os santos óleos que foram abençoados pela manhã na Catedral pelo Sr. Bispo. Prepara-se no presbitério uma mesa para colocá-los. Para serem levados ao presbitério os santos óleos, poderiam três jovens vestir túnicas das respectivas cores dos óleos: ROXO (óleo dos enfermos); ROSA (óleo do Crisma); BRANCO (óleo dos catecúmenos).


e) Pode ser decorado perto do altar e nunca em cima do mesmo, com pão, uva, vinho.


f) Antes da celebração, o sacrário deve estar vazio. As hóstias para a comunhão dos fiéis devem ser consagradas na mesma celebração da missa de maneira suficiente para o dia seguinte também (Sexta-feira santa).


g) Reserve-se uma Capela para conservação do Santíssimo Sacramento e seja ela ornada de modo conveniente, para que possa facilitar a oração e meditação: recomenda-se o respeito daquela solenidade que convém à liturgia destes dias, evitando ou renovando qualquer abuso contrário.


h) Durante o canto do hino do “Glória” tocam-se os sinos (da torre e do altar). Concluído o canto eles ficarão silenciosos até o “Glória” da Vigília Pascal.


i) O órgão ou outros instrumentos a partir do canto do “Glória”, só serão utilizados para sustentar o canto. De maneira que não se use nem bateria e nem pandeiros…


j) Seja conservada para o lava-pés a escolha de alguns homens, e como sugestão podendo ser 12 que significa os 12 apóstolos. Neste momento o celebrante retira a casula e cinge-se com uma toalha grande que possa ser amarrada à cintura e ao mesmo tempo enxugar os pés dos discípulos, a casula ficará aberta sobre o altar. Após terminar o lava-pés e ter lavado as mãos vestirá novamente a casula. Pode ser dado para os homens um pão.


k) Na procissão do ofertório tendo sido feita uma conscientização na comunidade, a comunidade pode fazer doação de alimentos não perecíveis para os menos favorecidos, como nos sugere o Missal Romano. Recomenda-se a Oração Eucarística I, mas pode-se fazer a Oração Eucarística II ou mesmo a III.


l) Na consagração, não se toca a campainha e sim as matracas.


m) Após a oração da comunhão, forme-se o cortejo, passando por toda a Igreja, que acompanha o Santíssimo Sacramento ao lugar da reposição. A procissão é precedida pelo cruciferário, as velas, o turíbulo fumegando e as matracas.


n) Usa-se a Umbela para cobrir o Santíssimo.


o) Nunca se pode fazer a exposição com o ostensório. (A reserva Eucarística deverá ficar dentro do sacrário).


p) Na adoração até a meia-noite, pode ser lida uma parte do evangelho segundo João Cap. 13-17. Após a meia noite, esta adoração seja feita sem solenidade já que começou o dia da Paixão do Senhor. Recomenda-se o silêncio.


q) A capela do Santíssimo pode ser ornada com flores, com todo esplendor.


r) O sacerdote deveria usar pluvial e véu umeral festivo na transladação do Santíssimo Sacramento em direção ao altar da reposição. Na falta do Pluvial use pelo menos o véu umeral sobre a túnica ou alva com estola.


s) Concluída a missa é desnudado o altar da celebração. Convém cobrir as cruzes da Igreja com um véu de cor vermelha ou roxa.


Para a missa deve-se preparar:


a) Âmbulas com partículas para consagrar para essa missa e para a Sexta-feira;


b) Véu de ombros;


c) Turíbulo com naveta;


d) Tochas e velas;


Para o lava pés:


a) Assentos para os homens designados;


b) Jarro de água e bacia;


c) Toalha para enxugar os pés;


d) Sabonete (para o sacerdote lavar as mãos)


III – CELEBRAÇÃO DA PAIXÃO DO SENHOR

a) Neste dia não se celebra a Eucaristia.


b) Guarda-se o jejum e a abstinência e qualquer obra de piedade espiritual.


c) Só se celebram nestes dias os sacramentos da Unção dos enfermos e da Confissão. 


d) Prepara-se tapete e almofadas para os sacerdotes (presidente e concelebrantes).


e) Os sacerdotes prostram-se; os demais ministros, seminaristas, coroinhas e povo ajoelham-se.


f) Prepara-se uma cruz que deve ser esplendorosa coberta com um véu vermelho e dois castiçais com velas (na credencia no fundo igreja).


g) Durante a adoração e o beijo devocional, canta-se hinos apropriados e salmos. Não há ofertório, pois não há a renovação do Sacrifício no altar.


h) Depois da comunhão proceda-se à desnudação do altar, deixando a mesma cruz no centro do altar, com quatro castiçais.


i) Pode-se fazer até a hora da procissão do Senhor Morto a via-sacra.


j) Tendo a procissão do Senhor Morto, pode-se deixar o esquife a veneração pública, juntamente com a imagem de Nossa Senhora das Dores. Na procissão recomenda-se silêncio e orações e também o uso das matracas, bem como um carro de som com canto gregoriano, ou cantos penitenciais.


Na credencia:


a) Missal


b) Lecionário


c) Toalhas para o altar


d) Corporais com sangüíneos


e) Purificatório


f) Velas para o altar.


g) Âmbulas


IV – VIGÍLIA – SÁBADO SANTO:

a) Pode continuar exposta durante o dia para a veneração dos fiéis, uma imagem do Cristo crucificado, ou morto bem como a imagem da Santíssima Virgem das Dores. Durante o dia, não se celebra a Eucaristia. As únicas celebrações que fazem parte são as da Liturgia das Horas. É proibido celebrar qualquer outro sacramento, exceto o da Confissão e o da Unção dos Enfermos. A exceção para a qual a Eucaristia é permitida é no caso de viático, isto é, em perigo iminente de morte. São permitidas exéquias, mas sem celebração de Missa.


b) Pedir com antecedência que os fiéis tragam velas ou a paróquia oferecer.


c) Evite-se com todo o cuidado que os salmos da vigília sejam substituídos por canções populares, músicas de filmes ou de novelas.


d) No canto do “Glória”, tocam-se os sinos, e também se podem preparar fogos de artifício.


e) O círio Pascal é colocado no presbitério, ao lado do ambão. O pedestal onde ficará o círio poderá ser decorado com flores.


f) O tempo pascal vai até o dia de Pentecostes, nesse dia sairá solenemente do presbitério o Círio Pascal, o qual ficou todo esse tempo no presbitério. A partir desse dia só será usado, nas cerimônias do batismo e Crisma. (O Sacerdote poderá usar o Rito para apagar o Círio Pascal)


O que preparar:


Para o fogo:


a) Uma fogueira podendo ser na frente da Igreja e que seja bem expressiva, quer dizer, que sua luz possa clarear mesmo.


b) O Círio Pascal (que seja novo, nunca se deve reaproveitar o Círio do ano que passou).


c) Cinco cravos, com grãos de incenso colocados nos mesmos.


d) Um estilete, para fazer a incisão no círio.


e) Uma vela grande para o celebrante acender o círio com o fogo novo.


f) Lanterna para iluminar os textos que o celebrante há de recitar.


g) Pegador de macarrão, para o turiferário tirar as brasas acesas do fogo novo e colocá-las no turíbulo.


h) Candelabro para o círio pascal, posto junto do ambão.


i) Preparar um microfone e um bom som, para o celebrante e o comentarista, onde começara a cerimônia, com a bênção do fogo novo.


Para a liturgia batismal:


a) Recipiente com água;


b) Quando se administram os sacramentos da Iniciação Cristã: óleo dos catecúmenos, Santo Crisma, vela batismal, Ritual Romano.


c) Apagam-se as luzes da Igreja.


d) Mesmo não havendo batismo deve-se preparar um recipiente (sugiro talhas de barro) com água para a aspersão.


e) Caldeirinha (vazia) com hissope para a hora da aspersão.


Benção do Fogo e Preparação do Círio:


a) O Celebrante vai com paramentos brancos, à sua frente vai um dos acólitos ou Ministro com o Círio Pascal.


b) Não se leva a cruz processional nem velas acesas.


c) O turiferário leva o turíbulo sem brasas com a naveta.


Procissão:


a) Depois de acender o Círio, o celebrante deita o incenso no turíbulo, se houver diácono ou padre concelebrante este levará o Círio Pascal, na falta destes o Celebrante principal o levará.


b) Organiza-se a procissão que entra na Igreja. À frente de quem leva o Círio (Padre ou Diácono), vai o turíbulo fumegando. Seguem-se outros ministros, coroinhas e todo o povo com as velas apagadas na mão.


c) À porta da Igreja, o celebrante (ou diácono) erguendo o Círio canta: “Eis a luz de Cristo!” e todos respondem: Graças a Deus!


d) Depois, o celebrante principal (ou diácono) avança até ao meio da Igreja, pára e, erguendo o Círio, canta a Segunda vez: “Eis à luz de Cristo!” e todos respondem: Graças a Deus! Todos ascendem as suas velas. Passando o lume de uns aos outros.


e) Ao chegar diante do altar, o celebrante (ou diácono) pára, e, voltado para o povo, canta pela terceira vez: “Eis a luz de Cristo!” e todos respondem: Graças a Deus! Em seguida coloca o Círio no candelabro preparado junto do ambão.


f) Acenden-se todas as luzes da Igreja.


Precônio Pascal:


a) O celebrante deita incenso do turíbulo e benze-o como para o Evangelho na Missa.


b) Havendo diácono ou padre concelebrante este fará a proclamação da Páscoa.


c) Enquanto isso da cadeira o celebrante principal segura uma vela acesa na mão, de pé, para ouvir o precônio pascal.


d) Todos se conservam igualmente de pé com as velas acesas na mão.


e) Terminado o precônio pascal, todos apagam as velas e sentam-se.


f) Após a última leitura do Antigo Testamento, com o seu responsório e respectiva oração, acendem-se as velas do altar e é entoado solenemente o hino: “Glória a Deus nas alturas” neste momento tocam-se os sinos, e os demais instrumentos que até então estavam silenciosos. Neste momento, também o altar é decorado com arranjos de flores, que deverão estar preparados na sacristia.


g) Na proclamação do Evangelho, não levam as velas, somente o turíbulo fumegando.


h) Após o Evangelho, faz-se a homilia; proceda-se a liturgia batismal, se houver.


i) Havendo batismo, sua liturgia efetua-se junto a pia batismal ou mesmo no presbitério. Onde por antiga tradição, o batistério estiver localizado fora da Igreja, é lá que se tem de ir para a liturgia batismal.


j) Primeiro faz-se a chamada dos catecúmenos, que são apresentados pelos padrinhos ou se forem crianças, levados pelos pais e padrinhos.


k) A liturgia batismal acontecendo no presbitério, após a monição do celebrante principal, segue-se a ladainha cantada, à qual o povo responde, de pé, por ser tempo pascal.


l) Terminada a ladainha, o Celebrante principal, de pé, junto da fonte batismal, com as mãos estendidas, benze a água. Pode-se introduzir na mesma água o círio pascal, uma ou três vezes, como vem indicado no missal.


m) Terminada a benção da água e dita a aclamação pelo povo, o celebrante principal, interroga os “eleitos” adultos, para que façam à renúncia, segundo o Rito da Iniciação Cristã dos adultos, e os pais ou padrinhos das crianças, segundo o Rito para o batismo de criança.


n) Faz-se agora a unção com o óleo dos catecúmenos.


o) O celebrante interroga os eleitos a cerca de sua fé. Tratando-se de crianças, pede-se a profissão de fé dos pais e padrinhos ao mesmo tempo.


p) Após o interrogatório, o celebrante batiza os eleitos.


q) Terminado o batismo, acontece a unção com o óleo da crisma, caso os batizados devam ser crismados.


r) Após a unção o celebrante, acende avelã no Círio Pascal.


s) Terminada a ablação batismal e os atos complementares e efetua-se, o regresso aos bancos, em procissão e com as velas acessas. Durante o retorno, canta-se um canto batismal.


t) Sendo batizados adultos, é administrado-lhes também o sacramento da confirmação.


Renovação das Promessas do Batismo:


a) Concluído o rito do batismo e da confirmação, ou, se não tiver havido nenhum nem outro, após a benção da água, o celebrante principal estando de pé voltado para o povo, recebe a renovação das promessas da fé batismal dos fiéis, que se conservam de pé com as velas acessas na mão.


b) Terminada a renovação das promessas do batismo, o celebrante principal ajudados pelos padres concelebrantes ou diáconos, se houver, asperge o povo com água benta, enquanto isso se canta um canto de sentido batismal.


c) Por fim, a missa decorre como de costume, e com solenidade. O uso do incenso se faz normalmente, tanto no ofertório quanto na consagração. Recomenda-se a Oração Eucarística I, mas pode-se usar a Oração Eucarística III ou mesmo a II.


d) Em algumas paróquias tem-se o costume de fazer a procissão do Senhor Ressuscitado e do triunfo de Nossa Senhora. Portanto, a Imagem de Jesus Ressuscitado, deve estar em um andor devidamente ornado para a procissão ou carreata após o término da Vigília pascal.


V – ORIENTAÇÕES GERAIS:

a) Antes de iniciar a sexta-feira santa e concluindo o tempo quaresmal seja feito o Ato Penitencial Comunitário com confissões individuais.


b) O tempo quaresmal vai até à Quinta-feira Santa.


c) A partir da missa “da Ceia do Senhor” inicia-se o Tríduo Pascal.


d) Marcar uma reunião com toda a equipe de liturgia com o sacerdote para acertar todos os detalhes;


e) Dividir as leituras com antecedência;


f) Os Salmos devem ser todos cantados com a participação do povo;


g) Deve-se montar uma “Equipe de Semana Santa”;


h) Ex.: Batedores de Sino e matraca;


i) Fogueteiro (para o momento do Glória da Missa da Ceia do Senhor e da Vigília Pascal)


j) Organizadores de procissão;


k) Organizadores de andores;


l) Cortadores de Ramos (serviço que deve ser feito com antecedência)


m) Leitores e Cantores de Salmos


n) Animadores de procissão.


VI – PARALITURGIAS E PIEDADE POPULAR

a) Quarta-feira Santa: Procissão do Encontro do Senhor dos Passos e Nossa Senhora das Dores;


b) Sexta-feira Santa: Sermão das 7 Palavras, descimento do Senhor Morto da cruz e procissão do enterro( Em alguns lugares o povo tem a tradição de dar um beijo na imagem do Senhor morto. É mais uma oportunidade para evangelizar, fazendo com que a devoção seja mais significativa, através dos vários grupos, movimesntos, pastorais, etc. Destacar e dar um significado ao beijo das crianças, dos jovens, dos casais, dos homens e das mulheres, dos idosos, dos doentes, etc. Uma pequena paraliturgia pode ser preparada para este momento, com cânticos penitenciais e fazendo uma ligação com a Campanha da Fraternidade do ano corrente.

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